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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

BRAZIL: RUMOREJANDO COM JUCA [JOSÉ ZOKNER]


RUMOREJANDO

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.

Constatação I (De uma quadrinha aparentemente matemática).
A resolução
Daquela equação
Das brigas do casal
Acabou no hospital.*
*Foi uma briga administrativa. Eles eram irmãos e os donos e
 gestores do hospital. Também Rumorejando pensou que era um
 casal, constituído por marido e mulher, que teriam se desentendido
 onde haveria rolado agressões mutuas. Ainda bem! Não foi preciso 
sentir pena deles e dizer coitados...
Constatação II
Surrupiaram o dinheiro da Ong
Com a maior naturalidade
Como numa disputa de pingue-pongue
Como se fosse o jogo da amizade.
Constatação III (Altos e baixos da nobreza).
Por logaritmo,
Tanto decimal,
Como neperiano,
Também por algoritmo
O conde, grande matemático,
Chegou ao resultado
Que nunca mais
Seria amado
Como fora no primeiro ano
Do seu relacionamento matrimonial,
Quando depois de um dia tumultuado,
Estressante e problemático
Ele chegou a casa cansado
Mas ansiado por um antológico,
Nada escatológico,
Evento sexual,
E sem esquecer o dialógico
Cheio de ais
Como jamais.
Ele não havia atinado
Por uma dor de cabeça,
Não necessariamente eventual,
E sim uma constante opcional
Da senhora condessa.
Coitado!
Constatação IV (Meio repetitiva).
E como finalizava suas elucubrações aquele técnico, precisamente 
antes da preleção final, no final do treinamento: 
“Eu preciso dizer para os meus atacantes que é preciso 
ser preciso nas finalizações”.
Constatação V
Era um cara que se achava comedido. Depois de comer 2 pizzas,
 das grandes, acompanhadas de cervejas, pedia, pra contrabalançar,
 adoçante no cafezinho.
Constatação VI
E como apregoava filosófica e didaticamente o obcecado: 
“A gente tem que ser favorável à mudança de posição. 
Afinal, não adianta querer repetir as inesquecíveis emoções 
anteriores porque elas nunca se repetem”.
Constatação VII (De uma dúvida crucial, ou talvez, já há tempo, virou uma obviedade).
Preencher uma lacuna é, nas eleições, votar em branco, ou estragar o voto, 
a fim de que fique bem delineado o repúdio aos candidatos, de modo que 
a soma dos votos em branco e nulo ultrapassem os demais?
Constatação VIII
E já que falamos no assunto, a vantagem de ser septuagenário, 
quase octogenário, ou não é que não se é mais obrigado a votar. 
Claro que o fato se refere às eleições, jamais à opinião em casa que,
 essa, já tem dono, quer dizer dona...
Constatação IX
E já que falamos nesse outro assunto, uma das vantagens de 
ser septuagenário é que a gente, igualmente às grávidas, por exemplo,
 recebe determinadas atenções. Isso não quer dizer que elas, as atenções,
 sejam necessariamente àquelas que se almeja...
Constatação X
E como vivia se justificando o pinguço, citando a frase de um autor 
anônimo, querendo, inclusive, mostrar erudição:
 “A abstinência é uma boa coisa, desde que praticada com moderação”.
Constatação XI (Matemática meio confusa).
O candidato que semeia discórdia na cúpula do seu partido político
 é capaz de colher a simpatia do partido rival e a antipatia no seu 
próprio partido. Portanto, diretamente proporcional num caso
 e inversamente proporcional noutro.
Constatação XII
Do jeito que os decotes estão descendo e as saias subindo, 
logo, logo se poderá divisar o umbigo por qualquer um dos 
lados. Vige!
Constatação XIII
O STJ vetou a aposentadoria
Dos deputados no Paraná?
Era o que o povo queria
Salário? Ora, um caraminguá.
Constatação XIV
Defenestrado
Das suas relações,
O renitente obcecado,
Um poço de bravata
E convencimento,
Sentiu-se totalmente
Desiludido
Um falido
Aristocrata
Ao ficar sem as suas funções
E se sentiu completamente
Fo, digo, perdido,
Tão-somente.
Coitado!
Constatação XV (Ah, esse nosso vernáculo).
Eu sabia que eu sabia quem é esse tal de Marcos que escrevi o 
seu telefone nesse papel. Eu só não sabia que não sabia que ia me 
esquecer tão facilmente.
Constatação XVI
Tirou a prova dos nove
Do seu parco salário:
O patrão não demove
De ficar milionário.
Constatação XVII
E como dizia aquele deputado adepto da Teoria da Relatividade:
 “É muito melhor ter desvio de conduta do que desvio de status”.
Constatação XVIII
Deu certa vez na mídia: Em dois anos, políticos que concorreram 
às eleições enriqueceram 46%, segundo levantamento da Transparência 
Brasil, Organização Não-Governamental (ONG) voltada para o
 combate à corrupção”. Alguma surpresa, prezados leitores?
Constatação XIX
Não se pode confundir climático com cinemático, muito embora o aquecimento climático esteja nos levando de modo cinemático 
ligeiro para o caos total. A recíproca pode ser verdadeira, como por
 exemplo, o caso de um relacionamento amoroso com, pelo menos, 
