O olhar Marina da Silva sobre o Brasil e pelo mundo! AQUI É TOLERÂNCIA ZERO COM A INTOLERÂNCIA, AFINAL SOMOS TODOS HUMANOS!
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
O QUE AS MULHERES QUEREM...
Marina da Silva
Beleza,
É fundamental, no trabalho,
Receber o mesmo salário e tratamento que os homens em funções iguais.
Usar decotes que valorizem os seios,
Sem que isso signifique estar disponível, desesperada,
Aberta a cantadas ou assédio moral descarado.
O mesmo seja válido para o tamanho e fendas de saias e vestidos.
Não precisar de certificado ISO de inteligência só porque nasceu ou ficou loura,
Não ter que rebolar só porque é mulata ou morena.
Amar, namorar ficar, fazer amor, sexo, transar
Com a mesma constância, fidelidade e seriedade masculina.
Sonhar com Brad Pitt e com muito dinheiro para pagar as dívidas.
Um amor, um corpo sarado, um namô.
Ser múltipla, mas sempre uma a cada vez
Mãe, esposa, amante, dona do lar, profissional de carteira assinada,
Cobrir as jornadas de trabalho dentro e fora de casa e
Ainda, uma vez por mês, ter permissão para uma TPM.
Ter um homem gostoso na cama,
Na lama, na grama, na cozinha encostada no fogão,
Na área, no quintal, no tanque, tanquinho ou numa Brastemp chiquérrima.
Sexo, sexo, sexo, muiiiiiiito sexo.
Ser gostosa, ser amada, ter trabalho, reconhecimento, autonomia, respeito.
Emprego, casa, ser reconhecida na minha arte.
E aí casar, ter filhos, uma família.
Dar o troco na mesma moeda,
Não dar troco, usar outro tipo de moeda.
Ser mãe, sentir as dores do parto,
Não sentir dor nenhuma
Escolher: parto normal ou cesárea?
Ter um dia, não, um mês só pra mim.
Uma noite de sono.
Tomar a iniciativa, pegar
Sem assustar ninguém.
Direitos iguais:
Nas banhas, celulites, flacidez, estrias,
Dar fim na ditadura de beleza feminina.
Sucesso, dinheiro, saúde, Deus primeiramente,
Amor, a paz mundial.
Sair para a balada,
Dançar, beber, acabar-se numa noitada.
Tomar uns chopes com uma amiga sem ser rotulada de sapatão.
Apaixonar, apaixonar por ela, beijar na boca.
Ter um amante, uma paixão enloquecedora.
Dinheiro, sexo, viajar.
Que ele divida as tarefas,
Que me faça um café da manhã ou me convide para um jantar.
Ficar sem compromissos.
Ter um namorado é o mais essencial.
Carinho, romantismo, mais paixão, sensibilidade, atenção.
Receber rosas vermelhas, um cartão. Namorar Roberto Carlos ou Tony Ramos.
Pagar a conta,
Rachar a conta,
Pagar conta coisa nenhuma, pagar conta é coisa de homem.
Jamais ouvir: _ foi bom meu bem?
Se gostar, ser inteligente, que os rapazes saibam conversar.
O essencial, ser respeitada, não ser chifruda!
Dar chiliques, pitis, rodar a baiana, desmanchar barraco
Sem ser taxada de mal-amada ou precisar de uma analisada.
Ter um playstation e ganhar dos meninos!
Ter valor para os homens,
Não ser tratada como objeto ou um
Filé, simples pedaço de carne.
Preliminares,
Primeiro tempo, intervalo, segundo tempo, prorrogação, disputa de pênaltis,
Nada de morte súbita.
E todos os mais, mas, e, ou, ora, seja, quer, contudo, entretanto...também!
domingo, 21 de novembro de 2010
O CÃO E O GATO
O cão e o gato*
Marina da Silva
Conta-se que Jesus quando esteve em provação no deserto sentiu sede e então vieram lhe servir, um cão e um gato. Jesus entregou a cada um deles um copo e mandou-os procurar água.O gato sabendo estar no deserto e que seria difícil, árduo e muito arriscado encontrar tal tesouro ficou escondido atrás de uma pedra, esperou um bom tempo e então, valendo-se da astúcia mijou no copo e entregou a Jesus. Já o cão, leal, fiel, amigo, andou dias e dias passando calor, fome, sede, enfrentando o terrível frio da noite no deserto e os muitos perigos indo dar com um oásis, onde encheu primeiro o copo de Jesus, depois saciou a própria sede. E voltou enfrentando tudo novamente e entregou a Jesus a água límpida. Então Jesus abençou o cão e castigou o gato. Muitas vezes ouvi essa história na infância e deixei-a bem no fundo da memória e até a teria esquecido se a mesma não me tivesse sido contada recentemente só que atualizada, nesses tempos de economia globalizada. E tudo começou com o seguinte comentário na hora do lanche:
_ Gente olha que estranho: já faz um tempo que percebi que nessas lojas de departamentos, os trabalhadores estão sendo chamados de colaboradores!
Aí uma funcionaria terceirizada achou por bem esclarecer minha ignorância no assunto.
_ É que hoje em dia nós temos quer ser como o cachorro! Falou convicta.
Continuei na ignorância, mas ela me explicou detalhadamente. Em uma palestra na sua igreja, o pastor que também é consultor em economia, contou a parábola do cão e do gato para explicar o novo perfil do trabalhador nesse novo milênio: leal, fiel, colaborador, prestativo, o melhor amigo do homem, aqui no caso, do patrão seu cachorro. O gato continua com a ficha suja! O funcionário tipo felino é repelido por ser um bicho preguiçoso, melindroso, individualista, que só trabalha direito se ver alguma recompensa nisto. As empresas hoje precisam de colaboradores – informou-me comovida. Eu ajudo o patrão e ele me ajuda! Fiquei impressionada com a apropriação criativa de uma parábola para domesticar e adestrar trabalhadores obrigando-os a aceitar, sem nenhum latido, a precariedade das condições de trabalhos, os baixos salários, as péssimas condições de vida e sem nenhuma segurança qualquer de que terá, mesmo sendo tratado como um viralata de quinta categoria, o seu emprego garantido! Um doutrinamento, um cooperar coagido que saiu para além dos muros da fábrica, invadiu escolas, igrejas, lares, enfim todas as relações sociais do indivíduo e que daqui a pouco enquadra Jesus Cristo como um mero carpinteiro que como o gato, levou uma crucificação no lombo como castigo.
*Publicado em WWW.reforme.com.br/kitnet
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