Postagens populares

Pesquisar este blog

quarta-feira, 10 de julho de 2013

DEPRESSÃO OU AIDS- Alto Índice de Defasagem Salarial?

TRATAMENTO EFICAZ

Sérgio Antunes de Freitas

Quando se está com um demanda séria na vida, deve-se procurar um
profissional da respectiva área de conhecimento.

Se for um problema de saúde, deve-se procurar um profissional da área
da saúde. Lógico? É relativo,

Se for um pequeno mal-estar, um resfriado leve, uma dor na unha, não
convém recorrer às unidades de saúde, públicas ou privadas, para não
engrossar as tradicionais filas, nas quais se encontram crianças,
velhos e adultos, com dores fortes, doenças graves, acidentados, com o
risco de, rapidamente, perderem a vida.

Outro comportamento, derivado da ignorância, também é lamentável.
Ainda hoje, no Terceiro Milênio, muitos pacientes em potencial
recorrem às simpatias, rezas, garrafadas, ofertas em dinheiro para
igrejas. Alguns não tão ignorantes, ou seja, com certo nível de
instrução, chamam alguns procedimentos sem nenhum amparo científico de
tratamentos alternativos. Na verdade, tudo isso é crime de
charlatanismo, embora, algumas vezes, envolvido pelas melhores
intenções.

Foi o que aconteceu em uma grande empresa!

As conversas, durante o descanso ou na hora das refeições, formaram
uma opinião coletiva de que havia um grande número de colegas que
sofriam de depressão.

Resolveram, então, com o beneplácito da Direção, criar um grupo de
auto-ajuda, a Associação dos Depressivos Anônimos – ADA.

Quase ao final da primeira reunião, meio improdutiva, chegou a agente
de administração do Setor de Vendas e, visivelmente atordoada, xingou
as pessoas que tentaram acalma-la. Disse que, naquela empresa, só
havia sem-vergonhas, mentirosos, zinhas e vagabundos. Quando soou a
sirene para a volta aos trabalhos, ela saiu correndo e chorando.

Resolveram que uma dupla deveria ir buscar mais informações com uma
amiga da moça, lotada na Expedição, para poderem ajudá-la.

– Liga, não - disse a colega e amiga. Ela é assim mesmo, quando está de TPM.

Na segunda reunião, a chefe do Controle de Qualidade, emocionada,
pediu para dar seu testemunho. Disse que estava em profunda tristeza,
desde que seu gato morreu. Contou que o bichinho ficava sozinho pela
manhã no apartamento, localizado no quinto andar, e foi encontrado
morto no piso térreo, após uma indiscutível queda acidental.

Como encontrou, chegando ao apartamento, a janela aberta e o aparelho
de som no último volume, deduziu que seu sobrinho, que adorava ouvir o
som no último volume em seu fone de ouvido, não havia apertado direito
o botão para desligar o equipamento na noite anterior.

O gato deveria estar deitado no parapeito da janela, no mais augusto
silêncio, quando o som ligou sozinho, por conta do botão mal apertado
ou após um pique de energia elétrica. Aí, o bicho assustou e
escorregou ou pulou no vazio!

Mais uma vez, a reunião terminou em discussão e conflitos, entre os
que riam com o susto do gato e os que condenavam as gargalhadas.

No terceiro encontro, o ajudante do almoxarifado, muito deprimido,
relatou sua história de sofrimento e horrores, desde que ficou órfão
ainda pequeno, passando fome, humilhações e privações.

Antes de terminar o relato de sua tragédia, um contínuo buscou o
suicídio, tentado pular da janela. Igual ao gato. Conseguiram
segurá-lo e chamaram a ambulância.

Diante da opinião generalizada de que a ADA era pior na saída do que
na entrada, resolveram dissolver o grupo.

Assim foi feito e falar sobre depressão se tornou um tabu, quase uma
proibição aceita pela coletividade.

Nesses mesmos dias, surgiu uma surpresa. A Presidência do Grupo, ao
qual a empresa era vinculada, aprovou um plano de valorização dos
recursos humanos, que dobrou o salário de todos os funcionários.

Houve uma satisfação generalizada, com um efeito adicional. Dez por
cento dos depressivos teve melhoras inacreditáveis em seus estados
emocionais. O restante ficou curado por completo.



Sérgio Antunes de Freitas

7 de julho de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário