- QUANDO O MUNDO ERA ASSIM...”uma Brastemp”.
www.google.com.br/images Wandi Dorattioto. Ator, apresentador de televisão, compositor e músico gravou o comercial que eternizou nos anos noventa a campanha da Brastemp. Este cara é uma Brastemp!
Marina da Silva (revisar)
Ser “uma Brastemp” era bem pouco tempo atrás, sinônimo de coisa boa, altíssima qualidade, primeiríssima linha, envolvia conceito de vanguarda, durabilidade e principalmente confiabilidade! A expressão virou chiste e dito popular nos anos noventa saindo da “fábrica” e invadindo todas as esferas da vida através de uma estratégia de marketing de vendas da empresa Brastemp!
“Fulano é uma Brastemp”; meu salário não é “assim uma Brastemp”!
A vida para o povo brasileiro nos anos oitenta/noventa não era assim “uma Brastemp”, mas a gente sonhava que podia ser e investimos muito na “esperança [vermelha] vencendo o medo” com estrelinha, martelo e foice!
Ser uma Brastemp ou ter uma Brastemp remetia a um status social, classe média ou rica, adquirir um produto voltado para gente chique, importante, que não comprava qualquer coisa “tipo net”! E quem não queria estar na moda e ter uma Brastemp sacrificando em prestações um ano inteiro de trabalho?
E é esse mundo “Brastemp” que sempre vem à memória quando nos vemos frente a frente com produtos fake, falseta, genérico, pirata tanto nos shoppings center “legais” como em lojas de departamentos e boutiques renomadas, de classe!
www.google.com.br/images.Lavadora Brastemp Mondial, o sonho de consumo dos anos noventa!
"Brastemp - Não tem comparação - 1991- Talent
Uma série que se iniciou em 1991 e com mais de 20 filmes passou por toda a década, reforçando a marca Brastemp para seu público como a melhor, uma vez que o mercado brasileiro era invadido pelos importados. À época, o "não é nenhuma Brastemp" virou gíria e reforçou mais ainda a marca para o público".
O mundo mudou drasticamente neste século XXI e se dividiu em duas eras: A.C e D.C. ou Antes da China e Depois da China! Antes da chamada “Globalização” e transferência da produção para países periféricos, especialmente Ásia, com destaque para a China, a etiqueta, a logomarca de um produto era o selo de confiabilidade, garantia de excelência dos produtos, a certeza de não estar sendo trapaceado “levando gato por lebre”!
Tênis era Nike, eletrodomésticos Wallita; máquinas de lavar, fogão e geladeira Brastemp; facas, talheres, panelas Tramontina; tv’s Philco, Phillips; carros Chevrolet e Wolkswagem; presunto Sadia, chocolates e leite em pó Nestlé, canetas MonBlanc, cerveja Bhoêmia, sapatos Czarina e Samelo, óculos Ray-ban, refrigerante Coca-cola, avião Boeing, sabão em pó Omo, chocolate fino Copenhague, Jeans Calvin Klein, Pierre Cardin, Fiorucci, empresa aérea Varig, Vasp, empresa de turismo Soletur; toalhas Buetner; relógio Omega, etc, etc. e tal também de Marca! Milionários, bilionários, classe média alta compravam no exterior, leia-se Estados Unidos. O sonho brasileiro: Disneylândia!
www.google.com.br/images A marca é o estilo de vida! Bonequinha de Luxo, o filme que eternizou Audrew Hepburn e o estilo Tiffany de viver!
Meu sonho Brastemp realizou-se no final dos anos 90: fogão, geladeira, máquina de lavar em trocentas vezes sem juros. Minha cozinha ficou, literalmente, assim... “uma Brastemp”!
O século mudou, o mundo mudou completamente e mesmo a China já não tinha um comunismo “Brastemp” quando foi visitada por Henfil em 1977, “antes da Coca-cola”!
Com a chegada de Mão zedong ao poder a China veio se preparando para imperar no século XXI com um sistema econômico híbrido mesclando produção capitalista com autoritarismo ideológico comunista! O primeiro mundo para driblar a competição e aumentar as taxas de lucro foi em peso produzir na China dando o chute inicial para o Life style 1.99!
