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sábado, 2 de janeiro de 2021

BRAZIL: THE SOCIAL DILEMMA ou O PROBLEMA DAS REDES. Parte 3 E 4

THE SOCIAL DILEMMA: EXISTE UM PROBLEMA.!?...;


www.google.com.br/images  “Nunca antes na História, 50 designer, pessoas brancas entre 20-35 anos, na Califórnia, tomaram decisões que causariam impacto sobre dois bilhões de pessoas.” Manifesto Tristan Harris

Marina da Silva

Parte 3

O Google e o Facebook são gigantes da indústria tecnológica e fazem bilhões de dólares empregando poucos trabalhadores e gigantescos computadores que fazem gigantescas fortunas a cada milésimo de segundo, informa Jaron Lanier. Eis uma informação importantíssima para o futuro da humanidade sob a égide do sistema CAPITALISTA que só pensa em dinheiro, muito dinheiro, bilhões, trilhões, quadrilhões, zilhões de dinheiro.

“O Facebook é feito para monopolizar sua atenção. Usa todos os truques básicos de propaganda combinando-os com os truques de jogos de cassino. Você sabe, caça-níqueis, etc. E basicamente aproveitando  os instintos, basicamente jogando com sentimentos;  raiva e medo são as formas mais seguras de fazer isso. Então eles criaram um conjunto de ferramentas para permitir aos anunciantes explorar esta audiência emotiva visando o nível individual. (...) E quando todos tem sua própria realidade é muito fácil manipulá-los.” Roger Macnamme em The great hack.

www.google.com.br/images. NÃO CURTI!

E claro, of course...É o dinheiro que move o mundo e as novas tecnologias são economizadoras de mão-de-obra viva, humanos, mas não são somente as big techs que usam as fascinantes tecnologias que tornaram o mundo interconectado e nossas ações rápidas, instantâneas. Esta é “A condição moderna” nas palavras de David Harvey17 e que levou a esta era de desemprego estrutural colossal, a partir da década de Setenta, século XX, gerando “O fim dos empregos” diria Jeremy Riffikin18 e à Corrosão do caráter, diz Richard Sennett19; uma luta estrutural histórica entre A Foice e o Robô20 no desenvolvimento e solidificação do sistema capitalista, afirma Eduardo Albuquerque.

A principal mercadoria do século que apenas desponta são os “dados privados” nossos compartilhados nas redes sociais todos os dias.  E quando tudo isto começou?

Foi assim...

www.google.com.br/images. Documentário Netflix. 2016

No início não havia nada e muita sílica no vale do silício. Então do “meio do nada”, também conhecido como THE BIG BLUE, a IBM, dona do pedaço, ops, mega indústria controladora de tecnologias de ponta (fornecedora de logísticas de “informação, classificação, catalogação, impressão e etc de dados para os donos das guerras21 - Primeira e Segunda Grandes Guerras do século XX) passou a ter concorrentes, destaque para OS CAUBÓIS DO VALE DO SILÍCIO22, os fundadores da empresa COMPAC, informação disponível no documentário de mesmo nome.

"Silicon Cowboys: Este que documentário que conta a história destes três fundadores que, em 1982, levaram a Compaq Computer a enfrentar a gigante IBM no mercado mundial de computadores com seu inovador lançamento, o “computador portátil”. São 70 minutos intrigantes sobre como Rod Canion, Jim Harris e Bill Murto afirmam com convicção que “Você não pode chegar ao iPhone sem a Compaq”. Inspire-se nesta história sobre como boas ideias e atitude podem transformar uma empresa pequena em gigante de mercado. “Silicon Cowboys” merece seu olhar para a filmagem dos anos 80, os detalhes divertidos e o vislumbre de uma era que, ao colocar uma alça em um computador poderia fazer de você um milionário. A Compaq passou de um escritório cercado por vacas para a empresa que atingiu US $ 1 bilhão em vendas rapidamente. Os três engenheiros da Texas Instruments decidiram se filmar por conta própria em 1983. Esses humildes inícios, cerca de 2.500km do Valedo Silício, fornecem um rebanho de detalhes divertidos para o fato de serem seus primeiros portáteis. O computador foi esboçado em um placemat em uma loja de torta ou que os fundadores quase começaram um restaurante mexicano. Se você usa hoje um “notebook”, agradeça à Compaq."https://fontetelecom.net.br/silicon-cowboys-como-a-compaq-mudou-o-cenario-da-tecnologia-com-os-computadores-portateis/

