BELO HORIZONTE: MARÍLIA E UMA SEGUNDA-FEIRA MUITO LOUCA!
BH. Foto Marina da Silva. 07-10-2019 Praça da Estação. Show Marília Mendonça
Marina da Silva
Marília Mendonça em Beagá, Belô, Beozonti e de graça?
"Oi??? Estou dentro!"
Segunda-feira, 07 de outubro, a hora e a vez de BH sofrência. Ouvi na rádio enquanto tomava banho: a cantora irá gravar seu DVD às 7H horas... Entendi que já acontecera, pois eu estava me aprontando para uma consulta médica às 11 horas.
Às 12:50H descubro que Marília Mendonça, a cantora sertaneja, a rainha da sofrência nos botecos, bares, festas pelo Brasil estará gravando o tal DVD às 7 horas, mas da noite, 19H.
É o retorno ao projeto "Todos os cantos" que Marília, atualmente gravidíssima, está fazendo pelo país, cantando de graça em agradecimento aos seus milhares de fãs, ao carinho deles e seu sucesso na carreira e na vida.
BH. Foto Marina da Silva. Praça da Estação. Show Marília Mendonça
"Bora lá tia?" A novinha me chamando.
"Vamos. Já é!"
18H sai vazada para a praça da Estação e às 18:30H na praça Sete entrei numa "nuvem" de fãs rumo à Estação. De longe parecia mesmo uma nuvem de gafanhotos, um exército de formigas, muito zumzumzum, buzinas, engarrafamento do trânsito na avenida Amazonas, enfim...uma zorra total em plena segunda-feira.
De longe percebi que havia mais gente que praça, tipo umas cinquenta mil pessoas num lugar que cabe no máximo dez mil... Nem quis saber de nada, marchei firme em direção ao belo prédio que abriga hoje o museu de Artes e Ofícios e me postei o mais próximo possível do palco. Grudei na grade de proteção para garantir meu lugarzinho "daqui não saio, daqui ninguém me tira".
E nem se eu quisesse conseguiria sair porque tinha gente para caramba. Às 18:58H quase não dá mais para respirar: putaquipariu! Tem gente demais aqui, policiamento ZERO, bombeiros ZERO, iluminação cdc (intraduzível).
"Que isso Kalil? Que isso Prefeitura de Beagá? Que merda é esta?" Postei no Facebook.
BH. Vídeo Marina da Silva. Show Marília Mendonça, praça da Estação.
19:18H Marília Mendonça pisa no palco e...delírio geral, uma loucura! Está com aquele barrigão, pés no chão porque segundo ela não tem sapato para o tamanho em que estão seus pés na gravidez. Linda num vestido amarelo, arrassou! Canto, grito, canto, grito mais ainda, trepo na grade, tiro fotos, gravo músicas. O mesmo que todo mundo naquele oceano de celulares, cantos e gritos!
IN-SA-NO!
A praça da Estação está na mesma sintonia e obedece Marília que com maestria coordena a massa!
"Linda! Te amo! Marília eu te amo! A multidão grita alucinada"; uma massa uniforme, gritando, cantando, filmando, fotografando, postando no Facebook, Insta, Zazapis e eu trepada na grade de proteção vou junto, fazendo o mesmo.
Quanta sofrência meu Deus! Sofro eu, sofre você, todo mundo vai sofrer! Danço, isto é, tento.
BH. Foto Marina da Silva. Praça da Estação. Show Marília Mendonça
Imagine Fernando Mendes, Odair José e Amado Batista juntos, amalgamados numa única emanação? Isto é Marília Mendonça, a essência pura da sofrência "em poucos metros quadrados" o lar virou "um labirinto", "Eu e você", "de mulher para mulher...supera!"
Foi tudo lindo, harmonioso, maravilhoso, perfeito até...
A polícia chegar, atrasadíssima, não conseguir entrar na praça (assim como redes de Tv's) e fechar as saídas de escape para a dispersão da multidão ao final do show, umas CEM MIL pessoas ou mais e conduzir os cidadãos como gado para uma única porteira. Milhares de pessoas, idosos, gestantes, crianças de colo, garotos e garotas, rapazes e moças seguindo na mesma direção, empurrados, encurralados, pisando uns nos outros.
TNCDC! (intraduzível). Só consegui lembrar aquele refrão: "polícia para quem precisa polícia para quem precisa de polícia."
Com este ato insano acabou-se a sofrência de Marília Mendonça e nós cidadãos e cidadãs fomos submetidos à sofrência e incompetência e desorganização da desadministração geral de BH para eventos de grande porte como este show da Marília Mendonça, um desastre desnecessário como o que ocorreu no despreparo do carnaval em 2019 que foi a maior cilada e vacilada! Nada de ambulâncias, nada de bombeiros, nada de guardas e policiais municipais, polícia civil e uns poucos gatos pingados da PMMG. Cadê o helicoptero daGlobo? Da PM? Onde estão os drones da Globo? Da PM? Fiz-me estas perguntas e até agradeci não ter PM's senão teríamos tiros e bombas de gás lacrimogênio. Só pensava: tenho que sair daqui rapidinho!
BH. Foto Marina da Silva. Praça da Estação. Show Marília Mendonça
Não ando, não troco passos, sou levada numa onda de corpos, copos, garrafas de catuaba, pinga coquinho, tequila, uísque, cerveja, cigarros e marijuana.
Outra sofrência para mim foi não conseguir comprar nem água nem cerveja. Drinks passaram por mim, mas beber um trem que eu não vi preparar num evento deste porte? Nem morta!
Com muito custo, sustos (brigas e arrastões), asilada em pastelaria, salva colada nas paredes, consegui enfim chegar "vivinha da Silva", sem um ferimento, na rua da Bahia com Afonso Pena. Para cima todo santo ajuda? Ninguém pisou nos meus pés praticamente descalços numa "rasteirinha de dedo, pé-pelado."
BH. Foto Marina da Silva. Praça da Estação. Show Marília Mendonça
As correrias me assustaram, mas nada fora do "normal" para a desorganização dos eventos de grande porte em Beozonti. Eu estava aqui no carnaval 2019, saí todos os dias, vários pontos da cidade e posso falar: foi o CDC!
Na saída do show de Marília Mendonça, esperei um pouco e só então vendo fluir e todos cantando de costas para o palco é que entrei na onda para vir embora. Claro que teve aquele cordão de garotos passando, de repente alguém só de sacanagem gritando: arrastão! Pega! Briga! Eu olhava para os lados e todos pedindo calma, cuidado, tem senhora grávida aqui...etc.
Na avenida Andradas veio o primeiro corre-corre e eu? Saio rápida em busca de abrigo. Tiro de letra!
Subi Bahia porque em Beagá "Minha vida é esta, subir Bahia e descer Floresta" diz o poeta Rômulo Paes.
Minha sofrência terminou num boteco e na cerveja geladíssima e muita música boa; e como Marília Mendonça, matei a noite uma sofrência molhada que pede tequila, cerveja, uísque ou cachaça! Bebi, bebi, bebi e resenhei o que aconteceu, o que senti, vi e pressenti quando vi aquela enormidade de gente e nenhum policial a vista. Tudo bem, exagero, tinha uns gatos pingados na saída fazendo uma barreira humana e empurrando todo mundo para um lado só e F* com um super hiper mega plus blaster show de Marília Mendonça! Valeu Marília! Obrigada Marília Mendonça!