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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

BRAZIL. O PODER DO LIVRO

 LIVRO, ESTE CONTROVERSO!

Sérgio Antunes de Freitas


 

O livro é um meio pelo qual se transmite informações.

Por isso, seu conteúdo imaterial é o mais importante. Sua forma vem em segundo plano.

Talvez possamos considerar as paredes das cavernas como os primeiros livros da humanidade.

Os livros de barro vieram depois, em uma evolução tal, a ponto de alguém provavelmente ter dito: - A diferença na portabilidade é incrível!

Seguiram-se os livros em pergaminho, feitos com o couro dos bichos. Séculos mais e os veganos inventaram o papiro.

Já no definitivo formato em papel, surgiu a imprensa, que disseminou as informações pelo mundo afora, em definitivo processo civilizacional ainda em curso. Algum conservador deve ter se indignado com ela: - Nunca esses volumes ordinários do Gutenberg terão a beleza da caligrafia. Eles estão matando essa arte!

E o livro em papel reinou até hoje, mas está com seu trono ameaçado por um descendente mais moderno, o livro eletrônico.

Como os reinos são sempre expansionistas, foram construídas maravilhosas bibliotecas públicas e, em muito menor quantidade, as particulares.

As bibliotecas públicas talvez estejam se transformando em museus da literatura, das artes gráficas e outras. E muitas já estão copiando seus acervos para o meio magnético. Mais seguro!

As bibliotecas particulares deverão ser extintas e, se não forem retirados de lá a tempo, os livros serão mortos, entrando no indefectível processo de putrefação, por falta de limpeza e conservação.

As desvantagens do livro em papel, em comparação com o eletrônico, são muitas. Ocupa espaços físicos e isso tem um custo, incluso armários e prateleiras, exigentes de manutenção. Com o tempo, os exemplares acumulam ácaros, trazendo problemas de saúde para seus leitores.

Muitas pessoas mantenedoras desses objetos em suas residências, o fazem por ostentação, espírito acumulador ou gosto pela decoração feita com lombadas. Algumas artificiais!

Em propriedade particular, na maioria dos casos, esses pobres livros, guardados e esquecidos, perdem sua função principal: socializar as informações.

Mas o sentimento da posse também está presente. É emocional! Talvez resquícios de burguesia.

Quanto às desvantagens do livro eletrônico, muitos falam em causadores de problemas na visão. Mas meu oftalmologista asseverou que isso não existe. A leitura é a mesma e isso é um preconceito antigo. Há muito tempo, a figura dos intelectuais, leitores por certo, é representada por indivíduos com óculos.

Entretanto, as pessoas que usam essa canga, em sua maioria, são analfabetas, analfabetas funcionais, iletradas.

Alguns alegam que a literatura virtual vai acabar com a indústria livreira, mas, talvez, só requalifique.

Outra coisa, somente um escritor famosíssimo consegue vender toda uma edição em papel, convencionalmente de um milhar, enquanto um arquivo eletrônico de um autor anônimo pode chegar a esse número de um dia para o outro.

Mas, neste período de transição, a celeuma está apenas começando!

Em discussão de rede social, uma leitora fez uma defesa intransigente e romântica dos livros tradicionais: “Eu não renuncio ao prazer táctil de ter um volume fantástico em minhas mãos”.

Um outro, fã da modernidade e bem-humorado, não perdeu a oportunidade: “Eu prefiro um seio moreno!”

 

Sérgio Antunes de Freitas

Dezembro de 2022

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