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domingo, 24 de maio de 2020

BRAZIL: É "NÓS"

Uma História de Nós
Sérgio Antunes de Freitas

Pelo título, deduzem ser este um texto romântico, né, sonhadoras afoitas?
Podem ir tirando seus dinossauros da chuva!
Isto aqui é um texto proponente de uma revisão histórica do descobrimento ou invenção do nó. Voltemos ao passado remoto!
Talvez ele fosse conhecido por Dã, um líder nato de um grupo de homens das cavernas.
Quando se levantava e começava a correr, todos o seguiam, certos de uma boa caçada. Quando se sentava para descansar, todos paravam, sempre atentos aos seus menores movimentos.
Em um momento desses, um macaquinho de um bando seguidor dos humanos, atrás das sobras de alimentos, jogou um pedaço de cipó na cabeça do Dã. Coisa de macaco!
Ele pegou o cipó e ficou examinando em suas mãos, dobrando, mordendo, cheirando, batendo no chão. De repente, sentiu: - Ái, esse cipó mordeu meu dedo!
Assustado, quis gritar: - Nossa Senhora! - Mas só saiu: - Nó!
Todo mundo repetiu: - Nóóóóó!
Ele afrouxou o nó, tirou seu dedo e colocou um graveto no lugar. Apertou, suspendeu o graveto no ar e os demais, achando que era um truque de levitação, deram grunhidos de admiração. O mais intelectual, com vocabulário mais extenso, dizia: - Dã nado! Dã nado!
No grupo, havia muitos nomes, como o Ape, um ruivo, que havia aparecido ninguém sabia de onde. Quando alguém tentava pegar na sua barba ou cabelo, para ver se era de verdade mesmo, ele dizia algo incompreensível seguido do sufixo “ape”. Mas escrevia “up”.
Como o bando era grande, o Dã gritou várias vezes: - Nó, Nó, Nó - para ver se havia alguém com esse nome. Como ninguém respondeu, ele apontou para o embolado do cipó e disse: - Nó! Assim, nomeou o grande descobrimento.
Com poucos anos, descobriram o nó cego, o nó duplo e outros úteis, excelentes para prender e arrastar animais, criar armadilhas, amarrar os outros de brincadeira. Depois de uns quatro enforcados, observaram a periculosidade dos nós.
Um deles, o Pá, descobriu poder amarrar uma grande casca de árvore em um toco, à beira d’água. Servia para não deixar a correnteza levar embora aquele barco rudimentar, usado para atravessar o rio, remando com as mãos. Durante o sono, o Pá sonhava com braços maiores, artificiais, mas, de manhã, esquecia o que tinha sonhado. Só mesmo um trauma poderia deixá-lo mais esperto. Em uma dessas travessias, vários jacarés vieram em sua direção e ele passou a bater os braços com muita velocidade, prevendo, mediante a futurologia, a invenção do motor de popa. Com medo de perder os braços também, inventou uma espécie de pá, muito mais tarde denominada remo.
Vendo essas modernidades, os macacos faziam algazarras, traduzidas como um jargão: - Esses bichos humanos são hilários!
Nas noites frias, ao lado das fogueiras, o Dã ensinava a todos as técnicas dos nós. Seu filho não se interessava por aquilo. O Dã Júnior, nome com o qual o intelectual do grupo o batizou, gostava de jogar tintas nas paredes e deixar a marca das suas mãos.
Quando alguém via o processo pela primeira vez, olhava a marca e, imediatamente, mirava os membros superiores do moleque, para ver se as mãos continuavam grudadas nos braços.
Se o pai ameaçava brigar com ele, a mãe interferia, dizendo: - Pablo - traduzido para “arte é arte”.
Então, as mulheres, silenciosas, aprimoraram os nós e criaram os laços! Criaram também as tranças, com as quais enfeitavam umas às outras.
A história foi injusta com essa invenção, tão importante para a humanidade, como nas grandes navegações. O humilde nó não teve o destaque da vaidosa e festejada roda.
E vejam como o silêncio escondeu fato mais relevante!
As mulheres, consideradas trogloditas inferiores, submissas, inseguras, além dos laços, criaram a tecelagem, as costuras, os bordados, os enfeites para suas cabeças, as rendas, as transparências e, com tantos nós, amarraram os homens pelo resto dos tempos.

