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terça-feira, 13 de novembro de 2012

BRAZIL: RUMOREJANDO COM JOSÉ[JUCA] ZOKNER

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
Depois que ela
Me abandonou
E a nossa paixão,
“Nosso eterno amor”’
Tantas vezes jurado,
Em beijo sem fim
Tão
Apaixonado,
Gorou,
Soçobrou,
Só ficou
Muita dor*
Muito esplim**.
Coitado,
De mim!
*Perdão, prezados leitores, de mais uma vez rimar dor com amor, porém ninguém é de ferro.
**Esplim = “Tédio de tudo; melancolia (Aurélio).
Constatação II
Sugestão de nomes aos nossos prezados leitores que pretendem abrir um hotel para cães: Solar (ou Recanto, ou Pousada, ou Retiro) da Fidelidade (ou Lealdade). De nada!
Constatação III (Guerras e eternas guerras dessa Humanidade insolúvel).
A caravana passa,
Os cães ladram,
Em muitas praças.
Os homens bradam
E não são só ameaças.
Cão que late,
Às vezes, morde
Doidamente,
Qual orate*,
Loucamente.
E matam...
Humanidade,
Acorde!
Chega de iniquidade!
*Orate = substantivo masculino
indivíduo louco, sem juízo, tresloucado; doido, idiota, louco (Houaiss).
Constatação IV
Entrou,
Em casa, sorrateiro,
Às quatro da manhã
E a mulher, acordada,
Bradou,
Bem ligeiro:
“Ficou tantã,
O truqueiro”.
Coitada!
Constatação V
E como dizia aquele eminente e famoso causídico, muito convicto, muito senhor de si mesmo, se achando o rei das cocadas pretas, brancas, amarelas, enfim indiferente das suas cores: “Data vênia e salvo pior juízo, mas o meu nobre colega, meritíssimo, cometeu na sua peroração uma infinidade de erros em gênero, número e grau, como, por exemplo, chamar Vossa Magnificência de “meritrissimo”.
Constatação VI
Quando a televisão se pôs a passar os “melhores momentos” das partidas de futebol entre Brasil e China, Brasil e Iraque e Brasil e Japão, sobreveio a dúvida – não necessariamente crucial – “se esses foram os melhores momentos, como será que foram os piores?” Me refiro aos nossos adversários, é claro...
Constatação VII
Em certos países, a impressão que se tem é que nos banheiros públicos existe o seguinte aviso “Deixe este local como você não gostaria de encontrá-lo”.
Constatação VIII
Ele ficou pasmo.
Depois de 90 anos
O primeiro orgasmo
.– Ou seria espasmo? –
Há tempos nos seus planos,
Eternamente elaborado,
Planejado,
Arquitetado.
Aí, ela ficou pasma,
Espantada,
Assombrada,
Admirada.
Após 80 anos,
Parecia coisa de fantasma,
Salvo maiores enganos.
Depois
Os dois,
Que sofriam de asma,
Acharam que orgasmo era miasma*
E tiveram que fazer cataplasma.
Coitado!
Coitada!
*Miasma = substantivo masculino
1 Rubrica: história da medicina.
emanação a que se atribuía, antes das descobertas da microbiologia, a contaminação das doenças infecciosas e epidêmicas
2 exalação pútrida que emana de animais ou vegetais em decomposição
3 Derivação: sentido figurado.
sensação de ansiedade opressora ou dificuldade de respirar; asfixia, sufocação, mal-estar (Houaiss).
Constatação IX (De uma dúvida crucial).
De matemática
Toda resolução
É dilemática
Com ou sem solução?
Constatação X
Foi a meio-soprano
Que, numa queixa
Disse para o tenor:
“Você ta meio insano
Me propondo meio amor.
Assim, por esse meio,
Você me deixa
De saco cheio.
Lembre: Eu não sou gueixa”.
Constatação XI
Me atolei
Em paixões cálidas.
As gatas,
Inicialmente
Todas beatas,
Deixei,
Tão-somente,
Exangues, pálidas,
Lívidas,
Amarelas,
Sem que fossem orientais.
Por elas,
Tão belas,
Tão singelas
Afundei
Em dívidas.
Daí, sem reditos,
Sem créditos
