"UMA TEORIA DE CONSPIRAÇÃO"
Sérgio Antunes de Freitas
Bolsonaro disse que não está preparado para ser Presidente da República, mas que Deus irá prepará-lo. É verdade que não está preparado nem Deus vai perder seu divino tempo com isso, pois é tarefa menor. É tarefa para professores, por exemplo. Mas também isso não será necessário para o verdadeiro escalão em que ele deverá atuar.
Em uma escala de poder no próximo Governo, em primeiro lugar, quem já está mandando é o Estado Maior das Forças Armadas, daí os vacilos do Capitão em nomeações e discursos. – Isso nããããão, Capitão! As Forças Armadas foram perfeitas em uma estratégia praticamente de guerra. No momento certo da campanha, tomaram as rédeas e deixaram o alvo se expor. E deve continuar assim, os militares ficam com os méritos do que der certo e o Jair leva as pancadas e os xingamentos. A imagem dos militares, abalada depois de 1964, já estava melhorando, enquanto eles estiveram cumprindo rigorosamente seus papéis institucionais. Agora, pode melhorar mais, ou piorar, mas isso dependerá de suas ações.
Em segundo lugar, o poder está com Trump, que lhe serve como exemplo e ameaça pela força bélica. Os militares, cuja maioria se posiciona como amigos dos Estados Unidos, também não ficarão contra nossos irmãos norte-americanos que, na verdade, só tem interesses, como já disseram.
Em terceiro lugar, o poder estará com os Ministros do Supremo Tribunal Federal, que já tem o Presidente eleito como refém, devido aos processos contra ele. Mas só usarão isso se não forem atendidos em seus pleitos e com a anuência dos militares.
Paralelamente, como todos os Presidentes, ele deverá obedecer à Segurança Presidencial e ao Cerimonial. Acho que esse será o nível dele.
Também deverá ser muito cordial com o Ministério Público, senão poderá ter problemas menores, mas desconfortáveis.
Ainda deverá ser generoso com os empresários que financiaram sua campanha, legal ou ilegalmente, e também com as igrejas que o apoiaram de diversas formas.
Com o Congresso, deverá ter algumas quedas de braço. E o balcão deverá ser o palco principal, embora sem transparência. Corrupção sempre existiu e continuará existindo.
Voltando ao poder principal, se botar as asinhas de fora, achando que ainda está em campanha e pode falar o que vem à cabeça, dança. E a Presidência da República subirá de patente!
Vamos reconhecer que isso tudo tem algumas vantagens! Os militares, em princípio, são legalistas e defensores da Constituição. Não permitirão que um capitão afronte a Carta Magna ou que leve à frente as ameaças inconstitucionais que declarou em sua vida.
Para seus eleitores, mesmo tirando os crentes - em WhatsApp, os odientos e outros grupos sem muita cidadania e cultura, uma boa parte continuará contente mesmo assim, pois acredita que um regime autoritário, direto ou indireto, será bom para o país. E se forem ordeiros, sentirão a liberdade e a segurança, desde que adstritos à vontade dos poderosos.
Portanto, um regime autoritário pode não ser tão ruim, embora deva trazer retrocessos em muitas áreas.
Nessa minha teoria de conspiração, explico que há dois tipos de regimes: o autoritário e o libertário. Fico sempre com esse último, comum aos povos desenvolvidos.
Sérgio Antunes de Freitas.
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