www.google.com.br/images. The BIG BLUE
De máquinas calculadoras a computadores e impressoras 3D gigantescos, hardware, software para indústria de defesa e indústrias aeroespaciais (NASA, CIA, FBI) e forças armadas (Marinha, Exército, Aeronáutica) dos Estados Unidos e de outros países, a IBM controlava, mandava e desmandava. Tudo que se tinha nesta área pertencia literalmente à IBM. E advinha quem trabalhou para a IBM e criou aplicativos, softwares, start-ups que se transformaram em gigantes da tecnologia de informação e comunicação? Bil Gates e Steve Jobs, citando aqui os mais fodásticos criadores da Microsoft e Apple.23 É célebre a foto do jovem Jobs fazendo o dedo F* para a IBM. “Há dez anos, diz Roger Macnamee24, as gigantes do vale do silício estão no negócio de vender seus usuários.”

Sim, eles nos vendem e junto levam nossas famílias, amigos e amigas, colegas de trabalho, namorados, crushes, peguetes, nossas interações com eles e de cada um deles com seus outros faceamigos, nossos sentimentos e posicionamentos políticos e até nossos gostos na hora do sexo, do “rala e rola” entre quatro paredes! Pelo menos de dois bilhões de “usuários”, só do Facebook, gerando uma riqueza imensurável para poucas empresas. E eles podem fazer isto?

www.google.com.br/images. EU CONCORDO e nem li.

Claro...que sim! Nós lhe demos este poder quando assinamos, ou melhor, clicamos CONCORDO em seus “TERMOS E CONDIÇÕES”25, sem ler, no meu caso E NA MAIORIA dos casos: Li e concordo para criar contas grátis no Yahoo, Orkut, Uol,  Google, Facebook, Twitter, Blogger, Youtube, Flirck, Pinterest, Linkedin, Instagram, Reddit, Snapcht, e só não entrei ainda no TikTok  porque assisti os documentários: The Great Hack, Dark  Net; Deep web, Snowden,  The Social Dilemma, traduzido como O dilema das redes ou coisa que o valha em Português.

***

Parte 4

“EXISTE UM PROBLEMA E TEM A VER COM UMA FONTE, UMA FONTE” diz Tristan Harris. 

Mas qual é o problema?

O primeiro e principal problema que vejo está no título do documentário: The social Dilemma. Um problema tão complexo como o uso de dados privados para qualquer tipo de fim como o de  fazer bilhões de dólares de forma ilícita e tramar contra as democracias promovendo discórdia, raiva, rancor, ódio, assassinatos e genocídios está REDUZIDO ao impacto social sobre o comportamento mental e isolacionista dos jovens e crianças e à incapacidade dos adultos de criar filhos e filhas com a sinistra possibilidade de manipulação das cabeças dos mais jovens com propagandas de massa, politizadas, direcionadas.

www.google.com.br/images. Cena do documentário The social Dilemma. Isolamento social, vício nas redes sociais, bullying, destruição da sagrada família e sacrossanto lar.


Os adultos (geração Baby boom, geração Coca-Cola, enfim, os nascidos no século XX) são vistos como ignorantes, ingênuos, com baixa capacidade intelectual de, não somente apoderar e usar todo o conhecimento técnico-científico da chamada terceira revolução industrial como de criar, ensinar, educar e se relacionar com a geração Milenial, geração Z e eteceteras, os “babies Facebook, Google, Reddit, Twitter, Snapcht, Instagram, What’sApp, TikTok”, citando os mais usados mundo afora.

www.google.com.br/images.

E agora? QUEM PODERÁ NOS SOCORRER E NOS PROTEGER?  Quem poderá destruir os poderes do “macaco louco”26 viciantes, incapacitantes, espalhadores de fakenews, mentiras, raiva, ódio, rancor; anuladores da livre escolha e manipuladores de mentes destas gigantes da alta tecnologia que vendem nossos dados privados? Mr. Beans ou Chapolin colorado?27

