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terça-feira, 23 de junho de 2015

BRAZIL. DEMOCRATIZAÇÃO LIFE STYLE $1.99: A FADIGA E O LUXO!


FADIGA DE LUXO E FADIGA DO LUXO
Resultado de imagem para luis xiv rey de francia
www.google.com.br/imagem. Luis XIV, o Grande, o Rei sol.
Marina da Silva

Para quem acredita que uma coisa e outra são a mesma coisa saiba que o risco de estar redonda e globalmente enganado é altíssimo! Buscar compreender  o complexo fenômeno Fadiga de luxo e Fadiga do luxo não é preciso uma gramática sobre preposição, artigo, contração e ambiguidade dos conectivos de ligação “de” e “do”, mas é condição essencial entender o contexto histórico, econômico-social-político, cultural, etc, onde tais expressões ganham “corpo e alma” e fazem algum sentido no processo de construção da sociabilidade humana sob a égide do capitalismo, ou seja, do modo de produção de mercadorias de valor de troca sendo o dinheiro a mercadoria que compra qualquer mercadoria e o trabalho humano a mercadoria que produz valor acima do seu valor, gerando o lucro dos capitalistas. É nesse sistema que, principalmente nos séculos XVII e XVIII, que luxo é esplendor, raridade, nobreza, preciosidade, elegância, único, exclusivo, inédito, histórico! Fadiga de luxo é viver por viver o melhor, o super, hiper, mega, plus que o dinheiro e o poder podem reservar a poucos! É ser mais que um rei, é brilhar como o sol rodeado e desfrutando tudo do bom, melhor, excelente como Luis XIV, o Rei Sol, rei da França e Navarra de 1643 até sua morte em 1715!


www.google.com.br/images. Palácio de Versalhes, dormitório da rainha.


Majestosa, exclusiva, preciosa, limitada, personalizada, original, pura, requintada, exótica é a Fadiga de luxo deste período banhada em muito ouro, prata, incrustada de rubis, diamantes, esmeraldas, especiarias de toda parte do mundo conhecido, cultura, filosofia, refinamento de culinária, bebidas, vestuário, jóias, calçados, educação, transporte e brinquedos de luxo, culto as belas artes, arquitetura, classe! Quanto mais caro, suntuoso, luxuoso e ricamente único, mais esplendor, glória, poder! A Fadiga de luxo é para pouquíssimos e curada em viagens ao estrangeiro, estadias nos Alpes, caçadas nas vastíssimas propriedades rurais, jogos e passeios nos belíssimos bosques, campos e jardins, verdadeiras obras de arte, filosofia, ciência! Veludo de Utrecht, cristais da Bhoemia, especiarias das Índias, enxovais de Limoges, sedas e porcelanas da China, vinhos de Champagne (Krug, Don Perignon, Veuve Clicquot), cervejas belgas, relógios suíços, Whisky escocês, tecidos ingleses, sapatos italianos...


www.google.com.br/images. Vista parcial dos Jardins do palácio de Versailles.


Reis, imperadores, clero, nobreza,  e a alta burguesia dotada de títulos nobremente comprados se esfalfam na ostentação, bom gosto, dia e noite em todas as estações do ano numa tarefa fatigante e extenuante e realizada com refinado prazer em festas, jantares, saraus, jogos, viagens...Um luxo! 
Foto Marina da Silva. Belo Horizonte. Minas Gerais. Brazil. É o Estado mineiro um dos melhores campos de observação científica do país para o fenômeno Life Style $1.99.

Já a Fadiga do luxo é uma expressão contemporânea, século XXI, intimamente ligada ao Life style $1,99* criado a partir do boom tecnológico/científico que permitiu a fragmentação de todas as fases produtivas e mesmo da produção inteira e sua transferência e dispersão geográfica para áreas fartas em matéria-prima, mão-de-obra barata e/ou escrava, ausência de sindicatos e legislação trabalhista e muitas benesses e isenções fiscais dos Estados hospedeiros. A nova fase de globalização (produção, mercado, pessoas) e das intervenções e ingerências neoliberais comandadas pelo Fundo Monetário Internacional-FMI nas economias soberanas, na administração e orientação de concentração de riquezas e na pressão e insistência nas privatizações e  cortes nos gastos sociais dos governos estrangulou a classe abastada e a classe média clássica e promoveu o desemprego em escala global, a pobreza e miséria de milhões de seres humanos! 
Gerenciar e dominar países subdesenvolvidos era e é muito comum no cotidiano dos povos terceiro-mundistas, Brazil incluso, mas inacreditavelmente  foram expandidos e impostos [com anuência dos Estados da União Européia] aos países de Primeiro Mundo, economias enfraquecidas principalmente após a super crise financeira mundial de 2008 com epicentro nos Estados Unidos e que atingiu sem dó nem piedade os países da União Européia [Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália] a partir de 2011 tornando genérico o receituário do Consenso de Washington da América Latina para todo  Primeiro Mundo Desenvolvido!
Foto Marina da Silva. Paris, outubro 2007. Turistas do mundo "subdenvolvido" comprando bolsas Louis Vuitton falseta vendida por ambulantes asiáticos e africanos no largo de Sacre Coeur. Detalhe: mercadoria com qualidade para primeiro-mundistas!

