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domingo, 13 de setembro de 2015

BRAZIL: TROCANDO PRESIDENTE...Temer / Dilma É TROCAR SEIS POR MEIA DÚZIA?

RUMOREJANDO

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
http://rimasprimas.blogspot.com.br/

Constatação I (Reminiscências de maus tempos I...).
Em 1975, em plena ditadura militar, a Fundação Cultural de Curitiba 
expôs mostra de cerâmicas e de fotografias da arquitetura russa. A 
inauguração contou com a presença do Adido Cultural da Embaixada
 da Rússia. Todos os presentes, ao cumprimentá-lo, eram fotografados 
por um cidadão com cara de poucos amigos... Um dos presentes, ao ver
 espocar um flash atrás do outro, comentou: -“Será que não vai dar
 complicação a gente ser fotografado em companhia de um russo, 
de um comunista?” -“Não se preocupe, alguém respondeu, o risco é 
de apenas 50%. A gente não sabe para quem o fotógrafo trabalha”...

Constatação II (Reminiscências de maus tempos II...)
No coquetel que se seguiu à exposição russa, relatada na constatação
 anterior, foi servida aos presentes uma vodca “da legítima”, daquelas
 que davam calor até no dedão do pé. Enquanto aproveitando a rara
 oportunidade, se degustava aquela escassa bebida
 (a globalização ainda não estava em vigência...), passou um garçom
 com uma bandeja de refrigerantes, contendo, inclusive, pasmem: 
a acqua nera del imperialismo ianque, Coca Cola!!!. O fato suscitou 
o comentário do mesmo cidadão que havia dito que a gente não
 sabia para quem o fotógrafo trabalhava e, com ar de condena,
 meneando a cabeça: “Bah! Já não se fazem mais russos como antigamente...” 
Constatação III (Reminiscências de maus tempos III...)
Um radioamador, tão logo obteve autorização do Ministério das
 Comunicações para começar a operar, não saía da frente do seu
 equipamento de transrecepção. Passava todo o tempo, inclusive
 nos intervalos do almoço e a noite em longos papos. A maioria,
 furados. A comida era engolida rapidamente para não perder
 algum eventual contato. Um dia, entusiasmado, mostrou à sua
 mulher uma fotografia  que um colega de um país distante havia
 mandado, onde o sujeito aparecia diante do seu – dele – sofisticado
 equipamento de rádio. A mulher, que andava aborrecida com a 
indiferença do marido, não se conteve: -“Agora, você, em retribuição,
 vai mandar uma tua em que você aparece só de calção?”...

Constatação IV (Reminiscências de não tão maus tempos).

Um professor de Cálculo Integral e Diferencial da Universidade 
Federal do Paraná, já falecido, anteriormente havia lecionado 
matemática no Colégio Estadual do Paraná. Tanto nesta época, 
como posteriormente, foi professor do seu filho. Certa vez, numa
 aula do 2° grau, pai e filho se tramaram numa discussão a respeito
 de uma questão matemática. O professor, face o adiantado da hora
 e alegando um impasse, se propôs a dirimir a dúvida na próxima aula.
 No dia aprazado, a turma do aluno aguarda no corredor a vinda do
 professor. Outras turmas também haviam se aproximado, tendo em 
vista a repercussão, curiosas pelo desfecho. Eis que o professor desponta
 no corredor com o livro de chamada debaixo do braço. À medida que
 se aproxima o rumorejo da turma diminui até o silêncio total. 
O professor acerca-se do filho e, diante de todos, aplica em cada
 bochecha dois sonoros beijos. Os que estavam mais próximos
 juram ter escutado: -“Não é que o filho da mãe tinha razão...”
Constatação V
Senador
Deputado
Governador
Prefeito
Vereador
Não têm mérito
Eles têm pretérito
Imperfeito
E, em princípio,
Particípio
Passado,
Ultrapassado.
Já, o presidente,
De pouca atividade
E pouco ativo,
Tem subjuntividade*
É presente
Do subjuntivo.
Coitado!
*Subjuntividade = “característica do que é subjuntivo; 
dependência, subordinação”. (Houaiss).
Constatação VI

Conversa entabulada entre dois políticos, ouvida em qualquer
 cidade do Brasil: -“Na tua opinião, por que as mulheres se
candidatam menos do que os homens para os diversos cargos,
 já que elas têm, inclusive, cotas garantidas para isso? 
Será por medo de perder?”
 –“Não. Em minha opinião – modesta, aliás – é porque elas
 são mais honestas do que nós homens, ou menos desonestas”.
-“Há bom, quer dizer, ah ruim, quer dizer...”

Constatação VII (Passível de mal-entendido).
A magnitude, dentre outras, numa performance é diretamente
 proporcional a amplitude da abertura das pernas. Me refiro,
 ou melhor, refiro-me a uma bailarina. E, claro, é inversamente
 proporcional à falta de talento.

Constatação VIII (Dúvida crucial).
Será que não existe alguém do staff do governo, familiar ou amigo
 com coragem suficiente para dizer, respeitosamente, é claro, ou
 assoprar no ouvido do presidente da República que esse cartão
 corporativo – respaldado com o tal do sigilo bancário – é uma 
excrescência? Quem souber que existe alguém, além da imprensa
 e da oposição, por favor, comentários no blog. Obrigado.

Constatação IX (O inverso da vice-versa).
[Para a Foquinha, Juju, João Raymundo, Preta Joana 
e Caxixó (In memoriam). Para a Gigi e o Pedro Salomão. 
Todos também com o sobrenome Zokner].