“Os anunciantes são os clientes, nós somos o produto que está sendo vendido”, diz Aza Riskin! “Se você não está pagando pelo produto, você é o produto”, diz Tristan Harris.  O que em outras palavras quer dizer que oferecer uma conta grátis, fácil de usar e rápida é uma ARMADILHA! “O google é só uma ferramenta de busca e o Facebook é só um lugar para ver os que meus amigos estão fazendo, ver as fotos deles” continua Tristan, mas o que não percebemos é que o Google e o Facebook estão competindo pela nossa atenção” e Tim Kendall, o fazedor de bilhões joga a pá de cal sobre nossa ignorância e inocência: “Quanto tempo nós podemos fazer você gastar? Quando da sua vida você consegue dar para nós?” Misericórdia! Vampiros Fdp*, sanguessugas do mal! Eu sou um produto, uma mercadoria e o Facebook e Google fazem dinheiro me vendendo para empresas me encherem de produtos, é tudo publicidade, propaganda de produtos? Jaron Lanier diz que esta é uma visão medíocre, simplista, porque na verdade o produto é me fazer, aliás, nos fazer mudar de comportamento, alterando nossa percepção. Mudança de comportamento e percepção é "o único produto possível", diz Lanier e continua "Não há mais nada que possa ser chamado de produto. É a única coisa com a qual conseguem ganhar dinheiro, mudar o que você faz, como você pensa e quem você é. É uma mudança gradativa. É leve. Se você pudesse falar para alguém: me dê 10 milhões de dólares e vou mudar em 1% a percepção do mundo na direção que você  deseja..."

www.google.com.br/images. Dois desastres geopolíticos: o bolsonaro dos Estados Unidos da América e o trump tupiniquin do Brasil. Pode piorar mais? Sim. pandemia coronavírus - covid-19.

Eu quase concordo com Lanier. Mas o que se viu no BREXIT ou saída do Reino Unido da União Européia, na eleição do bolsonaro americano Donald Trump para presidente dos Estados Unidos em 2016 e do trump tupiniquim bolsonaro para presidente do Brasil em 2018 nada teve de MUDANÇA LEVE, GRADATIVA ou pouco perceptível. Foi um furacão avassalador em direção às tragédias geopolíticas, geoeconômicas que alteraram sim,  a percepção de quem é a grande potência, potência NUMBER atual, que um dia foi os Estados Unidos. Tamanha bizarrice, burrismo e idiotia (comandada por bilionários de vários países, russos especialmente)  como  o Reino Unido sair da União Européia (Brexit com apoio de Trump), eleger dois asnos para presidente dos Estados Unidos (Trump com apoio de Nigel Farage do Brexit) e do Brasil (bolsoasno com apoio do asno Number One norte americano, Trump) colocou um big dilema, mas nada haver com dilema social e sim, com a balança do poder mundial. Somos todos consumidores dizia Ludwig Mises na metade do século XX, então não é nenhuma novidade, é o capitalismo! Tudo é mercadoria, inclusive a força de trabalho humana e os seres humanos. E é exatamente o que pregam há mais de um século os economistas da escola austríaca cujos fundamentos econômicos do liberalismo são retomados no final do século XIX e início do século XX, período de muita turbulência bélica que descambará nas duas Grandes Guerras Mundiais (1914-1918; 1938-1945) impedindo as práticas econômicas  livres, o livre comércio, o mercado livre. 

E um plano e as ideias  da liberdade econômica, individualidade, lucro, egoísmo, contrárias à planificação central da economia, controle estatal e principalmente controle do livre mercado tomam forma ainda ali, durante a Segunda Guerra Mundial e são  levados para o país capitalista par excellence; os Estados Unidos da América, por Ludwig Mises e F. Hayek em associação com liberais americanos, formando a Sociedade Mont Pélèrin e entrando em ação já nos finais dos anos Sessenta e início dos Setenta do século XX: a onda Neoliberal. Intervencionismo estatal é comunismo - diz Hayek - O caminho da Servidão; o Estado é o inimigo bradam todos eles, Murray Rothbart mais que todos! Somos todos consumidores! Bate o martelo Mises.

“O neoliberalismo venceu abatendo o Welfare State e suas corruptelas a partir dos anos Oitenta, século XX, após três décadas se reorganizando. A ordem Laissez faire (o mercado se auto-regula sob a mão invisível) retomada pela "Escola de Chicago" de Mises, Hayeck e seguidores: políticos, jornalistas, literatos, empresários de vários ramos, alunos, obreiros, panfleteiros e defensores do livre mercado econômico ainda durante a Segunda Guerra.
"Uma cruzada anti-Estado intervencionista e práticas socialistas e comunistas voltadas para o bem-estar social (ideias de coletivismo, fraternidade, igualdade, solidariedade, compromisso social, desenvolvimento humano, pleno emprego, previdência social) envolvendo a EDUCAÇÃO da sociedade para não só aceitar como defender como suas, ideias anti-estatismo, anti-igualitárias, anti-coletivismo, anti-fraternidade,  anti-solidariedade, anti-paternalismo estatal, anti-socialismo, anti-comunismo." https://marinasdasilva.blogspot.com/2020/04/brazil-covid-19-e-pandemonio-ultra.html

(continua)


Fonte

*PQP = F*

17. HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo, Editora Loyola, 1992.

18. RIFKIN, Jeremy. O FIM DOS EMPREGOS. O declínio Inevitável dos Niveis dos Empregos e a Redução da Força Global de Trabalho.São Paulo: Makron Brooks, 1995.

