www.google.com.br/images. Sala de fertilização- Processo Bokanovsky: fertilização, replicação de embriões livre da reprodução humana, em seguida sala de Predestinação social ou castas que decidem o lugar social ocupado pelo ser criado, sala de Decantação, salas de Hypnopaedia ou condicionamento e aceitação do lugar social (pré)destinado.
Marina da Silva
De
todas as utopias sobre a “criação” de uma sociedade ou sociabilidade onde
reinaria a paz entre possuidores e despossuídos, exploradores e explorados,
capitalista e proletário [conceito caduco] a mais intrigante, assustadora,
sinistra e porque não dizer terrificante sobre a depreciação da condição
humana é retratada por Aldous Huxley (1932) em Admirável mundo novo!
Nem
o egoísmo extremado do capitalismo nem o engodo coletivista comunista nem
socialismo possível e muito menos o capitalismo co-responsável. Na nova
sociedade idealizada por Huxley o conflito de classes é abolido e abortado
através de “Lavagens cerebrais” associados a fármacos ou super drogas que
inibem ou extinguem não só a reprodução humana natural como a liberdade de
pensar e o livre arbítrio.
O
amor a servidão é incutido pela manipulação genética (bioengenharia) deixando
os membros da nova sociedade cada um em seu quadrado, produtivos e felizes
embalados pelo bombardeamento e uso ditatorial da propaganda voltada para o
consumismo, indução e controle das mentes (desejos e necessidades) com o poder das super
drogas “anestesiantes” como o SOMA.
www.google.com.br/images. SOMA, amortece mentes e mantem o condicionamento. Droga da felicidade.
O admirável gado novo, desumanizado, não seria tangido
pela alienação individualista capitalista e expropriação dos meios de produção
e do saber fazer nem pela enganação
das ideologias socialistas, comunistas, religiosas e seu autoritarismo cruel e
violento (físico/espiritual) justificador de expropriação, exploração e
extermínio de sociedades inteiras.
A
luta entre a foice e o robô
pressentida por Huxley estava em pleno curso nas principais economias do mundo
avassaladas por duas Grandes Guerras e
crises financeiras, o crash da Bolsa em 1929; a exacerbação dos conflitos
trabalhistas e ascensão do sindicalismo de massa da era fordista; o baixo
exército de reserva de mão-de-obra deslocada principalmente para a Primeira
Guerra Mundial, etc.
Contra
a rebeldia da “massa trabalhadora que vive do trabalho” e o poder dos
sindicatos...AUTOMAÇÃO, ROBOTIZAÇÃO!
Mecanização
nos campos agrícolas, automação com base na microeletrônica e robotização nas
indústrias, informatização, revolução nos meios de comunicação e transporte,
manipulação genética criam o paraíso dos “engenheiros” e um exército de
desempregados e o aumento da pobreza e miséria em escala geométrica!
Mas
o boom tecnológico do século XX, para
muitos fruto dos “esforços” das duas Grandes Guerras não apenas atenuou o
conflito capital/trabalho como prometia uma vida celestial na terra
possibilitada pela bioengenharia, engenharia genética, engenharia de
automação...etc. Nem todos podem ser felizes no “Admirável mundo novo” movido a
pilha-humana e sustentado pelo marketing ficcional, uma “Matrix” que esconde o
aumento inexorável da exploração e expropriação do trabalho e de vidas humanas
num mundo novo globalizado e controlado por moedeiros
falsos.
A revolução dos
bichos, Tempos Modernos, Metropolis[1927], Laranja mecânica são obras que desmascaram a falácia
da felicidade universal criadas pelos defensores da substituição cada vez maior
de homens e mulheres de todas as idades por máquinas! “Por que todas as vezes
que peço braços me enviam homens” é a terrível questão enfrentada por Henri
Ford.
Admirável chip novo! Nem a panacéia da felicidade plena
num mundo dominado pelas máquinas nem o pesadelo do fim da “classe que vive do
trabalho” e muito menos o fim do mundo humano! É da lógica capitalista romper
barreiras e entraves de qualquer natureza com objetivos claros: reproduzir-se
como “sistema de produção de mercadorias” e garantir taxas altíssimas de lucros
para os seus “empregados”, também conhecidos como “capitalistas”. Nem profecia
nem ficção, apenas uma condição
necessária de sobrevivência: reproduzir-se sempre de forma ampliada,
inovar-se, renovar-se mesmo que ressuscitando e aprofundando formas cruéis de
exploração do trabalho humano como a escravidão e relações precárias de
trabalho [terceirização, subcontratação, pejotização ou autônomos de
segunda geração, falsas cooperativas, estágios, voluntarismo ideológico
autoritário].
