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quinta-feira, 29 de abril de 2021

BRAZIL: EMPATIA DEMAIS...

 SUPEREMPATIA

 Sérgio Antunes de Freitas


Os estudiosos da mente humana chamam de Síndrome do Excesso de Empatia um transtorno mental, no qual uma pessoa sofre por ter uma dependência emocional negativa de outra.

Muitos exemplos são os de mulheres que criam esses tipos de laços com seus parceiros, a ponto de se submeterem até a castigos cruéis, podendo ser vítimas de feminicídios.

Mas eu penso em um transtorno menos grave. Algo nesse sentido foi consagrado na famosa marchinha de 1946:

 

Lá vem,

O cordão dos puxa-sacos,

Dando vivas, aos seus maiorais,

Quem está na frente, é passado pra traz,

E o cordão dos puxa-saco,

Cada vez aumenta mais.

 

Vossa excelência,

Vossa eminência,

Quanta referência, nos cordões eleitorais,

Mas se o "doutor" cai do galho e vai ao chão,

A turma logo evolui de opinião,

 

E o cordão dos puxa-saco

Cada vez aumenta mais.

 

Esse comportamento também já foi registrado em antiga anedota, na qual o mandachuva perguntou ao sabujo: - O senhor fuma? E a resposta foi: - Não. Mas, se o Senhor quiser, eu fumo!

Aliás, a minha impressão também não é tão prosaica!

Muitas pessoas desenvolvem um sentimento de empatia exagerada por outras muito simpáticas, por parentes mais velhos, jogadores de futebol, celebridades, pastores, políticos, apresentadores de televisão, blogueiros e outros, perdendo suas individualidades e seus sensos críticos. Para eles, sua fonte de informação só jorra verdades absolutas e indiscutíveis.

Esses transtornados chegam a cortar seus cabelos e se vestir como seu ídolo, fazem o que ele manda, compram tudo o que ele propagandeia, repetem seus bordões, adotam seus trejeitos. Talvez seja em razão de uma parte do cérebro que continua infantil; não maturou com o tempo, por falta de educação geral.

Isso ocorre muito, atualmente, nas redes sociais, quando uma mensagem do indivíduo predileto, mesmo sendo claramente falsa, é considerada e replicada por seus seguidores como se fosse um dogma.

Também há casos dessas mensagens serem replicadas não por seguidores, mas por outras pessoas que se sentem satisfeitas com as afirmações, também sem o uso de raciocínio crítico. É outro tipo de transtorno, a ser tratado em outra oportunidade.

Isso, provisoriamente denominado “superempatia”; leva seus portadores a situação ridículas, mas consideradas por eles mesmos como manifestações de afeição.

Na verdade, é uma espécie de doença que fica entre a Síndrome conceituada pelos profissionais e o puxa-saquismo exposto na música e na piada.

Pronto! Achei um bom nome para a mazela: Síndrome do Tiozão.

 

Sérgio Antunes de Freitas

Abril de 2021

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