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sábado, 29 de julho de 2023

BRASIL. A TIRÂNICA SUPREMACIA

 SUPREMACIA

Sérgio Antunes de Freitas

Muito já se disse sobre as palavras servirem como instrumentos de corte. Fazem o bem ou o mal!
Supremacia é uma palavra que se presta muito mais para o mal.
A pessoa nasce em uma família rica, se casa com uma pessoa rica ou ganha um bom prêmio na loteria e passa a defender a supremacia econômica, como se tivesse o mérito de sua fortuna.
A pessoa nasce em uma família miscigenada ao longo dos tempos, mas, por ter nascido com a pele clara, torna-se uma supremacista branca.
Ou, ainda, é de uma família formada, ao longo das gerações, por pessoas nascidas em diversas regiões de um país. Mas, por ter nascido em uma região com tradições específicas, passa a ser bairrista. E se torna preconceituosa com a gente de outras regiões.
No fundo, todos estão defendendo o seu patrimônio material, seus privilégios, seus orgulhos desimportantes. Por isso, geralmente, os tradicionalistas são conservadores.
Um dos sinônimos desse verbete é proeminência, porém, deveria ser prepotência.
Na política, a manifestação da superioridade é eficaz. O candidato usa como isca aquilo que parte do eleitorado quer ouvir. E eles passam a segui-lo, como os ratos seguiram o flautista de Hamelin no conto folclórico. E, assim como na ficção, são levados para armadilhas de falsidades, por exemplo, contra a corrupção e outras.
Desvalorizadores do espírito público são presas fáceis de demagogos.
A supremacia intelectual e a acadêmica são menos perversas, mas precisam ter os limites da modéstia, senão tornam-se vaidades estéreis. Se verdadeiras, trazem uma boa hegemonia, a da verdade.
E, quando a busca pela preponderância humana tem base religiosa, aí, já está mais para a ignorância em estado bruto.
A luta pela primazia social, em qualquer de suas formas, é maligna para a igualdade. É uma versão do egoísmo.
“O egoísmo, por natureza, não tem limites; o homem só tem um desejo absoluto, conservar a existência, eximir-se de qualquer dor, de qualquer privação; o que almeja é a maior soma possível de bem-estar... se dessem a cada um a escolha entre o aniquilamento do universo e a sua própria perda, é ocioso dizer qual a resposta.” (Arthur Schopenhauer)
Em uma sociedade evoluída, o predomínio maior deve ser o da justiça em todos os sentidos. Contudo, existem os estultos que desejam impor suas vontades com o poderio de uma arma na cintura. Na esfera internacional, isto é a supremacia bélica, a imposição de um imperialismo, a submissão de outros povos.
A civilização só chegará a um nível justo de felicidade, quando todos aceitarem apenas o supremo primado da vida.
Sérgio Antunes de Freitas
Julho de 2023

sexta-feira, 28 de julho de 2023

BRASIL. BARBIES POWER

 

