RUMOREJANDO
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PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
Deu na mídia, mais precisamente no site do Estadão: “Dilma tira poderes
de comandantes militares”. Isso que se chama, numa época que antecedeu
o desfile militar de 7 de setembro, quando se comemora a Independência
do Brasil, exemplo de cutucar a onça com vara curta. Vige!
Constatação II
Quando o obcecado convencido leu na mídia, num dia de Natal que:
“Nem só quem recebe ajuda se beneficia. A solidariedade também
torna a vida de quem doa melhor e mais saudável”, agregou, de imediato,
a frase ao seu repertório de eventuais cantadas, ainda que sempre
apregoasse, a quem quisesse ouvir, que quem recebia as cantadas era
sempre ele.
Constatação III
Não se pode confundir alusão com alazão, que o Houaiss define
como “que ou o que tem o pêlo cor de canela, com uma tonalidade
simultaneamente castanha e avermelhada (diz-se de cavalo)”, até
porque se um jogador de futebol entra no adversário com violência
e a torcida grita que ele é um cavalo, não se trata de uma alusão à
cor do jogador, do uniforme, mas sim da maneira como o tal jogador
deu a entrada. No entanto, cavalo, cachorro e outros mamíferos são
mais gente do que muita gente. O xingamento, portanto, não se
justifica com tal epíteto. Basta escutar os noticiários...
Constatação IV (Eufemística).
Quando ela se sentiu
Escorçada,
Espoliada,
Despojada
Enxovalhada
Na mesma hora partiu,
Deixando então o companheiro
De tantos anos grande parceiro
Com cara de quem, fatalmente,
Iria ficar
Com vontade de sentar
E totalmente
Atoleimado,
Tão-somente.
Coitado!
Constatação V
Quem nunca escutou a milonga dos nossos hermanos argentinos –
rivalidades futebolísticas a parte –, chamada Taquito Militar,
não sabe o que está perdendo. Tenho mercosulamente dito.
Constatação VI (De uma dúvida crucial).
Língua de trapo fica puída?
Constatação VII (De outra dúvida, mas não necessariamente crucial).
É a fada que, quando se sente enfadada, vai escutar um fado?
Constatação VIII (De uma terceira dúvida crucial).
A acromegalia é, segundo o dicionário Houaiss, “doença crônica
provocada por uma disfunção da glândula pituitária e que se
caracteriza pelo crescimento anormal das extremidades do corpo
(mãos, pés, rosto)”. Será que certos governantes, deputados e
senadores têm esse problema nos pés e nas mãos, já que costumam
meter os pés pelas mãos, mormente quando metem as mãos crescidas
no jarro?
Constatação IX
Beto da Querência (de Querência do Norte, Noroeste do Paraná) cantor
e compositor. Guardem este nome porque, sem dúvida vai estourar, com
sucesso, o lançamento do seu primeiro CD. Não esqueçam o nome:
Beto da Querência.
Constatação X (Patriotismo ufanista utópico).
Naquele mastro acolá
A bandeira
Do meu time,
O Paraná,
Tremula com languidez,
Mostrando sua altivez,
Sempre faceira,
Sempre altaneira,
Numa liderança
Assaz sublime.
Pendão da esperança
Como a brasileira
Constatação XI (De venais, nem falar).
Quem é esquisito acha que outros é que são; quem é imbecil
acha que os outros é que são; quem é político faz o que faz
porque sim e tá acabado. O que não impede que sejam esquisitos
e imbecis.
Constatação XII
Em certos países, o roubo, em função do tipo, quantidade, número
de eventos e valores, já virou profissão em vários níveis...
Constatação XIII
Quando o ouriço chegou tarde a casa a ouriça ficou toda ouriçada
e gritou: “Você é um espinho no meu pobre e desvalido coração”.
Constatação XIV (Pimenta no .........dos outros não arde)
[Rumorejando, como democrata que sempre procurou ser,
deixou o espaço acima para que o leitor escolha em qual parte
do corpo a pimenta deva ser colocada].
Deu na mídia: “Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anuncia primeiras
medidas após rebaixamento do grau de investimento do Brasil. J
oaquim Levy diz que resposta ao rebaixamento deve vir do corte de gastos
e aumento das receitas. Segundo ele, brasileiros devem ver alta de impostos
como "investimento" para retomada do crescimento”. Anteriormente, o
economista Armínio Fraga declarou que “o salário mínimo no Brasil está alto”.
Com relação ao fato de que também deu na mídia, mais precisamente no Estadão: “Brasil registra uma tentativa de fraude a cada 17,2 segundos no mês de junho”,
nenhum dos dois economistas se pronunciou. Tampouco com relação ao corte
dos altos salários de deputados, senadores, vereadores, ministros, juízes, desembargadores, lucros dos bancos que continuam apenas nos 27, 5% de alíquota
de imposto de renda, como a classe média também paga, nada foi abordado.
Constatação XV
Não se pode confundir draga, que em algumas regiões do Brasil quer dizer
arma de fogo, revólver com droga, muito embora exista uma relação
biunívoca entre as duas palavras, tendo em vista o uso, cada vez mais
arraigado em nosso país, da primeira para obter a segunda... A recíproca
é como é e tá acabado. Tenho democrática e simpaticamente dito.
