Postagens populares

Pesquisar este blog

quinta-feira, 3 de março de 2016

BRAZIL: SUPER HIPER MEGA PLUS BLASTER PARABÉNS JUCA ZOKNER!

RUMOREJANDO

http://rimasprimas.blogspot.com.br/
PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
Rumorejando está lançando um concurso. O ganhador receberá um 
origami do assim chamado autor deste blog. Quem foi que disse:
 “Não vou baixar a cabeça”. 1. Um jogador de futebol, mais
 especificamente um goleiro ao ser entrevistado depois de 
ter engolido um frango; 2. A esposa do marqueteiro do PT 
João Santana, chamada Mônica Moura, ao ser presa. 
3. Um dos obcecados que sempre se faz presente em
Rumorejando, depois de dar uma pifada com uma gata de fechar 
o comércio, a indústria e as prestadoras de serviços?

Constatação II
O nosso resquício de nossa pouca sorte com os governantes é que 
eles se tramam na bordoada entre eles. Se eles estivessem todos
 do mesmo lado a situação para nós estaria pior do que já está. 
Hosana!

Constatação III
De modo geral quem frequenta um posto de saúde pode estar
 99% certo que o diagnóstico será “virose”. Vige!

Constatação IV

Saiu no facebook, sem que tenha sido possível se inteirar a autoria:
“Ela era poesia...
Ele não sabia ler”
Rumorejando acrescentou utilizando a rima apelativa do infinitivo:
Ele era ternura...
Ela não conseguia perceber.

Constatação V (Sugestão aos nossos filólogos. De nada!)
Os nossos políticos e governantes são dignos... dos nossos ‘desencômios’.

Constatação VI (De diálogos conjugais, um tanto quanto
 freudianos).
Disse a mulher do político que estava sendo julgado por participação 
no mensalão e/ou petrolão e/ou outros ãos, na hora do almoço:
 “O arroz hoje está soltinho”. Perguntou o marido que andava preocupado
 com o andamento dos fatos: “Será que ele conseguiu um habeas-corpus?”

Constatação VII (Via pseudo-haicai).
O obcecado solicitou
O ISO 2000.
“Atingi tal desempenho”, alegou.

Constatação VIII (Dúvida crucial via pseudo-haicai).
É um pleonasmo
A expressão boato falso
Que te deixa pasmo?

Constatação IX
“Você é um cara sórdido
Tomara que fique mórbido”,
Ela vociferou
Quando ele chegou
Embriagado
No lar doce lar,
Às quatro horas da madrugada
Com a voz enrolada
A cantar
‘Mamãe eu quero mamar’.
E quando notou
Ela com a vassoura na mão
Perguntou:
-“Vai viajar?”
-“Seu poltrão,
Você comigo está lascado”.
Levou um safanão
E uma vassourada.
Coitado!
Coitada!
Coitado?

Constatação X (Ah, esse nosso vernáculo ou como
 ensinar o a, e, i, o, u versejando, preferencialmente, para adultos).
Não por birra
Muito menos por ira
A barra pesa
E não é reza
Quando ela berra:
Você sempre erra
E, num urro:
“Seu burro”.
Ele quase se borra
Com ganas de ir à forra.
Mas como veio da farra,
Se cala. Ainda nela se amarra.

Constatação XI (Desabafo).
Os ex-jogadores de futebol que comentam as partidas de futebol 
na televisão são todos uns chatos. Assim, data vênia, foi o caso 
de Gerson, Rivelino, Marcelinho Carioca. Neto, na Band e 
Casagrande na Globo, chegam ao desplante de jogar flores em si 
mesmos, ainda que frisando “modéstia a parte”. Sóbrio é o jogador 
Caio que, às vezes, tem um chato transmitindo o jogo...  Coitados! 
De nós, pobres teleespectadores e amantes do assim chamado 
esporte bretão.