Um
século de “engenheiros” criou robôs, computadores, a nanotecnologia, a
bioengenharia, automação (microeletrônica) revolucionando os meios de
comunicação, transportes permitindo a fragmentação de etapas de produção e
mesmo da produção inteira facilitando a dispersão geográfica das indústrias
para nichos de mão-de-obra barata, baixo ou sindicalismo inexistente, fartura
de matérias primas, ausência de legislação e regulamentação dos direitos dos
trabalhadores e tudo banhado em gordas benesses fiscais dos países receptores
ou hospedeiro.
Globalização/neoliberalismo:
meras palavras que condensam todo um revolucionamento econômico, político,
cultural, social, científico/tecnológico nas formas de administrar, governar,
produzir, gerenciar a produção e as relações sociais do trabalho e da vida em
sociedade. Reconfigurado, o “mundo novo” pode ser sintetizado na China
[indústria universal], Índia [escritório universal], Brasil [celeiro do mundo e
provedor de matérias-primas básicas].
www.google.com.br/images. Henfil na China. Antes da Coca-Cola relata “900 milhões de chineses; Tão induzidos quanto nossas crianças o são na repetição de frases de exaltação; Não tem carteira de identidade com retrato, impressões digitais, enfim, não existe nenhum documento burocrático individual na China; (...) nos mostraram como são, um país pobre; As crianças tem uma experiência prática que não é de brinquedo. Vão para fabriquetas onde produzem peças de verdade; No posto em que trabalho 60% do pessoal é mulher; Tudo para exportação; Obviamente não há liberdade artística(...) O papel dela [fábrica] é reproduzir em dezenas, centenas e se possível milhares de vezes..."
Os
capitalistas foram produzir na China e o mundo nunca mais foi o mesmo,
principalmente as mercadorias. Em 1999 a China entra para a OMC- Organização
Mundial do Comércio com produtos estratificados e produção para castas do
primeiro mundo, terceiro mundo, países subdesenvolvidos, etc. Está assim
fundado oficialmente o LIFE STYLE $1.99, corrompido, corrosivo, genérico,
falseta, pirata, onde cada vez mais se produz luxo extremo para um grupo seleto
e genérico e falsetas para o resto da escória mundial nos cinco continentes,
com destaque para América Latina e Brasil.
“(...) história que ouvi de que os chineses
costumam convidar as grandes nações para fazerem exposições
industriais...(...)eles desmontam e copiam tudo;” Henfil na China.
Na
sua obra “A corrosão do caráter” R. Sennett pressente que a possibilidade de
construção humana material e espiritual e laços sociais fortes estavam
fragilizados pela “substituição” do modelo fordista/Taylorista de produção [longo
prazo] pelo imediatismo[Just time] e “desapego” geral da produção Toyotista e
variantes. O mesmo sentimento sentiu “ Henfil na China- Antes da Coca-Cola” em
1977, mas extasiado de estar em plena ditadura militar e ir visitar os
“comunistas roxos” não conseguiu apreender
ou focar naquilo que o “incomodou” na visita às fábricas, campos agrícolas,
creches e escolas em Pequim Xangai e Cantão. Algumas impressões de Henfil sobre
a China e os chineses:
www.google.com.br/images. Culto a Mao, é o SOMA reeducador, amortece as mentes pelo terror e violência cruel. Droga do pesadelo.
"a propaganda é a alma do poder na China;(...) ênfase às indiscutíveis conquistas da
Revolução através de propaganda e das preleções decoradas; A Guarda Vermelha é
quem comanda o país; São tão cruéis e refinados no torturar, que todos os
exércitos do mundo treinam para resistir à famosa lavagem cerebral chinesa; Digo
que a propaganda tira o espírito crítico do povo e o torna presa fácil de
mistificações perigosas; Chega-se a conclusão que a polícia da massa é a
própria massa; Não sei se admiro ou se tenho medo disso."
“A
massa participa ativamente da massificação.(...) E é inclusive faca de dois
gumes, como participa ativamente, a massa pode resolver massificar à sua maneira
ou, mais louco ainda, a massa pode assumir o comando da massificação. Espero
que entendam porque não consigo repetir isto de novo nunca.” Escreve no seu "diário de bordo" Henfil. Visitando
Pequim sente que “Há algo errado aqui” e fica confuso com toda a fantasia inculcada
na sua cabeça sobre a fantástica vida no “comunismo” e suspeita de si mesmo: “Estou
enlouquecendo; Foi o primeiro sinal.” A
explicação articulada por seu cérebro
que insiste em louvar o “comunismo” é fenomenal “Estariam meus anticorpos
burgueses, colocados em cheque a reagir? Ou meus anticorpos humanistas
inflamando a reação; Querem nos mostrar que produzem tudo que os capitalistas
produzem, só que num sistema diferente. Mas, será mesmo que a igualdade de
produto não altera os sistemas? Tudo isso não foi movido a capital, foi movido
a ideologia.”
www.google.com.br/images. Deng Xiao Ping e o presidente americano J.Carter. Deng Xiao levou em frente a "Nova revolução" na China, abrindo a economia aos estrangeiros e preparando a China para o Século XXI com as "Quatro Modernizações": agricultura, indústria, ciência e tecnologia e setor militar entre 1976-1997.
