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domingo, 10 de abril de 2011

"NÉ BRINQUEDO NÃO!"

A LOUCURA DO TRABALHO

 Fonte: http://ciceroart.blogspot.com/2008_09_01_archive.htmls

Marina da Silva
“Médicos e professores encabeçam a lista de agressões no trabalho” - parece manchete de jornal sensacionalista de país “subdesenvolvido terceiro mundista” como o Brasil, mas o quadro acima se remete à Espanha, nação do “primeiro mundo desenvolvido” europeu. Esta é a triste realidade que vem enfrentando médicos e professores em Espanha_ informa o jornal La vanguardia. “Os professores não são os únicos que sofrem um aumento de contatos de violência no local de trabalho”. A violência só muda de cenário, ou melhor, tem crescido cada vez mais em hospitais e clínicas de urgência. “Antes os pacientes perguntavam por sua doença, agora exigem saber por que a tem” desabafa Chistina Lhena. Para Ana Fort, professora, o aumento das agressões físicas e/ou verbais aos mestres é reflexo “da perda de autoridade dos docentes”.
      Fonte:  http://crikasene.blogspot.com/2010/10/ser-professor-hoje.html

Mas urge ir mais profundo e apreender e compreender este fenômeno, não restrito a Espanha, onde uma mãe foi julgada e condenada “a dois anos de prisão por agredir a professora de sua filha”. A violência na Espanha é assustadora, embora “casos extremos não sejam tão freqüente: os trabalhadores “além de lidar diretamente com aqueles considerados seus clientes diretos, pacientes e alunos, têm que suportar também insultos, desprezo e cara feia de pais de alunos e familiares do paciente”.
No Brasil, trabalhar como cuidador _ palavra infeliz e abjeta, que vem sendo usada displicentemente para se referir aos profissionais da saúde e educação_ em escolas (incluso jardins de infância), postos de saúde, unidades ambulatoriais de emergência, pronto socorros e hospitais está se tornando uma loucura! Aqui o quadro é aterrador! Destruir e assaltar escolas e unidades de saúde, destruir e lesar o patrimônio dos profissionais, ameaçar e assediar (agressões físicas e psicológicas) e assassinatos de trabalhadores são fatos corriqueiros na mídia, notícia 1,99 com direito a BBB no youtube!
                               Fonte:  /http://jccavalcanti.files.wordpress.com/2007/10/classes-sociais.jpg

Como, quando, onde tudo começou? Qual o porquê da corrosão do sistema educacional e da saúde? Quais os sinais e sintomas de adoecimento das relações médico/paciente/família, professores/alunos/pais passaram despercebidos pela sociedade civil? E o Estado, por que se cala? Como reverter este quadro?
Na Espanha há pelos menos uma década “se aprecia um notável crescimento das agressões, tanto físicas quanto verbais, tanto de pacientes como por parte de seus familiares”. No Brasil a deterioração do sistema de saúde e educação pode ser rastreada no início dos anos oitenta: precarização (estrutura física, material), falência do sistema de ensino e saúde, desvalorização das atividades, rebaixamento salarial, descaso e desprezo por estas atividades, adoecimento dos trabalhadores, aumento do absenteísmo, perda de autoridade, humilhações, desmotivação, etc. No final dos anos 80 em Minas Gerais, professores, a maioria mulheres, era um “bando de mal amadas que sustentavam maridos” e médicos eram sal: “branquinho barato e em todo canto se acha”, nas palavras do governador e seus secretários.
Na mídia e em discursos eleitoreiros, médico e professor são profissões “sagradas”, ”saúde e educação as questões mais importantes da sociedade” e é esta sacralização que garante a exploração e precarização das condições e relações de trabalho e a sujeição de médicos e professores a ambientes cada vez mais insalubres, perigosos, humilhantes e adoecedores em troca de uma vaga no céu! Basta!
Sou professor da rede estadual há oito anos e ocupo dois cargos como professor desde 2005. A partir do ano que vem mudarei de carreira e, infelizmente, largarei a profissão que um dia imaginei que desempenharia e que seria aquela que me realizaria como profissional e ser humano.Estou cansado de ser tratado como um lixo pela política educacional (ou pela falta dela)... Sem um plano de carreira, sem condições de trabalho dignas, lidando semanalmente com mais de mil alunos (21 turmas x 50 alunos), recebendo um salário ridículo, sem nenhum benefício, tendo que pagar para tomar conta dos carros da escola, comprar água, sem horário para refeição, sofrendo com a violência por parte da comunidade (já levei tiros em porta de escola e fui agredido e presenciei agressões aos meus colegas), sem um apoio pedagógico realmente eficaz, entre muitos outros fatores”.  Desabafo de Márcio Ferro, comentando o artigo “Uma greve contra os pobres” de Gilberto Dimenstein, publicado na Folha de São Paulo em 09-03-10, o jornal mais importante do país!

AOS FAMILIARES DAS CRIANÇAS: DEUS LHES DARÁ  FORÇA, AMOR E LUZ PARA SEGUIR EM FRENTE.

"Uma grande tragédia aconteceu nesta quinta feira 07/04, um homem que abriu fogo em uma escola em Realengo, na Zona Oeste do Rio, o atirador foi identificado pela polícia local como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos. Segundo informações da Polícia Militar, ele era ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira.
De acordo com o coronel Djalma Beltrami, Wellington deixou uma carta no local. O coronel avalia que a carta tinha inscrições “complicadas”.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, 11 pessoas morreram e 18 ficaram feridas. O Relações Públicas da Polícia Militar, coronel Ibis Pereira, confirmou que o atirador morreu."


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. eu como professora, bem sei o quanto a violencia e o descaso da familia nos prejudica em nosso trabalho. Muito triste, porque ninguem em sã consciencia resolve ser professor para ganhar rios de dinheiro, faz por idealismo, por amor a profissão ou insanidade, kkkk. Mesmo assim, nao merecemos a violencia que somos submetidos

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  3. Muito interessante verificar que é justamente contra os profissionais que cuidam que a violência é maior. Não seria de se esperar que a população valorizasse esses profissionais? Será que isso acontece por acaso? Claro que não, a população está repetindo o descaso que se verifica no poder público. Baixo investimento na saúde e na educação, formando uma sociedade doente, desinformada e frágil, muito fácil de se enganar e governar.

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