PODER FEMININO

PODER FEMININO
Marina da Silva
Female Power  é o título de um artigo publicado na revista britânica Economist (30-12-09) sobre o crescimento da força de trabalho feminina nos últimos 50 anos nos países capitalistas avançados e potências emergentes, especialmente nas últimas décadas do século XX. O fenômeno da feminização do mercado de trabalho deslancha uma revolução no mundo do trabalho e nas relações sociais como um todo e ocorre pari passu com a revolução tecnológica e globalização dos mercados que configuram a acumulação flexível, atual fase de acumulação de capitais. Em alguns países a PEA- População Economicamente Ativa já chegou a 50% ou superou a força de trabalho masculina (Estados Unidos e Inglaterra). As mulheres vêm quebrando os laços de dependência econômica masculina; destruindo o mito “isto é trabalho para homem”; assumindo o controle financeiro da casa, da sua educação e dos filhos, tomando posse do próprio corpo e sexualidade. Vivemos um momento de transição onde a mulher assume sua vida e constrói uma identidade social própria independente de autorização masculina, o que, infelizmente, não ocorre sem conflitos.
A entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho data do pós Segunda Grande Guerra, mas elas sempre trabalharam fato passível de verificação através da história da civilização.
Com o advento do capitalismo, lá estavam as mulheres sendo exploradas ao lado de crianças e homens. São as mulheres a maior força de reconstrução da Europa no pós-guerra, e as alemãs, neste momento, nos dão o mais belo exemplo da potencialidade feminina.
O fenômeno atual ou a invasão feminina no mercado de trabalho é um importante salto que vem desencadeando uma grande revolução no mundo. O poder feminino se espraia para todas as esferas da vida e cria “ondas” de atritos, choques, conflitos e confrontos com valores profundamente arraigados no universo, até poucas décadas, dominado exclusivamente pelos homens que detinham a renda e poder sobre o corpo, alma e a vida da mulher.
Esta revolução vem se delineando a meio século trazendo alterações profundas na construção da identidade social da nova mulher: polivalente, multifacetada, multifuncional, tornando complexa e conflituosa as relações, escolhas e interações na família e demais grupos sociais.
Onde está o poder feminino? E que revolução é esta onde às mulheres são destinados os trabalhos precários, os mais baixos salários e relações e condições de trabalho difíceis? Jornadas extensas, autoritarismo, locais insalubres e o mais dramático: exposição constante ao sexismo (guerra entre os sexos), assédio moral e/ou sexual, sub representatividade nos altos cargos e salários e na política. Mesmo nos países do Primeiro Mundo recebem menos que os homens na mesma função e com maior escolaridade: nos países da OCDE o salário da mulher é em média 18% menor que o do homem; no Japão e Itália a média ultrapassa os 20%. Dados da OIT (Org. Internacional do Trabalho) denunciam que no Brasil a renda das mulheres brancas, no mesmo nível de escolaridade, é 21% menor em relação aos homens; trabalhadores(as) negros têm renda 50% menor que os brancos (homens e mulheres); e a renda das trabalhadoras negras é 61% menor do que a renda dos homens brancos.
Se no Brasil e Japão é assim, imagine na China, Índia, Malásia, Coréia,Vietnã, etc?
A multimulher é poderosíssima! É uma conquista fenomenal dos capitalistas hodiernos que usam e abusam da força e polivalência das mulheres (trabalham em casa e fora dela), pagando-lhes baixos salários e as igualando aos homens usam-nas para o rebaixamento geral do trabalho  camuflando no discurso do poder feminino  uma apropriação e expropriação da força de trabalho de ambos, uma extração de mais-valia absoluta inimaginável sustentada numa “igualdade” fictícia, de papel! “Apenas 2% dos chefes listados pela Fortune 500 companies e 5 dos 12 no FTSE 100 stockmarket índex são mulheres”!  Para os altos salários e cargos as mulheres são sub representadas e tanto nos Estados Unidos como na Grã-Bretanha recebem 80% do salário do homem. O maior contingente feminino se concentra no Terceiro setor (comércio e serviços). O  Brasil tem 22.7% da PEA no trabalho domestico, são cerca  de 6.8 milhões de pessoas, mais de 90% mulheres, a maioria preta e parda, muitos menores de 16 anos, com baixo nível de escolaridade, 79.9% recebem entre 1 a 2 salários mínimos.
A cada dia cresce no Brasil e no mundo o Home-working -trabalho em casa, muitas vezes envolvendo toda a família (mala-direta, processadores de alimentos, bordadeiras, etc) e o Flexible Working - sem jornada, salário fixo ou piso da categoria, local de trabalho, benefícios  ou proteção social (trabalhadores da Avon e Natura, citando duas gigantes dos cosméticos). Cada vez mais trabalhadores, homens e mulheres, lutam pelo direito a um trabalho abrindo mão dos direitos trabalhistas, muitos premidos pela sobrevivência. A cada dia inventam-se e reinventam-se formas espúrias de expropriação dos trabalhadores mascarando relações de trabalho e burlando o Fisco e a Previdência na falácia do empreendedorismo individual, das falsas cooperativas,  voluntarismo ideológico/religioso, nos agregados à empresas como autônomos ou pessoa jurídica (laranjas), explorando estagiários (trainees). Uma revolução vem ocorrendo no mundo do trabalho, mas a quem ela favorece? Quais as conseqüências sociais, econômicas, culturais, sexuais, reprodutivas, da ocupação cada vez maior da força de trabalho feminina? Qual o tamanho das perdas, danos e ganhos? É o que precisamos discutir! Yes, we can!