beijos e abraços que pode conduzir a um esquema climático que de
 caos não tem absolutamente nada...
Constatação XX
Não se pode confundir tradição “confuncional” com traição confusional
até porque o primeiro ocorre, normalmente, na China e o segundo,
 comumente, em qualquer país do mundo, muito provavelmente, também
 na China. A recíproca é como é e tá acabado. 
Tenho – explícitamente – dito.
Constatação XXI
E como poetava a popozuda:
“Numa casca de banana,
Escorreguei
Foi a terceira, na semana,
E não me machuquei.
A poupança que alguém abana
É de boa madeira-de-lei”.
Constatação XXII
Depois de tomar um daiquiri
Andei fabulando por aí
Que o Paraná será o campeão
Voltando pra primeira divisão.
Constatação XXIII (Epitáfio).
Aqui jaz um destemido
Que nunca dobrou a coluna
Nem num jogo onde havia perdido
Toda sua imensa fortuna.
Constatação XXIV
Quando a gatona recusou o convite do obcecado para irem para
 um motel, sob a alegação que ela só iria depois das bênçãos dos 
sagrados laços do matrimônio, ele retrucou incontinente:
“Mas você ainda tem ideias medievais obscurantistas, retrógradas, 
anacrônicas, reacionárias, tradicionalistas, conservadoras em plena 
época da liberação feminina?” E completou com dicção, voz empolada,
 com afetação de candidato no palanque: “Liberação não é libertinagem!”
Constatação XXV (Via pseudo-haicai).
Fecho a porta, lá, no motel
E, a sós com ela, até rememoro
Que existe o bom Papai Noel.
Constatação XXVI
E como elucubrava o septuagenário, ex-sexagenário, quinquagenário, etc.: 
“Depois de certa idade a gente tem o direito de adquirir determinadas manias,
 inclusive e até o de ser um pouco, não mais que um pouco, gagá”.
Constatação XXVII
Tem gente que nasce para f. com a paciência alheia; tem gente que vive se f; 
tem gente que nunca se f. na vida e tem gente que nunca amou em toda a 
sua vida. Coitados(as).
Constatação XXVIII
Em certos países, os deputados e senadores, também, são politicamente incorretos.
Constatação XXIX
E não se pode confundir decente com docente, até porque o que se
paga a quem é docente, seja a fonte pagadora governo ou particular,
 está longe, muito longe, de ser decente. A recíproca não é necessariamente
 verdadeira. Afinal, nem todo decente ou indecente está ligado à docência.
 Basta ver o que tem acontecido no Executivo, Legislativo e Judiciário 
de certos países...
Constatação XXX (De uma dúvida crucial).
Será que os passageiros de disco voador, lá na terra deles, têm atrasos
 nos aeroportos iguais aos aeroportos dos terráqueos? Quem já foi
 abduzido ou convidado gentilmente e deu uma volta num, assim 
chamado, objeto voador não identificado, por favor, cartas a este 
assim chamado escriba, através do blog http://rimasprimas.blogspot.com/ 
 para esclarecer aos nossos prezados leitores que se interessam pelo assunto. 
Muito obrigado.
Constatação XXXI (Para os amigos Carlos Coas, 
Marcelino Melhoreto, Flavio Vermelho Freitas Filho,
 Vitor Marcassa [In memoriam]).
Um sujeito lá do nordeste,
Nascido em Pernambuco
Não um cabra da peste,
Tampouco um cafajeste
Muito bem-educado,
Contudo algo ousado,
Me provocou,
Me desafiou
Para jogar um truco,
Aprendido não em Cabul,
Porém aqui no sul
Onde se tem sempre jogado.
Por modéstia,
Não vou comentar o resultado
Porém o cara anda com moléstia
Totalmente desorientado,
Perdeu até o rebolado
E aquele ar entojado.
Coitado!
Constatação XXXII (De mais uma dúvida crucial).
Será que somente em nosso país é que existe brasileiros que gostam 
de jarro onde podem pôr a pata, digo, a mão? Quem souber a resposta,
 por favor, comunicar este assim chamado escriba (nunca é demais repetir), 
através do blog (www.rimasprimas.blogspot.com). Obrigado pela atenção!
Constatação XXXIII
Não se pode confundir embate com empate, até porque nem todo
 embate acaba em empate. No caso do meu time, o Paraná, se a
 partida acabar em empate já representará uma grande vitória...
Constatação XXXIV
Quando o obcecado convencido leu na mídia as declarações do jogador
 Gabriel Jesus, autor de golaços nos dois últimos jogos do seu time,
 “que quer se tornar ídolo do Palmeiras”, comentou, dizendo:
 “Tornar-se ídolo em qualquer ramo da atividade humana não é tarefa 
das mais fáceis. O difícil está no desempenho e no empenho com que
 a gente se dedica àquilo que é do seu maior interesse”. E concluiu:
 “Tenho dito, como sempre escuto algum discurso ou lendo uma
 determinada coluna”...
Constatação XXXV
E como elucubrava aquele obcecado que não vinha ultimamente 
pegando bulhufas: “O médico é a sentinela da nossa saúde; o médico
 veterinário, da saúde dos nossos animais, mormente, os de estimação;
 a fofoqueira é a sentinela das virtudes das filhas das suas vizinhas; 
a sogra, dos genros e noras; o governo é a sentinela e extorsivo dos
 nossos impostos, principalmente o de renda. Cadê a nova sentinela do
 meu pobre e sofrido coração?”