Os cães daquela casa eram tão dóceis, faziam tanta festa para quem
 nela entrasse que os donos é que tinham que fazer o papel de cães 
de guarda.

Constatação X
E como explicava, didaticamente, por carta, para o sobrinho o 
obcecado de origem portuguesa: -“É preciso reflectir para o facto
 de que você tem que, ao estar com uma rapariga, otimizar as
 atividades de contacto, as possíveis e correctas chumbregadas, 
dando-lhe prazeres mil”. Pois, pois?

Constatação XI
Disse, no telefone, a namorada do facínora pra ele. “Venha aqui em casa
 que eu estarei te esperando com o meu novo baby-doll preto que eu
 comprei hoje. Você vai ver o que eu vou fazer com você”.
 Respondeu o facínora pensativo: “Puxa! Foi a ameaça mais doce que
 eu já ouvi. As que eu escuto ou são da polícia ou dos meus comparsas”.

Constatação XII
Não se pode confundir liminar com eliminar, muito embora quando 
o governo – que nem sempre se preocupa com tanto desrespeito à vida, 
em nosso país – pretende, por exemplo, diminuir ou mesmo tentar
 eliminar os acidentes, proibindo a venda de bebidas alcoólicas nas
 estradas aparece uma ou outra liminar, ou projeto de lei na Câmara,
 derrubando a proibição. Pasmem! A pessoa não é obrigada a se submeter
 ao exame do bafômetro. Livre comércio? Democracia? Ou falta de 
respeito pela vida, como sempre? Quem souber as verdadeiras razões,
 por favor, comentários no blog. Obrigado.

Constatação XIII
O genro foi se queixar pra sogra que a filha dela o estava tratando mal.
 “Ela só briga comigo”. E a sogra: “O que você faz pra ela?” 
Sem responder, repetiu a mesma ladainha para o sogro que perguntou:
 “O que você não faz pra ela?”

Constatação XIV (Dúvida crucial via pseudo-haicai).
Todo fedelho
É um inequívoco
Pentelho?

Constatação XV (Teoria da Relatividade para principiantes).
É muito melhor ter aspas, escrito num documento pessoal, do que na testa.

Constatação XVI (Dúvida crucial).
Por que será que, em certos países, não se respeita a Lei do Silêncio
 e por que será que ninguém a controla para que seja respeitada?
 Quem souber a resposta, por favor, explicar as razões para este 
assim chamado escriba, através do bloghttp://rimasprimas.blogspot.com/ .
 Obrigado.

Constatação XVII (2 Poeminhas para ser recitado em certas 
confeitarias, botecos, etc, para os donos dos ditos).
1) Era um sonho
Tão sem recheio
No seu permeio,
Que até deixava
Que provocava
No consumidor
Um ar tristonho.

2) E era um pastel de vento
Tão inflado,
Tão pouco recheado
Que ao ser mordido,
Ao ser deglutido
Provocava no mesmo momento
Um baita resfriado.

Constatação XVIII (Quadrinha para ser recitada por
 um(a) nutricionista para seus pacientes).
A obesa quer emagrecer,
Mas, por dia, teima
Em comer
Porções de guloseima.

Constatação XIX
Na ópera, no texto,
O cara, ao levar
Uma facada,
E se por a cantar
Até uma toada.
Tal está fora do contexto,
Pois quem é agredido
Não canta,
Só se espanta,
E fica assaz desvalido.

Constatação XX
Não se pode confundir faiança (louça de barro esmaltado ou vidrado)
 com fiança, muito embora os dois estejam sujeitos a uma determinada
 quebra. A recíproca pode ser verdadeira desde que se compre uma faiança,
 tão sofisticada, tão rara, tão incrementada, a crédito, que o vendedor exija 
uma fiança.

Constatação XXI
Deu, certa vez, na mídia: “Itaú vê crédito forte apesar de juro”. 
Data vênia, como diriam nossos juristas, mas um dos maiores bancos 
do país, a semelhança dos demais, não fez alguma referência às filas 
em frente aos caixas e o chá de cadeira de quem quer falar com um dos
 gerentes. Pena.

Constatação XXII
Quando, numa viagem aérea, o avião começa a corcovear de maneira 
tal que se o sujeito demorar a atender o aviso luminoso de “apertar os cintos”
 que, fatalmente, se acenderá ele corre o risco de bater com os ‘chifres no teto’.
 Se os tiver, é claro... No caso de ser ateu, se aproximará de modo efêmero da
 entidade que, segundo ele, se chama Deus... Passado o susto, ocorrido durante 
o trecho que originou a turbulência, ele volta a sua – dele – primitiva condição.
 Até a eventual próxima turbulência...

Constatação XXIII (De uma dúvida mais do que crucial).
Quando se constata as frequentes mudanças nos tipos de plugues e tomadas 
que vêm ocorrendo em nosso sofrido país, surge a questão: Quem autoriza tais mudanças? Seria a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas?
 Os fabricantes? A presidência da República? O Congresso? 
Quem souber a resposta, por favor, comunique a este assim chamado escriba,
 a fim de que se possa informar aos nossos prezados leitores. Obrigado.

Constatação XXIV
Tem gente que para ganhar uma discussão faz das tripas o coração,
 recorrendo a artifícios como a enrolação, o embuste*. Vige!
*Embuste = Substantivo masculino.
1. Mentira artificiosa; impostura (Aurélio).