sábado, 22 de julho de 2023

BRASIL. BRINCANDO DE BARBIE

 

BARBIE: UM PAPO CABEÇA NA BARBIELÂNDIA*

Marina da Silva

 

“Casamento é a pior merda do mundo, é uma bosta na vida da gente!”

Foi essa imprecação raivosa, desabafo irado e carregado de mágoa que bateu tal qual uma lufada de vento nas faces de Barbie e Barbie assim que a porta do elevador se abriu.

Dentro do cubículo espelhado, excessivamente iluminado e agora vigiado vinte e quatro horas por um olho 360°, empertigado, empunhando sua valise de médico, estava Ken, magnanimamente enfezado com a vida. Com o cenho franzido, o ar enfastiado, devolveu de forma insípida o cumprimento das duas mulheres que o atrasavam ainda mais para o trabalho ao interceptar o elevador no sexto andar e entulhá-lo de crianças, bolsas, mochilas.

O aparelho desceu silencioso, mas se abriu no térreo com grande estrondo, o que foi usado em um comentário das Barbies, na frágil tentativa de quebrar o gelo e o mau humor do vizinho.

O homem escapuliu por entre mochilas e crianças, saiu batendo a porta e desapareceu aceleradamente em direção ao ponto de ônibus.

“Guerra no 1.201! O homem passou aqui zunindo que nem uma bala.” Informou intrometidamente o porteiro.

As mulheres cumprimentaram o Sr. Ken, sem lhe dar muita trela e seguiram em direção ao colégio. Somente quando as crianças adiantaram um pouco o passo é que teceram comentários.

“Realmente ele tem razão. Sorriu Barbie – casamento é mesmo uma merda; principalmente quando a gente se casa com homens-bosta!”

As gargalhadas foram inevitáveis, ruidosas e chamaram a atenção de quem subia e descia a rua em direção às escolas, trabalho e ponto de ônibus.

“Que maldade Barbie, Ken parece ser boa pessoa, é carinhoso com os filhos e com a esposa. Deve estar numa daquelas crises do casamento ou teve uma semana de cão.”

“Não me referia a ele - continuou Barbie sorrindo - mas ao meu homem-bosta. O desgraçado me embuchou aos dezesseis anos e me largou o filho para criar e me virar sozinha. Confesso que foi até melhor para mim e minto ao dizer que o cafajeste me largou. O cara-de-pau se enfronhou lá em casa e quando deu na telha voltou para casa da mãe. Safado!”

Barbie compreendia a mágoa da amiga. O marido, antes do bebê engatinhar, passou a mão na viola e foi cantar em outra freguesia. Não deu satisfações e muito menos dava dinheiro para ajudar a criar o menino. Vendo-se só e como um peso a mais nas costas dos pais para sustentá-los, Barbie abandonou de vez o sonho dos estudos e resolveu aprender o ofício de manicure e cabeleireira. Desta forma conseguiu sua independência econômica após dez árduos anos de salão e sua quase casa própria, financiada pelo governo.

Atualmente namorava um vizinho, o mecânico grandalhão da rua de baixo, mas já adotara o modismo ficante, namorido.

“Não preciso de homem para nada minha filha! Só servem para sexo e para isso o que não falta é homem. É só baixar numa obra da construção civil que chove material e do bom!”