RICOS & POBRES
Constatação I
Rico faz cruzeiros pelo mundo; pobre, tá perdido no mundo.
Constatação II
Rico emigra para investir numa filial no exterior; pobre, em busca de 
oportunidade de trabalho.
Constatação III
Rico come finas iguarias; pobre, gororoba.
Constatação IV
Rico apara a barba e o bigode; pobre, junta apara de papel.
Constatação V
Rico é perseverante; pobre, hesitante.
Constatação VI
Rico tem saliva; pobre, cuspe (Perdão, leitores).
Constatação VII
Rico dialoga; pobre, discute.
Constatação VIII
Rico é discreto; pobre, afetado.
Constatação IX
Rico é apaixonado; pobre, galinha.
Constatação X
Rico refocila*; pobre é preguiçoso.
*Refocilar = Descansar; repousar.


domingo, 6 de setembro de 2015

BRAZIL: "A LOUCURA DO TRABALHO"

DÉCIMO TERCEIRO ANDAR
Marina da Silva
Seis horas e Leléu chegou ao trabalho. Olhou o porteiro de soslaio, chamou o elevador para subir até umas das varas do décimo terceiro andar. Vinte e seis anos, o mesmo ritual, agora penoso, irritava-o.
Fingiu ler algo e quando a porta abriu esgueirou-se para o fundo, pálido, estranho, a pasta colada ao corpo apertou nervoso o botão para fechamento rápido. Sentiu que não mais respirava, o coração não batia, apenas doía-lhe muito.
Dezessete anos atrás era a vida de Leléu muito diferente. Entrara como porteiro na Justiça, carteira assinada, dedicação total ao trabalho. Conseguiu em dez anos tornar-se funcionário concursado; trabalhava numa vara trabalhista com processos, conversando com juízes e advogados e com colegas de serviço de formação superior e gabaritada. Ainda nos tempos de porteiro, Leléu andava empertigado, terno verde-musgo, rádio na mão para as patrulhas de segurança nos andares, sempre cordial, solícito. Tinha vinte e cinco anos, trabalhava e fazia Direito a noite. Muito inteligente teve seus esforços recompensados.
Filho único, órfão, morava com a mãe, dois cães e alguns canários numa kitnet alugada no centro da cidade. Nos anos noventa, Leléu virou técnico judiciário empossado numa vara onde aprendeu rápido o trabalho, sentindo prazer em tudo e sendo citado como modelo de funcionário público.  Pontual, assíduo, dedicado, atendia com presteza, oferecia ajuda e tinha paciência com novatos, algo raro no serviço público. Por esse tempo ganhou uma gratificação superior ao próprio salário e economizando disciplinadamente, conseguiu comprar uma casa e financiar outro imóvel pensando num futuro, casado e pai de família.
Foi nesse período que a saúde da mãe passou a lhe dar cuidados. Bem instalada, pegou mania de ir a médicos sem a menor necessidade, inventando doenças crônicas incuráveis nunca comprovadas. Tornou-se autoritária, ciumenta, exigente.  Leléu foi abrindo mão de tudo e vivia aprisionado entre a mãe e o trabalho que se transformava radicalmente. Informatização e as reformas do governo, todas prejudiciais aos trabalhadores, arrocho da renda,  despotismo de chefias mergulhadas no discurso “flexibilidade” e trabalho em equipe, enrijeceram as relações e condições de trabalho. Missão, metas, gestão estratégica, qualidade total, gestão de competências e de pessoas (mas perpetuando o nepotismo), um discurso apropriado da administração empresarial engolfou uma instituição pública criada para dirimir conflitos do trabalho. Tudo isso gerou instabilidade, surto de aposentadorias desfalcando o  “Team” das varas.  Leléu penou com a sobrecarga de trabalho, metas absurdas e redução do salário. Muitos como ele perderam a gratificação, ficaram endividados, adoeceram, principalmente por alcoolismo, depressão, problemas osteomusculares [Ler, Dort].
A pressão por resultados e a imposição de metas virou ordem do dia em pilhas de processos acumulados. Muitos sentiram a compressão, poucos ousaram expressá-la, milhares se entristeceram, um grande número adoeceu e Leléu, medalhista, funcionário-padrão, esmoreceu. Morria sofrendo em silêncio e agonia a renda rebaixada, a gratificação usada para exploração e assédio moral.
O silêncio de Leléu juntou-se ao silêncio geral, morreram os sorrisos, o bom dia e gestos educados. Uma peste contaminava, envenenava e emudecia em prol das metas para as vistas do Conselho Nacional de Justiça. Bate papo e cafezinho foram condensados em uns três “hum, hã, ah”; somente o cigarro e o banheiro não podiam ser controlados.
Leléu não percebeu quando a bebida de hábito virou vício. Apenas sentira, de anos para cá, que necessitava da bebida todos os dias e bebia no escuro de uma cantina italiana fumando o pensamento embotado. Aos quarenta e dois anos sentia-se acabado. Não comia e nem dormia como antes. Passava noites a fio trabalhando para dar conta do serviço, fumando, bebendo, pensando continuamente no trabalho acumulado, nas metas. Nunca mais recebeu elogio, placa, presente de servidor-padrão. Agora era um reles colaborador da Justiça trabalhista.