Não me safei.
Então, chorei
Todos os meus ais
Como jamais.
Constatação XII
A gente não deveria ser necrófobo que quer dizer medo da morte ou dos mortos; a gente, hoje em dia, fica é com medo dos vivos. Vige!
Constatação XIII
Deu na mídia, mais precisamente no Estadão: “HAVANA - O governo de Cuba anunciou nesta terça-feira, 16 de outubro, que eliminará as principais restrições para que seus cidadãos possam deixar o país. A nova lei entra em vigor a partir de 14 de janeiro de 2013, mas garante às autoridades da ilha o direito de restringir a saída dos habitantes do país e a emissão de passaportes – cujo preço deverá dobrar, para cerca de US$ 100. Data vênia, como diriam nossos juristas, mas Rumorejando toma a liberdade de sugerir respeitosamente: O último que sair que apague a luz...
Constatação XIV
Também deu na mídia, também mais precisamente no Estadão: “BRASÍLIA - Numa sessão esvaziada, a Câmara aprovou nesta quarta-feira, em votação simbólica, projeto de resolução que torna oficial a "gazeta" dos deputados às segundas e sextas-feiras. Incluído às pressas na pauta, a proposta alterou o regimento interno da Câmara, que previa a realização de sessões ordinárias durante os cinco dias da semana. Agora, com a nova redação, as sessões ordinárias serão realizadas apenas entre terça e quinta-feira. As votações de projetos só ocorrem em sessões ordinárias ou extraordinárias - estas última pode ser convocada a qualquer momento pela presidência da Câmara”. Data vênia, como diriam nosso juristas, mas Rumorejando acha que se eles eliminarem todos os dias da semana sairá mais em conta para o nosso país porque eles não poderão legislar em causa própria como vem acontecendo com freqüência tal que já virou rotina. Esses caras não têm vergonha nas retro mencionadas caras. Vige!
Constatação XV
Se o preço da liberdade é a eterna vigilância, o preço da libertinagem é a eterna ganância? Ou a eterna militância?
Constatação XVI (De uma dúvida crucial).
Quando os locutores esportivos que estão transmitindo ou comentando um lance de uma partida de futebol dizem que “o chute do Fulano pegou na orelha da bola” quer dizer que foi um pé de ouvido? Quem souber a resposta, por favor, etc.
Constatação XVII (De razões e proporções matemáticas).
A poção mágica, que o druida Panoramix prepara, está para o Asterix, assim como o chimarrão está para este assim chamado escriba. Donde se infere que “este assim chamado escriba” é igual a Asterix multiplicado por chimarrão, dividido pela poção mágica do druida. Elementar, meu povo.
Constatação XVIII
Quando o marido, recém casado, passou por uma casa de comércio, cujo nome era “A Poderosa”, conjecturou: “Puxa vida, eu não sabia que a minha mulher tinha mais uma fonte de renda além de ser professora primária. Vige!”
Constatação XIX
E como elucubrava o obcecado: “A notoriedade é uma espécie de imã. Ela atrai pessoas que querem ficar próximos das, digamos, gentes notórias, dos famosos; ter sua amizade; ser íntimo delas, amantes e assim por diante”.
Constatação XX
Foi o cajado que disse para a bengala: “Nossa função é altruísta. Salvo quando a gente é usado para bater em alguém, exceto quando fomos usados para acertar um tal de José Dirceu. Vige”.
Constatação XXI (Vige!).