Com o fim da "Era de ouro" do capitalismo (pós Segunda Grande Guerra à meados dos anos 1960) e a super explosão tecnológica (robótica, transporte, informática, bioengenharia, mecanização com base na microeletrônica, etc) a taxa global de lucros despenca vertiginosamente! Aumenta a competição pelos mercados e o capital produtivo é suplantado pela especulação financeira. A produção de massa fordista/taylorista entra em colapso e novas formas de produção compõem a reestruturação produtiva, a gerência, o trabalho levando a um aumento exponencial do desemprego, das relações precárias de trabalho, rebaixamento salarial, "terceirização do modo de vida" em países que serviam de modelo de desenvolvimento econômico e social para o resto do mundo!
www.google.com.br/images. Massificação de produtos de baixa qualidade [matérias-prima suspeitas de contaminação, por exemplo, uso indiscriminado do plástico e fibras sintéticas].

"A China virou a fábrica mundial, a Índia o escritório mundial e o Brazil o celeiro do mundo" (commodities agrícolas, recursos minerais) um imenso continente fornecedor de produtos primários"! O Primeiro Mundo foi produzir na China e o que era luxo transformou-se em lixo genérico, falseta, pirata! A consequência  desta reorientação da produção? Tudo o que é original, exclusivo, único, personalizado, puro, precioso, requintado, histórico pode ser copiado, falsificado!

Foto Marina da Silva. Comprado por mim no Shopping Oiapoque, Belo Horizonte, Minas Gerais. Brazil. O shopping ilegal mais legal de Belo Horizonte. Nike, Vitoria Secret, Louis Vuitton, D&C, Chanel, Christian Dior, Hugo Boss, Lacoste, Christian Lobotin:  tudo se compra em ambulantes, camelôs, feiras shopping e shopping de importados!


A "corrupção e corrosão" do caráter da produção de mercadorias engolfou as relações de trabalho e as relações humanas. A corrupção se espalhou da "fábrica invadindo as casas", a administração, os políticos, os capitalistas( alto grau de corrupção e roubo dos cofres públicos), os pobres brasileiros pobres, miseráveis e até a antiga classe média clássica! A pobreza e miséria material e espiritual tomou o mundo de assalto! Fenômeno conhecido e classificado como "democratização" genérica da vida" na mídia brasileira é na verdade a imposição socialista do capitalismo comunista e seu Life Style $1.99: chulo, pirata, falseta, genérico made in condições desumanas,  degradantes e corrompidas!
Democratização do luxo, fadiga do luxo é na verdade um subterfúgio, uma imensa cortina de fumaça para velar e justificar uma fase de concentração de riqueza no Brazil e no mundo nunca dantes vista. Duzentos milhões de habitantes, 54 bilionários na revista Forbes, entre eles, Jorge  Paulo Lemann [US$25 bilhões], o mega capitalista que transformou a cerveja num líquido redondo e que só Deus sabe o que fará com o sanduba após garfar empresas no ramo  junk food!
Foto Marina da Silva. Paris vista parcial da Torre Eiffel; Bel Horizonte, paisagem (vista) comum nas cidades brasileiras, principalmente nas capitais. Mega mansões rodeadas por imensas favelas.

 "Primeiro mundo virou piada no exterior..." o sonho brasileiro de país primeiro-mundista para todos nunca passou de sonho, mas a "terceirização" do Primeiro Mundo para o Life Style 1.99 é o pesadelo atual e ninguém consegue acordar!


