PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
Alguns deputados petistas estão se afastando do governo e tudo leva a crer
do partido. Como é mesmo aquela história de quem são os primeiros a
abandonar o navio quando ele está afundando?
São só ratos ou alguns gatos também?
Constatação II
Para curtir e manter uma aptitude*
Quando se trata de encantamento
Há que se possuir muita virtude
E não só por um reles momento...
*Aptitude = aptidão (Aurélio).
Constatação III
Deu na mídia, mais precisamente no site do msn Brasil: “Anitta sensualiza e
deixa celulite à mostra”. Taí mais uma notícia de transcendental importância
para o futuro da Humanidade. Vige!
Constatação IV
Rumorejando não sabe quem inventou ou instituiu a delação premiada.
Ela tem dado resultados surpreendentes ao revelar pessoas que querem
passar e passavam por inocentes, decentes e boa gentes. A delação premiada
passou a ser uma espécie de tortura, mas dos delatados, que passam a fazer malabarismos para provar suas difíceis e improváveis inocências.
Faz-se mister, agora, a extensão da delação premiada para a virtude
premiada, a paz premiada, a educação premiada, a saúde premiada,
a ordem premiada, o silêncio depois das 22 horas premiada,
a bondade premiada e assim por diante...
Constatação V (De uma dúvida crucial).
Barriga sarada das musas é aquela que estava doída e sarou com
uma umbigada? Umbigada?
Constatação VI (De outra dúvida crucial).
E já que falamos em musas, além delas (nem todas), tem gente que se
expressa com convicção através da poupança, mais conhecida por bunda?
Constatação VII
Deu na mídia, mais precisamente no site do MSN Brasil: “Depois de Salvador,
Valesca Popozuda levanta foliões de Florianópolis”. Só?
Constatação VIII
Também deu na mídia, mais precisamente no site do Estadão: “HSBC pede
desculpas por incentivo à sonegação. Banco é acusado de ajudar 8,7 mil clientes brasileiros a 'esconder' cerca de 7 bilhões de dólares na Suíça”.
Data vênia, como diriam nossos juristas, mas Rumorejando acha
que a gente deve pedir desculpas se, por exemplo, pisa no pé de alguém, evidentemente sem a menor intenção. E viva o selvagem sistema capitalista!
E viva “nóis”! E viva os donos dos bancos! De banqueiros, nem falar...
Constatação IX (De um pseudo-soneto).
Uma história de carnaval com final...adivinhe
Saí com uma fantasia bem espampanante,
No entanto, esqueci, em casa, a camisinha.
Não deu para o bem-bom nem um instante.
Só fiquei no papo, discorrendo abobrinha.
A gata me mirava com olhos esbugalhados
Provavelmente pensando: “Qual é deste cara?
No carnaval dá de tudo inclusive tarados.
Ele já está merecendo uma surra com vara”.
Eu não sabia como ia sair daquela situação.
Resolvi contar, do meu comportamento, a razão.
Ela me olhou atônita e deu uma baita gargalhada.
“ Que não seja só por isso ou por outro motivo”,
Ela contestou já com um olhar assaz convidativo.
“Taí a camisinha que sempre trago comigo guardada”.
Constatação X (De outro pseudo-soneto).
Atrás de um grande homem sempre há...
Era um sujeito sobejamente conhecido
Na vizinhança do bairro e da polícia
Pra algum era medroso; por outro, temido.
Mas diziam que da mulher sofria sevícia.
Na realidade, o que ele era muito pacato,
Mesmo que tivesse o alto cargo de delegado
Não se pode dar moleza pra não sofrer desacato
Ainda se sabendo que ele andava armado...
Bulling ele havia sofrido quando ainda criança
Quando se tem na Humanidade fé e esperança
O que ao longo da vida o deixara taciturno.
A mulher embora se falasse, era um doce de pessoa.
Daquelas risonhas, que levava toda a vida numa boa.
E fez com que ele mudasse e deixasse de ser soturno.
Constatação XI (Via pseudo-haicai).
Nada constrangido
O banqueiro é um agiota
Devidamente consentido.
Constatação XII
Não se pode confundir emborcou com embarcou, muito embora,
em alguns casos, há uma relação biunivocamente perfeita entre as duas
palavras, como no exemplo a seguir: O cachaceiro emborcou, segundo ele,
a saideira, embora já tivesse, nas oito vezes anterior, manifestado que àquelas
seriam a saideira e, coitado, embarcou.
Constatação XIII
Data vênia, como diria nossos juristas, mas Rumorejando acha que piolhento e pentelho possuem uma similitude e são quase sinônimos
e explica a razão: Na antologia do professor Rosário Farani Mansur Guérios,
cá da terra, há um texto que é mais ou menos o seguinte: “Havia um casal que,
depois de alguns anos de casado, começou a ter desavenças e nas mais
contundentes e azedas ela chamava o marido de piolhento. Quanto mais ele
retrucava, mais ela repetia piolhento, piolhento. Certa vez, ele perdeu a
paciência e atirou ela no poço que não era profundo e manteve a cabeça dela submersa. Quando ele soltava para ela respirar, ela gritava piolhento, piolhento, piolhento. Uma hora, ele manteve a cabeça dela mais tempo afundada,
aí ela botou o braço para fora da água e fazia com as unhas do polegar e
do indicador como se estivesse esmagando um piolho”.
A primeira vez que este assim chamado escriba ouviu a expressão pentelho
foi no Teatro Guaíra em Curitiba, numa apresentação do Ballet Guaíra,
do Paraná,na década de 80. Explica-se, reproduzindo a Wikipédia:
“O álbum surgiu de uma encomenda do Ballet Guaíra, do Paraná,
em 1982.