Passou a andar desleixado, sujo, desgrenhado. Doíam-lhe os dentes, os maxilares; as gengivas sangravam um hálito podre.  A empregada notou que o moço arrumara costumes esquisitos: troca e uso de muitos celulares e a mania de escrever e ler cartas escondido. Um dia sem porque Leléu entrou no banheiro e ligou para o celular que sempre deixava sobre a mesa ao lado do retrato da mãe.
 “Seo Leogildo!
 Leléu atravessou a sala e foi atender num canto isolado, escondido atrás dos arquivos. Ninguém prestou atenção a este ato até virar rotina. Mas várias vezes o surpreenderam excitado, os olhos vidrados, os lábios umedecidos.
“Deve ser mulher!”
As conversas eram breves, mas deixava Leléu transfigurado, a produtividade alta. A montanha de processos despencava, sendo devastada na inútil ilusão de ver um trabalho infindável terminado.
As quartas após o almoço Leléu despachava uma carta. Aos sábados esperava ansioso, suando excessivamente a resposta da carta. Apossava descontrolado das correspondências trancando-se no quarto, sentido suas carnes trêmulas de ansiedade. Três anos e o mesmo ritual e ninguém ousava perturbá-lo. Ele pegava sôfrego o envelope, abria-o devagar, os olhos brilhantes, bêbados, um sorriso estranho nos lábios. Então apertava as folhas contra o peito e depois lia emocionado.
Na segunda-feira foi trabalhar todo arrumado, barbeado, perfumado, usando suas melhores roupas. Parecia decidido, encontro marcado. Colocou a pasta na mesa, tirou a carta, aproximou-se da janela e...
 Leléu
 Gostaria de  te encontrar bem, feliz, cheio de novidades, enamorado. Mas sei que é esperança vã. A vida que tu levas é muito pouco humana. Aliás, não é vida e nada tem de humano. Tu desaprendestes a viver. Este silêncio que te cala o peito, emudece e anuvia teu ser é um fardo muito pesado. Precisas arranjar uma saída dentro de ti que te deixe escapar, libertar tua alma. Viver é correr o risco da vida. É isso, aquilo e mais e tudo! Quanta vida tu desperdiças esvaziando-a na cachaça quando podias abocanhá-la nas boas coisas da vida. Lembra-te do teatro, das viagens ao exterior, dos vinhos e livros? Lembra-te que um dia sonhastes em ser pai e quisestes construir o teu ninho? Como se chamava aquela que seria tua esposa? Júlia, Luana, Marina?
Ah! Quanta energia preciosa, quanta vida consomes nessa papelada inútil, aborrecida, sem fim. Acorda! Toma as rédeas de tua vida! Não deixes tua vida te escapar! Reajas, grites, quebres tua mesa, ateie fogo nesses processos inúteis que roubam o vigor da tua alma e te empobrece o espírito, faz teus dias infelizes. Abandones tudo imediatamente!  Onde tu ficastes? Quando deixastes de viver?  Para onde foi teu orgulho de competente funcionário público? Quando foi que envenenaram e transformaram de agradável e gratificante em um inferno dantesco o teu trabalho? Tudo mudou amigo, é hora de mudares também. Tua cabeça está destroçada. Tu és a “barata” de Kafka. Fujas! Ah se eu fosse tu! Ah se tu fosses igual a mim! Colocavas um fim em tudo com um tiro ou te atiravas daí agora...Num vôo tranqüilo para a liberdade!

Marina da Silva


sábado, 29 de agosto de 2015

CORRUPÇÃO CPMF: TUDO QUE VEM TEM VOLTA!

CPMF? E POR QUE  NÃO? 
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www.google.com.br/images. Sim. A CULPA É DA DILMA!
Marina da Silva

Nascida IPMF- Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras através de uma emenda constitucional em julho de 1993 e com prazo de extinção para o mesmo ano em que entrou em vigor, 1994, subtraía 0,25% em todas movimentações financeiras e ficou nacionalmente conhecida como o “imposto do cheque” do governo social democrata de FHC, o Fernando Henrique, doutor honoris causa desgraça, miséria e empobrecimento da nação brasileira, além de roubar o funcionalismo público, e destruir, ops, flexibilizar as leis trabalhistas fortalecendo a Terceirização desenfreada!
Em 1996 ressurgiu travestida de “Contribuição” provisória – lei 9311/96 cheia de boas intenções e belos objetivos: sacar 0,2% de todas as movimentações financeiras e aplicá-los totalmente na saúde. Até doutor Jatene, um dos idealizadores do imposto, acreditou! Em junho de 1999, atendendo pelo nome CPMF, uma contribuição teoricamente provisória, além de não diminuir ou expirar, ganhou fôlego e passou a garfar 0,38% sendo prorrogada até 2002. 
              
www.google.com.br/images. "Na Corruptolândia, capital Corruptília, não haverá honestidade, logo não haverá pobres, pois pobre é que tem mania de ser honesto, assim como honesto tem a desgraça de ser pobre. E eu quero que pobre se exploda!" DEPUTADO JUSTO VERÍSSIMO,  PERSONAGEm DE CHICO ANYSIO.