A Coca-cola chegou a china e nunca mais a Coca foi a mesma, o que vale para qualquer produto de MARCA famosa que povoavam os sonhos das grandes massas de trabalhadores. Pobre gosta é de luxo, já dizia Joãosinho Trinta!
Foto Marina da Silva. Paris. Outubro de 2007. Igreja Sacre Couer. Vende-se bolsas, carteiras, cintos, malas, perfumes Chanel, Cristian Dior, Victor Hugo tal qual venda de bananas!
Mas com o made in China tudo o que é original, de MARCA pode ser, mas do que nunca, copiado, clonado, falsificado, pirateado; e lá se foi o “mundo Brastemp” para o beleléu! A “terceirização ou horizontalização” da produção criou um mundo de quinta categoria, precarizado, prostituído corrompido! E o Brasil é o pior exemplo de vida chula, classe C, vida 1.99 deste século que apenas desponta!
Nos últimos anos dos anos noventa o governo brasileiro tornou-se um grande “facilitador” de uma enorme “promiscuidade” para os produtos da China, principalmente os falsetas, pirateados, ilegais subinvestindo na fiscalização federal, principalmente nas rodovias! Um tsunami de produtos 1.99 de baixíssima qualidade invadiu a vida dos brasileiros, garantiu a “ ascensão” da nova classe média Brasil (renda familiar pouco mais de 350 euros), salvou o país da crise, permitiu concentração de rendas e discursos populistas, entulhou o comércio legal, descambou para a pirataria e império chinês no comércio de produtos ilegais!
www.google.com.br/images.
Nos últimos anos dos anos noventa o governo brasileiro tornou-se um grande “facilitador” de uma enorme “promiscuidade” para os produtos da China, principalmente os falsetas, pirateados, ilegais subinvestindo na fiscalização federal, principalmente nas rodovias! Um tsunami de produtos 1.99 de baixíssima qualidade invadiu a vida dos brasileiros, garantiu a “ ascensão” da nova classe média Brasil (renda familiar pouco mais de 350 euros), salvou o país da crise, permitiu concentração de rendas e discursos populistas, entulhou o comércio legal, descambou para a pirataria e império chinês no comércio de produtos ilegais!
Foto Marina da Silva. Made in RPC, a tática para evitar a ojeriza que vem acometendoo consumidor com Made in China. RPC= República Popular da China.
Tudo hoje é produzido na China - exclama impaciente a vendedora quando lhe pergunto por guarda-chuvas fabricados no Brasil!
Então me venda um produto chinês que não seja para classe C- retruquei indignada e enfurecida! Na calçada a sombrinha custa 5 reais; na loja 1.99 custa 5.99 reais e na loja bacana está entre 25/60 reais; detalhe, a qualidade é a mesma, só muda o preço!
Maluf, procurado pela Interpol, mas deputado brasileiro, em seu discurso de posse defendeu na tribuna a liberação da pirataria para diminuir a deslealdade entre os shoppings legais dos ilegais! Pasme!
Victor Hugo, Chanel, Victoria Secret, Ray-ban, Nike e muiiiiiiiitos outros produtos de MARCA podem ser comprados nas zilhões de lojinhas, lojões, camelódromos, feiras de importados e “feiras shop” a cada esquina de Belo Horizonte, a capital mineira, pioneira na legalização da ilegalidade nos inúmeros shoppings piratas!
Fotos Marina da Silva. Mundo 1.99 em Belo Horizonte. MG.Brazil.
Minha febre 1.99 durou pouco, mas a minha escravidão ao life style 1.99 é contínua! A cada produto “importado” que consumo aos poucos sinto minha vida “Brastemp” sendo consumida, ficando mais “tipo Net”, nem é mais “essa Coca-cola toda” e do jeito que a banda toca nem “pode ser”!
www.google.com.br/images. Chinelo Havaianas, um produto que sempre foi certificado de pobreza(material) ganhou status LUXO no life style 1.99! Que miséria!