"Será que estão me escondendo a riqueza e só me mostrando pobreza?; dá preguiça olhar a paisagem; A China é um mutirão; Sem tratores, sem furadoras, só com as mãos, pás e picaretas?; (...) a imagem de uma tribo de 900 milhões de índios puros, inocentes, santos e ingênuos; Não são ainda a juventude hitlerista, mas qualquer um pode usá-los; (...) a gente estava louco pra voltar pra civilização ocidental e cristã, corrupta mas gostosa..." Henfil. (grifo meu)
SÉCULO XXI.
Mosaico a partir de fotos Marina da Silva em Belo Horizonte e imagens google.com.br
2007:
A invasão chinesa no Brasil completava todas as suas etapas [ importação por
nativos; imigração em massa legal e ilegal; importadoras chinesas no
território; ocupação de centros comerciais importantes antes ocupados pelos
camelôs [São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro em destaque]; invasão de
todo o comércio dos camelódromos ou shoppings de camelôs com produtos piratas,
falsificações grosseiras, pirataria de tudo; ocupação dos camelódromos e
competição com nativos; ocupação dos centros comerciais após 2005
(nacionalização de estrangeiros no país); emprego para brasileiros só os
previstos na Lei; boom de especulação imobiliária e compra de lojas nas áreas
dos hipercentros; trazem esposas chinesas, nasce uma genração sinobrasileira; máfia chinesa tem o chefe preso.
2007:
Europa e Estados Unidos: fortalecimento das mercadorias Made China; ao contrário do Brasil, os europeus se ressentem da invasão chinesa tanto nas galerias comerciais
e lojas de departamentos como a C&A e todos os locais turísticos famosos de
Paris (pirataria de grifes famosas vendidas por imigrantes africanos) e Itália
(entrada do Vaticano ambulantes chineses e africanos); "feirão" de importados em cidades
famosas dos EUA, grifes famosas made RPC-República Popular da China. O diferencial entre o primeiro mundo e o resto do mundo é que
a falsificação dos produtos de grife tem
melhor qualidade de matérias primas do que os vendidos no resto do mundo; há uma preocupação maior com a fiscalização, multas, extradição, pecados que não que não existem
do "lado de baixo do Equador".
As
guerras, disputas políticas, fome, Mao e a Grande Marcha, Bando dos Quatro,
revisionistas X maoístas, pobreza extrema do povo e principalmente a dispersão
geográfica da produção para China [indústrias ocidentais foram produzir lá]
facilitaram e reforçaram a implantação de um sistema híbrido
comunista/capitalista, ou seja, produção capitalista sob o “voluntarismo”
ideológico autoritário, impositivo(reeducação) e cruel totalmente voltado para exportação e “ocupação”
do mercado mundial preparando a China para assumir o posto de 2ª potência
econômica no século XXI! A reestruturação produtiva, a relocalização geográfica
da produção com a corrosão, corrupção e matrimônio fiel dos sistemas
capitalismo/comunismo além de lucros exorbitantes, concentração de riquezas,
aumentaram o desemprego estrutural, pobreza, miséria vai fundar uma sociabilidade pobre
materialmente e principalmente espiritualmente! Corrupção dos políticos, desempoderamento dos cidadãos, apatia e
baixo grau de confiança na política/políticos, colonização dos Estados Nacionais por
empresas e especuladores financeiros, xenofobia, etc vão gerar um processo de “desumanização”
criando, parafraseando Karl Marx, indivíduos comedores de batatas, e pior
ainda, comedores de batatas podres; também conhecido na atualidade como fadiga do luxo e democratização da vida genérica, falseta, pobre!
Life Style $1,99- expressão criada por mim, Marina da Silva, para denominar e tentar apreender e compreender um pouco do fenômeno da aceleração da depleção humana, do empobrecimento material e espiritual e da apatia e subsunção dos povos primeiro-mundistas frente o life style $1,99, antes características de países subdesenvolvidos.
Life Style $1,99- expressão criada por mim, Marina da Silva, para denominar e tentar apreender e compreender um pouco do fenômeno da aceleração da depleção humana, do empobrecimento material e espiritual e da apatia e subsunção dos povos primeiro-mundistas frente o life style $1,99, antes características de países subdesenvolvidos.