Constatação XII
O corolário
Daquele poema
Atrabiliário*
Era um problema
Só solúvel por teorema,
Que não se estuda no primário.
*Atrabiliário = “que ou aquele que vive tomado 
pela cólera; irascível”. (Houaiss).

Constatação XIII (Ainda ecos do último carnaval).
O individuo,
Às aulas, assíduo,
Por causa do tríduo,
Começou a gazetear,
Os deveres relaxar,
Parou de estudar
E passou a frequentar
O bar
Do lupanar.
Mas que lugar!

Constatação XIV
É muito temeroso
Pedir a mão da namorada
Estando andrajoso?

Constatação XV
Que será que os dirigentes do Paraná tinham contra nós, pobres e 
sofridos torcedores? Quem souber, por favor, cartas, por e-mail,
 ou comentários no blog para este assim chamado escriba. Obrigado.

Constatação XVI
Deu certa vez na mídia que o então primeiro ministro da Inglaterra 
Gordon Brown instou junto ao presidente Barak Obama que se pense
 uma alternativa de combustível verde. Para o nosso país que já consome
 tal tipo de combustível seria de bom alvitre que fosse adotado também
 nesses países e também no nosso o uso de coletes a prova de balas perdidas, ou não...

Constatação XVII (Sem proselitismo, porque todo proselitismo
 é insuportável, exceto para um masoquista).
O vegetariano
Só come vegetais
Todo o ano
Sem proferir ais
E não fica insano
Jamais.

Constatação XVIII
Desenho futurista, abstrato e simbolista é aquele que a gente olha, 
olha e olha, inclusive plantando bananeira e faz a seguinte pergunta: 
“Quem é esse artista?”

Constatação XIX
Ser idoso é contar a mesma história para a mesma pessoa muitas vezes; 
ser de meia-idade é quase a mesma coisa só que com a atenuante,
 cada vez, perguntar: “Parece que eu já te contei essa história antes, não?”

Constatação XX
Ele jurou eterno amor,
Gesticulando com intenso ardor,
Mas ela não se comoveu:
“Só caso com você, ó meu,
Se você tiver um ducado
E eu serei a duquesa
A única das minhas amigas com realeza.
Elas morrerão de inveja.
Vê, então, como planeja”.
Coitado!

Constatação XXI (De um obcecado).
Ela deixou
Meu coração
Esfarelado
E se mandou.
Aí, um anjo bom,
Na forma de um mulherão,
Uma gaúcha,
Muito da feia
Com um nariz torto
Que parecia
Uma bruxa
Quis se deitar
Ao meu lado
E bradou:
“Não tá morto
Quem peleia”.
E me perguntou”
Se eu não ia ligar,
Se eu estava a fim
Pro coração ficar
Novo em folha.
Eu, não tive escolha
Não adiantou
Alegar
Que eu estava em recesso
E que não poderia
Cometer excesso.
Pra não fugir da raia
Atendi-a como se deve
Fui muito de leve
Mesmo me sentindo uma cobaia
Também pra não levar uma vaia.
Afinal, finalmente, enfim
Era mais um rabo-de-saia...
Agora ando com um
Coração recauchutado
Que é melhor que nenhum.
Coitado
De mim!

Constatação XXII (De conselhos muito úteis).
Não se faça de rogado,
Seja mais abusado
Não tenha medo.
Mande um torpedo
Em direção ao umbigo
Do teu inimigo.
Você estará concorrendo
A ficar vendo
O sol nascer quadrado
Bem mais cedo.
E você terá mais folguedo.

Constatação XXIII
Ele tentou, mas falhou.
Aí, não pode cortar a unha do pé.
A barrigona atrapalhou.