Barbie sorria. Não concordava nem discordava da amiga. Deixava apenas ela expulsar as mágoas, curar as feridas. A forma descontraída e descompromissada com que falava de tudo o que havia passado com o dito cujo e as atuais relações com o ficante divertiam-na mais do que a deixava preocupada. Nunca fora moralista e nem se ocupava da vida alheia.

Na porta da escola as mulheres se despediram com os combinados de sempre. Barbie levaria consigo suas filhas e tomaria conta das meninas até Barbie voltar do serviço, o que acontecia sempre no início da noite, lá pelas sete.

Barbie era casada há dez anos, tinha duas meninas e para usar a linguagem de Barbie: não fizera um bom casamento, mas acertara na loteria, uma mega-sena super acumulada.

“Cuida bem desse homem sua tontinha! Ele vale um prêmio de loteria. Fica de olho nesta mulherada aqui do condomínio viu!”

“Você não existe Barbie! O que quer que eu faça? Grude no homem que nem carrapicho ou me colo no pé dele com super cola?”

“Eu estou falando! Eu estou lhe avisando Barbie! Aqui está cheio de piriguetes. Cuida do seu peixe ou ele vira comida de piranha!”

Era assim que o prêmio de loteria era conhecido por todos, peixe. Sua paixão pelo futebol o fizera adotar o cumprimento de um atacante carioca que a todos chamava de peixe e de  peixe por todos era chamado. Boa figura, bom de papo, bom de bola. Voltara a estudar recentemente encantado com a magistratura.

“Vou ser juiz. Comunicou eufórico à esposa e às filhas. Passei no vestibular de Direito! ” A alegria foi geral e surpreendente a notícia. O danado agira calado e bem escondidinho.

“Sonho a gente não conta! Justificou-se com Barbie. Não é você que vive falando que se contar não realiza?”

“Defesa aceita, argumentos válidos, nenhuma chance de apelação. Realmente você será um bom advogado Ken”. Um beijo estalado parabenizando a façanha encerrava o caso.

Barbie tinha o terceiro grau e um emprego público aonde até o porteiro era doutor. Há muito tempo percebera que só a diplomação já não era mais garantia de bons empregos. O sonho de Ken era coerente com a realidade dos empregos no país.

Hoje ao final da cansativa jornada, o desabafo do 1.201 povoou o caminho de volta para casa. Sorriu por ter pensado em Ken como um número. Eram assim conhecidas as pessoas no condomínio. O chato do prédio 2, a gorda do 804, o encrenqueiro do 603, o espancador de mulher do 902. Mesmo na forma polida de se referir às pessoas os números sempre as substituíam. O doutor do 1.201, a arquiteta do 403, a enfermeira do quarto andar.

Barbie era a mulher do Ken do 601. O cara legal que falava bem de casamento, um Ken de outro planeta que lavava, passava, cozinhava, faxinava, estudava, batia uma bolinha. O que deveria ser regra nas relações entre homens e mulheres, ou pelo menos uma boa utopia para o terceiro milênio ainda se constituía como rara exceção. 

Na verdade alguma coisa deveria estar errada; casais assim escondiam alguma coisa e quem sabe muito podre! Era o que povoava o imaginário de algumas pessoas que conheciam o casal.

Quantas vezes Barbie ouvira comentários maldosos de parentes, conhecidos, no trabalho e até no salão de Barbie e Barbie sair em sua defesa.

“Existem homens assim gente! Afirmava enfática. Mas poucos, pouquíssimos, aliás, raros.” Gargalhavam.

“Você deve ceder em tudo minha filha! Eu não abaixo o topete pra homem nenhum.” Era dona Barbie, a manda-chuva do 402, onde homem não apita nada, dando a primeira alfinetada.

“Vai ver que apanha calada e chora escondido”. Fuzilavam as Barbies professoras, umas mal amadas, como Barbie as chamava.