"Ao longo dos últimos anos tem-se observado duas correntes divergentes quando o assunto é discutir a melhor definição para luxo. Existe a corrente dos que afirmam que luxo é acessível e que estaria ao alcance de todos os consumidores e aqueles que são enfáticos em afirmar que o luxo é para poucos, seguindo a corrente francesa de pensamento, com os autores Lipovetsky (2002), Castarède (2005), Allérès (2000), Ferreux (2008) e Roux (2005). A corrente contrária geralmente empírica e composta pelo meio empresarial que se apresentam como estudiosos do luxo, trazendo dúbia interpretação do que realmente é o luxo. Alguns chegam a apresentar sensata dificuldade no modo que o caracterizam, dando-se a entender que o luxo, na pluralidade das vezes tornou-se caracterizado como algo acessível às classes emergentes, e consequentemente algo a ser em breve popularizado."http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosv3n5/artigo06.pdf Luxo: is not for all.Tarcisio Campanholo, Solon Bevilacqua

Mosaico a partir de www.google.com.br/images. DEMOCRATIZAÇÃO? LUXO ACESSÍVEL? POPULARIZAÇÃO DAS MARCAS DE LUXO OU CRIME?


O esmagamento das classes médias tornou produtos luxuosos, de alta qualidade em um sonho quase possível parcelado no cartão de crédito ou carnezinho. Fadiga do luxo é uma expressão "chique" inventada para dar conta da miséria espiritual e material que se abateu pelo mundo a partir dos anos setenta, século XX. A fadiga do luxo envolve um processo gravíssimo de despersonalização, indiferenciação, massificação, miserabilidade espiritual e material sufocando os desejos e extinguindo e/ou limitando o "querer, o desejo" pelo rico, exclusivo, requintado, especial, original, luxuoso! Envolve um encarceramento, controle e domínio da liberdade em todas as suas facetas e possibilidades.







quinta-feira, 18 de junho de 2015

BRAZIL: rumorejando as coisas da vida com Juca José Zokner.

RUMOREJANDO

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
http://rimasprimas.blogspot.com.br/