Constatação XXIV
Não se pode confundir voo espacial com voo especial, até por que
 o voo espacial leva muito poucos passageiros, na sua maioria astronautas,
 com a finalidade de pesquisar o cosmos talvez naquela velha reposta à
 incógnita de saber como o universo foi criado, quando foi criado e como 
foi criado. Ou mesmo para saber se estamos sozinhos ou acompanhados 
no Universo. Aliás, basta ver o número de pessoas que testemunharam
 a existência de discos voadores para obter a resposta parcial de algumas
 dessas dúvidas acima assinaladas. Já com relação ao voo especial vale
 assinalar que, em certos países, quando um governante vai viajar para algum
 evento, considerado, por alguns, importante, mas que em condições de 
pressão e temperatura não leva absolutamente a nada, ele leva um sem 
número de passageiros na comitiva, em sua quase totalidade 
aspone (Assessor de porra nenhuma) que vai passear a custa da nação a 
qual ele pertence*. A recíproca é como é e tá acabado. Tenho dito!
*Qualquer semelhança com certos países, com fatos, pessoas e coisas não é mera coincidência. Vige!

Constatação XXV
E não se pode confundir tribulação que o dicionário Houaiss dá como
 “Substantivo feminino. 1. Adversidade, contrariedade; 2. Aflição, amargura, 
tormento. [F. paral.: atribulação.]” com tubulação, muito embora se o teu 
chefe te pede numa sexta-feira, já no fim do expediente, para você levar para
 casa uma tarefa que, segundo ele “tem que ficar pronta para ontem” (e que será utilizada dali a duas semanas) a sua programação com a família, amigos, namorada
 ou até mesmo sozinho significa que você entrou pela tubulação, que quer
 dizer que você ‘entrou pelo cano’, que o mesmo dicionário antes referido
 não dá como fod, quer dizer, ferrou-se.

Constatação XXVI (De um pseudo-soneto).

De tragédias anunciadas.

Ela fez uma digressão*
Que um anátema**eu enfrentaria
Se na minha inocente intenção
A um motel eu com ela não iria.

Assustado com a ameaça
Tomei as devidas providências
Já que falava sério, não era pirraça
E sem quaisquer incoerências.

Eu estava sem dinheiro no momento
Para pagar as despesas do motel
E se ela arcaria com o feliz evento.

Ela respondeu quem não tem competência
Não pode usufruir uma espécie de lua-de-mel.
Portanto não se estabelece. Que indecência!

*Digressão = Substantivo feminino.
1. Desvio de rumo ou de assunto:
2. Excursão, passeio.
3. Subterfúgio, evasiva.
4. Liter. Recurso literário utilizado com o fim de esclarecer 
ou criticar o assunto em questão (Houaiss)
**Anátema = Substantivo masculino.
1.Expulsão do seio da Igreja; excomunhão:
2.Maldição, execração, opróbrio:
3. Reprovação enérgica.
4. Indivíduo que sofreu excomunhão (1).
5. Excomungado, maldito, amaldiçoado:
6. Réprobo, condenado.
Adjetivo de dois gêneros.
7. Excomungado, amaldiçoado.

RICOS & POBRES
Constatação I
Rico não é dado à represália; pobre, é vingativo.
Constatação II
Rico é defensor; pobre, adversário.
Constatação III
Rico estima; classe média tem apreço; pobre é obrigado a tolerar.
Constatação IV
Rico é degustador; pobre, é cobaia.
Constatação V
Rico se dana; pobre se f*.
*Ferra, prezado leitor.
Constatação VI
Rico sempre dá um jeitinho; pobre se obriga aprender a sobreviver...
Constatação VII
Goleiro de time rico faz catimba*; goleiro de time pobre faz cera.
*Catimba = Substantivo feminino. Bras. Gír.
1. Manha, astúcia, ardil.
2. Esporte Emprego de recurso(s) antiesportivo(s), embora geralmente não violento(s), para gastar o tempo, ou desequilibrar o adversário, durante uma partida (Aurélio).
Constatação VIII
Rico pede arrego*; pobre, pede penico**.
*Arrego = (ê) [Der. regress. de arregar.] Bras. Gír.
Substantivo masculino.
1. Ato de render-se, entregar-se.
Interjeição.
2. P. ext. Exprime impaciência ou irritação (Houaiss)
**Pedir penico. Bras. Gír. 1. Acovardar-se, amedrontar-se. 2. Mostrar-se fraco, vencido. [Sin. ger.: pedir arrego, pedir bexiga; arregar-se.] (Houaiss).
Constatação IX
Rico faz juras de amor; pobre, é jurado de morte.
Constatação X
País rico refloresta seu país e compra a floresta do país pobre; país pobre vende a sua floresta e acha que vai ficar rico.