Deu na mídia, mais precisamente na Gazeta do Povo do dia 22 de outubro próximo passado: “Em meio à escassez de mão de obra qualificada, contingente de jovens que não estudam nem trabalham aumentou entre 2000 e 2010. Quase 20% estão nessa situação. Era de se esperar que, com o crescimento do mercado de trabalho e alguns avanços na educação, o quadro tivesse melhorado desde o censo anterior, de 2000. Mas ocorreu o oposto. O contingente de jovens que não estudam nem trabalham até aumentou: em 2000 eles eram 4,8 milhões, ou 18,2% do total, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, pouco mais de 5,3 milhões de pessoas com idade entre 18 e 25 anos, o equivalente a 19,5% dos brasileiros dessa faixa não trabalha nem estuda”. Data vênia,como diriam nossos juristas, mas Rumorejando fica matutando que se os jovens, que são considerados ‘pessoas não economicamente ativas’, como de fato são, o que é que eles ficam fazendo se não trabalham nem estudam? Será que se dedicam a joguinhos? Ficam tomando drogas? Papai e mamãe que os sustentam? Ou ganham uma cesta básica? Quem souber a resposta, por favor, comentários no blog. Obrigado!
DÚVIDAS CRUCIAIS, VIA PSEUDO-HAICAIS.
Dúvida I
É ser muito enxerido
Querer que todo mundo
Te chame de querido?
Dúvida II
Ela ficava ofegante
De ser beijada
A todo instante?
Dúvida III
A pior de todas as fossas
É quando o teu time perde
E você tem que agüentar as troças?
Dúvida IV
Na rua da Solidão
Andar acompanhado
É caminhar na contramão?
Dúvida V
É falta de lembrança
Dizer que comer muito
É uma destemperança?
Dúvida VI
O amor que parecia perene
Cheio de juras de amor
De repente descambou infrene*?
*Infrene =  adjetivo de dois gêneros
1 desprovido de freio; desenfreado
2 Derivação: sentido figurado.
imoderado, nada contido; destemperado, desordenado (Houaiss).
Dúvida VII
Com todos os efes-e-erres,
Ele, atônito, perguntou:
“E por que não queres?”
Dúvida VIII
Seu olhar triste capiongo,
Ainda que cheio de promessas
Parecia te chamar de mocorongo?
Dúvida IX
É muita ingenuidade
Achar que político
Nunca diz inverdade?
Dúvida X
É muita insistência
Pedir aumento para o patrão
Após oito anos de abstinência?
Dúvida XI
É muita sagacidade
O político satisfazer
Apenas a sua – dele – necessidade?
Dúvida XII
É muita presunção
Querer que o meu Paraná
Venha a ser o campeão?
Dúvida XIII
As eleições para Prefeito Municipal
Mostraram pra gente que, no país,
Como sempre, tudo continua igual?
Dúvida XIV
Fugir da zona de rebaixamento
É, para o sofrido torcedor,
Uma questão não só de momento?
Dúvida XV
É assaz deleitoso e até orgástico,
Para algumas pessoas, cantar loas
Da Globo, o programa Fantástico?
Dúvida XVI
O meu sofrido Paraná ganhar do Barcelona
É tão imaginável, tão exeqüível como cruzar
Com uma senhora bastante idosa atrevidona?
Dúvida XVII
A ONG Liga da Moralidade do Brasil
Desapareceu da vista de todos. Tudo leva
A crer com dinheiro público. Será que sumiu?
Dúvida XVIII
Se um presidente fosse um pênalti bater,
Presidente seja lá do que for.
Será haveria quem por ele iria torcer?
Dúvida XIX
Pelo meu time o sofrido Paraná
Já passaram jogadores de gabarito
E mesmo assim o time ficou onde está?
Dúvida XX
Copiosas lágrimas ele triste e sofrendo derramou
Quando ela já não agüentando mais tantas grosserias
Fez as malas, as  crianças e para casa da mãe se mandou?
Dúvida XXI
O apito daquele juiz de futebol
Soava como o trinado*, o cântico tricórdio**
De um bem-te-vi, de um sabiá e de um rouxinol?
*Trinado - substantivo masculino
2 som melodioso produzido por alguns pássaros; gorjeio, trilo, trino (Houaiss).
Tricórdio = substantivo masculino
Rubrica: música.
instrumento com três cordas (Houaiss).