RICOS & POBRES
Constatação I
Rico é fogoso; pobre, é tarado.
Constatação II
Rico que dirige um Volvo do ano jamais é multado;
pobre, num, digamos, Corcel 80, é um infrator contumaz.
Constatação III
Rico é sinérgico*; pobre é individualista.
*Sinergia = Sociologia: “Coesão dos membros de um grupo ou
 coletividade em prol de um objetivo comum (Houaiss).
Constatação IV
Rico não condiz com certas atitudes; pobre, com nenhuma.
Constatação V
Rico tem até duas amantes; pobre é viúvo de mulher viva.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

BRAZIL CORRUPÇÃO: QUANTO MAIS TEM MAIS QUER!

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...
Marina da Silva

Lembro-me como se fosse hoje, o nó na garganta, uma coisa esquisita revirando meu estômago, um sentimento inexplicável, dilacerante que me veio ao ler uma poesia, se não me falha a memória, de Bandeira, um canto de indignação, consternação e perplexidade ao ver um bicho estranho revirar o lixo, fuçar e comer coisas do lixo e constatar que aquilo, o bicho, na verdade era um homem.
Nunca mais fui capaz de ler tal poesia e nunca mais a esqueci. Era pesada, sombria demais para uma menina quase adolescente que vivia na lua. Minha alma ficou marcada para sempre e um medo terrível de ser transformada assim, de homem em bicho me acompanha pela vida.
Mas não o medo das ausências materiais, medo de viver no e do lixo como  atualmente vivem milhões de homens, mulheres, idosos, crianças, grávidas espalhados pelos quatros  cantos do mundo. Sem dignidade, marginalizados, vivendo espúria e precariamente, salvando o planeta catando, comendo, reciclando lixo e perdendo a cada segundo sua humanidade; as potencialidades humanas travadas, impedidas, roubadas na exploração predatória da ditadura capitalista.
Milhões e milhões de seres humanos relegados à extrema miséria num mundo onde o poder, o potencial humano rebrilha de forma inimaginável.
Nunca o homem foi tão grande, nunca a capacidade humana foi tão exponencial, nunca as forças essenciais humanas foram tão refulgentes como na atualidade, mas também nunca a miserabilidade, a desumanização do ser do homem atingiu proporções tão gigantescas, grotescas, bizarras e escatológicas.
O mesmo ser que produz riquezas materiais impensáveis trinta anos atrás produz arrasando o humano, a humanidade dos homens, transformando-os em seres inqualificáveis, inferiores até mesmo aos bichos.
Homens que para garantir a mera sobrevivência e acima de tudo a dignidade e a honra de permanecer na espécie humana se sujeita a condições de um trabalho desumanas, escravo de relações abjetas que garantam a reprodução cada vez maior, intensa, global de um mundo de valores invertidos.
Um mundo produtor de mercadorias cada vez mais sem sentido de uso, de utilidade e corrosiva e degeneradora dos valores humanos e da busca por uma humanidade outra em que a lógica da produção não destrua sua principal razão de existência: o homem.
























terça-feira, 8 de setembro de 2015

BRAZIL CORRUPÇÃO: A INVENÇÃO DO BRASIL!

 "L'INVENCIONICE" DU BRÉSIL

Marina da Silva
www.google.com.br/images.

L'invention du Brésil é o título do livro acima, que  não li, mas gostei muito do título! L'invention du Brésil, The real Brazil, é um dos temas mais interessantes para o primeiro mundo desde sempre e agora que o Brasil virou um Bric's com altíssimo crescimento econômico, um mercado consumidor respeitável, de mão-de-obra barata e há bons anos é tema de doutorado em Harvard! Além de ser um celeiro de matérias primas animais, vegetais e principalmente...minerais (leia-se minério de ferro), o sangue hematita que sustenta o crescimento absurdo da China desde os anos noventa e principalmente os primeiros anos do século XXI, com uma breve parada numa crise terrorista, ops, financista em 2015. Se uma borboleta bate asas na China o mundo treme, imagine um "pum" então, abala a economia do mundo!
Mas retornando a invenção do Brasil...
O Brasil já nasceu rico no dia 22 de Abril de 1500 devidamente deitado eternamente em berço esplêndido, um gigante que deixou Pedro Alves Cabral, Pero Vaz de Caminha, jesuítas e outros súditos do rei, degredados, exploradores e gentalha do velho mundo de boca aberta, queixo caído, estáticos, estarrecidos, bege!
www.google.com.br/images."E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção." P. Vaz de Caminha.


"(...) e creia bem por certo que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu" - relata Caminha em carta ao rei - Muita água, muita terra, muito verde, muito céu, o paraíso na terra, um admirável Mundo Novo", completo, cheio de riquezas  e ao alcance das mãos!
Uma terra  desabitada ocupada por "mais de seis milhões de índios, proprietários felizes das terras brasilis". Deslumbrados com os gozos da terra, mas presos aos prazeres da Europa, os que aqui chegaram tinham apenas um objetivo: rapinagem! Apropriar-se das riquezas e ir gastá-las nas cortes europeias com muito luxo e ostentação e sem miséria! 
Uma mentira histórica: os índios brasileiros eram bonzinhos, tinham alma e entregavam o ouro por qualquer espelhinho. A verdade: os indígenas trocavam coisas com os cara-pálidas, experimentavam comidas e bebidas, mas preferiam carne humana, principalmente dos franceses, resistiram o quanto puderam, só que o poder de fogo de Cabral metia medo! A missão de amansá-los veio com jesuítas para a glória do senhor nosso Deus católico apostólico romano e depois com as Entradas e Bandeiras, grupos que receberam a benção do papa e carta branca da Corte portuguesa para invadir, ocupar, resistir e expandir as fronteiras para além do tratado de Tordesilhas! Já a corrupção...não é culpa dos portugueses nem da Dilma, está no DNA daqueles que almejam o poder a qualquer custo!
www.google.com.br/images. Fato!