Sérgio Antunes de Freitas
Maio de 2020

sábado, 23 de maio de 2020

BRAZIL: GERAÇÃO CLOROQUINA

GERAÇÃO CLOROQUINA
www.google.com.br. Quem nunca tomou Tubaína nunca foi pobre de marré marré ou pobre de marré deci. Adoro.
Marina da Silva
Geração CLOROQUINA é aquela que se opõe, contrapõe, objeta, contradiz, briga, tem raiva, rancor, ódio mortal à geração TUBAÍNA, BARÉ-COLA, TAMPICO, CALDO-DE-CANA, também conhecida como, ESQUERDA. É público e notório que a geração Tubaína é inteligente, pau-pra-toda-obra, não desiste nunca, tem muito orgulho de ser brasileira e é muito conhecida pelo saber, gosto de aprender, matutar, rumorejar, perguntar, mimimizar e multiplicar conhecimentos, dividir o pão e a riqueza para todos ou pelo menos deixar pingar uma bolsa-família para os mais perrengados da nação. A geração cloroquina, jair, ops, já é aquela que - como minha mãe dizia, entrou na escola, MAS A ESCOLA NÃO ENTROU NELA. E minha mãe tinha grande sabedoria da vida; tinha o quarto ano primário e ajudava e alfabetizava as Tubaínas na roça, mais conhecidas, como caldo-de-cana. Meu pai construa casas, igreja Nossa Senhora da Piedade, o cinema da minha cidade; sabia ler e escrever male-male, conhecia muito as matemáticas, os cálculos e tinha as suas filosofias, entre elas: dar imenso valor ao trabalho e aos estudos para melhorar de vida.
***
Esta geração cloroquina dá nos nervos, ofende a inteligência e provoca vergonha alheia quando abre a boca, enfim: é de fazer o .. cair da bunda! Não perguntam nunca por que, quem, quando, onde, é verdade, é mentira? Simplesmente aceita tudo que ouve, a título de exemplo, um olavo de carvalho ou alexandre garcia e para não dar guerra de gênero, uma damaris. É a favor da escola sem partido onde meninas vestem rosa e meninos vestem azul. As pessoas cloroquina tem graus: uns chegam ao pós-doutoramento em Harvard, mas sempre na MÉDIOCRITÉ. A maioria é cristã, frequenta cultos, missas, tendas, terreiros, procissões, festas homenageando "mitos", hipocritamente, e usando a casa de Deus para cultivar seu RANCOR E ÓDIO. As Cloroquinas também atendem pelas alcunhas coxinhas, bolsomínios, CRISTÃOS DE ARAQUE, nazisfacistas, bolsonaristas.
www.google.com.br/imagens. Cloroquina eleita no pau e fake news! Bonitinha, mas ordinária- diria Nelson Rodrigues.

Além da INTOLERÂNCIA, GROSSERIA, DESELEGÂNCIA, VIOLÊNCIA, a irracionalidade e preguiça intelectual são as principais características das cloroquinas: conhecem muito de nada ou muita coisa de coisa alguma, parafraseando Umberto Eco. Seriam menos "Analfabetos Políticos" se tivessem gosto pela boa leitura...da Bíblia que trazem debaixo do braço, na cabeceira da cama, criado ou enfeitando estantes na sala. Essa gente é igual a gente, só dispensam o livre arbítrio, o uso da inteligência e na política acabam agindo como "agente de estado", gado eleitoral cada vez mais místico e religioso. E escolhem sempre o impensável, impossível, inacreditável, o sórdido, abjeto e seguem e curtem FACEBOOK E INSTAGRAM DE GENTE EXECRÁVEL. Elegem ladrões, milicianos, assassinos, gente mau-caráter, e mesmo pessoas milionárias que entram para a política para roubar os cofres públicos, abarrotados com nossos impostos, e justificam o voto: "porque todo político rouba". Vivem a filosofia pessimista e egoísta esperando resultados impossíveis elegendo décadas a fio: corruptos, larápios, exploradores, assassinos e todo tipo de gentalha.
Na História recente da política brasileira destruíram a democracia no país, porque CUNHA É CORRUPTO, ESTÁ PRESO, MAS TIROU UMA PRESIDENTA, HO-NES-TA, ELEITA POR MAIS DE 54 MILHÕES DE VOTOS, SÓ PORQUE O PARTIDO DELA É PARA TODOS, PREGA O MELHOR DA SAÚDE E EDUCAÇÃO, HABITAÇÃO, SEGURANÇA PÚBLICA, COMBATE À CORRUPÇÃO e tirou milhões de brasileiros da pobreza extrema e miséria. Qual é o crime que Dilma Rousseff cometeu? Jamais quiseram saber, são renitentes e fiéis às mentiras, trapaças, mesmo sendo o julgamento do impeachment um BBB transmitido ao vivo pela rede Globo. Se alguma Cloroquina responder que foi por "pedalada fiscal", provavelmente ela vê na mente a figura da presidente Dilma numa bicicleta assinando nota fiscal enquanto pedala.
www.google.com.br/images. Dilma Rousseff, a presidenta Tubaína, eleita para dois mandatos de presidente e deposta com um golpe de Estado.
ENTÃO depois do fake impeachment gastaram panelas, gargantas, pneus, gasolina, uniforme completo da seleção de futebol e vários outros complementos de carnaval "verde-amarelo-azul-e-branco" pedindo o IMPOSSÍVEL: UM CAPITÃO, DEPUTADO FEDERAL POR QUASE 30 ANOS, CUJO MAIOR FEITO NO PARLAMENTO FOI LOUVAR E DAR MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO PARA UM MILICIANO ASSASSINO.
#Elenão foi eleito por quase 58 milhões de votos conscientes, voluntários com direito a fazer arminha com as mãos e dancinha na comemoração e logo em seguida, 2019, as cloroquinas começaram a levar "dedadas".
Pelo visto gostaram e as pesquisas ibope confirmavam: a direita é burra. Elege quem vai lhe comer o fígado à dentadas!
Cloroquinas sofrem de burrismo, o mesmo que baixo conhecimento de tudo, destaque para História Geral e História do próprio país em particular. Ultimamente estão convencidos que o planeta Terra é plano, que é mentira que os homens pisaram na lua, que tudo que usa em sua casa foi produzido nos Estados Unidos, afinal, comprou na Disney, em Orlando, Miami, Boston, Nova York, que a rede Globo é Tubaína...

Cloroquinas são sempre rancorosas, mentirosas, raivosas, fofoqueiras, espalhadoras de fake news (mentiras) nas redes sociais e falam a primeira merda que lhe passam à cabeça para ganhar uma discussão, mesmo que não haja discussão alguma.
www.google.com.br/images. Dizem que é presidente, mas é só um asno.

