RUMOREJANDO
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PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I (De uma dúvida crucial).
É bom lembrar ao novo presidente da República em exercício que se
não houver nem ordem nem progresso, a Progressão Aritmética
será decrescente daquela Ordem e Progresso que consta na nossa
bandeira, que os positivistas sugeriram e apregoaram. Será que
efetivamente haverá necessidade de lembrá-lo?
Constatação II (De outra dúvida crucial).
E já que falamos no assunto, deu na mídia: Ministério de Temer tem 12
ministros investigados na Lava Jato. Data vênia, como dizem os nossos
juristas, mas, pelo andar da carruagem é falta de vontade, hoje em dia,
não encontrar nomes que não estejam sendo acusados e/ou implicados
com alguma acusação de fraude ou, efetivamente, é impossível?
Não é à-toa que a OAB já se pronunciou a respeito. E viva “nóis”
quer dizer eles... Vige!
Constatação III
E ainda voltando ao assunto, será que o presidente da República não se deu
conta que o país quer ser passado a limpo, principalmente para àqueles que
tenham limpa a sua ficha, não aceitando propinas como recursos para se
eleger, ou por que sim e tá acabado, e/ou para atender interesses das
empreiteiras que, evidentemente, fazem o que fazem a fim de cobrar,
de alguma forma, reciprocidade? S. Excia., até agora, mostrou apenas
que respeita o nosso vernáculo. Os que foram para as ruas, clamando
por ética e moral não estão sendo atendidos. Lamentável.
Constatação IV (De mais uma dúvida crucial).
Deu na mídia: “Temer resolve cortar 10 Ministérios”. Sóóóóó?
E os que sobrarem? Efetivamente, serão necessários?
Constatação V (Mais uma dúvida crucial. Vige!).
Será que os governantes, os juízes, a Sociedade em geral (OAB, religiosos,
psicólogos, etc.) não se dão conta que a omissão, o não cumprimento
da lei, a impunidade estimula os criminosos a agirem cada vez mais?
Constatação VI (De outra dúvida crucial).
Se o Homem foi criado à semelhança de Deus, como se propaga por aí,
a opinião sobre Sua imagem como é que fica?
Constatação VII
Não se pode confundir a cantora Madona com maratona, até porque
vai ser uma maratona, Madona manter sua – dela – popularidade
com os fãs com a chegada de Beyonce e outras se despindo cada
vez mais. Vige!
Constatação VIII
A execrável censura realizada contra o Estadão lembrou a fábula de
Esopo (Phaedrus) O lobo e o cordeiro, ou o indefectível “O senhor
sabe com quem está falando” e coisas desse jaez.
Constatação IX
“Na gafieira,
Segue o baile calmamente”,
Diz a canção.
No Senado,
Por todo o lado,
Só se ouviu, recentemente,
Uma profusão de besteira
Entremeada de palavrão.
Constatação X (De velhos tempos quando a gente costumava abotoar
o cabelo atrás e deixar um topete como o Elvis Presley e mais tarde
como um presidente da República do nosso país).
O barco descia
Na corredeira
Do rio Iguaçu.
Dava tanto solavanco
Que a gente se sacudia
No banco
E tanto molhava
A cabeleira,
Da água que espirrava,
Que até não adiantaria
O uso de “glostora” e xampu.
Constatação XI
Deu, certa vez, na mídia: “Casa Branca prevê déficit de US$ 9,05
trilhões em 10 anos”. Este assim chamado escriba que trabalhou boa
parte da sua vida – que nem por isso deixará de ser eternamente curta
– no Banco de Desenvolvimento do Paraná S.A. – Badep, antiga
Codepar, acostumado a ouvir falar de repasses, investimentos e
financiamentos de expressivas cifras, confessa que não sabe contar
até lá. Mas que é um baita* número, ainda que bem menor do que
a atual dívida brasileira, isso lá deve ser.
*Usamos a expressão “baita” porque somos educados como é
sobejamente reconhecido por nossos prezados leitores.
Constatação XII (Pseudo-soneto da série Ah, o amor...)
Da arte do beijo.
Lábios nem sempre carnudos
Também são feitos para beijar
Os casais, nessa hora, ficam mudos,
Efetivamente, não vale a pena falar.
Beijo na bochecha ou selinho
É tênue e rápido demais
Dá impressão de não haver carinho
Entre os desvelados casais.
Beijo que é recomendável
E premonição de algo notável
É o que tira a respiração.
Se for de língua melhor ainda
Nessa benfazeja hora infinda
Que não enseja anúncio de solidão...
Constatação XIII
Não se pode confundir sanefa, que o dicionário Houaiss, entre outros,
dá como “larga tira de tecido que se coloca na parte superior da cortina
ou reposteiro, nas vergas das janelas etc., geralmente rematada com
franja ou galão” com safena, a veia que se usa para substituir por
alguma outra que esteja entupida, para se fazer uma ponte, “by-pass”,
etc. Até porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa,
como já foi propalado por aí.
Constatação XIV
E também não se pode confundir loquacidade com louca cidade, até
porque a loquacidade dos prefeitos, visando melhorar o tráfego nunca
é posto em marcha e transitar ou atravessar as ruas fica difícil, pois se
tem a impressão que se vive numa louca cidade.
Constatação XV
E ainda não se pode confundir libertinagem, que o dicionário Houaiss
dá como “licenciosidade de costume, conduta de pessoa que se entrega imoderadamente a prazeres sexuais; a prática do libertino” com libidinagem,
que o mesmo dicionário, dentre outros, define como “qualidade, condição
ou comportamento próprio do que ou de quem é voluptuoso, lascivo,
sensual”, até porque o referido dicionário ainda define libertinagem, no
sentido figurado, como “insubmissão, indisciplina”. Elementar, crianças!