Cortar, devastar florestas, escavar, esburacar, lavrar, colher, carregar, escravizar ou aniquilar os nativos e tomar: pau-Brasil e inúmeras espécies vegetais e animais, correr atrás do ouro, prata, metais e  pedras preciosas como diamantes, rubis, esmeraldas, etc.
"Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem."
                                                              
www.google.com.br/images

A formação econômica do Brasil foi ensinada em ciclos: pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, borracha, café, indústria, etc. O Brasil era e ainda é um imenso latifúndio escravagista que se formou sobre o trabalho, sangue, suor, crueldades e assassinatos dos negros africanos cativos!
www.google.com.br/images.
Navio negreiro.
Era um sonho dantesco...O tombadilho
que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros...estalar do açoite...
legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar...
...................
Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
Cansado, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre densos nevoeiros:
Vibrai rijo o ochicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!...Castro Alves.SP, 1868.


"Quem me dera ao menos uma vez ter de volta todo ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha." 
Do Engenho da cana-de-açúcar à soja que alimenta gado estrangeiro; do ouro e diamante ao minério de ferro que sustenta o excepcional crescimento econômico da segunda potência econômica do planeta: a China, PIB de mais de 8 trilhões de dólares; o Brasil se firmou na posição reles de exportador de matérias primas e importador manufaturas (de bens da indústria de base), receptor de indústrias sujas (Química, petroquímica) altamente poluidoras e insalubres para a população e planeta! Nos os anos noventa, é a pátria  doadora de terras, isenções fiscais, financiamentos e muitas outras benesses para indústrias limpas...de trabalhadores, por exemplo, a Hyundai, Mercedes, e Peugeot!
www.google.com.br/images. Linha de montagem da Hyundai.

Mais de 500 anos de exploração chegamos ao século XXI entre as 10 potências capitalistas (5ª maior economia)  e país subdesenvolvido, isto é ou veja, hiper concentração de riquezas num grupo de capitalistas socializando a pobreza e miséria para milhões de brasileiros! Num país onde abunda riquezas, a maioria do povo mal tem panos para cobrir as nádegas.

www.google.com.br/images. 99,79%  é a parte comum vermelha que socializa a miséria distribuída para milhões de brasileiros e brasileiras! Roubo e concentração de renda no Brasil é sem miséria!

Administrado por políticos corruptos, corruptores, que mantem relação carnal profunda e fiel com empresários (nativos e/ou estrangeiros) que se fizeram cobrando em ouro o cimento derramado nas obras públicas desde primórdios do século passado, o Brasil  é infestado por essa canalha de locupletadores descarados, ladrões, assaltantes e  políticos chupins e de visão tacanha, uma corja míope que trata a população como vira-latas, mero gado eleitoral, cada qual com seu curral. Mais de 200 milhões de brasileiros cercados nos 27 estados da Federação e Distrito Federal Brasília, a capital do país que foi erguida a base do cimento concretado aqui, ali, acolá e nas super hiper mega plus blaster obras de arte de Oscar Niemeyer, a mais famosa, Brasília!
www.google.com.br/images. "Em geral a arte de governar consiste em tomar tanto dinheiro quanto possível de uma classe e dar para outra". Voltaire (1694-1778).



OPERAÇÃO LAVA JATO, PETROLÃO nada mais é que o CRESCIMENTO EXPONENCIAL da ganância de empresários e/ou políticos  que se apoderaram do estado brasileiro  a partir da  Era Vargas  aos dias atuais e não se contiveram desde meados da década de noventa. Camargo Correa, Odebrechet, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez são empresas que se fizeram imensos monopólios solapando os cofres públicos e deram crias no ramo do petróleo, transportes, portos, aeroportos, enfim, de toda a logística, que consumiu bilhões de dólares nos PAC's (programa de aceleração do crescimento) de 2007, Pac Copa Fifa, Pac Olimpíadas e hoje, agosto de 2015, receberam o anúncio de R$198.400.000,00 bilhões em  LOGÍSTICA, mais um Plano Acelerado de Corrupção com base no cimento, ops, infra-estrutura!
Este crime de corrupção  envolve os principais partidos e políticos no poder desde SEMPRE! José Sarney ficou mais de 50 anos na política e saiu às pressas, como ocorreu com a filha Roseana Sarney, com o vazamento dos crimes investigados pela operação Lava jato da Polícia Federal. PMDB, PP, DEMO's, PSB, PSDB (oriundos do bipartidarismo autoritário ARENA/PMDB e PT fundado nos primórdios dos anos 80. O Partido dos Trabalhadores construiu-se desde então como paladino da honestidade, transparência, representante dos pobres, fracos, da esperança de distribuição de riquezas e terras longe do lema "crescer para depois distribuir", enfim, o partido que afirmava construir um Brasil Para Todos está com as mãos sujas no ouro negro da Petrobras e eternamente em crise adotando o mesmo "remédio amargo", aonde o povo "paga o pato"!
Colônia, império, república, a nação brasileira é agora uma "empreitada" comandada por "Quatro irmãs do concreto" que não apenas decidem o 



www.google.com.br/images. "Que país é esse?"