Exemplo atual foi o que ocorreu com o uso ou não do hidróxido de cloroquina para o tratamento da COVID-19: sem nenhuma base científica que justifique o uso de tal medicamento no combate à pandemia coronavírus, B-17 decretou que os médicos do SUS devem ministrar a tal nos pacientes. Dois ministros da saúde, médicos, se recusaram, o general e atual ministro recusou até assinar, fato seguido por todos os técnicos do ministério da saúde. Então B-17 bateu o martelo. QUEM É DA DIREITA TOMA CLOROQUINA E A ESQUERDA, TUBAÍNA.
E uma batalha de desinformações tomou o ciberespaço com atitudes de defensores da cloroquina e seus argumentos, de fazer "o cú cair da bunda", copiei está frase no Facebook de uma pessoa que achou ABSURDO comparar a droga cloroquina com a droga da quimioterapia (droga!). A quimioterapia é uma droga, mas é o caminho testado e comprovado para tratamento de cânceres.
E lá se vai meu Brasil afundando no burrismo e na mania de ter resposta pronta, mesmo que seja por milícias virtuais e fake news espalhadas por robôs MADE IN CHINA!
Calígula, imperador romano, cruel, monstro perverso, fez do seu CAVALO um senador romano. No Brasil, essa gente raivosa, cheia de ódio e rancor ELEGEU UM ASNO asqueroso, corrupto, criminoso, presidente da república. PerguntaS que os seguidores de mitos não fazem: o que é cloroquina? Por que usar ou não cloroquina no combate à pandemia?



E você? Alguém me contestaria.
MEU VOTO É TUBAÍNA, ISOLAMENTO SOCIAL E SAÚDE! TÔ EM CASA!