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

BRAZIL: FAVELEIRA, FAVELA!

BRAZIL FAVELIZANDO: POR QUE FAVELA?
 
Cnidoscolus phyllacanthus (M. Arg. & Pax et Hoffm.) conhecida por favela ou faveleira é uma planta arbórea, xerófila, lactescente, que possui pelos urticantes (OLIVEIRA et al., 2008). Possui várias utilidades, dentre elas a produção de sementes comestíveis, remédios, lenha, madeira para construção, forragem para bovinos e pequenos ruminantes sendo também utilizada para a recuperação de áreas degradadas (ARRIEL et al., 2004). http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/potencial-forrageiro-da-faveleira-como-alternativa-alimentar-na-dieta-de-pequenos-ruminantes-no-semiarido-brasileiro-80407n.aspx

Marina da Silva
FAVELA. Apesar de palavra linda, ter uma belíssima sonoridade e se ligar ao nome de uma planta, a Favela ou Faveleira, que, em épocas de seca no nordeste, salva os rebanhos, acolhe-os na sua sombra e os alimenta, no Brasil tornou-se xingamento, sinônimo de pobreza, miséria, fome, bandidagem, violência. Mas além de todas estas mazelas, morar em favela significa viver em risco permanente de enchentes, inundações, desbarrancamentos, deslizamentos, desmoronamentos, mortes  em períodos de chuvas de verão ano após ano. Favela é precariedade, desabrigo e perrengue! É renda baixa e/ou ausência de renda; é baixa qualificação formal; é amargar a parca ou nenhuma presença do Estado Legal em infra-estrutura de mobilidade, saúde, educação, transporte público, saneamento básico como água, luz, esgoto.
Favelado tem cor e é invisível aos olhos do governo e do restante da sociedade; é mão-de-obra barata, é exploração e exposição a riscos de vida constante, dia após dia. É ser alvo das milícias de narcotraficantes ilegais e legalizadas pelos governos municipais, estaduais e Federal, que fazem vistas grossas, usam e abusam dos pobres brasileiros pobres: homens, mulheres, crianças, idosos!
http://www.luisprado.com.br/ Escadaria Morro da Providência, Rio de Janeiro, a primeira favela brasileira.


Favela, faveleira, favelado, escancara para quem tem olhos, enxerga e vê a brutal desigualdade econômica-social-política-cultural brasileira onde muitos vivem “sem ter o que comer”!
“Moradia popular em propagação”, as favelas, no início geograficamente horizontalizada nas grandes cidades e metrópoles; atualmente passa pela propagação vertical no Brasil B dos Bric’s, PIB- produto interno bruto de trilhões de dólares e o mínimo como salário! Apesar de “invisível”, as favelas e suas populações crescem geometricamente a cada boom de crescimento econômico. Aglutinam-se, verticalizam-se, formam imensos aglomerados nos morros, acompanhando rios, riachos, córregos! Rio, Sampa, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Fortaleza, enfim, em todas as 27 capitais, nos 5560 municípios e no DF-Brasília! 

Foto Marina da Silva. Vista parcial da PPL- Pedreira Prado Lopes. Mai/2012. Antes da Word Cup.