Orçamento da União como escolhem as obras potenciais de superfaturamento e roubo do dinheiro público e coordenam os poderes Legislativo, executivo e Judiciário. E ainda, distribuindo os cargos do alto escalão, zombando do país do futebol e formando uma Liga Nacional de Corrupção com campeonatos disputados por 16 empresas-filhas e/ou empresas consorciadas "laranjas", fictícias ou não!
No complexo xadrez da divisão internacional de trabalho, o Brasil é mero peão exportador de commodities agrícolas, pecuárias e minerais de baixíssimo valor agregado que submergiu de vez na corrupção após vir a público em 2007, a descoberta dos mega campos petrolíferos e de gás natural da camada pré-sal numa tentativa de assalto aos dados da Petrobras transportados pela  poderosíssima empresa Harllibuton!
Mais do que mero mercado de luxo para poucos e produtos falsetas Made in China para 99% do povão, o Brasil é um país de suma importância geopolítica, geoestratégica e geoeconômica mundial dominado pela corrupção! Tio Sam agradece!
"Criança, não verás país como este! Olha que céu, que mar, que chão" e que classe média falseta, mais uma  "invencionice" forjada a partir dos governos Collor/FHC/Lula/Dilma. A nova classe média C, d, e é tão falsa, pirata e genérica como os produtos R$1,99 que a sustentam; mora em conjuntos habitacionais populares, vilas, favelas e aglomerados de favelas encabrestada pelos vale-leite, vale-gás, vale-um pé de sapato antes e um depois das eleições,  bolsa-escola, e a mais potente canga eleitoral que reuniu todas as esmolas no Bolsa-família!
Ao contrário dos crimes de corrupção e roubo deslavados deflagrados pela Operação Lava jato da PF sobre o desvio e superfaturamento dos custos de obras públicas de infra-estrutura em conluio com grandes empreiteiras, a Nova Classe Média Brasil é só uma "invencionice" eleitoreira de um país inventado com a "descoberta" em 1500 e redescoberto com a farra das obras públicas nos governos FHC/Lula/Dilma (1994-2015...) fortalecido com lei...dos ADITIVOS!
O que esse povo quer? Arroz, feijão, saúde e educação! Ah... pede trabalho, salário, segurança pública que foi substituída por câmeras, tropas de execução oficiais, milícias oficiais e/ou de narcotraficantes! Quer transporte público digno de seres humanos, menos corrupção,  quer "ser feliz e andar tranquilamente na favela", nos bairros, municípios, estados e no país que nasceu ou escolheu para viver!
E a classe média clássica? O que quer a classe média brasileira? Ela quer e precisa de representantes dos seus  desejos, anseios de cidadania e muitas outras queixas, mas traduz como todas as sua necessidades, desejos anseios em: Fora Dilma! Fora Lula e leve o PT junto! A culpa é da Dilma! 



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

BRAZIL: RUMOREJANDO COM JUCA [JOSÉ ZOKNER]


RUMOREJANDO

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.