segunda-feira, 18 de maio de 2020

BRAZIL. COVID-19: SOBREVIVER À DOR

SESSENTA DIAS DE ISOLAMENTO SOCIAL
Marina da Silva

Faltam respiradores, mas estou respirando
Mesmo com a escalada geométrica das mortes por coronavírus
Estou viva, sobrevivendo.
Materialmente nada me falta, minha imensa família vai bem
Espalhada aqui, ali, acolá
O mesmo com amigos e amigas queridos. Meus colegas estão bem, meus antigos vizinhos, meus bichos...
Mas impera em mim uma inquietude e melancolia
Tristeza, ansiedade, insônia cheia de números, gráficos, mapas, estatísticas.
Não busco informações, mas elas insistem vir até a mim.
Mariana me distrai, me deixa feliz nos momentos que  conversamos nas vídeos-chamadas. Me chama de louca e despejo sobre sua candura e inocência minha dor quando ela me pergunta: como vai tia? Benção.
Por alguns minutos, às vezes até por horas me sinto segura na sua fragilidade menina.
Você é minha tia mais doida. E ela uma menina pura, inocente do tamanho cataclísmico de toda a desgraça que o mundo vem passando nesta pandemia.
Cura. Sim me curo nestes momentos, reforço minha fé e esperança.
Sinto tanta falta das crianças.
Sim. É o que mais me entristece. Não ver minhas crianças. Crianças do meu trabalho e neste isolamento social, as crianças da creche ali embaixo da minha janela me faz uma imensa falta.
Elas são meu despertador das 7H. Vão chegando trazidas pelas mãozinhas ou atrás de um adulto puxando suas mochilinhas, uniformizadas, a lancheira atravessada nos frágeis corpinhos.
A rotina de vê-las, de esperar por elas na hora do recreio, de correr à janela quando gritam, cantam, gargalham com seus professores.
Penso nelas, penso em champanhe: o estouro da rolha, o jato espumante, claro, límpido cheio bolhas borbulhando e um gosto bom  na boca da alma.
O casarão está vazio, mudo, frio, diria morto sem as crianças e professores. 
As apresentações folclóricas das crianças, as brincadeiras de roda, bola, o escorregador e a cesta de basquete. Sinto falta delas "tocando" um enorme pneu todo bambo, duas vezes ou mais, maior que seus corpinhos.
Olho pela janela e não vejo as crianças. Não tropeço mais com crianças a caminho do trabalho. Não estou trabalhando, não estou caminhando, não estou pegando o busão.
Aquela rotina de vê-las da janela do ônibus a caminho das creches e escolas de ensino fundamental e médio pelas ruas e avenidas da cidade que atravesso anos a fio, décadas e décadas. Fui professora, confesso, mas no meio do caminho entre o feijão e o sonho, o ronco da barriga bateu mais forte...
Hoje sou a "tia" que ensina pais e mães e babás a ciência de ter saúde bucal escovando os dentinhos, passando fio dental e escovando a língua para não deixar dar doenças porque tem uns bichinhos do mal, uns bandidos que não vão ao supermercado e comem tudo que as crianças comem e fazem furinhos nos dentes, a cárie. E ainda tem o cheirinho ruim na boca quando não se tira a comida escovando dentes e língua e passando fio dental todos os dias.
Preciso ver crianças e enquanto o perigo não passa olho pela janela a cheche vazia, absurdamente silenciosa e morta e me pergunto: elas voltarão? 
Sim, claro que  voltarão. 
Fico tranquila ao saber que não é falácia,que as famílias cujos filhos estudam na rede municipal desta desadministrada metrópole podem pegar cestas básicas e a pouca ajuda federal de seiscentos reais pode evitar uma crise séria de fome aos pequeninos. 
Enquanto isso, passaram sessenta dias e o pico de mortes por COVID-19 ainda não foi atingido no Brasil.  O luto cresce em meu coração e nos corações daquelas pessoas cuja a vida de qualquer um no planeta importa. 
Se importar, deixar doer, ficar triste, sentir este sentimento inexplicável  que faz doer a cabeça pela irracionalidade  de um mundo altamente tecnológico e científico.
Não tem testes, não tem respiradores, não há medicamentos e nem vacina. Tem ladrões e suas empresas laranjas roubando dinheiro público, rindo e lucrando em meio a tanta desgraça.
Amazonas, Acre, Amapá, Ceará, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, enfim, os 27 estados e Brasília, o Distrito Federal. A morte, feliz, manda seus ceifadores para a colheira de vidas: idosos, adultos, crianças, adolescentes, bebês.
Semana passada fiz quatro dias de exercício em casa com Lira Bueno, minha personal desde que larguei a academia em 2015.
Tento me alimentar melhor, compro um cooktop de uma boca e não tenho panelas. 
Ontem tomei coragem, depois de três dias encarando as anotações de tarefa a fazer: passar roupas. Então o ferro quebrou na primeira peça...
Levei uma hora inteira e várias ferramentas consertando o danado e quando terminei, cadê a coragem? Amarrei tudo numa gigantesca trouxa.
Estou lendo cinco livros simultaneamente: Vírginia Woolf (inglês); Rosseau e Maupassant (Francês), Ênio Tavares e João Ubaldo (Português). Terminei Essa gente, de Chico Buarque.
Tia você lê inglês? Mariana abismada. Leio. E francês? Sim, e italiano e espanhol, um pouquinho.
Esta última semana não assisti Jornal Nacional. Assisti séries e filmes.
Voltei a comer côco, me ajuda com a ansiedade e o  trincar de dentes, bruxismo.
Também me acalma muito assistir Dra. Sandra Lee, a rainha dos cravos, cistos, lipomas, etc. Aquilo de tirar um a um os comedons, as mílias, os cistos, os gigantescos lipomas em lugares mais inusitados do corpo. Gosto do inglês da doutora, embora entenda bem pouco, aliás gosto mesmo é das suas risadas, do seu tratamento humanizado e alegria de ajudar as pessoas que atravessam anos, uma vida, escondendo ou não tendo grana para um tratamento dermatológico. Confesso, gostar de espremer cravos e espinhas...
Gosto de suas unhas super coloridas, seus cabelos longos, olhos amendoados, seus lábios finos e o respeito que tem com o sentimento alheio.
Sim, antes de dormir, todos os dias agora, assisto Dra. Lee.
Ainda choro. Não só pela crise coronavírus, mas pelas opções de gerenciar a crise politicamente tentando salvar os preceitos neoliberais, ultra-liberais atuais dos bilionários, donos de grandes corporações planetárias, que só aceitam gastos públicos para salvá-los nas crises financeiras provocadas por eles; aumentando suas imensas fortunas na especulação financeira de Wall Street, e pelas guerras por eles incentivadas, inventadas: onde estão as bombas atômicas do Iraque e Irã? E a guerra na Síria?
Vou continuar chorando, mas agora mais do que nunca por esperança. Este governo morreu antes de começar o segundo ano do primeiro mandato e a culpa não é da Dilma ou da esquerda: a culpa é do COVID-19 que ceifando milhares de vidas pelo mundo, jogou a pá de cal nas intenções de aprofundar o ultra-liberalismo no Ocidente. É impossível a qualquer governo segurar o dinheiro e não salvar o próprio povo.
Escrever para mim é sobrevivência: à dor e sofrimento pelos seres humanos de todo o mundo, pelos brasileiros mais pobres e nos perrengues que se arriscam todos os dias:  morrer de COVID-19 para não morrer de fome.
Os sinos dobram pelas famílias que perderam seus entes queridos. 
Minha filha fez uma serenata para mim no dia das mãe, deixou que eu a abraçasse, mas ficamos mantendo a distância prescrita pela OMS: Organização Mundial de Saúde e no dia seguinte fez jejum dia 14 de maio pelo mundo atendendo um pedido, do papa Francisco, que lhe enviaram pelo Instagram.
Como estou fugindo de tudo não fiquei sabendo, mas sinto estar em sintonia com esta onda de compaixão mundial na pandemia coronavírus.
Voltei a ouvir música, todos os tipos de música e acompanhar a vida de Johnny. Wier, o maior ginasta olímpico de patinação artística e a diva do gelo.
A segunda começou com sol e eu na janela olhando a creche e esperando a volta das crianças. 
Elas voltarão, disto não tenho dúvida. Porque tudo isto vai passar, vai demorar muito, eu sei, mas vai passar. 
Enquanto isso preciso sobreviver, começando por respirar e deixar doer...