Constatação I (“Poesia”, dedicada aos jovens da atualidade).
Era um sujeito empírico
Metido a satírico.
Livro, nunca havia lido
Sem, da vista, ter sofrido.
O máximo era ler gibi
Que fazia desde guri.
E nisso estacionou.
Um dia se enamorou.
Por uma jovem formosa
Que lembrava um botão de rosa.
Ela era exatamente o inverso:
Tanto em prosa como em verso,
Lia com sofreguidão de tudo
Mesmo aquele livro maçudo
Que no cara daria arrepio.
Afinal, ele era vazio!
E ela se deu conta na hora
E mandou ele embora.
“Vá pastar”, ela exclamou
Ele de dor quase gritou,
Quase soltou um urro.
“Quando fala parece um zurro.
Seu burro!”
Ele ficou casmurro.
“Você só dá na gente enfado!
Seu abobado.”
Coitado!
Coitado?
Constatação II (Quadrinha didática de mau exemplo).
Cada um se serviu regiamente
Três baitas pratos de feijoada.
Aí, foram pro motel ali em frente.
Quase acaba mal a patuscada*.
*Patuscada = 1. reunião festiva para comer e beber
2. folia animada, divertida e barulhenta; pândega, 
farra (Houaiss).
Constatação III
E como explicava um tanto quanto didaticamente o obcecado: 
“Eu gosto muito de tirar a minha roupa. Mormente depois de
 ter tirado a dela, ou concomitante, isto é, nós dois conjuntamente juntos”.
Constatação IV (Reminiscências).
Quando os cursinhos, a fim de preparar candidatos para enfrentar essa
 excrescência que se chama o vestibular, eram específicos para os cursos
 de engenharia e medicina, por exemplo, no do Dom Bosco havia uma turma
 de 70 rapazes e uma única moça para o de engenharia. Evidentemente que 
os tiques e o vocabulário dos rapazes, mesmo que a vestibulanda assim não
 o desejasse, acabaram se incorporando ao seu. O palavreado nos dias de hoje, 
então, nem falar: cheio de gírias, ainda que mais, digamos, espontâneo, 
nem por isso, para a velha geração, muito mais passível de enrubescimento.
 Um dia a moça entra na sala e, já da porta, grita para os mais íntimos: 
“Gente! ‘Sentei’ em física”...
Constatação V (Matemática meio confusa).
O candidato que semeia discórdia na cúpula do seu partido político
 é capaz de colher a simpatia do partido rival e a antipatia no seu 
próprio partido. Portanto, diretamente proporcional num caso e 
inversamente noutro.
Constatação VI (De uma dúvida crucial).
Será que as sogras, quando assistem novelas elas torcem
 em favor dos vilões?
Constatação VII (De outra dúvida crucial).
Foi o jovem padreco
Que no sermão,
Por um momento,
Usou baixo calão
Ao se referir ao paramento
Como aquele treco?
Constatação VIII (De mais uma dúvida crucial).
E foi a macaca
Que fez fuxico
Com a comadre,
Soltando a matraca
Que o compadre,
O seo Mico,
Com cara de panaca,
Andava de banzé
Com uma jovem chipanzé?
Constatação IX
E foi o polvo,
Num baita revolvo
Deu um amasso,
Ao agarrar a polva,
Que transcendia perfume,
Com seus tentáculos,
Que pareciam aço
Dando espetáculos,
À tardinha,
A um cardume
De sardinha
Que por ali passeava,
E alguém gritava:
“Que ninguém se envolva
Nessa coisa indecente.
Com tanto pé e mão
Enroscado,
Embaralhado
Algum beliscão
Pode sobrar pra gente”.
Constatação X (Pseudo-haicai).
Em lugar onde há futrica
Muita gente curiosa
Não arreda o pé. Fica...
Constatação XI
Ficou a má lembrança:
O truco aquela vez:
Foi uma lambança,
Uma sordidez
Na última carteada
Apareceu naquela jogada
O mesmo três,
Um ilustre conhecido,
Que, na primeira, já havia saído.
Constatação XII (De uma quadrinha aparentemente
 matemática).
A resolução
Daquela equação
Das brigas do casal
Acabou no hospital.*
*Foi uma briga administrativa. Eles eram irmãos e os donos 
e gestores do hospital. Também Rumorejando pensou que era 
um casal, constituído por marido e mulher que teriam se desentendido 
onde haveria rolado agressões mutuas. Ainda bem!
Constatação XIII (Quadrinha para ser recitada aonde 
mais convém).
Perdi minha lapiseira,
Mas não me importei.
Eu só escrevia asneira
Como certo decreto-lei.
Constatação XIV
Deu na mídia: “Maradona é comunista da boca para fora, afirma 
Chilavert, o ex-goleiro da seleção paraguaia”. Data vênia, como diriam
 nossos juristas, mas será que alguém poderia ser comunista da boca pra fora,
 pra dentro, pro lado, pra cima ou pra baixo, mormente, no tempo das 
ditaduras da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Brasil, Nicarágua, 
República Dominicana para citar as mais, digamos, 
recentes na América Latina?
Constatação XV (Passível de mal-entendido).
Ela vivia mergulhada tanto nos seus pensamentos de casar com seu
 namorado, um oficial da marinha, que até passou a sofrer de enjoo.
Constatação XVI (Ah, esse nosso vernáculo).
Eu sabia que eu sabia quem é esse tal de Marcos que escrevi o seu
 telefone nesse papel. Eu só não sabia que não sabia que ia me
 esquecer tão facilmente.
Constatação XVII
Tirou a prova dos nove
Do seu parco salário:
O patrão não demove
De ficar milionário.
Constatação XVIII
E como dizia aquele deputado adepto da Teoria da Relatividade:
 “É muito melhor ter desvio de conduta do que desvio de status”.
Constatação XIX
E como poetava a popozuda:
“Numa casca de banana
Escorreguei
Foi a terceira na semana
E não me machuquei.
A poupança que alguém abana