Constatação XVI (E como poetava outro obcecado, eternamente
pendente no Serviço de Proteção ao Crédito – Seproc e que nada
tem a ver com o obcecado da “Constatação II”):
“Cada vez que eu vejo ou antevejo,
Mulher, indubitavelmente, tremenda,
Pela atenção do marido esquecida,
Fico imaginando dar-lhe um beijo,
Como se fosse uma dívida vencida
E, inclusive, como uma vincenda”.
Constatação XVII
Quando o matemático leu na mídia, mais precisamente no site
da Gazeta do Povo: “Ruim de voto e sem apelo popular, enigmático
Michel Temer cresce com crise”, comentou incontinente de
maneira concisa: “Inversamente proporcional”.
Constatação XVIII (Subsídios para a canção dos componentes
do Congresso de certos impolutos países).
Nós, os bravos congressistas,
Não pactuamos com fascistas.
Tampouco somos anarquistas.
Só somos excelentes artistas.
Fábula Confabulada (Indigna do guru Millôr).
Havia uma vez nas cercanias de Shaoshan, não longe de Changsha e
de Chonqing, entre Guiyang e Chengdu por um caminho que vai em
direção ao rio Yang-Tsé, contornando Leshan um chinês de nome
Shway Neh Ray. O sonho dele era visitar um país, do outro lado do
mundo, chamado Brasil. A passagem custava muito caro o que fazia
com que ele protelasse a cada novo ano a realização do seu sonho.
Quando começou a abertura da economia chinesa, Shway Neh Ray
iniciou uma criação de porcos, usando métodos desenvolvidos por
técnicos chineses, inclusive com tratamentos dos ditos com acupuntura
e ervas. A mulher de Shway, Shte Keh Wen, colaborava no orçamento
familiar, dedicando-se a costuras, principalmente na reforma, ampliação
e redução de vestidos em função de necessidade e/ou do grau das
vaidades de cada freguesa. O negócio começou a prosperar e a realização
do sonho começou a se aproximar da factibilidade, como Shte Keh Wen
gostava de se expressar, usando palavras mais ou menos sofisticadas.
Aí, ela, que passara todo o tempo economizando tostão por tostão, quer
dizer li por li sugeriu que ambos passassem por Paris, a fim de ela
também realizar o seu – dela – sonho. A criação de porcos ficaria a
cargo do filho do casal, Peh Tcha Tek, que já tinha idade pra dar conta
de tais tipos de tarefas. E assim foi. Em Paris, visitaram o que os turistas
costumam visitar: Museus, Monumentos, Jardins, como o de Luxemburgo,
Torre Eifel, Notre Dame, Palais Royal, Sacre Coeur e passearam de barco
pelo rio Sena; comeram queijos e tomaram vinhos. Enfim, procuraram
ver o máximo e o que o dinheiro permitia. Finalmente embarcaram para o
Brasil. Outro grande sonho. Shway Neh Ray havia comprado, ainda na
China, entrada para assistirem o desfile de carnaval no Rio de Janeiro e
chegaram bem no dia do desfile das escolas de samba. E, claro, outras
visitas turísticas. A companhia de turismo, lançando mão de seguranças,
cuidava deles e de outros turistas de outros países. O casal não entendia
exatamente por quais razões, o que ninguém se preocupou em explicar
a presença dos tais seguranças, por achar arriscado criar medo e atrapalhar
a vinda de outros turistas, estragando o seu negócio. Mas isto já é outra história
que, nesse momento absolutamente não vem ao caso. Quando retornaram
para sua casa ameaçaram amigos, parentes e vizinhos para verem as fotos
que haviam tirado nos dois países que, coitados, educadamente, acederam
ao convite. Cada um do casal anfitrião dissertou suas impressões com relação
aos países visitados. Ele alegou, entre outras considerações, que não havia
gostado de Paris porque havia muito cachorro e gato, fazendo o que faziam
nas calçadas e que aquilo não era exatamente o que ele gostaria de ver;
Por outro lado (qual lado?), ela não havia gostado do Brasil porque parecia
que todas as mulheres só se preocupavam em chamar a atenção para seus
respectivos peitos e bundas. E que não era aquilo que ela queria ver.
As opiniões dos convivas se dividiram o que redundou numa polêmica
que se arrastou pela madrugada adentro, mas isso também já é outra história,
o que, analogamente à anterior, obviamente, não vem para o caso no presente
momento. Quem ficou interessadíssimo no Brasil foi Peh Tcha Tek, o filho
adolescente do casal.
Moral I: O pior cego é aquele que não vê o que não quer e só quer ver o que quer.
Moral II: Quando se discorre sobre um assunto há que se despertar o interesse nas pessoas, seja ele qual for.
Moral III: Peito e bunda feminina não são somente de interesse de determinado país, chamado Brasil. São de interesse geral.
RICOS & POBRES
Constatação I
Rico engole caviar com champanhe veuve cliquot; pobre, sapos.
Constatação II
Rico tem expectativa; pobre, ansiedade.
Constatação III
Rico ordena; pobre, convida.
Constatação IV
Rico é adepto do erotismo; pobre, da pornografia.
Constatação V
Rico é convidado; pobre, coagido.
Constatação VI
Rico borrifa as flores; pobre espirra em cima dos outros.
Constatação VII
Rico, nas suas convicções, é dogmático; pobre tem que ser pragmático.
Constatação VIII
Rico faz ‘selfie’ ao lado da Torre Eiffel; pobre se olha no espelho da sua casa.
Constatação IX
Rico realiza os seus sonhos; pobre se ferra para realizar os sonhos dos ricos.
Constatação X
Rico é rechonchudo; pobre, é inchado.
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