sábado, 10 de novembro de 2012

BRAZIL: TODO MUNDO ODEIA...JUDEUS?

Um Vestido Novo Para Um Ódio Antigo
Por Pilar Rahola
Segunda-feira à noite, em Barcelona. 
  
No auditorio, uma centena de advogados e juizes.
Eles se encontraram para ouvir minhas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio.
Eles sabem que eu sou um barco heterodoxo, no naufrágio do pensamento único, que reina em meu país, sobre Israel.
Eles querem me escutar.
Alguém razoável como eu, dizem, por que se arrisca a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados?
Eu lhes falo que a verdade é um espelho quebrado, e que todos nós temos algum fragmento. E eu provoco sua reação: "todos vocês se sentem especialistas em política internacional, quando se fala de Israel, mas na realidade não sabem nada.
Será que se atreveriam a falar do conflito de Ruanda, da Caxemira, da Chechenia?". Não. São juristas, sua área de atuação não é a geopolítica. Mas com Israel se atrevem a dar opiniões. Todo mundo se atreve. Por quê?
Porque Israel está sob a lupa midiática permanente e sua imagem distorcida contamina os cérebros do mundo. E, porque faz parte da coisa politicamente correta, porque parece solidariedade humana, porque é grátis falar contra Israel.
E, deste modo, pessoas cultas, quando lêem sobre Israel estão dispostas a acreditar que os judeus têm seis braços, como na Idade Média, elas acreditavam em todo tipo de barbaridades.
Sobre os judeus do passado e os israelenses de hoje, vale tudo.
A primeira pergunta é, portanto, por que tanta gente inteligente, quando fala sobre Israel, se torna idiota.
O problema que temos, nós que não demonizamos Israel, é que não existe debate sobre o conflito, existe rótulo; não se troca ideias, adere-se a slogans; não desfrutamos de informações sérias, nós sofremos de jornalismo tipo hambúrguer, fast food, cheio de preconceitos, propaganda e simplismo.
O pensamento intelectual e o jornalismo internacional renunciaram a Israel.
Não existem. É por isso que, quando se tenta ir mais além do pensamento único, passa-se a ser o suspeito, o não solidário e o reacionário, e o imediatamente segregado.
Por quê?
Eu tento responder a esta pergunta há anos: por quê?
Por que de todos os conflitos do mundo, só este interessa?
Por que se criminaliza um pequeno país, que luta por sua sobrevivência?
Por que triunfa a mentira e a manipulação informativa, com tanta facilidade?
Por que tudo é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos?
Por que as razões de Israel nunca existem?
Por que as culpas palestinas nunca existem?
Por que Arafat é um herói e Sharon um monstro?
Em definitivo, por que, sendo o único país do mundo ameaçado com a destruição é o único que ninguém considera como vítima?
Eu não acredito que exista uma única resposta a estas perguntas.
Da mesma forma que é impossível explicar a maldade histórica do antissemitismo completamente, também não é possível explicar a
imbecilidade atual do preconceito anti-Israel.
Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito.
Se, além disso, nós aceitarmos que ser anti-Israel é a nova forma de ser antissemita, concluímos que mudaram as circunstâncias, mas se mantiveram intactos os mitos mais profundos, tanto do antissemitismo cristão medieval,
como do antissemitismo político moderno.
E esses mitos desembocam no que se fala sobre Israel. Por exemplo, o judeu medieval que matava as crianças cristãs para beber seu sangue, se conecta diretamente com o judeu israelense que mata as crianças palestinas para ficar com suas terras.
 Sempre são crianças inocentes e judeus de intenções obscuras.
Por exemplo, a ideia de que os banqueiros judeus queriam dominar o mundo através dos bancos europeus, de acordo com o mito dos Protocolos (dos Sábios de Sião), conecta-se diretamente com a ideia de que os judeus de Wall Street dominam o mundo através da Casa Branca.
O domínio da imprensa, o domínio das finanças, a conspiração universal, tudo aquilo que se configurou no ódio histórico aos judeus, desemboca hoje no ódio aos israelenses.
No subconsciente, portanto, fala o DNA antissemita ocidental, que cria um eficaz caldo de cultura.
Mas, o que fala o consciente?
Por que hoje surge com tanta virulência uma intolerância renovada, agora centrada, não no povo judeu, mas no estado judeu?
Do meu ponto de vista, há motivos históricos e geopolíticos, entre eles o sangrento papel soviético durante décadas, os interesses árabes, o antiamericanismo europeu, a dependência energética do Ocidente e o crescente fenômeno islâmico.
Mas também surge de um conjunto de derrotas que nós sofremos como sociedades livres e que desemboca em um forte relativismo ético.
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Pilar Rahola I. Martínez Nasceu em 21/10/1958 é jornalista e escritora catalã, com formação política e MP.
Estudou Espanhol e Filosofia Catalã na Universidade de Barcelona. Possui vários livros e artigos publicados, palestrante internacional requisitada pela mídia e universidades, é colunista do La Vanguardia, na Espanha; La Nacion, na Argentina e do Diário da América, nos Estados Unidos.
De 1987 a 1990 Rahola cobriu a Guerra na Etiópia, Guerra dos Balkans, Guerra do Golfo e a Queda do Muro de Berlim como diretora da publicação Pòrtic.