É de boa madeira-de-lei”.
Constatação XX
Depois de tomar um daiquiri
Andei fabulando por aí
Que o Paraná será o campeão
Voltando pra primeira divisão.
Constatação XXI (Epitáfio).
Aqui jaz um destemido
Que nunca dobrou a coluna
Nem num jogo onde havia perdido
Toda sua imensa fortuna.
Constatação XXII
Surrupiaram o dinheiro da Ong
Com a maior naturalidade
Como numa disputa de pingue-pongue
Como se fosse o jogo da amizade.
Constatação XXIII (Altos e baixos da nobreza).
Por logaritmo,
Tanto decimal,
Como neperiano,
Também por algoritmo
O conde, grande matemático,
Chegou ao resultado
Que nunca mais
Seria amado
Como fora no primeiro ano
Do seu relacionamento matrimonial,
Quando depois de um dia tumultuado,
Estressante e problemático
Ele chegou em casa cansado
Mas ansiado por um antológico,
Nada escatológico,
Evento sexual,
E sem esquecer o dialógico
Cheio de ais
Como jamais.
Ele não havia atinado
Por uma dor de cabeça,
Não necessariamente eventual,
E, sim uma constante opcional
Da senhora condessa.
Coitado!
Constatação XXIV (Meio repetitiva).
E como finalizava suas elucubrações aquele técnico, precisamente
 antes da preleção final, no final do alongamento: 
“Eu preciso dizer para os meus atacantes que é preciso ser preciso 
nas finalizações”.
Constatação XXV
Era um cara comedido. Depois de comer 2 pizzas, das grandes,
 acompanhadas de cervejas, pedia, pra contrabalançar, 
adoçante no cafezinho.
Constatação XXVI
E como apregoava filosófica e didaticamente o obcecado:
 “A gente tem que ser favorável à mudança de posição. 
Afinal, não adianta querer repetir as inesquecíveis emoções 
anteriores porque elas nunca se repetem”.
Constatação XXVII
Preencher uma lacuna é, nas eleições, votar em branco, ou estragar o voto, 
a fim de que fique bem delineado o repúdio aos candidatos, de modo que
 a soma dos votos em branco e nulo ultrapassem os demais?
Constatação XXVIII
E já que falamos no assunto, a vantagem de ser septuagenário é que 
não se é mais obrigado a votar. Claro que o fato se refere às eleições,
 jamais à opinião em casa que, essa, já tem dono, quer dizer dona...
Constatação XXIX
E já que falamos nesse outro assunto, uma das vantagens de ser septuagenário 
é que a gente, igualmente às grávidas, por exemplo, recebe determinadas 
atenções. Isso não quer dizer que elas, as atenções, sejam necessariamente
 àquelas que se almeja...
Constatação XXX
E como vivia se justificando o pinguço, citando a frase de um autor anônimo,
 querendo, inclusive, mostrar erudição: “A abstinência é uma boa coisa,
 desde que praticada com moderação”.
Constatação XXXI
O STJ vetou a aposentadoria
Dos deputados no Paraná
Era o que o povo queria
Salário? Ora, um caraminguá.
Constatação XXXII
Defenestrado
Das suas relações,
O renitente obcecado,
Um poço de bravata
E convencimento,
Sentiu-se totalmente
Desiludido
Um falido
Aristocrata
Ao ficar sem as suas funções
E se sentiu completamente
Fu, digo, perdido,
Tão-somente.
Coitado!
Constatação XXXIII
Depois de assistir afinal de Barcelona X Juventus, assistir 
os jogos dos times do Brasil, inclusive a nossa seleção,
 é ser extremamente patriótico. Exceto quando joga o meu Paraná...
Constatação XXXIV
E como dizia o obcecado, já na idade provecta:
 “Eu não me meto com mulher casada por uma questão de ética; 
com mulher jovem por uma questão caquética; 
com mulher solteira por uma questão cinética;
 com viúva por uma questão patética; 
com divorciada por uma questão peripatética*
*Peripatética = Exagerada na expressão, nos gestos (Aurélio).
Constatação XXXV
Quem ainda não leu o livro Causos, Acontecidos e Outros Quejandos
do escritor gaúcho Afif Simões Neto não sabe o que está perdendo. 
Tampouco não pode saber o que está lá dito. Tenho dito!
Constatação XXXVI
Quando se constata que certos países usam a pesquisa para poder aplicá-la
 em benefício de algo produtivo, terapêutico ou tecnológico, ao contrário 
dos que se dedicam à pesquisa pela pesquisa, àquela eminentemente teórica 
que não leva a lugar algum vem a memória algumas teses acadêmicas que 
efetivamente não levam a nada e a lembrança da referência de esnobismo
 do guru Millôr Fernandes: 
“Nada que é compreensível me interessa”. Grande Millôr!
Constatação XXXVII
Não se pode confundir erétil com projétil, até porque quem sofre 
de disfunção erétil não tem condição de usar certa parte do corpo
 como um projétil. Projétil?

RICOS & POBRES.
Constatação I
Rico sempre é bem-vindo; pobre, é malvisto.
Constatação II
Rico é sempre imune a coisas ruins; 
pobre é sempre suscetível a essas mesmas coisas.
Constatação III
Rico faz charminho; pobre c. doce
Constatação IV
Rico faz sacrifício; pobre, esforço.
Constatação V
Rico apara a barba e o bigode; pobre, junta apara de papel.
Constatação VI
Rico é perseverante; pobre, hesitante.
Constatação VII
Rico faz cruzeiros pelo mundo; pobre, tá perdido no mundo.
Constatação VIII
Rico emigra para investir numa filial no exterior;
 pobre, em busca de oportunidade de trabalho.
Constatação IX
Rico come finas iguarias; pobre, gororoba.
Constatação X
Rico vai tendo lapsos de memória: pobre vai ficando gagá.