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terça-feira, 16 de abril de 2019

BRAZIL: AMAR TEMPO CONSERVADOR

CAVALEIRO ERRANTE
Marina da Silva

Você me pede o impossível
Quer que eu te fira sabendo que posso te ferir profundamente.
Que importa a mim 
Se antes veio Luisa, Helena, Geiciane, Maria Clara, Maria Laura, Araci?
Oh meu bom José, e agora?
Eu não sou Dulcinéa nem Aurora ou Jasmine.
Eu sou tua aqui e agora no tempo presente contínuo
E te amo eternamente.
E tal qual o poeta Vinicius de Morais
Sou fiel, amante ardente e dedicada ao nosso amor
Enquanto ele dure...
Não me cobres o passado
Este tempo passou.
Não me peça nomes, quantidades, valores, uma tabela periódica tóxica e radiativa. É tão quixotesco.
Eu te amo no presente meu cavaleiro errante
Que surfa nas redes sociais à procura de dragões ciberespaciais no meu  Facebook, What'sApp e Instagran.
Sei que vive intranquilo querendo certezas na incertitude e finitude da vida.
Carpie diem amor meu; a vida é muito curta para desperdiçá-las com rusgas inúteis.
Vejo sempre sua mágoa, tristeza e raiva
Nas seguidas mensagens apagadas nos "zapis" que envia a mim.
Um rastro enciumado, desconfiado, querendo decifrar minhas senhas e vasculhar minha vida no ciberespaço.
Eu confio em ti, mas a senha do meu celular,  do meu computador 
É a construção da minha individualidade,
É minha liberdade de ser eu e me dar inteira nas relações com a vida.
Não exija jamais tal prova castradora de paixão e de amor.
Não quero tua senha, pois sei  que você é o amor da minha vida.
Acredito e aposto na força do amor.
Eu te amo tanto, não gosto de te ver  assim, querendo prova de amor
encriptada numa senha.
Minha senha é conquista universal, mais que minha é do gênero feminino.
Luta pela liberdade, luta por direitos sociais, trabalhistas.
Luta pelo direito de viver, de amar, desamar sem sofrer violências e assassínios.
Senha de um gênero massacrado, inferiorizado, vilipendiado,  escravizado, estuprado, assassinado cruelmente por vinte e um séculos em nome do pai, filho e de todos os homens por séculos amém.
Uma senha contra a castidade hipocritamente forjada na prisão da castidade e do lar.
Cintos de castidade, cordas, correntes, surras e mordaça.
Menina de uso, menina para casar
Mulher linda, recatada e do lar que só pode viver vigiada, trancada, quarto, cozinha, sala de jantar e senha compartilhada.
Te amo tanto, mas não me peça números nem senhas.
Eu não sou uma mulher apenas
Eu sou a mulher e sua luta histórica contra o jugo patriarcal, senhorial, machista, misógino.
Quantos homens eu tive?
Que te importas se qualquer número que te fale, fatalmente vai te ferir, magoar, e dar início a mais um briga inútil,
Desgastante, agastante que me rende inquieta e disposta a desistir?
Eu te amo e te aceito.
Pouco me importa as mulheres que teve ou que vieram antes de mim...
Meu cavaleiro errante, suspeitas, questionamentos, intrigas são teus
moinhos de ventos metamorfoseados em terríveis dragões.
Eu te aceito e te quero muito como és, mas cuidado...a fila anda!
Não estorve a paciência da mulher.

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