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quarta-feira, 8 de abril de 2015

BRAZIL LIFE STYLE $1,99: MADE IN CHINA!

Sacanagem
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www.google.com.br/images. Arezzo, sandália $1.99 vendida a uns 299,99!

Marina da Silva


_ Ah não!!  Minha voz alterada, minha expressão de raiva assustou a menina.
_ Como é que é? Falseta?
A danada da menina começou a gaguejar, eu exigia explicações e estava brava, uma fera.
O fato aconteceu ali entre novembro/dezembro. Eu estava embrulhando presentes de natal para família quando a menina me perguntou:
_ Mãe eu ainda sou criança?
_ É, só tem 12 anos e quando chegar a adolescência eu te aviso. Por quê?
_ Então eu posso colocar na árvore uma carta para papai Noel?
_ Claro que pode! Sorri, mas coloca três pedidos, dois tem que ser baratinho.
_ Eu vou pedir só um. E sumiu para o quarto, fechou a porta e voltou depois com o pedido.
_ Desta vez eu vou pedir o papai para levar a carta.
Achei estranho. Um pedido e o mediador da negociação o pai. Fiquei curiosa.
_ Por que seu pai?
Aí veio a bomba:
_ Por que você só me dá falseta! Afirmou categórica.
Se estivesse sentada pularia da cadeira, mas como estava de pé, larguei tesoura, durex e presentes e esbravejei babando de ódio.
_ Falseta? Falseta?
_ É mãe, você só compra presente baratinho, lá do Oi.
Oi é a forma como é conhecido um dos shoppings de camelôs aqui de Beagá, por sinal o melhor deles, na rua  Oiapoque.
_ Para seu governo bobinha, lá vende os mesmos produtos das lojas e muito mais baratos!
_ Mas a professora falou que é tudo falsificado, pirateado!
Foto Marina da Silva. Tudo que é original pode ser falsificado!

_ Pronto _ pensei _ não bastasse a tia, agora ia ter que me virar com a escola. Logo que surgiu a ideia de criar shoppings para os camelôs, ingenuamente, muita gente aplaudiu pensando nos benefícios para os trabalhadores, na desocupação das ruas, no acesso facilitado às lojas e outras coisinhas, inclusive eu.
Acompanhei de perto o Oiapoque desde o começo. Estava eufórica com as possibilidades de transformação naquela que era literalmente a zona de Beaga. Virei piolho do Oi. Levava as meninas, ia tomar cerveja com amigas.
Aí a prima passou a recusar o convite e interpelada recebi a resposta da mãe, uma de minhas irmãs.
_ Lá só vende coisa falsificada, de contrabando, pirata! É tudo ilegal!
_ Você está quase certa se tirar o ilegal e o falsificada. Muitas mercadorias apenas estão sendo produzidas em países de mão-de-obra barata ou escrava como a Índia, China, Coréia, mas pelas próprias indústrias estrangeiras que foram para lá! Au-lão!
_ Mas é contrabando! Não paga os impostos do governo! É ilegal.
_ E imoral! Completei. Tem a placa da Prefeitura, foi instalada de acordo com a lei e a Receita Federal nas blitz só pega os pequenos: CDs, DVDs e cigarros falsificados.
Meu argumento a calou.
_ Foi tudo criado e aprovado pela Câmara Municipal, avalizada por prefeito e políticos do Estado! Eu não vou questioná-los, mas também não vou pagar mais caro pelas mesmas falsificações, piratarias e contrabandos nas lojas e shoppings legais e chiques. Meu dinheiro não é capim e nem nasce em árvore querida!
 
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E a contenda terminou aí, mas a prima nunca mais quis ir ao Oi, minha filha foi tirando o corpo fora e eu fui ficando murchinha.
Às vezes ia lá para observações, mania de geógrafa, preocupada com o processo de amarelão do lugar, como uma epidemia de dengue.
No natal passado, apertada de grana, com o marido morando em São Paulo, resolvi economizar fazendo umas comprinhas naqueles lados. E então recebi essa bomba na cara!
Só conseguia pensar numas passagens bíblicas:
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_ Hipócritas! Bando de fariseus! Ladrões!  Lesando o povo por todos os lados!
E a gota d’água veio no início de 2007:Paulo Maluf (criminoso procurado pela Interpol) no seu discurso de posse dia 14/02/07, emplumado e empoleirado no alto púlpito do parlamento brasileiro defendendo honestamente, amparado nos seus mais de um milhão de votos, os piratas, a pirataria, em prol dos milhões de brasileiros miseráveis, sem emprego, obrigados a repassar essa imoralidade. O homem defendeu o indefensável em vinte e cinco minutos, achando que o tempo ainda era pouco, querendo roubar o tempo do colega ao lado.
E eu é quem sou falseta???
SA-CA-NA-GEM!



