FADIGA DE LUXO E FADIGA DO LUXO
www.google.com.br/imagem. Luis XIV, o Grande, o Rei sol.
Marina da Silva
Para
quem acredita que uma coisa e outra são a mesma coisa saiba que o risco de
estar redonda e globalmente enganado é altíssimo! Buscar compreender o complexo fenômeno Fadiga de luxo e Fadiga do luxo não é preciso uma gramática sobre
preposição, artigo, contração e ambiguidade dos conectivos de ligação “de” e “do”,
mas é condição essencial entender o contexto histórico, econômico-social-político, cultural, etc, onde tais expressões ganham “corpo e alma”
e fazem algum sentido no processo de construção da sociabilidade humana sob a égide do capitalismo, ou seja, do modo de produção de mercadorias de valor de
troca sendo o dinheiro a mercadoria que compra qualquer mercadoria e o trabalho
humano a mercadoria que produz valor acima do seu valor, gerando o lucro dos
capitalistas. É
nesse sistema que, principalmente nos séculos XVII e XVIII, que luxo é esplendor,
raridade, nobreza, preciosidade, elegância, único, exclusivo, inédito,
histórico! Fadiga de luxo é viver por viver o melhor, o super, hiper, mega,
plus que o dinheiro e o poder podem reservar a poucos! É ser mais que
um rei, é brilhar como o sol rodeado e desfrutando tudo do bom, melhor,
excelente como Luis XIV, o Rei Sol,
rei da França e Navarra de 1643 até sua morte em 1715!
www.google.com.br/images. Palácio de Versalhes, dormitório da rainha.
Majestosa, exclusiva, preciosa, limitada, personalizada, original, pura, requintada, exótica é a Fadiga de luxo deste período banhada em muito ouro, prata, incrustada de rubis, diamantes, esmeraldas, especiarias de toda parte do mundo conhecido, cultura, filosofia, refinamento de culinária, bebidas, vestuário, jóias, calçados, educação, transporte e brinquedos de luxo, culto as belas artes, arquitetura, classe! Quanto mais caro,
suntuoso, luxuoso e ricamente único, mais esplendor, glória, poder! A Fadiga de
luxo é para pouquíssimos e curada em viagens ao estrangeiro, estadias nos Alpes, caçadas nas
vastíssimas propriedades rurais, jogos e passeios nos
belíssimos bosques, campos e jardins, verdadeiras obras de arte, filosofia, ciência! Veludo de Utrecht,
cristais da Bhoemia, especiarias das Índias, enxovais de Limoges, sedas e
porcelanas da China, vinhos de Champagne (Krug, Don Perignon, Veuve Clicquot),
cervejas belgas, relógios suíços, Whisky escocês, tecidos ingleses, sapatos italianos...
www.google.com.br/images. Vista parcial dos Jardins do palácio de Versailles.
Reis, imperadores, clero, nobreza, e a alta burguesia dotada de títulos nobremente comprados se esfalfam na ostentação, bom gosto, dia e noite em todas as estações do ano numa tarefa fatigante e extenuante e realizada com refinado prazer em festas, jantares, saraus, jogos, viagens...Um luxo!
Foto Marina da Silva. Belo Horizonte. Minas Gerais. Brazil. É o Estado mineiro um dos melhores campos de observação científica do país para o fenômeno Life Style $1.99.
Já a Fadiga do luxo é uma expressão contemporânea, século XXI, intimamente ligada ao Life style $1,99* criado a partir do boom tecnológico/científico que permitiu a fragmentação de todas as fases produtivas e mesmo da produção inteira e sua transferência e dispersão geográfica para áreas fartas em matéria-prima, mão-de-obra barata e/ou escrava, ausência de sindicatos e legislação trabalhista e muitas benesses e isenções fiscais dos Estados hospedeiros. A nova fase de globalização (produção, mercado, pessoas) e das intervenções e ingerências neoliberais comandadas pelo Fundo Monetário Internacional-FMI nas economias soberanas, na administração e orientação de concentração de riquezas e na pressão e insistência nas privatizações e cortes nos gastos sociais dos governos estrangulou a classe abastada e a classe média clássica e promoveu o desemprego em escala global, a pobreza e miséria de milhões de seres humanos!
Gerenciar e dominar países subdesenvolvidos era e é muito comum no cotidiano dos povos terceiro-mundistas, Brazil incluso, mas inacreditavelmente foram expandidos e impostos [com anuência dos Estados da União Européia] aos países de Primeiro Mundo, economias enfraquecidas principalmente após a super crise financeira mundial de 2008 com epicentro nos Estados Unidos e que atingiu sem dó nem piedade os países da União Européia [Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália] a partir de 2011 tornando genérico o receituário do Consenso de Washington da América Latina para todo Primeiro Mundo Desenvolvido!