19.SENNETT, Richard. A CORROSÃO DO CARÁTER. Conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2004; Entrevista https://youtu.be/Rq2HJK-tuf0

20.   ALBURQUERQUE, Eduardo. A FOICE E O ROBÔ: as inovações tecnológicas e a luta operária. Página 7 Artes Gráficas. 1990.

 

 21.  Sobre o tema ver: ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO (https://youtu.be/WNQk0OwyoBw); CIENTISTAS DA GUERRA

 

22. Silicon cawboys. Documentário Netflix; https://canaltech.com.br/cinema/7-

documentarios-sobre-tecnologia-para-voce-assistir-na-netflix-104250/

 

23. Sobre os bilionários do vale do silício assistir documentários: INSIDE BILL BRAIN. Deconding Bill Gates. https://www.netflix.com/watch/80184771?trackId=13752289&tctx=0%2C0%2C99c615752f9d78a51aebf90ad7df5b264c72b912%3Af416524e5421adadbe2b0dbb38901a494deada18%2C99c615752f9d78a51aebf90ad7df5b264c72b912%3Af416524e5421adadbe2b0dbb38901a494deada18%2Cunknown%2C

 

24. Sobre Roger Macnamee ver: The great hacker; The social dilemma.

 

25. Sobre o tem aver: TERMS & CONDITIONS. Documentário Netflix.

 

26. Macaco louco é a personagem, o vilão do HQ AS MENINAS SUPER PODEROSAS.

 

27. Mr. Bean (Britânico) e Chapolin colorado(Mexicano) são personagens da "nova comédia" de apologia ao bizarro, idiota, culto ao burrismo  que vem sendo a tônica de "deshumanização" do progresso intelectual das massas forjando um enorme abismo e descompasso entre a riqueza material objetiva e o empobrecimento e desempoderamento do espírito, do intelecto humano criando um a unanimidade burra.

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

BRAZIL: THE SOCIAL DILEMMA ou O PROBLEMA DAS REDES SOCIAIS partes 1, 2

 THE SOCIAL DILEMMA: EXISTE UM PROBLEMA.!?...;

Marina da Silva

“Dans la vie réelle, dans la société, les faits s’enchaînent si fatalement à d’autres faits qu’ils ne vont pas les uns sans les autres.” Balzac (1799-1850).1

Parte 1

www.google.com.br/images. Conectividade, tá ligado?

O DILEMA DAS REDES é a tradução de The Social Dilemma2,  documentário norte-americano que vem polemizando o uso e abuso nosso de cada dia na internet, nas redes sociais e a polêmica chega exatamente pelos bites, fibras óticas e algorítmicas de jovens colaboradores que venderam seu "capital intelectual" para monetizar, aditivar e tornar viciante o uso das plataformas na internet com suas maravilhosas ferramentas e aplicativos como: dedão de curtir, carinhas (emojis) para expressar sentimentos, filtros de imagem, atalhos legais para facilitar encontrar mercadorias, pessoas, familiares, amigos, crushes; fazer pesquisas, comprar e vender coisas e gente e etc.

"Todos em 2006, incluindo nós no Facebook, tinham total admiração pelo Google e pelo que ele construiu. Um serviço incrivelmente útil, que tinha gerado, até onde percebíamos muita coisa boa para o mundo e que, em paralelo, gerava lucro.(...)Se tinhámos que ganhar dinheiro, para mim a melhor forma seria por meio da propaganda." Tim Kendall.

 As “big Thech” ou as gigantescas indústrias de tecnologias “perderam o rumo” afirmam os gênios, “são ferramentas maravilhosas”, mas... Sempre tem um MAS “no meio do caminho”, aquela pedra drummoniana3, que eles, os gênios, chamam de [D]efeitos colaterais SOCIAIS. Será? “Existe um problema”, “Qual é o problema?” Eis a questão. “Existe um problema na indústria de tecnologia que não tem nome.” “Oi? Como assim?”