Agora além da farsa da destinação para a saúde, a contribuição prolongava-se permanentemente para combater a pobreza no país, que não é pouca, e de quebra salvar a Previdência Social, que, diga-se de passagem, tem sobras, isto mesmo, de muitos bilhões de reais anuais (50-60 Bi), dados de Denise Gentil, economista e professora do Instituto de Economia-UERJ. Em março de 2007 a economista demonstrou que a Previdência é um sistema superavitário desde 1990 e que discurso do eterno déficit da Previdência Social é falácia e não cola mais! 

(...) verifica-se que a Seguridade Social, segundo dados apresentados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP)[1] , obteve no ano de 2010 um superávit de R$ 58 bilhões, sendo que esse valor nos últimos cinco anos é estimado em R$ 100 bilhões. Dessa forma, fica fácil perceber, à luz do que estabelece a Carta Magna, que o pretenso déficit da previdência é inexistente. O que existe, muito pelo contrário, é um superávit bastante elevado. Eis que surge um segundo questionamento: a quem interessa propalar a divulgação do falacioso déficit da previdência social? A resposta para esse questionamento talvez esteja em seu próprio superávit, uma vez que um montante tão grande de recursos, sem dúvida alguma, atrai atenção de todos os setores da sociedade, sendo certo que com a divulgação do pretenso déficit da previdência, torna-se mais fácil a modificação e substituição da destinação constitucionalmente prevista para os recursos da Seguridade Social." grifos meus

wwww.google.com.br/images.

Em 2001 a CPMF teve uma queda de 0,8% na alíquota que não durou nem três meses, isto porque a queda, na verdade, foi um erro matemático de arredondamento: 0,38% está mais próximo de 0,4%! É uma benção, um pote de ouro no final do arco-íris! Destinada a não passar totalmente, nem perto do Fundo Nacional de Saúde, não encher a bolsa do pobre nem da família. A danada fortificada com os bilhões residuais da Previdência serviu principalmente como moeda para jogos, negociatas e disputas político-partidárias e tudo ao vivo e a cores na mídia.  Extinção em dezembro de 2007 ou prorrogação até 2011? Virou novela... Os municípios queriam 10%, os estados 20% e a União penava para não abrir mão de cerca de R$40 bilhões anuais nos próximos quatro anos, sonhando em gastá-los livremente na manutenção do gado e curral eleitoral PT/PMDBB reeleitos com Lula até 2011.
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www.google.com.br/images. Depois do Mensalão roubar o povo com CPMF é tirar doce de criancinha! Até tu Lula?

O faturamento estava tão alto que se a saúde recebesse sua injeção de 52,6% a qual faz jus (pelo menos no papel), o SUS não mais se chamaria Sistema Único de Sofrimento; a Previdência sem déficit teria seus bilhões de sobras acrescidos de mais 26,3% e os pobres poderiam abrir mão da vergonhosa bolsa-esmola se até eles chegassem os 21,1% em forma de emprego, saúde, previdência social, educação, segurança e outras bagatelas! E finalmente, todos os brasileiros sobretaxados e surrupiados num 0.38%  que cai ininterruptamente sobre qualquer realzinho todos os  dias ficariam imensamente felizes por ajudar a  construir um país para todos...ou quase! Numa jogada para estender a roubalheira sobre os brasileiros, a CPMF atendendo pelo nome de CSS (Contribuição Social da Saúde) tentou após o naufrágio das negociatas voltar com duas importantes missões: a primeira atingida com sucesso, ou seja, dar uma cala-boca na CPI do dossiê FHC. A segunda função, talvez a mais funesta, perpetuar a estatização da pobreza, com migalhas para a saúde, bolsa-esmola para trabalhadores pobres obrigados à violências várias, entre elas, a humilhação de não obter nem metade do salário mínimo que é uma desgraça e rebolar literalmente entre a pobreza e a linha da miséria! 
www.google.com.br/images. Fora Dilma!