Com o fim da "Era de ouro" do capitalismo (pós Segunda Grande Guerra à meados dos anos 1960) e a super explosão tecnológica (robótica, transporte, informática, bioengenharia, mecanização com base na microeletrônica, etc) a taxa global de lucros despenca vertiginosamente! Aumenta a competição pelos mercados e o capital produtivo é suplantado pela especulação financeira. A produção de massa fordista/taylorista entra em colapso e novas formas de produção compõem a reestruturação produtiva, a gerência, o trabalho levando a um aumento exponencial do desemprego, das relações precárias de trabalho, rebaixamento salarial, "terceirização do modo de vida" em países que serviam de modelo de desenvolvimento econômico e social para o resto do mundo!
"A China virou a fábrica mundial, a Índia o escritório mundial e o Brazil o celeiro do mundo" (commodities agrícolas, recursos minerais) um imenso continente fornecedor de produtos primários"! O Primeiro Mundo foi produzir na China e o que era luxo transformou-se em lixo genérico, falseta, pirata! A consequência desta reorientação da produção? Tudo o que é original, exclusivo, único, personalizado, puro, precioso, requintado, histórico pode ser copiado, falsificado!
A "corrupção e corrosão" do caráter da produção de mercadorias engolfou as relações de trabalho e as relações humanas. A corrupção se espalhou da "fábrica invadindo as casas", a administração, os políticos, os capitalistas( alto grau de corrupção e roubo dos cofres públicos), os pobres brasileiros pobres, miseráveis e até a antiga classe média clássica! A pobreza e miséria material e espiritual tomou o mundo de assalto! Fenômeno conhecido e classificado como "democratização" genérica da vida" na mídia brasileira é na verdade a imposição socialista do capitalismo comunista e seu Life Style $1.99: chulo, pirata, falseta, genérico made in condições desumanas, degradantes e corrompidas!
Democratização do luxo, fadiga do luxo é na verdade um subterfúgio, uma imensa cortina de fumaça para velar e justificar uma fase de concentração de riqueza no Brazil e no mundo nunca dantes vista. Duzentos milhões de habitantes, 54 bilionários na revista Forbes, entre eles, Jorge Paulo Lemann [US$25 bilhões], o mega capitalista que transformou a cerveja num líquido redondo e que só Deus sabe o que fará com o sanduba após garfar empresas no ramo junk food!
"Ao longo dos últimos anos tem-se observado duas correntes divergentes quando o assunto é discutir a melhor definição para luxo. Existe a corrente dos que afirmam que luxo é acessível e que estaria ao alcance de todos os consumidores e aqueles que são enfáticos em afirmar que o luxo é para poucos, seguindo a corrente francesa de pensamento, com os autores Lipovetsky (2002), Castarède (2005), Allérès (2000), Ferreux (2008) e Roux (2005). A corrente contrária geralmente empírica e composta pelo meio empresarial que se apresentam como estudiosos do luxo, trazendo dúbia interpretação do que realmente é o luxo. Alguns chegam a apresentar sensata dificuldade no modo que o caracterizam, dando-se a entender que o luxo, na pluralidade das vezes tornou-se caracterizado como algo acessível às classes emergentes, e consequentemente algo a ser em breve popularizado."http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosv3n5/artigo06.pdf Luxo: is not for all.Tarcisio Campanholo, Solon Bevilacqua
O esmagamento das classes médias tornou produtos luxuosos, de alta qualidade em um sonho quase possível parcelado no cartão de crédito ou carnezinho. Fadiga do luxo é uma expressão "chique" inventada para dar conta da miséria espiritual e material que se abateu pelo mundo a partir dos anos setenta, século XX. A fadiga do luxo envolve um processo gravíssimo de despersonalização, indiferenciação, massificação, miserabilidade espiritual e material sufocando os desejos e extinguindo e/ou limitando o "querer, o desejo" pelo rico, exclusivo, requintado, especial, original, luxuoso! Envolve um encarceramento, controle e domínio da liberdade em todas as suas facetas e possibilidades.
Gerenciar e dominar países subdesenvolvidos era e é muito comum no cotidiano dos povos terceiro-mundistas, Brazil incluso, mas inacreditavelmente foram expandidos e impostos [com anuência dos Estados da União Européia] aos países de Primeiro Mundo, economias enfraquecidas principalmente após a super crise financeira mundial de 2008 com epicentro nos Estados Unidos e que atingiu sem dó nem piedade os países da União Européia [Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália] a partir de 2011 tornando genérico o receituário do Consenso de Washington da América Latina para todo Primeiro Mundo Desenvolvido!
Foto Marina da Silva. Paris, outubro 2007. Turistas do mundo "subdenvolvido" comprando bolsas Louis Vuitton falseta vendida por ambulantes asiáticos e africanos no largo de Sacre Coeur. Detalhe: mercadoria com qualidade para primeiro-mundistas!