Constatação I (De uma quadrinha aparentemente matemática).
A resolução
Daquela equação
Das brigas do casal
Acabou no hospital.*
*Foi uma briga administrativa. Eles eram irmãos e os donos e
 gestores do hospital. Também Rumorejando pensou que era um
 casal, constituído por marido e mulher, que teriam se desentendido
 onde haveria rolado agressões mutuas. Ainda bem! Não foi preciso 
sentir pena deles e dizer coitados...
Constatação II
Surrupiaram o dinheiro da Ong
Com a maior naturalidade
Como numa disputa de pingue-pongue
Como se fosse o jogo da amizade.
Constatação III (Altos e baixos da nobreza).
Por logaritmo,
Tanto decimal,
Como neperiano,
Também por algoritmo
O conde, grande matemático,
Chegou ao resultado
Que nunca mais
Seria amado
Como fora no primeiro ano
Do seu relacionamento matrimonial,
Quando depois de um dia tumultuado,
Estressante e problemático
Ele chegou a casa cansado
Mas ansiado por um antológico,
Nada escatológico,
Evento sexual,
E sem esquecer o dialógico
Cheio de ais
Como jamais.
Ele não havia atinado
Por uma dor de cabeça,
Não necessariamente eventual,
E sim uma constante opcional
Da senhora condessa.
Coitado!
Constatação IV (Meio repetitiva).
E como finalizava suas elucubrações aquele técnico, precisamente 
antes da preleção final, no final do treinamento: 
“Eu preciso dizer para os meus atacantes que é preciso 
ser preciso nas finalizações”.
Constatação V
Era um cara que se achava comedido. Depois de comer 2 pizzas,
 das grandes, acompanhadas de cervejas, pedia, pra contrabalançar,
 adoçante no cafezinho.
Constatação VI
E como apregoava filosófica e didaticamente o obcecado: 
“A gente tem que ser favorável à mudança de posição. 
Afinal, não adianta querer repetir as inesquecíveis emoções 
anteriores porque elas nunca se repetem”.
Constatação VII (De uma dúvida crucial, ou talvez, já há tempo, virou uma obviedade).
Preencher uma lacuna é, nas eleições, votar em branco, ou estragar o voto, 
a fim de que fique bem delineado o repúdio aos candidatos, de modo que 
a soma dos votos em branco e nulo ultrapassem os demais?
Constatação VIII
E já que falamos no assunto, a vantagem de ser septuagenário, 
quase octogenário, ou não é que não se é mais obrigado a votar. 
Claro que o fato se refere às eleições, jamais à opinião em casa que,
 essa, já tem dono, quer dizer dona...
Constatação IX
E já que falamos nesse outro assunto, uma das vantagens de 
ser septuagenário é que a gente, igualmente às grávidas, por exemplo,
 recebe determinadas atenções. Isso não quer dizer que elas, as atenções,
 sejam necessariamente àquelas que se almeja...
Constatação X
E como vivia se justificando o pinguço, citando a frase de um autor 
anônimo, querendo, inclusive, mostrar erudição:
 “A abstinência é uma boa coisa, desde que praticada com moderação”.
Constatação XI (Matemática meio confusa).
O candidato que semeia discórdia na cúpula do seu partido político
 é capaz de colher a simpatia do partido rival e a antipatia no seu 
próprio partido. Portanto, diretamente proporcional num caso
 e inversamente proporcional noutro.
Constatação XII
Do jeito que os decotes estão descendo e as saias subindo, 
logo, logo se poderá divisar o umbigo por qualquer um dos 
lados. Vige!
Constatação XIII
O STJ vetou a aposentadoria
Dos deputados no Paraná?
Era o que o povo queria
Salário? Ora, um caraminguá.
Constatação XIV
Defenestrado
Das suas relações,
O renitente obcecado,
Um poço de bravata
E convencimento,
Sentiu-se totalmente
Desiludido
Um falido
Aristocrata
Ao ficar sem as suas funções
E se sentiu completamente
Fo, digo, perdido,
Tão-somente.
Coitado!
Constatação XV (Ah, esse nosso vernáculo).
Eu sabia que eu sabia quem é esse tal de Marcos que escrevi o 
seu telefone nesse papel. Eu só não sabia que não sabia que ia me 
esquecer tão facilmente.
Constatação XVI
Tirou a prova dos nove
Do seu parco salário:
O patrão não demove
De ficar milionário.
Constatação XVII
E como dizia aquele deputado adepto da Teoria da Relatividade:
 “É muito melhor ter desvio de conduta do que desvio de status”.
Constatação XVIII
Deu certa vez na mídia: Em dois anos, políticos que concorreram 
às eleições enriqueceram 46%, segundo levantamento da Transparência 
Brasil, Organização Não-Governamental (ONG) voltada para o
 combate à corrupção”. Alguma surpresa, prezados leitores?
Constatação XIX
Não se pode confundir climático com cinemático, muito embora o aquecimento climático esteja nos levando de modo cinemático 
ligeiro para o caos total. A recíproca pode ser verdadeira, como por
 exemplo, o caso de um relacionamento amoroso com, pelo menos, 
beijos e abraços que pode conduzir a um esquema climático que de
 caos não tem absolutamente nada...
Constatação XX