quinta-feira, 14 de maio de 2020

BRAZIL: INTRIGA DE QUARENTENA. Uma crônica

O  ESTRANHÍSSIMO CASO DO FIO DENTAL E  VIAGRA
Marina da Silva


Este caso tem poucos fatos, mas muita história, é o que diria, João Ubaldo Ribeiro - que Deus tenha a sua inteligentíssima alminha, desencarnada em 18 de Julho de 2015 -  na fenomenal obra Viva o povo brasileiro (2011): "O segredo da verdade é o seguinte: não existem fatos, só existem Histórias."
De fato, se levarmos em consideração o golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff, e especialmente  a condenação do ex-presidente Lula da Silva pelo juiz parcial e suspeito sérgio moro, é fato sabido e publicado e de domínio público que no processo por ele inventado tem muitas Histórias e pouquíssimos fatos.
Mas deixando as homenagens e devidas reverências ao escritor, que provavelmente morreu de "depressão política confessa", visto que neste Brasil, sem uma cachaça, caninha, aguardente, enfim, pinga com ou sem limão, ninguém segura o altíssimo grau de crimes, corrupção, roubo dos cofres públicos e desadministração da política e políticos brasileiros;bandidos que perverteram a oração  de São Francisco "pois é dando que se recebe" e criaram no parlamento nacional o "toma lá dá cá".
Me perdi de novo e quem não se perde com João Ubaldo não encontra nada de Histórias; dou-lhe neste momento o prometido caso  que veio perturbar minha leitura no meu sacratíssimo lar doce lar Quintana. Este é o nome do meu cafofo. Tenho mania de dar nome às coisas, um trem que tenho desde a infância.
Meu primeiro carro, um Fiat 147, cor de elefante na lama, se chamava Joca; o último que  eu amava de paixão, um Astra, nomeei de Trovão azul. E lá vou eu me perdendo na tarde fresca, nublada, cinza outonal...
Pois bem minha gente, este não é um caso para CSI, Law and Order, séries de detetives" que adoro. No máximo é um caso para A Patrulha canina ou Os detetives do prédio azul.
Foi assim: lá estava eu, linda, recatada, "dular", em total ISOLAMENTO SOCIAL imposto por lei, para combater a pandemia COVID-19 ou  novo coronavírus, lendo  uma super aquisição literária no meu Kindle paper white, um e-book, isto é, livro eletrônico, deitada que nem um saco de batatas jogada no sofá.
Ouvrés Completes de Guy de Maupassant: uma crônica deliciosa de título Madame Pasca. Abençoada aulas de francês no Estadual, anos Setenta e três semestres de aula de francês na Universidade. Leio bem o francês, mas é quase auto-didatismo.
Então soou uma campainha. Levantei para abrir a porta e apostando numa surpresa: ver minha filha, mas aí soou novamente e era o interfone do condomínio.
Oi.
Aqui é o M. da portaria. Quem está falando?
E eu:
Aqui é a dona M. do 710.
Aí o rapaz começou com uma história cheia de "a senhora me desculpa, ninguém está acusando a senhora... cheio dos salamaleques"
Meodeusducéu! O que fiz desta vez? Pensei não lembrando de nada. Da última deixei cair a garrafinha d'água aberta e inundei o elevador pouco depois da faxineira, uma senhora de uns 60 anos, ter acabado de limpar.
Já ia acionar a cde - caixa de desculpas esfarrapadas quando ele me informou:
A reclamação é da proprietária do 302.
Eu nem conheço a mulher. Respirei aliviada.
Ela é aquela que fica debaixo do apartamento da senhora, tem uma área verde externa debaixo da sua janela.
Eu quis corrigi-lo tipo: não é debaixo nem abaixo do meu andar, mas temi assassinar a Língua Portuguesa. Na dúvida acima não corrigi que era embaixo.
É uma queixa geral,  de todo lado par do edifício M.
Relaxei geral, são 20 andares a serem investigados. Deixei o rapaz se desculpar pelo incômodo e ouvi os pedidos de desculpa e desculpei. Moro em condomínio há séculos e sei que sempre sobra para os trabalhadores. Mas não me lembrei de nada que pudesse causar uma queixa, cantaria Raul Seixas, selada, registrada, carimbada, avaliada e aceita pela administração do prédio.
Ela queixa que alguém está jogando fio dental e Viagra na área de lazer externa dela.
Gente, caí na gargalhada.
Isto é sério? Fio dental e Viagra? Perguntei gargalhando alto e quase tendo um ataque de tanto rir. Ele riu discretamente coitado.
Pois é...
Na hora lembrei do João Ubaldo e do ID-Investigação Discovery. O rapaz estava na fase da investigação colhendo depoimentos dos moradores.
Olha, fala para ela que eu sou divorciada, escritora, uma senhora de mais de cinquenta quase sessenta anos. Eu uso fio dental e recomendo pelo menos uma vez, a noite. Ele riu.
E o mais importante: diga a ela que quanto ao Viagra, eu aceito, e peça a ela para mandar um homem junto. Nesta quarentena tá osso.
Nós rimos, ele se desculpou novamente, desligou.
Eu corri para a janela. Claro que eu já tinha visto o puxadinho da dona do 302 lá no terceiro andar. E foi quase um ano atrás quando me mudei e muito animada limpei as janelas. Faxina não é o meu forte.
Fiquei na verdade curiosíssima, não com o fio dental, que pode voar até ela do prédio ao lado, minha torcida era para descobrir quem estava usando VIAGRA no lado par, isto é, meu lado. Vai que... Pensei num Antônio Banderas. Jesus me abana!

****
SALVE VIDAS!

Fique em casa, use máscara ao sair,  lave bem as mãos até antebraço e passe "alcoingel"* uai! Vamos derrotar este COVID-19! EU TÔ EM CASA!

* Alcoingel é a pronúncia mineirês, dialeto do estado de Minas gerais para Álcool gel