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www.google.com.br/images. 2014. Operação Lava jato. PP partido de Paulo Maluf é o que está mais afundado na cobrança de propinas, evasão de divisas, desvio de dinheiro de obras da Petrobras e empreiteiras!



sábado, 4 de abril de 2015

BRAZIL: RUMOREJANDO O ROUBO LEGAL NO BRASIL!




quarta-feira, 1 de abril de 2015


quarta-feira, 1 de abril de 2015

BRAZIL: CIRURGIA É...ADRENALINA PURA!

ADRENALECTOMIA

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Sérgio Antunes de Freitas

Fui submetido a uma cirurgia, cujo nome intitula este texto. É tão difícil a palavra, que a gente só consegue escrever uma vez!
Com esse nome feio, retira-se a adrenal, glândula também conhecida como suprarrenal, pois fica acima do rim, em decorrência, por exemplo, de um tumor benigno na maioria dos casos. Atualmente, também na maioria dos casos, a intervenção é executada mediante a laparoscopia, técnica pouco invasiva, que exige apenas três furinhos no bucho do cidadão.
Como não costumo ganhar na loteria, a minha cirurgia foi a de ventre aberto, por força das circunstâncias. Sabe como é: adrenal, aventura, esporte radical, adrenalina, essas coisas!
Antes do evento, recomendei aos meus familiares e amigos próximos: - Não quero visitas no hospital, nem em casa, nem telefonemas de ninguém. Não avisem ninguém. Perto de mim, só a equipe médica e os familiares que vão cuidar do moribundo.
Fui execrado! Chamaram-me de antissocial, bicho-do-mato, insensível, extraterrestre, neurótico, psicótico, antibiótico!
Entretanto, justifico facilmente minha falta de glamour.
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Não vim ao mundo a passeio. Vim por turismo! E isso, embora seja lazer, exige respeito ao lugar alheio. Daí minha preocupação em mudar os costumes que julgo errados. Um deles é a tradicional visita a doentes.
Dos tempos do Brasil ruralista, vem o costume de visitar a comadre enfermiça. Você encontra a mondronga com uma cesta de plástico no braço, a mesma que já esteve pendurada no mourão da pocilga, do galinheiro, carregou filhotes de cachorros, e pergunta aonde ela vai.
- Eu vou visitar a Comadre Zainha que está de cama. Vou levar um doce de cidra que ela adora, um de casca de mamão e uma goiabada.
- E o que ela tem? - pergunta-se.
- Parece que é uma tal de “diabetis”!
E existe o engraçadinho, aquele infeliz que até anota piadas para fazer o enfermo rir. Depois, ele vai embora com o sentimento do dever social satisfeito e o mazelento passa a noite rolando de dor com os gases abdominais.
Muitas vezes, os telefonemas atenciosos, longos e em quantidade levam ao mesmo resultado.
A medicina deveria ser mais rigorosa e proibir a “visitinha amiga” em qualquer caso de convalescença.
Oras, todos sabem, a pessoa encontra-se debilitada e mais sujeita a uma infecção, uma virose, um resfriado trazido pelo carinho dos muito amigos, que dispõem de toda a vida para demonstrar seu afeto!
E aí, podem perguntar, quando o encontro deve ser liberado?
Sob o aspecto clínico, é o médico quem determina, claro! Entretanto, isso não é suficiente!

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Além desse limite, é o paciente que deve dizer quando vai liberar o “social” e deve ser no momento em que ele tenha a certeza de poder tossir ou espirrar, sem sentir dor nenhuma.
Imagina um acesso de tosse com trinta pontos recentes na barriga! Prestaram atenção nisso, fumantes?
Tive a mais absoluta certeza da importância de alterar esses maus costumes em meu terceiro dia pós-cirúrgico.
Ao iniciar um banho cuidadoso, veio uma vontade imensa de espirrar. Eu até plantei bananeira no box, para evitar o infortúnio!
Consegui evitar a tragédia e, pela primeira vez na vida, não senti aquela frustração dos tempos de normalidade.
Enfim, meus amigos, comadres e compadres, não estou me desculpando por não ter avisado vocês de minha internação. Apenas justificando, de forma coerente com meus princípios.
Dentro de mais alguns dias, você poderão me visitar sem problemas. Podem até trazer uns doces da roça, curau, pamonha, empadão goiano, pão de queijo, cuscuz nordestino, cuscuz paulista, pernil, queijo fresco, licor de jabuticaba, frutas cristalizadas, legumes em conservas, bolo de mandioca, pudim de leite, suco de graviola, bombom de cupuaçu. Ah! E uma cachacinha bem brasileira!
Não se acanhem!

Sérgio Antunes de Freitas
31 de março de 2015