Quantas favelas, aglomerados de favelas existem no país? Quantos amados brasileiros vivem em favelas nesta terra varonil? 12 milhões de famílias ou cerca de 36 a 50 milhões de brasileiros, como apregoa os dados oficiais e oficiosos? Toda a Nova Classe Média Brasil do século XXI?
A favela não é fenômeno exclusivo do Brasil! Entender a “favelização” no mundo atual quer nos países desenvolvidos, subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento quer seja capitalismo híbrido como o chinês é necessário recuar historicamente ao surgimento do modo de produção capitalista, sua expansão e “espalhamento” pelo planeta, o fenômeno da urbanização e formação simultânea de uma enorme população destituída de tudo, e  que possui de seu, apenas sua prole e força de trabalho para ser vendida, explorada, recebendo o mínimo para a própria subsistência e reprodução, século após século, como assalariado.
Salvo as experiências do Estado de Bem Estar Social [welfare state] em alguns países europeus no pós Segunda Guerra Mundial, a desigualdade social, a concentração de riquezas num pequeno pólo da sociedade e o enorme fosso entre ricos e pobres são condições necessárias à existência do capitalismo.
“Quem foi que disse que miséria é só aqui? Quem está pensando que não se chora miséria no Japão?” 
A favelização ainda é resultante dos “cercamentos” de terras para a agricultura, pecuária, indústrias, extração da madeira, mineração, especulação imobiliária, “grilagem” de terras, desterritorialização por catástrofes naturais, guerras, e pela explosão da superurbanização.
www.imagens.usp.brFavela Paraisopolis, Morumbi. Foto: Jorge Maruta/Jornal da USP. Vista parcial de Paraisópolis, São Paulo. SP Brasil.


“As favelas de São Paulo - meros 1,2% da população em 1973, mas 19,8% em 1993 – cresceram na década de 1990 no ritmo explosivo de 16,4% ao ano”. Afirma Mike Davis em Planeta favela.
As favelas são altamente estigmatizadas e alvos fáceis de exploradores quer de igrejas, políticos, polícias quer dos narcotraficantes! PCC, CV, ADA, UPP, PPP; cada qual tem sua área, sua empresa, seu rebanho, seu curral eleitoral e domínio de favelas!
Miséria, violência, segregação! O governo se cala e colabora na exploração e confinamento de imensos contingentes populacionais nas favelas brasileiras! Cada qual no seu quadrado, verdadeiros guetos e campos de concentração reavivados, contendo imenso exército de mão-de-obra barata, desqualificada, expropriada, explorada, etiquetada para seus donos!
Foto Marina da Silva. PPL. Pedreira Prado Lopes. Belo Horizonte, MG. Brazil. E cores vivas para a World Cup 2014!


“Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”.

E tem a fome, moradias precárias em áreas de risco, vítimas da própria condição do “ser favelado” e expostos diariamente a grandes violências oficiais e de narcos! Onde está o Amarildo? Desapareceu e as câmeras de vigilância da polícia mostra o “fenômeno Amarildo” em cores, no Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa que possui cerca de 700 favelas!  As favelas brasileiras, além das desgraças naturais sofrem naturalmente com incêndios criminosos e com limpezas urbanas, verdadeiros despejos humanos, como por exemplo, o que ocorreu recentemente com a favela Vila Autódromo RJ.

 http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/20/politica/ OLIMPÍADAS RIO 2016 » Remoções na Vila Autódromo expõem o lado B das Olimpíadas do Rio. 