Suas áreas de atuação incluem Direito das Mulheres, Direito Humano
Internacional, e Defesa dos Animais. Nos últimos anos tem exposto seu ponto de vista sobre Israel e o Sionismo.
Entre diversos prêmios recebidos: Doutor Causa Honoris na
Universidade de Artes e Ciência da Comunicação, em Santiago do Chile (2004), pela sua luta em favor dos direitos humanos; Prêmio Javer Shalom, pela comunidade judaica chilena pela sua luta contra o
antisemitismo; Cicla Price (2005), pelo mesmo motivo; Membro de Honra da Universidade de Tel Aviv (2006); Golden Menora entregue pela Bnai Brith francesa (2006); Laureada com o premio Scopus pela
Universidade Hebraica de Jerusalém (2007); participou como convidada de honra em diversas ocasiões, entre elas no AIPAC de Conferência Política (2008); em 2009 recebeu prêmio da Federação das Comunidades Judias da Espanha, Senador Angel Pulido e Prêmio Mídia de Massa pelo Comitê Judaico Americano pela luta pelos Direitos Humanos; A Liga Anti Difamação lhe concedeu o prêmio Daniel Pearl “pela sua dedicação e comprometimento a um jornalismo honesto e responsável baseado em um código de ética e por falar honestamente ao público”; recebeu o prêmio Morris Abram entregue pela UN pela sua defesa aos Direito Humanos, Genebra, 2011, entre outros.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

BRAZIL. BELO HORIZONTE.. WORLD CUP 2014


Rua Itapecirica (*)
                          
     Zé Pi

A Rua Itapecerica linda
Velhos e honrados edifícios  
Deixam flutuar a mente e brinda
Acolhe a todos por dever e ofício

                        Suba e desça a Rua Itapecerica
                        E como rua não esconde nada
                        Mostra carinhosa, o peito e excita
                        Retribua e sorria para a rua amada














Andei sem me cansar da rua
Nem tão velha, tem rugas de velhas ricas
Reta e curva tornam sua rima nua
Nem pobre, nem rica, só Itapecerica



Talvez abandonada, esconda
Jardins e flores que o perfume indica
Onde muitos ali se amam sem vergonha
De se deixar amar na Rua Itapecerica.
Zé Pi
*Rua Itapecerica, Belo Horizonte. Minas Gerais.Brasil. Um patrimônio tratado como lixo...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OS MUITO FEIOS QUE ME PERDOEM...

APARÊNCIAS ENGANAM

www.google.com.br/images. O poeta Vinícius de Moraes.
Receita de mulher
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República [Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Qu tudo isso seja belo.