Não se pode confundir tradição “confuncional” com traição confusional
até porque o primeiro ocorre, normalmente, na China e o segundo,
 comumente, em qualquer país do mundo, muito provavelmente, também
 na China. A recíproca é como é e tá acabado. 
Tenho – explícitamente – dito.
Constatação XXI
E como poetava a popozuda:
“Numa casca de banana,
Escorreguei
Foi a terceira, na semana,
E não me machuquei.
A poupança que alguém abana
É de boa madeira-de-lei”.
Constatação XXII
Depois de tomar um daiquiri
Andei fabulando por aí
Que o Paraná será o campeão
Voltando pra primeira divisão.
Constatação XXIII (Epitáfio).
Aqui jaz um destemido
Que nunca dobrou a coluna
Nem num jogo onde havia perdido
Toda sua imensa fortuna.
Constatação XXIV
Quando a gatona recusou o convite do obcecado para irem para
 um motel, sob a alegação que ela só iria depois das bênçãos dos 
sagrados laços do matrimônio, ele retrucou incontinente:
“Mas você ainda tem ideias medievais obscurantistas, retrógradas, 
anacrônicas, reacionárias, tradicionalistas, conservadoras em plena 
época da liberação feminina?” E completou com dicção, voz empolada,
 com afetação de candidato no palanque: “Liberação não é libertinagem!”
Constatação XXV (Via pseudo-haicai).
Fecho a porta, lá, no motel
E, a sós com ela, até rememoro
Que existe o bom Papai Noel.
Constatação XXVI
E como elucubrava o septuagenário, ex-sexagenário, quinquagenário, etc.: 
“Depois de certa idade a gente tem o direito de adquirir determinadas manias,
 inclusive e até o de ser um pouco, não mais que um pouco, gagá”.
Constatação XXVII
Tem gente que nasce para f. com a paciência alheia; tem gente que vive se f; 
tem gente que nunca se f. na vida e tem gente que nunca amou em toda a 
sua vida. Coitados(as).
Constatação XXVIII
Em certos países, os deputados e senadores, também, são politicamente incorretos.
Constatação XXIX
E não se pode confundir decente com docente, até porque o que se
paga a quem é docente, seja a fonte pagadora governo ou particular,
 está longe, muito longe, de ser decente. A recíproca não é necessariamente
 verdadeira. Afinal, nem todo decente ou indecente está ligado à docência.
 Basta ver o que tem acontecido no Executivo, Legislativo e Judiciário 
de certos países...
Constatação XXX (De uma dúvida crucial).
Será que os passageiros de disco voador, lá na terra deles, têm atrasos
 nos aeroportos iguais aos aeroportos dos terráqueos? Quem já foi
 abduzido ou convidado gentilmente e deu uma volta num, assim 
chamado, objeto voador não identificado, por favor, cartas a este 
assim chamado escriba, através do blog http://rimasprimas.blogspot.com/ 
 para esclarecer aos nossos prezados leitores que se interessam pelo assunto. 
Muito obrigado.
Constatação XXXI (Para os amigos Carlos Coas, 
Marcelino Melhoreto, Flavio Vermelho Freitas Filho,
 Vitor Marcassa [In memoriam]).
Um sujeito lá do nordeste,
Nascido em Pernambuco
Não um cabra da peste,
Tampouco um cafajeste
Muito bem-educado,
Contudo algo ousado,
Me provocou,
Me desafiou
Para jogar um truco,
Aprendido não em Cabul,
Porém aqui no sul
Onde se tem sempre jogado.
Por modéstia,
Não vou comentar o resultado
Porém o cara anda com moléstia
Totalmente desorientado,
Perdeu até o rebolado
E aquele ar entojado.
Coitado!
Constatação XXXII (De mais uma dúvida crucial).
Será que somente em nosso país é que existe brasileiros que gostam 
de jarro onde podem pôr a pata, digo, a mão? Quem souber a resposta,
 por favor, comunicar este assim chamado escriba (nunca é demais repetir), 
através do blog (www.rimasprimas.blogspot.com). Obrigado pela atenção!
Constatação XXXIII
Não se pode confundir embate com empate, até porque nem todo
 embate acaba em empate. No caso do meu time, o Paraná, se a
 partida acabar em empate já representará uma grande vitória...
Constatação XXXIV
Quando o obcecado convencido leu na mídia as declarações do jogador
 Gabriel Jesus, autor de golaços nos dois últimos jogos do seu time,
 “que quer se tornar ídolo do Palmeiras”, comentou, dizendo:
 “Tornar-se ídolo em qualquer ramo da atividade humana não é tarefa 
das mais fáceis. O difícil está no desempenho e no empenho com que
 a gente se dedica àquilo que é do seu maior interesse”. E concluiu:
 “Tenho dito, como sempre escuto algum discurso ou lendo uma
 determinada coluna”...
Constatação XXXV
E como elucubrava aquele obcecado que não vinha ultimamente 
pegando bulhufas: “O médico é a sentinela da nossa saúde; o médico
 veterinário, da saúde dos nossos animais, mormente, os de estimação;
 a fofoqueira é a sentinela das virtudes das filhas das suas vizinhas; 
a sogra, dos genros e noras; o governo é a sentinela e extorsivo dos
 nossos impostos, principalmente o de renda. Cadê a nova sentinela do
 meu pobre e sofrido coração?”