"Nenhum tornado passou por aqui. A comunidade de cerca de 550 famílias de baixo rendimento foi removida voluntariamente ou involuntariamente por causa da construção do Parque Olímpico, o principal centro das competições das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que começam a 5 de Agosto. Chega-se ali atravessando a Barra da Tijuca, na zona Oeste do Rio, em toda a sua longitude de shoppings de inspiração norte-americana e condomínios – uma hora de congestionamento, no mínimo, para quem vem da zona Sul. Novos condomínios de luxo foram erguidos nos últimos anos, como a “vila”, intitulada Ilha Pura, onde os atletas olímpicos vão ficar alojados. Toda esta área em torno da Lagoa de Jacarepaguá sofreu uma intensa transformação urbanística, que continua em curso. Torres de múltiplos andares eclodiram no meio do mato. A avenida de acesso ao Parque Olímpico está a ser ampliada e pavimentada. As nove instalações desportivas do Parque Olímpico – onde serão disputadas 16 modalidades – estão praticamente concluídas. Não há como chegar lá sem ver a Vila Autódromo. Ou que resta dela: uma dezena de casas de tijolo dispersas entre ruínas e bananeiras, terra revolvida com pilhas de entulho, poças de água povoadas de mosquitos. E graffiti: “Não vamos sair!” http://www.publico.pt/mundo/noticia/vila-autodromo-a-favela-que-se-recusa-a-desparecer-por-causa-das-olimpiadas-1724706
www.google.com.br/images. Copa da CORRUPÇÃO!






As remoções das limpezas urbanas não são recentes no Brasil; datam do início do século XX e é a forma preferida para acabar com as favelas que "enfeiam" as cidades - incêndios deixam fumaça nas cenas de crimes - e com elas os pobres e miseráveis que nelas vivem! Também não é exclusividade do Rio de Janeiro e sim a prática habitual dos políticos brasileiros atolados em atos de corrupção e conluio com ruralistas, usineiros, banqueiros, especuladores imobiliários, empreiteiras especialmente, para tomar as propriedades dos moradores das favelas, taxando toda a população favelada do país de "invasores".
  https://www.google.com.br/search?q=FAVELA+CABEÇA+DE+PORCO/ RJ: Cortiço conhecido como Cabeça de Porco abrigava cerca de 4 mil pessoas (Foto: Marc Ferrez)

Para aqueles que pensam que as favelas tem “origem” apenas em invasões ou no “romantismo político” como afirma o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral- PMDB, uma leitura rápida de Mike Davis lhes dará conhecimento de como surgiu o “Planeta favela” no mundo e especialmente no Brasil!
Belo Horizonte é talvez a cidade-modelo quando o assunto é banir os pobres do mapa e urbanização não-dependente de industrialização! Desde a construção, a capital de um dos mais ricos estados do Brasil, Minas Gerais, foi idealizada sem a presença de pobres e miseráveis, enfim, dos trabalhadores, a mão-de-obra que construiu a “Cidade Jardim”.  Veja BH na planta, cidade construída para no máximo 42 mil habitantes e que atualmente possui cerca de 2.502.557 milhões/habitantes e 326 favelas nos dados oficiais.
As várias intervenções urbanas para duplicação da avenida Antônio Carlos, cerca de 3.9 Km e mais de três "intervenções", só nos anos 2000, ao contrário do esperado deixou muitos horizontes favelas expostos: Pedreira Prado Lopes, Complexo de favelas Cachoeirinha, Favela Del Rey, favela Humaitá, Vila Santa Rosa,   favela vila Real, Felicidade, etc, etc. E por mais que  os "administradores e seus projetos urbanos" queiram  l"impar  o tecido urbano" pela simples remoção das favelas, elas brotam e crescem rumo ao céu. Por que recusar a existência das favelas? Esta não era a pergunta adequada no "confrontamento governo/ favelas"...
Foto Marina da Silva.  Trecho da favela Vila Maloca que ladeia a BR 262 e o viaduto São Francisco. BH.MG





quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

BRAZIL: Sérgio Antunes de Freitas, o cara!

