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domingo, 5 de julho de 2020

BRAZIL COVID-19: NA LUTA

Luta não é esporte!

Sérgio Antunes de Freitas
O esporte é a evolução da luta, em razão do processo civilizatório.
Artes marciais, que significa artes de guerra, também não é arte. Matar não é arte! Entretanto, há versões modernas dessas atividades orientais de combate aceitáveis, pois ensinam a defesa pessoal, com larga filosofia de paz em seus ensinamentos. Uma evolução adorável!
Os demais tipos de peleja corpo-a-corpo, ainda mais fomentados pela ambição monetária, não apresentam muitos aspectos evolutivos. Violência não deveria ser entretenimento!
O fato de as lutas serem consideradas modalidades olímpicas não as caracteriza como esportes. Esses não buscam agredir o corpo do adversário.
A luta é inerente ao ser humano, meio instintiva, como nos animais. Os bichos disputam a liderança e o domínio de seu grupo, o que lhes permite a submissão das mais lindas fêmeas e a obtenção das melhores partes dos alimentos. As fêmeas também procuram os machos mais fortes e bonitos, almejando uma prole saudável, com maiores chances de sobrevivência. É o que consta, resumidamente, em muitos livros de ciências naturais.
No universo humano atual, os esportes e lutas tem regras aplicáveis antes e durante as contendas.
Ninguém, dentro de padrões de normalidade, consegue aceitar uma luta de um peso pesado contra um peso pena, de um homem contra uma mulher, de um adulto contra uma criança, de um indivíduo sem limitações físicas ou mentais contra um deficiente. A igualdade de condições iniciais é uma regra indiscutível. Já as regras durante o jogo pressupõem a lealdade, a lisura, contudo, sempre existe e é necessário o juízo de árbitros. Regras transcendentais também existem, amparadas no espírito olímpico: o reconhecimento da vitória do adversário, a esportividade, o “fair play”, a alegria da confraternização humana.
O capitalismo trouxe um novo tipo de luta, cujo ringue é o mercado. Nele, entram banqueiros, empresários, profissionais liberais, empregados, subempregados, desempregados, batalhadores pela vida em geral.
A livre iniciativa, as inovações tecnológicas decorrentes da liberdade econômica, o empreendedorismo, devem ser fomentados, financiados e apoiados.
Mas, para se ter condições aceitáveis nessas atividades, é preciso o estabelecimento de regras, como as leis trabalhistas, o código do consumidor, as leis econômicas, com proteção a todos, pois, tirando os rentistas, todos geram riqueza. É preciso proteger os empresários, sim, até mesmo de outros empresários, como faz o Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, entre outros, evitando monopólios e oligopólios. É imperioso, em qualquer tipo de luta, evitar as assimetrias, os conflitos exacerbados, as chacinas, os massacres.
É bom lembrar que o capital é um meio de produção e não um fim em si mesmo.
Para isso, é pressuposto os ideais democráticos, justiça imparcial, inexistência de corrupção, políticos sérios, obediência à Constituição e à legislação dela decorrente.
Mas como devem ser as regras anteriores a esse mundo de contendas, para que haja igualdade no início desses confrontos, na forma de concorrência dos produtos e serviços?
O Estado deve promover uma base com vistas à igualdade de oportunidades, oferecendo um sistema público de educação eficiente para todos, um sistema público de assistência à saúde, como o SUS, que precisa ser muito fortalecido, previdência social justa, segurança pública sem ideologias, pesquisas gerais, programas sociais, como o seguro-desemprego e o da renda mínima, para corrigir distorções, o que fortalece a economia e todos ganham. Existem outras atividades afins, claro! Sem isso, é a anarquia.
Esse cenário ideal permite condições de bem-estar social, mesmo porque, se toda a sociedade é contemplada com os benefícios, os interesses individualistas também o são, se forem legítimos, legais, honestos.
Assim, a vida de todos evoluirá para um estágio civilizatório com o prevalecimento da paz e da felicidade nas famílias.
A única coisa que mudará, quando for atingido esse tempo ideal, será o nome do sistema, como acontece nos atuais países civilizados. Em vez de capitalismo, pensando sem preconceitos, passará a se chamar socialismo!😅
Sérgio Antunes de Freitas
Julho de 2020

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