Apesar dos imensos esforços e apelos, especialmente do governo Lula, a CPMF foi extinta em 2007 num joguete político visto por muitos como a vitória dos cidadãos contra o Estado: “A prorrogação da CPMF foi descartada na madrugada de 13/12/2007 pelos Senadores de República – fruto da pressão da sociedade contra os males que os governos federais têm trazido à Nação. Dentre os males, o maior é o aumento contínuo da tributação. Todos nós sabemos que mais dinheiro na mão do governo federal implica em maiores corrupções, desperdícios, apadrinhamentos e outros conchavos, que não interessam à população brasileira, somente aos quadrilheiros que se assenhorearam da máquina governamental. Então o prazo expirou, a CPMF acabou e todos viveram felizes para sempre! O problema é que em se tratando de grana fácil e políticos o para sempre dura muitas vezes um quase nada! Novembro de 2010: nem Todos os Santos e muitos menos o dia de Finados conseguiram embotar a eleição da primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff quanto a provável ressurreição da CPMF! Todos os olhos, garras, bolsas, cuecas e meias  da “politicalha” estão voltados  para a recriação do imposto do cheque e  com a maior alíquota possível, afinal se a arrecadação com 0.38% em tempos de vacas magras era estratosférica imagina agora que o Brasil está dando certo! 
www.google.com.br/images. Para Todos, Pureza Total e outras balelas só quem é fanático do PT acredita que no governo o PT não atua conforme a música e rouba conforme o  lava jato!

A maioria dos governadores eleitos, boa parte PT/PMDB/aliados quer a volta do imposto para extorquir cada vez mais os brasileiros. “Apenas seis governadores de oposição - dois do DEM e quatro do PSDB - disseram ser contra a medida. Mesmo assim, um tucano, o mineiro Antônio Anastasia, está entre os 14 que se manifestaram a favor da volta do imposto do cheque.” Super Lula e Dilma já estão com desculpa (abjeta) pronta: afirmam não querer o imposto, mas se os governadores querem...Poupem-nos!
Se o Brasil bate recordes de arrecadação em tudo, inclusive petrorreais dos mega campos petrolíferos e de gás natural do Pré-sal sob monopólio da Petrobras fica uma “dúvida crucial”: por que os cidadãos terão que amargar com mais um imposto que nunca chegará a Saúde (lembre-se que o SUS não faz parte da Família S) se está jorrando bilhões no Brasil e saindo literalmente pelo ladrão das empreiteiras, as quatro irmãs do concreto?
www.google.com.br/images. 



O ponto de ligação nos crimes da Operação Lava jato: são os mesmos políticos sob novas siglas, umas 30 siglas para ARENA E MDB!
www.google.com.br/images


"Brasília, 29 de outubro de 2014Arrecadação de receitas federais chega a R$ 90,722 bilhões em setembro. A arrecadação das receitas federais, administradas pela Secretaria da Receita Federal e de outras receitas recolhidas por Darf ou GPS, porém administradas por outros órgãos, atingiu o valor de R$ 90.722 milhões no mês de setembro de 2014, uma variação real (IPCA) de 0,92% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado janeiro a julho, o valor foi de R$ 862.510 milhões, uma variação real de 0,67% em comparação ao mesmo período de 2013."

"Resultado de agosto foi positivo em R$ 1,6 bilhão Da Redação (Brasília)- Mesmo computando um aumento nas despesas de R$ 1,2 bilhão, o setor urbano do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apresentou, no mês de agosto, um saldo positivo de R$ 1,6 bilhão. A arrecadação foi de R$ 22 bilhões – o segundo maior […]" out.2012

"A empresa pagou, no primeiro semestre de 2014, R$ 8,73 bilhões em dividendos e JCP (juros sobre capital próprio), relativos ao ano de 2013, mostra levantamento da Economática obtido pela Folha. É o maior valor desembolsado com tal rubrica em primeiros semestres."

 








quarta-feira, 26 de agosto de 2015

RUMOREJANDO COM JUCA [JOSÉ] ZOKNER: Rico faz acontecer; pobre faz desaparecer.