“Sei não gente! Às vezes penso que não devia me enervar tanto lá com o bosta. É verdade que éramos muito jovens, faltava paciência e sobravam berros, tapas, palavrões. Quando ele me enchia a paciência eu jogava uns podres na cara dele. Cheguei até a unhar a cara dele várias vezes.” Confessava Barbie.

“Ah minha filha! Está para nascer homem que bote banca para cima de mim.” Comentava Barbie, uma linda mulata.

“Minha avó agüentou surra e chifre a vida inteira; minha mãe só se livrou quando meu pai morreu. Já eu não tolero nada mesmo e de homem nenhum nem de Ken hollywoodiano. ”

E a polêmica guerra dos sexos se tornava fleumática, encompridava a disputa, encurtava o dia de trabalho de Barbie.

“As mulheres são muito melhores que os homens. Nós estamos em todos os lugares nas empresas, nas faculdades e daqui a pouco até na política. Imagine a gente governando...”

“Professoras, donas de casa, médicas, engenheiras, astronautas, atletas, arquitetas, policiais, sindicalistas motoristas de ônibus, uberistas, Barbies empreendedoras e terceirizadas. Mulheres, mulheres, mulheres em tudo.”

“Penso que devíamos lutar juntos, lado a lado. ” Declarou Barbie.

“Alô além! Acorda Barbie, você não existe mesmo! Isso é uma guerra Darling. Podemos fazer o mesmo que os homens e mil vezes melhor. Eles não nos darão chance. Nós temos é que tomar centímetro por centímetro. ” Bradava nervosíssima, Barbie enfermeira, dois empregos noturnos e líder sindicalista, cortando acidamente a fala de Barbie.

“Ôh Dona Coisa - era Barbie enfurecida - Deixe-me falar pôxa! Também sou mulher e ao contrário do que pensa não sou desmiolada, ok? Tudo bem! Podem me chamar de sonsa, lunática, Et, mas não façam o mesmo que a maioria dos homens fazem.”

“A que se refere você Barbie?” Olhos questionadores e bravos.

“Falo da mordaça! Não é uma de nossas milhares de lutas? Os homens não nos deixam falar e sequer nos ouvem quando abrimos a boca! É lógico que concordo com vocês Barbies! Passei por muita coisa enquanto Barbie-filha, Barbie-irmã, Barbie-namorada, Barbie-esposa, Barbie-mãe, Barbie-estudante, Barbie-trabalhadora. Meu casamento é real, mas há esforço de ambas as partes nos momentos de conflito; não preciso sair no braço com quem quer que seja. Abomino a violência de qualquer tipo, seja de homens ou mulheres.”

“Lá vem a filósofa! Temos que lutar pelo gênero humano, pela humanidade, pela convivência pacífica e cooperativa, pela coletividade e patati patatá.” Deboche e desdém manchavam a fala de Barbie agastando Barbie que de armas em punho entrou em modo combate.

“Você tem razão, aliás, está coberta de razão darrling! O mundo seria infinitamente melhor se nós Barbies tomássemos o poder, subjugássemos os Kens e devolvêssemos tudo a eles com juros e correção monetária. Não há dúvida de que, apesar do menor número de neurônios, nós Barbies somos muito melhores em tudo e poderíamos ser terrivelmente mais abomináveis e degradantes que eles, kens. Aliás, não é você mesma que diz que o excesso de neurônios descobertos nos Kens concentra-se na cabeça de baixo e só serve para armar a barraca?”

“Gente, gente, gente!” Entra em cena Barbie, a pacificadora.

“Vamos ver a cor do cabelo Barbie?”

A moça sentindo o perigo da situação carregava Barbie para a sala ao lado.  E sorrindo melindrosamente:

“Barbie é melhor por fim nesse papo viu! Olha que você assim acaba perdendo a chance de beatificação. Portas do céu, fechadas!” Selando a fala com um xis feito no ar.