A Síndrome do Cachorro

www.google.com.br/images

Sérgio Antunes de Freitas

Uma das diferenças entre os povos desenvolvidos e os ainda bárbaros pode ser avaliada pela quantidade de pessoas que sofrem da Síndrome do Cachorro.
Quando se abre uma porta, o primeiro a querer sair é o cachorro. Ele enfia a cara como em uma greta ainda em abertura e só refuga se levar uma arranhada no focinho, pelas garras do gato com frio que quer entrar.
As pessoas com raciocínio cartesiano, para as quais não existem outras variáveis de análise que não sejam os vetores físicos e matemáticos, além das necessidades fisiológicas, sofrem dessa espécie de patologia.
Na fila do elevador, é mais do que lógico esperar as pessoas saírem, para depois entrar. É como trocar uma lâmpada! Em primeiro lugar, se tira a lâmpada queimada, para depois colocar a nova. Eureca!
Mas as pessoas devem pensar que o elevador vai subir sem esperá-las e não voltar mais. Então, peitam quem está saindo, pisam no pé do ascensorista, engancham o cabo torto do guarda-chuva na bolsa da madame mal-educada. E haja palavrão!
Mas não é só nos ambientes populares que isso acontece.
www.google.com.br/images

Após o pouso, quando é aberta a porta do avião, os “senhores passageiros” querem ser os primeiros a sair, para ficar duas horas esperando as malas na esteira. Manda a boa etiqueta, para quem não sabe, que a preferência se dá pela ordem da numeração das cadeiras, ou seja, sai primeiro quem está na frente!
É como a água da garrafa! Em primeiro, saem os goles que estão na frente. Depois, sai a água do fundo, às vezes com depósito de sujeira. Se o depósito quiser sair ao mesmo tempo, é necessário chacoalhar o recipiente, Raramente isso acontece com o avião. Mas acontece, para o pavor de muitos como eu!
Essa síndrome é facilmente percebida no trânsito de veículos. Todos eles estão andando no limite da velocidade máxima, mas mantendo um ritmo de segurança. Aí, aparece o alfaiate alucinado, costurando para todos os lados. Se estivesse fazendo uma cueca, ninguém vestiria! Quando chega ao sinal fechado, todos param, mas só ele fica com a cara de macaco depressivo.
Também nas ruas e avenidas, encontramos aqueles que mais sofrem desse mal, os motoqueiros. Para eles, a doença pode ser mortal. Ou, com sorte, só dolorida.
Um amigo, quando era dessa cepa, me contou que esqueceu a perna no para-choque de um jipe, com sua moto em alta velocidade. Ele usou o verbo esquecer, porque, na hora que sentiu a perna subir, achou que só iria reencontrá-la em algum local de Achados & Perdidos. “Legal, Mano? Apareceu alguma perna cabeluda, com uns vinte e seis anos de idade e um calombo na canela?”
Uma variante dessa moléstia para o público infantil é a Síndrome do Gato, cuja teoria é: se passou a cabeça, passa o resto.
Geralmente, acomete os baixinhos nos corredores de feiras livres e assemelhados pelo acúmulo de gente. O baixinho taca o chifre na frente e vai dando ombradas nas pernas dos outros.
E os pais tentando não perder de vista o possuído!
O diagnóstico também pode ser feito nas portas giratórias dos bancos, aquelas geringonças que instalaram para dificultar a entrada de clientes, digo, dos ladrões. Já não chega ter que tirar chave, celular, carteira com moedas, cinto com metal, tornozelo mecânico, restaurações dentárias com liga de ouro, pino na bacia etc., ainda somos empurrados por uma pessoa forte e apressadinha do outro lado do cilindro mágico.
Outro dia, dei quatro voltas para entrar e cinco para sair da agência. Zonzo, me apoiei no coldre do agente de segurança. Sem problemas, eles não portam armas mesmo!
Lembrando, ainda existem os fura-filas!
A consequência de todo esse mal é que, quando estamos no meio da manada em estouro, acabamos por somatizar essa síndrome.
E salve-se quem puder!

Sérgio Antunes de Freitas
19 de fevereiro de 2016