RUMOREJANDO

http://rimasprimas.blogspot.com.br/

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
Essas alegações das empreiteiras, dizendo que se não dessem propinas não
 pegariam as obras, lembra as alegações dos nazistas que fizeram o que 
fizeram porque obedeciam as ordens de cima...
Constatação II
Perguntou um velhinho para outro velhinho:
-“Como foi de Paris?”
Respondeu o outro velhinho para o um velhinho:
-“Mal. Muito mal”.
-“Mal, por quê?”
-“Porque Paris induz ao amor! E eu já não dou mais no couro”.
-“Ah, bom, quer dizer, ah ruim. É mesmo. Eu também tô fora do 
sublime esquema. Até já havia me esquecido...”
Constatação III (De conselhos úteis rimados).
Nunca meta o bedelho,
Onde você não é chamado
Você arrisca de ser apodado
Sua Excelência o senhor pentelho.
Constatação IV
Deu na mídia, mais precisamente no site do Estadão: “Adoniram 
e os cachorros. Sambista cuidava deles como se fossem filhos”.
 Alguma dúvida?
Constatação V
Quando a minha mulher me diz algo com falta de respeito, com desrespeito
 eu faço de conta que não me diz respeito.
Constatação VI
Não se pode confundir enfestado que o dicionário Houaiss dá como:
“Adjetivo. 2. Bras. Fig. De compleição robusta; dobrado, reforçado”
 com enfezado, até porque se o cara for enfestado não convém, 
por razões óbvias, deixá-lo enfezado. A recíproca até pode ser 
verdadeira, pois um cara contrariado e, consequentemente
enfezado pode se por a comer, como compensação, por exemplo,
 chocolate, ficando, em consequência enfestado.
Constatação VII
E também não se pode confundir nariz empinado com bumbum empinado,
 senão vejamos: Nariz empinado, no caso de verbo pronominal, se refere a “ensoberbecer-se, enfatuar-se, empavonar-se” (Houaiss) e, no presente caso
 do bumbum, como adjetivo quer dizer “direito, erguido, levantado” (Houaiss). Elementar minha gente!
Constatação VIII
O meu grande amigo e ex-colega do BADEP – Banco de Desenvolvimento
 do Paraná S.A., Renato Emilio Coimbra, lamentavelmente já falecido, um 
dia, após ler o jornal, me perguntou o que queria dizer Yom Kipur. –“É o 
dia do Perdão”, respondi. “Nesse dia, os religiosos vão à sinagoga, a fim 
de pedir perdão a Deus pelos pecados cometidos durante o ano”. 
E a pergunta veio rápida: “E chega só um dia?”...
Constatação IX
Cada vez que um novo governo assume a liderança do nosso país e
 novos deputados, senadores e demais são eleitos, tem-se a impressão
 que o pessoal vem com o intuito de que “agora é a nossa vez”*.
*Fica a critério dos meus prezados leitores a interpretação do que se
 refere a tal da “nossa vez”...
Constatação X
E como elucubrava aquele obcecado: “A erectilidade é tão importante, 
se não mais, do que a liberdade, igualdade, fraternidade da revolução francesa”.
Constatação XI
Não se pode confundir Hong Kong com King Kong, muito embora 
Hong Kong possua prédio alto, como Nova Iorque, que King Kong 
podia alcançar como ficou provado no filme realizado no país que
 é a maior potência do Planeta.
Constatação XII
E, ainda, não se pode confundir chuncho com funcho, até porque 
funcho é uma erva aromática que, evidentemente, cheira bem e
 chuncho sempre envolve determinado tipo de erva que cheira mal,
 muito mal...
Constatação XIII (Perdão, antecipadamente, caros leitores, 
por Rumorejando se ocupar desses assuntos).
Não se pode confundir ocupado com culpado, até porque o cidadão
 que tenha ocupadoo banheiro público, anteriormente às necessidades
 de quem veio depois, não é culpadopelos apuros de quem vem a posteriori eventualmente ocasionado. A recíproca é como é. Tenho espontânea e
 didaticamente dito.
Constatação XIV (De matemática concernente ao bem-bom).
Dependendo da idade da parceira e da gente mesmo, espelho no teto
 não resolve o objetivo colimado. Há que se valer dos remédios.
 Diretamente proporcional, portanto.
Constatação XV
Deu na mídia: “Vítimas de violência sobrecarregam hospitais no país”. 
Data vênia como diriam nossos juristas, mas Rumorejando acha que 
as cadeias, nem tanto...
Constatação XVI (De diálogos repetitivos, passíveis de mal entendido).
-“Doutor. O senhor não acha que essa minha dor de cabeça pode ser algum
 tumor que eu tenha na cabeça?”
-“Não. Eu acho que o senhor botou minhoca na cabeça”.
Constatação XVII (De diálogos políticos mentirosos 
[político mentiroso é pleonasmo...]).
-“Deputado. Não tenho lhe visto mais na nossa rua”.
-“É que mudei de casa”.
-“Quer dizer que não somos mais vizinhos?”
-“Ah! Isso não. Gente como vocês serão sempre meus vizinhos, 
porque morarão, eternamente, junto ao meu coração”.
Constatação XVIII
Errar é humano; perdoar é induzir a pessoa que errou novamente
 ao erro...
Constatação XIX (De diálogos matrimoniais).
Comentou a paulista pro marido, depois de ouvir o noticiário 
na televisão:-“A Polícia apreendeu, aqui em São Paulo, mais de
 11,5 milhões de produtos falsificados, importados sem nota fiscal. 
A maior parte, veio da China”.
Disse o marido, sem tirar os olhos da página esportiva, quando o
 Corinthians estava ameaçado de rebaixamento como de fato veio 
a acontecer, lá por meados de 2007:
-“É. Parece que nisso nós também somos bons. E a China, hein? 