domingo, 10 de maio de 2020

BRAZIL. CORONAVIRUS: EU NO MODO DEFESA E DE LUTO

Marina da Silva

Maio 2020
Assim que foi declarada a quarentena Covid-19 na minha cidade, 18 de abril, eu que já estava a beira de um ataque de nervos com as notícias da Itália e China, dei uma respirada.
A ordem do dia: Fique em casa! Tô em casa! Use máscaras!
Obedeci rigorosamente, saindo para farmácia, consultas médicas, banco, supermercado, visitar minha irmã. Como as consultas são apenas controle e psicoterapia, as saídas reduziram-se em visitar minha irmã, farmácia e supermercado, banco. E isto  porque hesitei em permitir minha filha pagar as contas e fazer o supermercado.
Montei minhas estratégias para não pirar o cabeção: ginástica todos os dias, músicas, leituras, filmes, séries, documentários, conectar com pessoas via Facebook, What's App, Instagran e assistir televisão para saber do desenvolvimento da pandemia.
Sofri uma overdose de informações, boletins, pesquisas, estatísticas, imagens e o mais grave, fiquei exposta às  fake news, aos negacionistas da pandemia e os psicopatas bolsonaristas milicianos na contramão da ciência rompendo a quarentena.  Uma dezena de dias e fiquei reduzida a cacos: desolada, acelerada, ansiosa, angustiada,  deprimida, melancólica, insone, atormentada por pesadelos.
O jeito foi parar com tudo e por tudo até a ginástica foi para o espaço. Passei  a dormir mal, entupida de ansiolítico e anti-depressivo, acordando cada vez mais tarde e me alimentando cada vez menos...Um sanduíche integral, salada e as vezes um ovo. 
Por que você não pega marmitex mãe? Por que não pede Ifood? Minha filha preocupada.
Virusfobia. Cheguei a dar passos para trás quando uma mulher veio me pedir uma ajuda e quase morri de vergonha. Contei para minha filha e ela me acalmou. Muita gente está fazendo isso, a Organização Mundial de Saúde e até o ministro da saúde bolsonarista pedem distanciamento de 1,50m. Comprei leite para a mulher, mas na saída ela não estava mais lá. E que alegria tive, quando descendo a rua em direção ao apartamento  a vi  abordando gente. Minha filha parou e entregou as caixas de leite. Que alívio na alma.
Estou paranoica e até minha irmã me chama a atenção. Fomos tomar vacina H1N1 e ela se recusava manter o distanciamento e fazendo piadas, e me lascando sermão. À esta altura a aflição e medo e paranoia já tinham me dominado.
Eu estou uma chata, excessivamente chata. Mas a desobediência inexplicável dos negacionistas b17 em ficar em casa ou sair de máscaras mexeram muito com minha cabeça. Por que tanta gente não leva a sério as recomendações? Os bolsonaristas e seu presidente "satãnaro" estão em guerra...política, um exército miliciano tocando o terror; demais pessoas nas ruas precisam de dinheiro e fazem bicos, muita gente perdeu o emprego e penso na lógica deles: morrer de covid-19 ou de fome.
Entrei numa fase de choro por tantas vidas perdidas, pela incompetência do governo, na realidade, para mim, uma estratégia clara de deixar as pessoas morrerem quando é possível salvar vidas equipando hospitais, treinando médicos e todos os trabalhadores da saúde, fornecendo toda a infra-estrutura para o combate ao Covid-19, agilizando o socorro emergencial aos estados e municípios e aos mais vulneráveis da nossa população que beira uns 150 milhões ou mais de pessoas. Temos um fundo soberano para socorro aos médios e pequenos empresários e para a manutenção de um salário social de pelo menos um salário mínimo. Mas a renda aprovada é de seiscentos reais e o país inteiro precisa dela e se aglomera nas agências da Caixa Econômica Federal e lá se vai o isolamento social. 
As saídas do b17 às ruas e manifestações me fazem desejar que a esfakeada para fraudar as eleições 2018,  bem poderia realmente ter sido um ataque verdadeiro e #elenão ido para os quintos dos  infernos. Torço também para que todos que vão com ele pedir fechamento do Congresso, do STF e ainda querem intervenção norte-americana no Brasil, morram e que a notícia corra.
No fim de Abril estou esgotada e entrei no modo defesa, ou seja, ficar viva! Se minhas estratégias iniciais foram para o brejo e me levaram junto, agora era preciso sair do fundo do poço.
Minha filha, sempre preocupada: mãe, liga para a psicóloga, dá para fazer a sessão pela internet, ao vivo.
Não é para mim, muito invasivo, optei pela escritaterapia que me ajudou muito no momento mais crítico do tratamento do câncer de mama entre 2002 e 2003. 
Comecei a escrever aqui no blog sobre geopolítica em tempos de pandemia, mas parei no segundo texto. Então resolvi escrever como fiz no diário do câncer e soltar meus lamentos.
O choro passou e em seu lugar uma raiva enorme tomou seu lugar. O ministro da saúde deposto, um médico diretor do hospital Bonsucesso no Rio de Janeiro, estado muito afetado pelo coronavírus, é bolsonarista, saiu na última manifestação e coincidiu no mesmo dia a denúncia do hospital que ele dirige: está todo equipado e não atende ninguém. Como assim? A raiva virou ódio mortal, o mesmo de uma juíza que mandou que o diretor fosse despedido imediatamente e que o Bonsucesso passe a funcionar como era para ser desde o início: hospital referência em Covid-19. Os bolsonaristas ajudando a sabotar o próprio país não é novidade, eles sempre carregam a bandeira dos Estados Unidos nas suas manifestações verde-amarela; é a ralé social que se põe, voluntariamente e com gosto, a serviço do Tio Sam para manter nosso amado e gigantesco e rico país como reles colônia de exploração e expropriação da terra e população. Como?
Ucranizando o Brasil.1
https://revistaforum.com.br/blogs/ocolunista/o-que-a-sara-winter-quer-quando-diz-vamos-ucranizar/Parecem humanos, mas são vermes sociopatas nazifascistas.



SE A EXTREMA-DIREITA JÁ CHEGOU AO PODER ATRAVÉS DE UMA ELEIÇÃO DEMOCRÁTICA E CONSTITUCIONAL, UCRANIZAR PODE SIGNIFICAR USAR A CRISE COVID-19 PARA DAR UM GOLPE DE ESTADO? BURRICE.
OS MILITARES JÁ ESTÃO NO PODER CHEFIANDO AS PRINCIPAIS PASTAS DO GOVERNO E BOLSONAZISTAS OCUPAM CARGOS IMPORTANTES EM TODO O PAÍS.
UCRANIZAR PODE SIGNIFICAR ATOS TERRORISTAS CONTRA O POVO BRASILEIRO COMO O ATENTADO À BOMBA  AO GRUPO PORTAS DOS FUNDOS E A SUPRESSÃO DO CONGRESSO NACIONAL E DO STF EM MANIFESTAÇÕES CADA VEZ MAIS VIOLENTAS, VIRULENTAS. DUVIDO. MESMO QUE TENHAM UM EXÉRCITO DE TREZENTOS NAZISTAS.

www.google.com.br/images. Bora lá UCRANIZAR o Brasil fechando o CONGRESSO NACIONAL E O STF.