Um sorriso cristalino desanuviou o semblante da amiga Barbie.

“Tu tens razão bichinha! Eu quase jogo milhares de anos de civilização na lata de lixo. Desculpe-me Barbie, mas a intolerância e o radicalismo me enervam e me tiram do sério; se vacilo acabo voltando aos tempos das cavernas.”

 

 * A quem possa interessar: esta é uma História de ficção escrita em 2003, século XXI. Em 2005, as Barbies igualam em 50% a PEA- população economicamente ativa no "Primeiro mundo". Em 2010 Barbie guerrilheira, ministra é eleita primeira Barbie presidenta da Barbielândia e a mão-de-obra feminina se iguala à masculina abaixo da linha do Equador. Barbie guerrilheira-presidenta é reeleita (2015-2018), mas é deposta com um espúrio golpe, parte de uma guerra híbrida denunciada por Ken Eduard Snowden e Ken Assange, preso há mais de uma década e em seguida pelo Ken hacker de Araraquara. Atualmente Barbie eleita presidenta da República, por duas vezes,  se tornou presidenta do Banco Brics na Bricslândia.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

BRASIL. HISTÓRIA PARA CRIANÇA DORMIR: BARBIE

 

EU NUNCA FUI...

Marina da Silva

BARBIE.

Nos tempos de infância, brincando com bonecas de pano e no Natal ganhando boneca "tomba-homem" eu aprendi a sonhar com a Boneca. Não a boneca Barbie, mas com a Boneca, apelido da filha de uma prima da minha mãe que chamávamos de tia; Boneca já adulta, mulher feita, tinha uma linda coleção de Barbies. Boneca morava e trabalhava na capital com sua grande família, uns quatorze membros, fora o pai e a mãe. Nunca conheci a Boneca, mas adorava ouvir a estória sobre a linda moça e sua linda coleção de bonecas Barbies, um sonho que realizou adulta e dona do próprio dinheiro. Quando minha mãe vinha à capital, geralmente em casos de saúde, ela visitava a casa da Boneca que fazia questão de mostrar a última aquisição de sua coleção. Uma mulher adulta que sonhava em ter Barbies quando criança, mas os pais não podiam lhe comprar. Eu sempre imagina a prima Boneca criança e sonhando com a Barbie:

“Quando crescer vou comprar a Barbie”.

Para famílias numerosas como as nossas, minha mãe tinha dez crianças - seis meninas e quatro meninos - ter comida no prato todo dia era o  sonho de consumo. Barbie era um luxo, um sonho impossível de virar realidade. Eu tinha bonecas de pano e de plástico, mas havia bonecas de papelão e de louça, conheci algumas. Acredito ter sido a primeira a ganhar uma boneca, aliás, um boneco, um homenzinho de uns cinquenta centímetros chamado Roberto Carlos. Ganhei de uma tia, irmã mais nova de minha mãe quando a "raspinha-de-tacho" nasceu. Roberto Carlos, mas eu o chamava de Bebé, veio vestido e calçado: calças de brim cinza e blusa xadrez e sapato preto. Tinha cabelos pintados na cabeça, cheio de caracóis castanhos. Minhas bonecas eram de pano e vinham da mesma manufatura: retalhos e sobras de tecidos das costuras de minha mãe. No Natal ganhávamos “bonecas tomba-homem” feitas de plásticos. Na verdade, eram bebês sem sexo definido; vinham com fraldinhas xadrez azul e branco de plástico de encapar cadernos, brincos de alfinetes dourados ou prata, tinha mamadeirinha, chupeta, pentinho para cabelos. Eram feitas de um plástico muito rosa e duro e vinham com os bracinhos para cima e as perninhas tortas como as do atacante do futebol Garrincha. Alguém, só de pilhéria, as apelidou de bonecas “tomba-homem”. Tive outra boneca de plástico, uns trinta centímetros, que tinha a cabeça e os membros adaptados no vestido. O vestido da minha era vermelho e da "raspinha-de-tacho" era amarelo. O cabelo da boneca não era de verdade, elas vinham com um coque e boca pintada de vermelho e olhos também pintados, mas os sapatos eram de verdade, branquinhos.