Sérgio Antunes de Freitas

Contam uma história, lá na minha terra, de um tempo próximo ao meio do século passado.
Um homem, com aquela condenada barriguinha de cerveja, se encontrava encostado em um poste, por volta do meio-dia, sem perceber que estava na frente de uma escola infantil.
Uma jovem senhora, já no final da gravidez, chegou ao local e perguntou a ele: - O Senhor também está esperando criança?
Ele, passando a mão na própria barriga, respondeu: - Não, minha Senhora, eu sou assim mesmo!

                                    

  www.google.com.br/imageskkkkkkkkkkkkk


Na história da civilização, os conceitos estéticos da moda já condenaram a magreza, os seios pequenos, o nariz grande, a careca. A gordura abdominal é a bola da vez.
 De qualquer modo, a vaidade com o próprio corpo é importante, pois, a reboque, vêm os cuidados com a saúde.
Também, todos devem se preocupar com a própria imagem, para agradar a si mesmos e aos outros, pois esses, para usar um termo da moda, são os clientes de nossa boa aparência.
Dia desses, li uma reportagem na qual informavam terem desenvolvido um aplicativo para computadores que media a beleza facial das pessoas.
Partindo do princípio de que a beleza é percebida a partir de relações geométricas, os pesquisadores buscaram um modelo matemático para analisar as faces dos indivíduos e atribuir uma nota, variando de zero a dez.
Certamente, as mais belas espécies humanas, de acordo com os padrões atuais, serviram para a aferição das fórmulas.
Na mesma reportagem, davam alguns exemplos de atores e atrizes de cinema que haviam obtido notas maiores que nove.
A coisa parecia funcionar mesmo.
                                                     
                                 www.google.com.br/imagens. FAUSTÃO antes e depois!
Curioso, resolvi descobrir qual nota eu ganharia no teste. Afinal, mamãe dizia que eu sempre fui lindo!
Demorei, mas escolhi uma foto em que eu parecia um gato, de acordo com os meus atuais padrões de beleza.
Como todos se acham bonitos, fiz uma auto-crítica e achei que seria razoável uma nota sete ou ótima uma nota oito. Tudo bem! Não tão gato assim e já com a pelugem meio esbranquiçada, mas ainda bebendo leite e miando com força.
Coloquei a foto na tela do computador e segui os procedimentos.
Marquei com pontos as extremidades inferiores das orelhas e do nariz. Outros pontos foram dispostos no centro dos olhos e cantos da boca,
Tudo marcado com precisão, sobrancelhas, testa etc., cliquei no botão virtual para saber o resultado.
A nota foi negativa! Pôxa! Nem um quatro e meio, pensei.

                             
www.google.com.br/images.  Brad Pitt, ator hollywwodiano sexy simbol!

Ora, isso não poderia acontecer, pois fugiria à proposta da escala de notas, como eu havia lido, de zero a dez.
Tentei mais uma vez. Número negativo novamente!
Insisti outras vezes e, com pequenas variações, lá aparecia o tracinho desolador de menos.
Desisti, mas fiquei invocado. Qual seria a falha na estrutura do aplicativo que causava o problema?

"Software de reconhecimento facial pode medir a beleza dos rostos"

                      
http://www.computacaoemalta.com/2011/08/software-de-reconhecimento-facial-pode.html. "Desenvolvido na Universidade de Barcelona em conjunto com a Universidade de Princeton, o programa de computador tem a habilidade reconhecer rostos, mas com a adição de algoritmos especiais capazes de usar as medidas faciais para dizer se seu dono é mais ou menos bonito, inteligente, extrovertido, influente e até maldoso".



Recorri a um amigo que trabalha nos altos níveis da informática, com excelentes conhecimentos de cálculo, relações matemáticas aplicadas à sua área e todo um arsenal de informações que o tornam competentíssimo nessa área profissional.
Depois de quinze minutos de exposição do caso, dando-lhe a saber do ocorrido, o cretino, menosprezando meu problema, sugeriu: - Por que você não tenta pelo sistema de cotas?

Sérgio Antunes de Freitas
28 de outubro de 2012