Mas a minha raiva veio mesmo de uma postagem no Facebook denunciando uma das organizadoras da manifestação que disse que o objetivo do milicianismo bolsonazista é UCRANIZAR o Brasil.
A Ucrânia é uma das ex- Repúblicas Socialistas Soviética que entre 1932-33 sofreu um dos mais ignominioso GENOCÍDIO2:  cerca 6-7 milhões de ucranianos foram estrategicamente assassinados pelo stalinismo como forma de enfraquecer a Ucrânia, rebaixando-a material e  moralmente ( tirando os alimentos e matando seres humanos, judeus e poloneses em sua maioria) através de uma crise de fome forjada cruelmente nas estratégias geopolíticas imperialistas fascistas de Stálin.
Neste século, as  eleição de Lula em 2003 e Barack Obama em 2008 significaram uma ameaça ao neoliberalismo, uma guinada à esquerda e colocou em movimento uma nova estratégia de bilionários anarco-libertarianos ultra-conservadores de  tomada de governos com estratégias de fortalecimento de políticos e grupos de extrema-direita nazifascistas, elegendo um mito autoritário  nazista, um jogo de populismo, nacionalismo e divisão de nações internamente USANDO O ÓDIO E MENTIRAS (fake news) como armas de ataque.
www.google.com.br/images Bannon e eduardo bolsonaro, dois sociopatas fraudando as eleições no Brasil com uso intensivo de Fake news através da empresa de Bannon, a Cambridge Analítica. Extremistas, conservadores, nazifascistas no poder a fase 2 é a ucranização ou seja, ditadura militar fechando CONGRESSO NACIONAL  STF. RESISTIREMOS!


Um dos principais nomes desta nova fase política é do bilionário e especulador Steve Bannon que apoiado por outros bilionários criaram o grupo The Moviment e através do uso de dados colhidos pelo Facebook alteraram decisões políticas importantes no Reino Unido, BREXIT (Nigel Farade, ); FRAUDARAM ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS (2016) E BRASIL(2018).3
UCRANIZAR tanto pode se remeter ao genocídio ucraniano na década de Trinta, Seculo XX como  totalitarismo nazifascista e os ataques ao Congresso Ucraniano e ataques terroristas.


wwww.google.com.br/images. eduardo bolsonaro ucranizado e pronto para metralhar e matar esquerdistas. E FECHAR O CONGRESSO NACIONAL E O SUPREMO TRIBUNAL SUPERIOR. Ai que meda!


"Durante a campanha, Eduardo disse que se o STF tentasse impugnar a candidatura do pai teria “que pagar para ver o que acontece”. “Se quiser fechar o STF você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo”, disse, à época." “A maior guerra não é alterar as leis, mas sim combater o ativismo judicial, já impregnado no judiciário ‘progressista’,
Enfim, a escritaterapia tem funcionado para mim, limpando minhas chaminés e abrindo minha mente para os novos rearranjos geoeconômicos e geopolíticos da extrema-direita conservadora nazifascista libertariana (o mesmo que liberalismo selvagem) que no auge da glória e tocando terror deu de cara com uma "pedra no meio do caminho": CORONAVÍRUS!
A raiva também pode ser salutar. Ao me dar conta da "ucranização" fui tomada por uma grande raiva que me fez voltar a escrever o que gosto: política.


Fonte
1. O QUE É UCRANIZAR O BRASIL: https://revistaforum.com.br/blogs/ocolunista/o-que-a-sara-winter-quer-quando-diz-vamos-ucranizar/https://pt.quora.com/Por-que-perfis-de-redes-sociais-de-direita-ostentam-a-bandeira-da-Ucr%C3%A2nia-ou-propagam-memes-como-tem-que-ucranizar-Qual-a-rela%C3%A7%C3%A3o-da-Ucr%C3%A2nia-com-o-bolsonarismohttps://www.diariodocentrodomundo.com.br/sara-winter-quer-recrutar-300-soldados-para-ucranizar-o-brasil/

2. Sobre o Holocausto ucraniano ver https://pt.euronews.com/2019/02/11/o-holocausto-ucraniano-na-berlinale

3. Steve Banonn e a EXPERIÊNCIA Cambridge Analitica BRAZIL: Ver THE GREAT HACKER (O GRANDE HACKER) documentário Netflix.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

BRAZIL: RUMOREJANDO NA PANDEMIA


 Fim do capitalismo
By Sergio Antunes de Freitas

Alguns sonhadores de esquerda estão achando que esta pandemia levará ao fim do capitalismo. Na minha impressão, isso não vai acontecer mesmo. Isso porque esse regime é inerente à alma humana e fruto da ambição, da ganância, do egoísmo! Por certo, em grande parte dos casos.
Os homens não virarão santos ou mesmo justos da noite para o dia.
A iniciativa privada é positiva e está no rol das liberdades. Mas não é monopólio desse regime. E precisa da vigilância do Estado, para cumprimento das leis.
Os empresários são bem-vindos e tem papéis relevantes na sociedade, contemporaneamente, mas costumam cometer um grave erro de discurso. Dizem que, sem eles, não existe produção nem renda no país. Não, meus caros! Quem faz a produção, de fato, são os trabalhadores. Sem eles, tudo para. Ah! Eles podem ser substituídos por máquinas – dizem! E quem vai montar, operar, dar manutenção nas máquinas?
Mas os empresários, sim, podem ser substituídos por empresas cooperativas e até por condomínios de trabalhadores.
E isso não é comunismo!