Aos nove ou dez anos veio a menarca, virei mocinha e adeus bonecas. Depois só estudos e trabalho de carteira assinada. Conheci a Barbie nas propagandas de TV sentada no alpendre de uma vizinha que nos permitia ver televisão, menos quando o marido vinha da roça nos finais de semana. A televisão era o sonho em várias prestações de muitas famílias e em 1976, talvez, meu irmão mais velho presenteou minha mãe com uma, preto-e-branco. Minha irmã mais velha, casada, comprou televisão a cores também. Barbie me chamava a atenção por dois motivos: primeiro pelo sonho da prima Boneca que ampliava a sua coleção de Barbies a cada ano; o outro motivo era tudo que aquela boneca permitia uma menina pré-adolescente sonhar. Barbie não era apenas uma bonequinha de uns quinze centímetros bonita com roupinhas, acessórios e cabelos de verdade. Ela podia tudo e fazia tudo que queria. Era top model e desfilava roupinhas lindas; era astronauta, era médica, bailarina, enfermeira, bombeira, veterinária, era das forças armadas estadunidense; tinha casinha, guarda-roupinhas, patins, patinete, skate, bicicleta, lambreta,  carro, casa, mansão, cachorro, namorado, marido, filha.

As propagandas eram super produzidas: festa na mansão da Barbie, festa na piscina da Barbie, festa do pijama na casa da Barbie. Viagem da Barbie ao Havaí; banda de rock da Barbie, desenho animado da Barbie, um planeta inteiro da Barbie, muito rosa, muito rico, muitas amigas, muita alegria. E ainda tinha o boneco Ken.

Não, eu nunca fui Barbie no sentido que alguns dão à Barbie:   loura, linda, fútil, cabeça-oca, rica, milionária. Eu nunca vi esta Barbie nos meus sonhos de criança porque Barbie para famílias pobres não existia. Barbie era uma boneca caríssima para gente que podia comprar e brincar de boneca e minha fase de brincar de boneca se foi muito cedo, até para as bonecas-de-pano.

Adulta, ganhei boneca de presente do namorado e urso de pelúcia escrito eu te amo. Não era a Barbie, muito cara para namorados trabalhadores. Viveram comigo bons anos. A Barbie entrou na minha casa quando nasceu minha filha. Um lindo presente. Vieram mais Barbies: Barbie do Paraguai, Barbie xinguiling do shopping Oi, Barbie falseta 1,99 e a Barbie, umas três ou quatro juntamente com Mulan, Júlia, Moranguinho, as Bratz, que foram devolvidas por serem muito cabeçudas. Polly não teve vez nem Susy. Mas Barbie ganhou um caminhão de mudança e carro da Suzi e andava pela casa ao lado do namorado, ora Max Steel, ora Gohan, Goku, Pikachu ora Homem-aranha, Batman ou Superman. Uma coleção exótica que tinha o Buzz lightyear, dinossauros,  morcegos, aranhas, cobras e insetos repugnantes que brilham debaixo da cama ou no escuro. Barbie conheceu a turma Harry Potter, Snoop, turma da Mônica e até, acredite, foi amiga da enorme boneca Sandy-Júnior.

Barbie é só isto, aquilo, aqueloutro para brincar assim e assado, assim-assado e assim ou assado.


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"Além da popularidade, a Barbie é uma boneca que explora infinitas possibilidades e sempre foi sinônimo de inovação. Um exemplo disso foi o lançamento da primeira boneca negra, ainda nos anos 1960. A partir disso, milhares de modelos foram lançados, e todos foram muito bem recebidos pelo público."https://modobrincar.rihappy.com.br/historia-da-barbie/

quinta-feira, 6 de julho de 2023

BRASIL. FILOSOFANDO

 Filosofia ou doutrina?