Com o fim da "Era de ouro" do capitalismo (pós Segunda Grande Guerra à meados dos anos 1960) e a super explosão tecnológica (robótica, transporte, informática, bioengenharia, mecanização com base na microeletrônica, etc) a taxa global de lucros despenca vertiginosamente! Aumenta a competição pelos mercados e o capital produtivo é suplantado pela especulação financeira. A produção de massa fordista/taylorista entra em colapso e novas formas de produção compõem a reestruturação produtiva, a gerência, o trabalho levando a um aumento exponencial do desemprego, das relações precárias de trabalho, rebaixamento salarial, "terceirização do modo de vida" em países que serviam de modelo de desenvolvimento econômico e social para o resto do mundo!
www.google.com.br/images. Massificação de produtos de baixa qualidade [matérias-prima suspeitas de contaminação, por exemplo, uso indiscriminado do plástico e fibras sintéticas].
Foto Marina da Silva. Comprado por mim no Shopping Oiapoque, Belo Horizonte, Minas Gerais. Brazil. O shopping ilegal mais legal de Belo Horizonte. Nike, Vitoria Secret, Louis Vuitton, D&C, Chanel, Christian Dior, Hugo Boss, Lacoste, Christian Lobotin: tudo se compra em ambulantes, camelôs, feiras shopping e shopping de importados!
A "corrupção e corrosão" do caráter da produção de mercadorias engolfou as relações de trabalho e as relações humanas. A corrupção se espalhou da "fábrica invadindo as casas", a administração, os políticos, os capitalistas( alto grau de corrupção e roubo dos cofres públicos), os pobres brasileiros pobres, miseráveis e até a antiga classe média clássica! A pobreza e miséria material e espiritual tomou o mundo de assalto! Fenômeno conhecido e classificado como "democratização" genérica da vida" na mídia brasileira é na verdade a imposição socialista do capitalismo comunista e seu Life Style $1.99: chulo, pirata, falseta, genérico made in condições desumanas, degradantes e corrompidas!
Democratização do luxo, fadiga do luxo é na verdade um subterfúgio, uma imensa cortina de fumaça para velar e justificar uma fase de concentração de riqueza no Brazil e no mundo nunca dantes vista. Duzentos milhões de habitantes, 54 bilionários na revista Forbes, entre eles, Jorge Paulo Lemann [US$25 bilhões], o mega capitalista que transformou a cerveja num líquido redondo e que só Deus sabe o que fará com o sanduba após garfar empresas no ramo junk food!
Foto Marina da Silva. Paris vista parcial da Torre Eiffel; Bel Horizonte, paisagem (vista) comum nas cidades brasileiras, principalmente nas capitais. Mega mansões rodeadas por imensas favelas.
"Primeiro mundo virou piada no exterior..." o sonho brasileiro de país primeiro-mundista para todos nunca passou de sonho, mas a "terceirização" do Primeiro Mundo para o Life Style 1.99 é o pesadelo atual e ninguém consegue acordar!
"Ao longo dos últimos anos tem-se observado duas correntes divergentes quando o assunto é discutir a melhor definição para luxo. Existe a corrente dos que afirmam que luxo é acessível e que estaria ao alcance de todos os consumidores e aqueles que são enfáticos em afirmar que o luxo é para poucos, seguindo a corrente francesa de pensamento, com os autores Lipovetsky (2002), Castarède (2005), Allérès (2000), Ferreux (2008) e Roux (2005). A corrente contrária geralmente empírica e composta pelo meio empresarial que se apresentam como estudiosos do luxo, trazendo dúbia interpretação do que realmente é o luxo. Alguns chegam a apresentar sensata dificuldade no modo que o caracterizam, dando-se a entender que o luxo, na pluralidade das vezes tornou-se caracterizado como algo acessível às classes emergentes, e consequentemente algo a ser em breve popularizado."http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosv3n5/artigo06.pdf Luxo: is not for all.Tarcisio Campanholo, Solon Bevilacqua
Mosaico a partir de www.google.com.br/images. DEMOCRATIZAÇÃO? LUXO ACESSÍVEL? POPULARIZAÇÃO DAS MARCAS DE LUXO OU CRIME?
O esmagamento das classes médias tornou produtos luxuosos, de alta qualidade em um sonho quase possível parcelado no cartão de crédito ou carnezinho. Fadiga do luxo é uma expressão "chique" inventada para dar conta da miséria espiritual e material que se abateu pelo mundo a partir dos anos setenta, século XX. A fadiga do luxo envolve um processo gravíssimo de despersonalização, indiferenciação, massificação, miserabilidade espiritual e material sufocando os desejos e extinguindo e/ou limitando o "querer, o desejo" pelo rico, exclusivo, requintado, especial, original, luxuoso! Envolve um encarceramento, controle e domínio da liberdade em todas as suas facetas e possibilidades.