Sua inspiração veio do poema surrealista de Jorge de Lima,
“O Grande Circo Místico”, escrito em 1938, e publicado no livro
“A Túnica Inconsútil”. Jorge de Lima, poeta do parnasianismo e
do modernismo, criou o poema inspirado em um fato real acontecido
na Áustria, no século XIX. A partir do tema, Chico Buarque e Edu Lobo criaram
a trilha sonora para a apresentação do balé, contando musicalmente,
a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps e do
amor entre um aristocrata e uma acrobata, que vagavam de cidade
em cidade, apresentando os seus números circenses”.
O termo pentelho já estava incorporado ao vernáculo e o dicionário Aurélio
apresenta como “Substantivo masculino 3.Bras. Indivíduo maçante,
aborrecido, chato. [Fem., nesta acepç.: pentelha.]. Inicialmente a
palavra pentelho havia sido censurada, mas depois do término
da ditadura militar as censuras ficaram menos rígidas.
Rumorejando dá por encerrada a informação e aproveita o ensejo
para agradecer a atenção dos seus prezados leitores, achando que
correu o risco da retro mencionada informação possa ser considerada
por alguém de transcendental importância para o futuro da Humanidade.
Vige!
Constatação XIV (De um baita de um pseudo-haicai).
Procurei refúgio nos braços da minha querida amante
Para me esconder da legítima, dos meus credores e fantasmas.
E ela que estava numa pior: “Olhe lá! É só por um instante”.
Constatação XV (Coitado!).
Ele ficava a invejar
O vizinho do 4º. Andar
Que sempre trazia para ficar
Gatas. Àquelas que não são de miar.
E ele, com elas, só levava azar...
Constatação XVI
Quando no verão nos meses dezembro e janeiro
A praia se enche de gata com seu biquininho
Será que ela são se dá conta assim, assinzinho,
Que está provocando e mexendo num vespeiro?
Constatação XVII
Reparem só o meu contratempo.
Que pena eu estar em declínio.
Logo agora, depois de tanto tempo,
Ela achar que eu exerço um fascínio.
Constatação XVIII (Situações apocalípticas, trágicas e catastróficas
de dores calamitosas e perturbadoras, difíceis de serem purgadas e
assaz desconcertantes).
Cada derrota do Atlético
Deixa o pobre torcedor
Cada vez mais frenético,
Mais sofredor;
Cada derrota do Coritiba
Deixa o pobre torcedor
Cada vez menos arriba
Na sua imensa dor;
Cada derrota do meu Paraná
Deixa, nem mais nem menos,
Minha emoção, não de somenos,
Numa situação ruim, muito má.
Constatação XIX
Não se pode confundir missão cumprida com missão comprida,
muito embora determinada missão cumprida não deixasse de ser
missão comprida, mormente a do tipo do trabalho que se leva para
fazer em casa, porque, segundo a douta chefia,
“ele precisa ficar pronto pra ontem”. A recíproca pra esses casos de
ordem e dever não é necessariamente verdadeira. Basta ver o que os
senhores deputados, senadores e membros do Executivo e do Judiciário
realizam, ou melhor, não realizam...
Constatação XX
Deu, certa vez, na mídia: “Materazzi continua esperando pedido de
desculpas de Zidane”. Ele se referia à cabeçada que levou na final
daquela Copa do Mundo. Data vênia, como diriam nossos juristas, mas Rumorejando acha que o jogador italiano vai ter que esperar sentado
porque, como dizem por aí, em pé cansa. Afinal, por um acaso, em algo bem
mais grave, como o que os deputados e senadores, que deveriam dar
exemplos de conduta andam fazendo aqui, na Itália ou na França, eles pedem desculpas, ou pretendem mudar? E não é no fragor da, digamos, batalha...
Constatação XXI (Pequenas definições, na falta de melhores).
Era um cara tão grosso, tão grosso, mas tão grosso que não cabia em
si de tanta grossura.
Constatação XXII
Era um cara tão fino, tão fino, mas tão fino que até conseguia se desviar
dos pingos do chuvisco.
Constatação XXIII
Retrato falado, às vezes tartamudeia?
RICOS & POBRES
Constatação I
Rico sofre de transtorno bipolar; classe média é maníaca depressiva;
pobre vive na fossa.
Constatação II (De autoria do meu grande Amigo Sérgio Antunes de Freitas,
de Brasília).
Rico faz delação premiada; pobre é “cagueta” mesmo!
Constatação III
Rico está em todas; pobre, toma chá de sumiço.
Constatação IV
Ricos se separam com traumas, mormente quando um dos cônjuges é rico;
pobres se separam numa boa.
Constatação V
Rico é dipsomaníaco (aquele que tem dipsomania*); Classe média alta
é alcoólatra; classe média, média é ébria; classe média baixa é bêbada
inveterada; pobre é pau-d´água.
*Dipsomania = Substantivo feminino. 1. Psiq. Impulso mórbido periódico e
irresistível que leva a ingerir grande porção de bebidas alcoólicas (Aurélio).
Constatação VI
Rico é militante; pobre é meliante.
Constatação VII
Rico embeleza o ambiente; pobre contribui para embelezar o rico.
Constatação VIII
Rico tem contentamento; pobre, padecimento.
Constatação IX
Rico é importante; pobre é irrelevante.
Constatação X
Rico é jovem; pobre é envelhecido.
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