“Tem uma fonte”, diz Tristan Harris4. “Isto é normal ou será que estamos sob algum tipo de feitiço?” completa. E eu sorrio, pois me lembrei que todos estes gênios começaram super jovens neste trabalho maravilhoso e curtiam (curtem) O Senhor das moscas; O Senhor dos anéis, O Hobbit, Harry Portter; Jornada nas estrelas, Guerra nas estrelas, Os Jatsons, Matrix e etc e tal do mesmo gênero.5 Li isto em mais de um artigo sobre estas lindas e geniais cabecinhas. Estas obras impactaram muitos deles, como Elon Musk, o mega bilionário que criou a Cia. Automobilística TESLA e parece/finge nem saber quem foi Nikola Tesla6, o gênio, que, entre outras invenções, criou a corrente alternada, o carro elétrico e a possibilidade da Internet na sua busca para capturar sinais de outros mundos. Nikola Tesla morreu miserável, ganhava muito e gastava mais ainda nas suas ideias; trabalhou para Thomas Edison e sabotado por este e outros ainda fez maravilhas para o uso de tecnologias, ali, no final do século XIX e início do XX. idem

***

Voltemos ao “dilema” expresso no Manifesto revolucionário de Tristan Harris:  “Nunca antes na História, 50 designer, pessoas brancas entre 20-35 anos, na Califórnia, tomaram decisões que causariam impacto sobre dois bilhões de pessoas.” O maior impacto é o VÍCIO em aparelhos eletrônicos (computadores, games, laptop, notebook, celulares, tablet, e-book...) e redes sociais; um vício que ataca a saúde mental, promove distúrbios e isolamento nas relações familiares, enfim, é um perigo...  “É um absurdo que hoje em dia é possível literalmente se isolar em uma bolha, graças à tecnologia”. “Absurdo? E quem disse que CONECTAR-SE com tudo e todos é ruim e causa isolamento, distúrbios mentais, depressão, desajustes de comportamento?”

Isto me lembrou o filósofo Albert Camus7 que afirma ser benéfico, uma conditio sine quae non, isto é, ser um humano absurdo neste mundo com potencialidades e possibilidades humanas para o absurdo. Um humano criador e responsável pela construção da sociabilidade humana e de si próprio com seus conflitos, contradições, paradoxos, metáforas, anacolutos, ironia e hipérboles antitéticas.

"Pesquisas recentes mostram que milhões de americanos estão viciados em redes sociais e ao que tudo indica, não são apenas eles, o vício é global, e estudos apontam a ligação entre redes sociais e depressão, isolamento, mudanças comportamentais pelo alto poder influenciador e manipulador e viciador"; além de chantagens, bullying e outros crimes possibilitados pelas criações destes “50 tons de gênios” do Vale do Silício para cumprir exatamente este papel e gerar bilhões de dólares para os donos das indústrias High Tech, como Larry Page, dono do Google; Bill Gates da Microsoft; Jeff Bezzos da Amazon; Mark Zukerberg dono do Facebook, Twitter, Instagram, What’sApp, e etc, citando alguns titãs bilionários.

www.google.com.br/images. " The Social Dilemma: A tecnologia que nos conecta também nos controla." Tradução livre

“O que se pode fazer [de mau e mal uso] com estas invenções escandalosamente fenomenais?” Você me perguntando.

E eu respondendo na lata:

“Invasão de privacidade, bullying, assassinatos em tempo real8, crimes financeiros, roubo/ sequestro de dados pessoais, chantagem amorosa, chantagens e assédios vários pedindo resgate em bitcoins, “roubo e venda de dados de clientes” para outras empresas como explícito no escândalo dos 50/80 milhões de dados roubados/vendidos pelo Facebook para a empresa Cambridge Analytica9, pirataria, espionagem, contra-espionagem, ataques cibernéticos: derrubar aviões, invadir sites do governo de potências, vigiar o Brasil e a presidenta Dilma Roussef,10 explodir usinas de processamento de urânio no Irã11, blackout de energia elétrica e deixando cidades sem luz, inoperantes, infligindo dor, sofrimento e mortes como no  suposto “ataque” à Venezuela em 2019, segundo o governo Maduro12 espalhamento de vírus de computador, espalhamento de mentiras (fake news) para fraudar eleições, fato comprovado nos Estados Unidos, Brasil e outras nações que contrataram a Cambridge Analytica e não foram poucas; insuflar/sublevar grupos opositores, criar/aditivar intolerâncias e levar ao genocídio de minorias, etc. E ainda, viciar e manipular e mudar  e moldar comportamentos, escolhas, induzindo e promovendo violência, autoritarismo, conservadorismo, fascismos, linchamentos, trabalhinho sujo oferecido  por empresas como a Cambridge Analytica criando redes de ódio e intolerância e violência e terrorismo e genocídios. Vide Cambridge Analytica no documentário THE GREAT HACKER. 13