RICOS & POBRES
Constatação I
Rico faz cruzeiros pelo mundo; pobre, tá perdido no mundo.
Constatação II
Rico emigra para investir numa filial no exterior; pobre, em busca de 
oportunidade de trabalho.
Constatação III
Rico come finas iguarias; pobre, gororoba.
Constatação IV
Rico apara a barba e o bigode; pobre, junta apara de papel.
Constatação V
Rico é perseverante; pobre, hesitante.
Constatação VI
Rico tem saliva; pobre, cuspe (Perdão, leitores).
Constatação VII
Rico dialoga; pobre, discute.
Constatação VIII
Rico é discreto; pobre, afetado.
Constatação IX
Rico é apaixonado; pobre, galinha.
Constatação X
Rico refocila*; pobre é preguiçoso.
*Refocilar = Descansar; repousar.


domingo, 6 de setembro de 2015

BRAZIL: "A LOUCURA DO TRABALHO"

DÉCIMO TERCEIRO ANDAR
Marina da Silva
Seis horas e Leléu chegou ao trabalho. Olhou o porteiro de soslaio, chamou o elevador para subir até umas das varas do décimo terceiro andar. Vinte e seis anos, o mesmo ritual, agora penoso, irritava-o.
Fingiu ler algo e quando a porta abriu esgueirou-se para o fundo, pálido, estranho, a pasta colada ao corpo apertou nervoso o botão para fechamento rápido. Sentiu que não mais respirava, o coração não batia, apenas doía-lhe muito.
Dezessete anos atrás era a vida de Leléu muito diferente. Entrara como porteiro na Justiça, carteira assinada, dedicação total ao trabalho. Conseguiu em dez anos tornar-se funcionário concursado; trabalhava numa vara trabalhista com processos, conversando com juízes e advogados e com colegas de serviço de formação superior e gabaritada. Ainda nos tempos de porteiro, Leléu andava empertigado, terno verde-musgo, rádio na mão para as patrulhas de segurança nos andares, sempre cordial, solícito. Tinha vinte e cinco anos, trabalhava e fazia Direito a noite. Muito inteligente teve seus esforços recompensados.
Filho único, órfão, morava com a mãe, dois cães e alguns canários numa kitnet alugada no centro da cidade. Nos anos noventa, Leléu virou técnico judiciário empossado numa vara onde aprendeu rápido o trabalho, sentindo prazer em tudo e sendo citado como modelo de funcionário público.  Pontual, assíduo, dedicado, atendia com presteza, oferecia ajuda e tinha paciência com novatos, algo raro no serviço público. Por esse tempo ganhou uma gratificação superior ao próprio salário e economizando disciplinadamente, conseguiu comprar uma casa e financiar outro imóvel pensando num futuro, casado e pai de família.
Foi nesse período que a saúde da mãe passou a lhe dar cuidados. Bem instalada, pegou mania de ir a médicos sem a menor necessidade, inventando doenças crônicas incuráveis nunca comprovadas. Tornou-se autoritária, ciumenta, exigente.  Leléu foi abrindo mão de tudo e vivia aprisionado entre a mãe e o trabalho que se transformava radicalmente. Informatização e as reformas do governo, todas prejudiciais aos trabalhadores, arrocho da renda,  despotismo de chefias mergulhadas no discurso “flexibilidade” e trabalho em equipe, enrijeceram as relações e condições de trabalho. Missão, metas, gestão estratégica, qualidade total, gestão de competências e de pessoas (mas perpetuando o nepotismo), um discurso apropriado da administração empresarial engolfou uma instituição pública criada para dirimir conflitos do trabalho. Tudo isso gerou instabilidade, surto de aposentadorias desfalcando o  “Team” das varas.  Leléu penou com a sobrecarga de trabalho, metas absurdas e redução do salário. Muitos como ele perderam a gratificação, ficaram endividados, adoeceram, principalmente por alcoolismo, depressão, problemas osteomusculares [Ler, Dort].
A pressão por resultados e a imposição de metas virou ordem do dia em pilhas de processos acumulados. Muitos sentiram a compressão, poucos ousaram expressá-la, milhares se entristeceram, um grande número adoeceu e Leléu, medalhista, funcionário-padrão, esmoreceu. Morria sofrendo em silêncio e agonia a renda rebaixada, a gratificação usada para exploração e assédio moral.
O silêncio de Leléu juntou-se ao silêncio geral, morreram os sorrisos, o bom dia e gestos educados. Uma peste contaminava, envenenava e emudecia em prol das metas para as vistas do Conselho Nacional de Justiça. Bate papo e cafezinho foram condensados em uns três “hum, hã, ah”; somente o cigarro e o banheiro não podiam ser controlados.
Leléu não percebeu quando a bebida de hábito virou vício. Apenas sentira, de anos para cá, que necessitava da bebida todos os dias e bebia no escuro de uma cantina italiana fumando o pensamento embotado. Aos quarenta e dois anos sentia-se acabado. Não comia e nem dormia como antes. Passava noites a fio trabalhando para dar conta do serviço, fumando, bebendo, pensando continuamente no trabalho acumulado, nas metas. Nunca mais recebeu elogio, placa, presente de servidor-padrão. Agora era um reles colaborador da Justiça trabalhista.
Passou a andar desleixado, sujo, desgrenhado. Doíam-lhe os dentes, os maxilares; as gengivas sangravam um hálito podre.  A empregada notou que o moço arrumara costumes esquisitos: troca e uso de muitos celulares e a mania de escrever e ler cartas escondido. Um dia sem porque Leléu entrou no banheiro e ligou para o celular que sempre deixava sobre a mesa ao lado do retrato da mãe.
 “Seo Leogildo!
 Leléu atravessou a sala e foi atender num canto isolado, escondido atrás dos arquivos. Ninguém prestou atenção a este ato até virar rotina. Mas várias vezes o surpreenderam excitado, os olhos vidrados, os lábios umedecidos.
“Deve ser mulher!”
As conversas eram breves, mas deixava Leléu transfigurado, a produtividade alta. A montanha de processos despencava, sendo devastada na inútil ilusão de ver um trabalho infindável terminado.
As quartas após o almoço Leléu despachava uma carta. Aos sábados esperava ansioso, suando excessivamente a resposta da carta. Apossava descontrolado das correspondências trancando-se no quarto, sentido suas carnes trêmulas de ansiedade. Três anos e o mesmo ritual e ninguém ousava perturbá-lo. Ele pegava sôfrego o envelope, abria-o devagar, os olhos brilhantes, bêbados, um sorriso estranho nos lábios. Então apertava as folhas contra o peito e depois lia emocionado.
Na segunda-feira foi trabalhar todo arrumado, barbeado, perfumado, usando suas melhores roupas. Parecia decidido, encontro marcado. Colocou a pasta na mesa, tirou a carta, aproximou-se da janela e...
 Leléu
 Gostaria de  te encontrar bem, feliz, cheio de novidades, enamorado. Mas sei que é esperança vã. A vida que tu levas é muito pouco humana. Aliás, não é vida e nada tem de humano. Tu desaprendestes a viver. Este silêncio que te cala o peito, emudece e anuvia teu ser é um fardo muito pesado. Precisas arranjar uma saída dentro de ti que te deixe escapar, libertar tua alma. Viver é correr o risco da vida. É isso, aquilo e mais e tudo! Quanta vida tu desperdiças esvaziando-a na cachaça quando podias abocanhá-la nas boas coisas da vida. Lembra-te do teatro, das viagens ao exterior, dos vinhos e livros? Lembra-te que um dia sonhastes em ser pai e quisestes construir o teu ninho? Como se chamava aquela que seria tua esposa? Júlia, Luana, Marina?
Ah! Quanta energia preciosa, quanta vida consomes nessa papelada inútil, aborrecida, sem fim. Acorda! Toma as rédeas de tua vida! Não deixes tua vida te escapar! Reajas, grites, quebres tua mesa, ateie fogo nesses processos inúteis que roubam o vigor da tua alma e te empobrece o espírito, faz teus dias infelizes. Abandones tudo imediatamente!  Onde tu ficastes? Quando deixastes de viver?  Para onde foi teu orgulho de competente funcionário público? Quando foi que envenenaram e transformaram de agradável e gratificante em um inferno dantesco o teu trabalho? Tudo mudou amigo, é hora de mudares também. Tua cabeça está destroçada. Tu és a “barata” de Kafka. Fujas! Ah se eu fosse tu! Ah se tu fosses igual a mim! Colocavas um fim em tudo com um tiro ou te atiravas daí agora...Num vôo tranqüilo para a liberdade!

Marina da Silva