Constatação XVI
Disse o obcecado para o amigo, mostrando uma foto da Playboy duma
“poupança” de uma gatona: -“preferência multinacional”. Respondeu
o amigo: -“Por que multinacional se a turma define como nacional?”
–“Porque eu sempre procuro ser original. E, além disso, depois da
globalização, ainda existe empresa nacional no nosso país?”
Constatação XVII
“Desprazerosa
A tua companhia”,
Disse a sogra pro genro,
Nada amorosa.
Numa cantilena
Sem melodia,
Fazendo cena.
“Você não é tenro
Com a tua mulher.
Trata, a pobre,
Como uma qualquer.
Não trata como o finado
Me tratava,
Como se eu fosse nobre.
O tempo todo ele me paparicava.
Você não dá a ela atenção.
Só fica vendo televisão,
Ou fica no computador.
E as tuas juras de amor?
Seu vento virado*.
Coitado!
*Vento-virado = “prisão de ventre, constipação” (Houaiss).
Constatação XVIII (Quadrinha para ser recitada por quem
da Prefeitura Municipal cuida do calçamento das ruas).
Numa pedra dei uma topada
Que estava solta na calçada.
Por isso, quase fui para o chão.
Me equilibrei qual um avião.
Constatação XIX (De outra quadrinha para ser recitada por quem
quiser e onde quiser).
Novo governo, nova esperança,
Quem espera nem sempre alcança.
E o famigerado aumento de imposto
Não será falta de bom-gosto?
Constatação XX (De mais uma quadrinha. Essa assaz assustadora. Vige!).
Ressuscitar o CPMF;
Congelar os salários.
Ideias de salafrários.
O pior que não é blefe.
Constatação XXI
Deu na mídia, mais precisamente no site da Globo: “Novo namorado
de Suzane von Richtofen é evangélico e admira Silas Malafaia”. Até
que enfim, uma notícia de transcendental importância para o futuro
da Humanidade. Vige!
Constatação XXII
Quem não conhece as músicas de outrora de Paulinho da Viola não sabe
das coisas. De modo geral, todas antológicas. Tenho dito e me pronunciado
com conhecimento de causa!
Constatação XXIII
Não se pode confundir cartilha que é o livro para se aprender a ler com
quadrilha, que quer dizer bando de ladrões, assaltantes ou malfeitores,
até por que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Elementar
minha gente!
Constatação XXIV
Não se pode confundir ético* com cético**, até porque tem uma profusão
de governante que é cético com relação ao que é ético...
*Ético = Adjetivo.
1. Antrop. Diz-se de categorias e valores utilizados na descrição e análise
realizadas pelo observador, e que não correspondem, necessariamente,
àqueles que vigoram na sociedade ou cultura em estudo. [O termo passou a
ser empregado, na antropologia, por analogia com seu uso original na
linguística.]
2. E. Ling. Diz-se da maneira de estudar ou abordar elementos linguísticos
que leva em conta sua substância, i. e., seus aspectos acústicos e articulatórios,
e não seu funcionamento dentro de um sistema específico de unidades
distintivas dotadas de significado (Aurélio).
**Cético = Que duvida de tudo; descrente (Aurélio).
Constatação XXV
E já que falamos em “descrente”, vale lembrar a canção de muito sucesso
no passado, intitulada Ninguém me Ama, de autoria de Antonio Maria
e Fernando Lobo que foi cantada, dentre outros por Clara Nunes,
Maria Creuza, Nora Ney, Nana Caymmi e o americano Nat King Cole,
que transcrevo para os milhares – para não dizer milhões, já que a modéstia
me impede – de leitores. Quem quiser escutar é só entrar no Google. De nada!
Ninguém me ama
Ninguém me ama, ninguém me quer
Ninguém me chama de meu amor
A vida passa, e eu sem ninguém
E quem me abraça não me quer bem
Vim pela noite tão longa de fracasso em fracasso
E hoje descrente de tudo me resta o cansaço
Cansaço da vida, cansaço de mim
Velhice chegando e eu chegando ao fim.
Constatação XXVI (Quadrinha para se recitada em hospitais
do SUS).
Espera-se um largo tempo, um tempo insano,
Para fazer uma operação que requer urgência.
Se o cara morre, o governo alega inocência.
E se julga ser sempre um bom samaritano.
Constatação XXVII (Quadrinha modesta para conhecimento
de quem assim duvidar).
Até hoje não encontrei adversário
Que me ganhe no jogo do truco
O pobre do perdedor se sente maluco
E até perde o seu itinerário.
RICOS & POBRES.
Constatação I
Rico é coadjuvante; pobre, só atrapalha.
Constatação II
Rico norteia a sua vida e dos seus; pobre, vive desorientado.
Constatação III
Deputado e senador rico votam pelo impeachment; deputado
e senador pobre, não existem.
Constatação IV
Rico dispõe de tudo; pobre, eventualmente, do entrudo.
Constatação V
Rico, quando fala, usa estrangeirismo; pobre, caipirismo.
Constatação VI
Rico cultua a humildade; pobre é metido.
Constatação VII
Rico tem paixão pelos livros; pobre soletra.
Constatação VIII
Rico resiste; pobre, conspira.
Constatação IX
Rico é poderoso; pobre, é dispensável.
Constatação X
Rico é sensível; pobre, é intolerante.
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