Parte 2

Este parágrafo acima prova que não existe um problema com as redes sociais e sim vários e tudo gira em torno de gerar bilhões de dólares para o(s) dono(s) e acionistas e investidores e seus fundos que passam longe das bolhas da ética, moral, religião, bons costumes, estética e escambal. O que do ponto de vista de Maquiavel está corretíssimo, pois “os fins justificam os meios” e os meios justificam os fins e afinal o fim de tudo é Money, L’argent, L’plata, dinheiro! DINHEIRO É PODER: DE COMANDAR, DIRIGIR, APLICAR REGRAS E CONTROLAR TUDO E TODOS.

www.google.com.br/images. MARK ZUKERBERG, THE GREAT HACKER:  5 dos aplicativos mais usados no planeta pertencem ao FACEBOOK.

“Todo mundo, incluindo nós do Facebook, Google - afirma Tim – construiu “um serviço incrivelmente útil”. Estes jovens gênios construíram um “admirável mundo novo de marketing” e em paralelo construíram uma super máquina de fazer dinheiro e decidir o destino das potências geopolítica, geoeconômica e geoestrategicamente na balança do poder mundial. Então porque tantos “pruridos éticos e moralistas” estão vindos à tona em 2020 no documentário?

A verdade é que não observei ou senti nada de pruridos éticos, morais, religiosos, políticos, sociais e bláh em nenhum deles.  Senti orgulho,  altivez, poder e um certo constrangimento com o documentário; por exemplo em  Tim14, aliás é o mais verdadeiro da turma. Em 2004, criação do Facebook, Tim era diretor de monetização, a pessoa que decide como os nossos dados podem ser monetizáveis. Seu foco era fazer dinheiro, tornar o Facebook “um Google”. Conseguiu! “Temos que ganhar dinheiro, e acho este modelo de propaganda é a forma mais sofisticada!” Idem

www.google.com.br/images.

Elegante ou não alguns gênios descontentes alertam sobre o perigo das redes sociais nas nossas vidas, nas vidas de nossos filhos e netos. Um deles escreveu um livro recomendando deletar as redes sociais. “Como assim? Que negócio é este?” Eis minha preocupação de viciada confessa em redes sociais que ama o Facebook e os faceamigos virtuais e/ou reais pedindo-lhes certa vez um endereço para viciados, um “AAA”15 para viciados em Twitter, Facebook, Youtube, blogs e o diabo-a-quatro.  “Deletar” minhas redes sociais 4EVER? Necas de pitibiriba! Nem pensar, nem morta!” Entrei no modo pânico. “Existe vida fora das redes sociais?” rsrsrs

Mas quem é o gênio terrorista psicológico que está alertando “O perigo das redes sociais” como o próprio ApocalipseJaron Lanier16 é um gênio do vale do silício que quer convencer dois bilhões de usuários a cancelar as redes sociais com dez argumentos. “Taí um livro que nunca vou ler”! Pensei já querendo comprar o danado do livro. Jaron Lanier é cientista da computação, compositor, artista e autor de livros sobre vários tópicos, incluindo negócios de alta tecnologia, impacto social da tecnologia, filosofia da consciência e informação, política da Internet, e o futuro do humanismo. Os livros de Lanier são uma leitura necessária para qualquer pessoa interessada em como a web e os softwares que usamos todos os dias estão remodelando a cultura e o mercado.idem Informações estas que busquei no “tio Google”.

(continua...)


Fonte

1. BALZAC, H. ESPLENDEUR E MISÈRES DES COURTISANES. Quatriéme partie- La dernière incarnation de Vautrin, p. 119.492-119-493. Oeuvrès completes.  Paris: Arvensa Éditions. www.arvensa.com; ISBNPdf 9782368410257
“Na vida real, na sociedade, os fatos se sobrepõem tão inevitavelmente a outros fatos que eles não vão um sem o outro”

2. THE SOCIAL DILEMMA Ver em: Documentário para Netflix https://www.netflix.com/watch/81254224?trackId=13752289&tctx=0%2C0%2Cf861f9715ed8859a44ce26b6307024f262d74f7b%3A218a73fff0bf57897d17eefe28e8980adbf46cd2%2Cf861f9715ed8859a44ce26b6307024f262d74f7b%3A218a73fff0bf57897d17eefe28e8980adbf46cd2%2Cunknown%2C

3. ANDRADE, Carlos Drummond. 100 POEMAS. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

 “No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra”