Anda estourando a sua – dela – balança de pagamentos em matéria 
de exportação”.
Constatação XX
Não se pode confundir opacidade, que o dicionário Houaiss define 
como “qualidade, estado ou propriedade do que é opaco; ausência de transparência”, com capacidade, até porque muito deputado e senador 
que, no seu mandato passa numa opacidade total, tem a capacidade
 de faturar uma nota alta, usando o que instituíram ser de direito através
 dos seus altos proventos – ainda que à custa do povo –, acrescido de 
outros negócios não necessariamente transparentes. A recíproca não é 
verdadeira. Tem gente que, com sua elevada capacidade, recebe 
proventos compatíveis a ela. Como exemplo, os ganhadores de prêmios
 científicos, literários, artísticos, etc.
Constatação XXI (“Poesia”, dedicada aos jovens da atualidade).
Era um sujeito empírico
Metido a satírico.
Livro, nunca havia lido
Sem, da vista, ter sofrido.
O máximo era ler gibi
Que fazia desde guri.
E nisso estacionou.
Um dia se enamorou.
Por uma jovem formosa
Que lembrava um botão de rosa.
Ela era exatamente o inverso:
Tanto em prosa como em verso,
Lia com sofreguidão de tudo
Mesmo aquele livro maçudo
Que no cara daria arrepio.
Afinal, ele era vazio!
E ela se deu conta na hora
E mandou ele embora.
“Vá pastar”, ela exclamou
Ele de dor quase gritou,
Quase soltou um urro.
“Quando fala parece um zurro.
Seu burro!”
Ele ficou casmurro.
“Você só dá na gente enfado!
Seu abobado.”
Coitado!
Constatação XXII (Quadrinha didática de mau exemplo).
Cada um se serviu regiamente
Três baitas pratos de feijoada.
Aí, foram pro motel ali em frente.
Quase acaba mal a patuscada*.
*Patuscada = 1. reunião festiva para comer e beber.
2. folia animada, divertida e barulhenta; pândega, farra (Houaiss).
Constatação XXIII (Reminiscências).
Quando os cursinhos, a fim de preparar candidatos, para enfrentar
 essa excrescência que se chama vestibular, eram específicos para 
os cursos de engenharia e medicina, por exemplo, no do Dom Bosco
 havia uma turma de 70 rapazes e uma única moça para o de engenharia. 
Evidentemente que os tiques e o vocabulário dos rapazes, mesmo que a 
vestibulanda assim não o desejasse, acabaram se incorporando ao seu. 
O palavreado nos dias de hoje, então, nem falar: cheio de gírias, ainda 
que mais, digamos, espontâneo, nem por isso, para a velha geração, 
muito mais passível de enrubescimento. Um dia a moça entra na sala e,
 já da porta, grita para os mais íntimos: “Gente! ‘Sentei’ em física”...
Constatação XXIV (De uma dúvida crucial).
Será que as sogras, quando assiste as novelas elas torcem em favor dos vilões?
Constatação XXV (De outra dúvida crucial).
Foi o jovem padreco
Que no sermão,
Por um momento,
Usou baixo calão
Ao se referir ao paramento
Como aquele treco?
Constatação XXVI (De mais uma dúvida crucial).
E foi a macaca
Que fez fuxico
Com a comadre,
Soltando a matraca
Que o compadre,
O seo Mico,
Com cara de panaca,
Andava de banzé
Com uma jovem chipanzé?
Constatação XXVII
E o polvo,
Num baita revolvo
Deu um amasso,
Ao agarrar a polva,
Que transcendia perfume,
Com seus tentáculos,
Que pareciam aço
Dando espetáculos,
A tardinha,
A um cardume
De sardinha
Que por ali passeava,
E alguém gritava:
“Que ninguém se envolva.
Essa coisa indecente,
Com tanto pé e mão
Enroscado,
Embaralhado
Algum beliscão
Pode sobrar pra gente”.
Constatação XXVIII (Pseudo-haicai).
Em lugar onda há futrica
Muita gente curiosa
Não arreda o pé. Aí, fica...
Constatação XXIX
Ficou a má lembrança:
O truco aquela vez:
Foi uma lambança,
Uma sordidez
Na última carteada
Apareceu naquela jogada
O mesmo três,
Um ilustre conhecido,
Que, na primeira, já havia saído.
Constatação XXX (Quadrinha para ser recitada onde mais convém).
Perdi minha lapiseira,
Mas não me importei.
Eu só escrevia asneira
Como certo decreto-lei.
Constatação XXXI
Deu certa vez na mídia: “Maradona é comunista da boca para fora, afirma
 Chilavert, o ex-goleiro da seleção paraguaia”. Data vênia, como diriam
 nossos juristas, mas será que alguém poderia ser comunista da boca pra fora, 
pra dentro, pro lado, pra cima ou pra baixo, mormente, no tempo das ditaduras 
da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Brasil para citar as da América
 do Sul que participavam da Operação Condor?
Constatação XXXII (Passível de mal-entendido).
Ela vivia mergulhada tanto nos seus pensamentos de casar com seu
 namorado, um oficial da marinha, que até passou a sofrer de enjoo.
Constatação XXXIII
E como ponderava o obcecado: “Eu gosto muito de tirar a minha roupa.
 Evidentemente, depois de ter tirado a dela”.

RICOS & POBRES
Constatação I
Rico faz acontecer; pobre faz desaparecer.
Constatação II (Balanço e Balancete de Pessoa Física).
Rico sempre tem na coluna “Ativo”: Realizável a Curto e Longo Prazo; 
pobre, na coluna “Ativo”: quase nada e na coluna “Passivo”: Exigível
 a Curtíssimo Prazo.
Constatação III
Rico tem lesão parcial do complexo ligamentar lateral do tornozelo esquerdo; 
pobre, pisa na bola.
Constatação IV
Rico sempre é bem-vindo; pobre, é malvisto.
Constatação V
Rico é sempre imune a...; pobre é sempre suscetível a...

E-mail: josezokner@rimasprimas.com.br