terça-feira, 5 de maio de 2020

BRAZIL: CORONAVÍRUS E EU

EU COMIGO
Marina da Silva

Maio 2020
Claro que à estas alturas da pandemia eu estou sem um pingo de moral para dar ordem a quem quer que seja, neste caso, a mim mesma.
Tenha paciência. Vai passar. Fique calma. Sou enfática comigo, mas não muio convincente, então está osso me obedecer. 
Não vejo jornais na TV. Leio o NYTimes, WSJ jorunal, DW-Jornal no computador.
Assisto programas de reforma de casas, compra e venda na Discovery Home & Health. 
Uma dezena de dias vendo sem muita atenção e então pulo para o canal de crimes, assassinatos, casos arquivados, perseguição no ID-Investigação Discovery.
Tira deste canal! Minha irmã chamando minha atenção. 
Mas é melhor que ficar vendo notícias no Brasil o dia inteiro. Replico. 
Mas é informação. Ela treplicando.
Paulatinamente diminuí Facebook, What'sApp, Instagram, meus vícios até o Covid-19. Nada mais me chama atenção.
Semana passada fiz dois dias seguidos de ginástica.
Depois voltei à melancolia.
Tento rezar. Pego meu tercinho azul, abençoado por São Geraldo, meu santo preferido da infância e em meio às Ave-Marias, Padre-nossos, Salve Rainha tem jornalistas, suas vozes, seus gráficos, estatísticas pelo mundo, caixões, enterros, dor e agonia.
A deputada Carla Zambelli, uma escrota, espalhou no país a fake news que os caixões não tem corpos, estão vazios, é armação da esquerda. Mesmo em meio a CPI das Fake news.
Meu nariz está entupido. Instilo soro fisiológico nas narinas. Depois limpo as hélices e lavo a parte frontal do ventilador no banheiro.
Não tem chocolate? Nem no esconderijo? Interrogo minha irmã.
Você só vem aqui comer chocolate. E diz que é diabética. Sorri debochada.
Meu comportamento, lógico, não está nada normal. Comprei dois latões de cerveja e odiei o gosto. Despejei na pia e guardei as latinhas para reciclagem.
Vamos tomar vinho?
Eu que nem gosto de vinho dei para apreciar a coisa; vou à cristaleira e pego uma taça de cristal.
Por que? Eu tomo no copo mesmo.
Deixa de ser tonta, na taça de cristal a gente fingi que está em Paris.
Não consegui passar as roupas, ainda.
Comecei bem a semana e fiz lista de tarefas. Preciso fazer a droga do imposto de renda, corrigir uns lamentos e sofrências do novo livro, escrever para o blog...
Devoro filmes, documentários, livros, séries.
Abençoado Kindle paper withe que me custou uma fortuna. Comprei autores novos, russos, franceses, ingleses, americanos, brasileiros. Devorei Essa gente de Chico Buarque numa sentada e as crônicas de Drummond.
Meu passaporte de leitura, presente da filha, está ficando lotado: Turgueniev, Virginia Woolf, George Sand, Alan Poe, Maupassant, Balzac, Moliére, Chico Buarque, Drummond, livros de política e geopolítica atual no mundo e Brasil. 
Parei de fazer máscaras, costurar, fazer ginástica.
Voltei a cozinhar, mas não tenho fogão, só o microondas. Faço arroz, macarrão integral, omelete e ovo frito. Achei difícil lidar com tempo de cozimento, mas dominei estes pratos.
Tenho menos pânico e agonia desde que parei com o jornal. 
Só vou ao supermercado porque minha irmã é radical, não deixa ninguém fazer suas compras, então vamos lá de trio: eu, ela e minha filha.
Mas passo mal sempre. Vem aflição, agonia, medo, claustrofobia em meio as gentes sem máscaras ou usando-as no pescoço.
O principal problema da pandemia no país é o presidente asno, literalmente inculto, tosco, o capitão caverna e seus seguidores, guiados por milicianos nas redes sociais, um bando de gente rancorosa, estúpida, violenta, truculenta, homens e mulheres. Interromperam e agrediram enfermeiras e jornalistas, meu celular me informa.
Na últimas semana a lua apareceu antes do por-do-sol, já na fase crescente, bem em meio aos prédios. 
Abri a janela e fiquei lá, olhando-a por longos minutos até desaparecer por trás do edifício mais alto. Fiquei na vigília. Às 20H ela saiu de lá e passei a vigiar até que ela saiu totalmente.
Do apartamento, cercado de prédios por todos os lados, praticamente colados ao meu, tem umas nesgas de céu e minha lua crescente aparece, inteira. 
Que saudades da lua, do nascer do sol, do por-do-sol. Esqueci regras de hifenização.
Que saudades de tudo, das mínimas coisinhas e pessoas que encontro todos os dias a caminho do trabalho. 
Minha cidade rompeu o isolamento social em Abril e a prefeitura abriu umas três centenas de covas...
Ontem no carro minha filha me apresentou um canal no Youtube de um biólogo e vou assistindo no trajeto até a casa da minha irmã. As avaliações dele me deixam temerosa, assustada. Na volta a menina está aflita e tentando me convencer a não focar nos dados.
Nós estamos fazendo tudo direitinho mãe, não tem com o que se preocupar.
Finjo que não me preocupei olhando pela janela dezenas de moradores de rua em todos os viadutos e beiradas de talude da avenida duplicada.
Você não fique vendo estas coisas, você não dá conta. Eu vejo porque eu escrevo no blog. E nos despedimos preocupadas...