4. HARRIS, Tristan https://www.bustle.com/entertainment/who-is-tristan-harris-the-social-dilemma-subject-is-a-google-alum ”No Google, Harris atuou como especialista em ética de design e filósofo de produto, estudando como os aplicativos de tela afetam os usuários em termos de comportamento, padrões, conexões e saúde ou atitude geral, de acordo com Pop Sugar. Como relata o The Atlantic , foi nessa função que Harris ficou cada vez mais preocupado com os efeitos duradouros dos aplicativos de tela . Tanto que, depois de uma viagem ao Burning Man, ele criou uma apresentação de 144 slides do Google Slide intitulada " Uma chamada para minimizar a distração e respeitar a atenção dos usuários" . Os pensamentos e filosofias que ele compartilhou na apresentação sobre ser mais consciente e intencional com o uso da nossa tecnologia o levariam a iniciar o que ele chama de movimento Tempo bem gasto depois de sair do Google.Hoje, Harris ainda executa e trabalha no Time Well Spent. Ele também co-fundou o Center for Humane Technology , onde também atua como seu presidente.“

5. Sobre filmes e livros mais lidos no Vale do Silício: cito o exemplo de Elon Musk em ELON MUSK. Como o CEO bilionário da SpaceX  e da Tesla está moldando nosso futuro. Ashlee Vance; Netflix: documentário/ficção série Mars (duas temporadas) https://www.netflix.com/watch/80216899?trackId=200257859

6. Sobre Nikola Tesla ver: A MISTERIOSA MORTE DE NIKOLA TESLA  The History chanel. https://www.youtube.com/watch?v=TztPljp3q_o&ab_channel=TheHistoryChannelBrasil#NikolaTeslaArquivosSecretos; NICOLAS TESLA https://canaltech.com.br/curiosidades/nikola-tesla-genio-futurista-e-de-coracao-benevolente-nascia-ha-162-anos-117558/Há 162 anos, nascia Nikola Tesla, inventor que teve sua imensa importância subestimada nos campos da engenharia elétrica. Com um gosto especial pelo futurismo, Tesla previu tecnologias que utilizamos cotidianamente, como Wi-Fi, drones e até mesmo o acesso das mulheres ao ensino das ciências. Apaixonado pela ideia de tornar a ciência disponível a todos, abriu mão de lucro e comprou brigas com investidores estadunidenses durante toda sua vida em prol da popularização de seu trabalho.

7. CAMUS, A. O Mito de Sísifo. Rio de Janeiro: editora Record, 2019. E-book. ISBN 978-85-01-117427

8. Sobre assassinato transmitido nas redes sociais assistir documentário DON’T FUCK WHITH CATS: Hunting a internet killer. https://www.netflix.com/watch/81031373?trackId=13752289&tctx=0%2C1%2C9bc504681aa11840ce0567fabb936df9fc01d192%3A8337046434c941131a5d50ea16ac976a2513f47b%2C9bc504681aa11840ce0567fabb936df9fc01d192%3A8337046434c941131a5d50ea16ac976a2513f47b%2Cunknown%2C

9.  Ver Cambridge Analytics em THE GREAT HACKER documentário, Netflix.

10. Sobre a destituição de Dilma Rousseff e usurpação da presidência ver: THE GREAT HACKER, SNOWDEN documentários Netflix; THE INTERCEPT: Vaza jato e o papel de sérgio moro e deltan delagnol, no comando do golpe com alegações falsas e prisão do ex-presidente Lula, sem provas, apenas com suposições fakes. https://theintercept.com/2020/01/20/linha-do-tempo-vaza-jato/

11. Sobre cyberatacks contra o Irã e do Irã ver: https://www.netflix.com/watch/80216899?trackId=200257859https://www.dw.com/pt-br/ciberataques-do-ir%C3%A3-mant%C3%AAm-eua-sob-alerta/a-51942828

12. Sobre o grande apagão na Venezuela em 2019 ver: https://en.wikipedia.org/wiki/2019_Venezuelan_blackoutshttps://www.theguardian.com/world/2019/jul/23/venezuela-blackouts-new-normalhttps://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/22/blecaute-generalizado-atinge-a-venezuela-em-primeiro-grande-apagao-desde-marco.ghtml; https://www.bbc.com/news/av/world-latin-america-48449085

13. Sobre serviços oferecidos pela Cambridge Analytics ver: THE GREAT HACKER  documentário Netflix

14. KENDALL, Tim. É o “monetizador” para Facebook (Former Executive), Pinterest (President), Moment (CEO).

15. AAA- Associação dos alcoólatras Anônimos. O AAA para viciados em Facebook, não existe.

16. LANIER, Jaron. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jaron_LanierJaron Lanier (Nova Iorque3 de maio de 1960) é um músico e cientista de computação estadunidense.

"É um dos precursores da realidade virtual. Lanier é um dos maiores conhecedores de realidade virtual no mundo, por ser um dos primeiros a estudar o tema e construir produtos de realidade virtual desde o início dos anos 80.”;  Em 2005 ficou em 89.º lugar numa enquete sobre os intelectuais pela revista Prospect.[carece de fontes]Lanier é também conhecido como compositor de música clássica e colecionador de instrumentos raros. Seu álbum acústico, Instruments of Change (1994) usou instrumentos singulares na sua produção. Lanier também foi diretor de um curta experimental e em conjunto com Mario Grigorov compôs a trilha sonora do documentário The Third Wave (2007). Em 2010 foi eleito com uma das "100 mais influentes pessoas do mundo" pela revista TIME.; Jaron Lanier. https://www.intrinseca.com.br/autor/421/https://medium.com/historias-aumentadas/jaron-lanier-te%C3%B3rico-da-realidade-virtual-1f9ad5b74c22

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

BRAZIL: A PROSTITUIÇÃO DO CARÁTER

 

O BATISMO DO LEITE (REPUBLICANDO)

Marina da Silva

 

 

Não se assuste! Não é assunto de religião e batismo aqui não é o rito religioso de aceitação da fé cristã. O batismo do qual falo é o mesmo que falsificação, adulteração de mercadorias.

O leite sempre foi batizado e muitos acreditavam religiosamente, que somente com água. Batizar um produto é, além de abusar da fé do consumidor, um ato adúltero, uma fraude para conseguir lucros cada vez maiores.

Assim como o batismo cristão é um ritual histórico instituído por João Batista, o profeta que batizou Jesus nas águas do rio Jordão, o batismo como falsificação, adulteração de produtos pode ser rastreado em tempos remotos, especialmente ligados ao surgimento, ascensão e estabelecimento definitivo do modo de produção capitalista.

O batismo não ocorre somente em tempo de vacas magras, mas principalmente com o aumento da competição e não se prende somente ao leite, mas ao pão, vinho e a hóstia sagrada.

Chevalier, químico francês, citado por Marx no Capital (1998:289), cita processos de adulteração de mercadorias: “Para o açúcar, há l6 métodos de falsificação; para o azeite de oliva, 9; para a manteiga, 10; para o sal, 12; para o leite, 19; para o pão, 20; para aguardente, 23; para a farinha, 24; para o chocolate, 28; para o vinho, 30; para o café, 32 etc. Nem mesmo o bom Deus escapa dos falsificadores”. E isto no século XIX!

O recente batismo do leite descoberto pela polícia federal, Operação Ouro Branco, em cooperativas do estado de Minas Gerais, também conhecido como república do leite e pão de queijo e que deixou graves suspeitas sobre toda a linha de produção Láctea no país, é apenas mais um processo de falsificação entre milhares de outros que sofrem os laticínios. Soda cáustica, água oxigenada são apenas substâncias da fórmula de fazer dinheiro fácil ainda no balde batismal, desrespeitando e abusando da boa fé e impotência do consumidor.

Tudo o que é verdadeiro pode e é falsificado: alimentos, bebidas, produtos de limpeza, de beleza, remédios, drogas, roupas, calçados, jóias, CD’s, DVD’s, livros, brinquedos, os selos de inspeção e fiscalização dos órgãos do governo, carteira de motorista, diplomas do prezinho ao doutorado, informação.

Adulteração, falsificação, contrabando, pirataria, saem da fábrica e povoam os lares e todas as relações humanas da sociedade numa prostituição inimaginável no século XXI. Pode se resistir a uma ou outra falseta, mas não a avalanche que tomou conta do mundo atual, onde a produção de mercadorias cada vez mais se vale de ações ilegais, corruptas, fraudulentas, formas precárias e desumanas de trabalho e muito do trabalho escravo de adultos, jovens, crianças.

Rascunho este texto com caneta e caderno Made in China, uso roupas suspeitas de trabalho escravo em confecções de São Paulo e enquanto digito o computador me alerta que meu software pode ser pirata. E o mais grave, lembro-me bem, assisti o senador mais votado na última eleição, do alto plenário, defender com extremo fervor e santidade o contrabando e a pirataria visando tornar constitucional a ilegalidade, a imoralidade. Misericórdia!