Sérgio Antunes de Freitas

Muitas vezes, as duas palavras são usadas como sinônimos, mas são essencialmente diferentes.
“O principal foco da filosofia é a busca pelo conhecimento e compreensão do mundo e da existência humana. Ela busca responder questões fundamentais sobre a natureza da realidade, a origem do conhecimento, a ética, a moral, a política, entre outros temas.”
Doutrina é um conjunto de princípios que servem de base a um sistema, que pode ser literário, militar, político, religioso ou até mesmo acadêmico.
Filosofia é o melhor nome que se dá ao livre pensamento, em consonância com os métodos científicos.
A doutrina tem limitações ao pensamento, devido às cercas chamadas dogmas.
Na filosofia, pode-se voar, decolando na hora que quiser, voando para qualquer lugar e pousando no lugar que quiser.
A doutrina impõe planos de voo, com limites e condições estabelecidas pelos dogmas, para decolagem, roteiro e pouso.
É uma espécie de ditadura da convicção. 😏

BRASIL. "BURROS EM VELOCIDADE MÁXIMA"

 CAPITALISMO ILUSTRADO* 



Marina da Silva
1ª parte
www.google.com.br/images. BRASIL. 2015-2016. Eduardo Cunha, preso, é corrupto; somos milhões de Cunha, LOGO SOMOS TODOS...burrismo. Coxinhas, bolsomínions, burronaristas aos milhões, mais de 57 milhões para chegar perto do poder da burrice.


Esclarecimentos iniciais:
1. Capitalismo ilustrado é o nome escolhido por um grupo de multimilionários, bilionários ultra-liberais conservadores e/ou libertarianos anarquistas que alavancou "The Moviment": programa de destruição do Estado-nação tal qual o conhecemos, principalmente o WELFARE STATE ou ESTADO PROVIDÊNCIA ou ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL [grosso modo, o Estado intervém na atividade econômica regulando tudo e fazendo distribuição de riquezas via políticas públicas sociais]  colocando em movimento um plano de ação elaborado ainda no decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Uma cruzada anti-Estado (intervencionista) e práticas socialistas voltadas para o bem-estar social (ideias de coletivismo, fraternidade, igualdade, solidariedade, compromisso social) envolvendo a EDUCAÇÃO da sociedade para não só aceitar como defender como suas, ideias  anti-estatismo, anti-igualitárias, anti-coletivismo, anti-fraternidade,  anti-solidariedade, anti-paternalismo estatal, anti-socialismo, anti-comunismo.
Valores caros e fundamentais ao capitalismo fundado na propriedade privada,  mercado econômico livre, liberdade, individualismo, ganância e egoísmo extremados são vendidos às populações como desejáveis, os únicos válidos; assim como sua forma de acumulação de riquezas: 1% da população concentrando riquezas, produção, circulação e distribuição de tudo, Estado incluso e 99% reles indivíduos livres, empreendedores sociais, consumidores que devem ser  ensinados, domesticados, adestrados desde o berçário, cultuando e louvado capitalistas e o Estado Mínimo.
O Estado é o inimigo dos indivíduos!  Uma organização social atomística de consumidores, cada um no seu quadrado e cuidando da própria vida, nada de igualitarismo, coletivismos, Estado "paizão" regulando a economia e as relações de trabalho.
Claro que Ludwig Von Mises1 não concorda de jeito nenhum comigo, e ele está certíssimo porque Deus criou apenas CONSUMIDORES. Para ser correta com Von Mises foi Deus que criou a "democracia dos consumidores". (p.238)

"Numa economia de mercado os capitalistas, assim como os empresários e os trabalhadores, servem os consumidores- afirma categórico L.Von Mises- não parece ser necessário acrescentar que os consumidores não são apenas consumidores, e que a totalidade de consumidores é igual à totalidade de trabalhadores, empresários e  capitalistas."  (idem, p.268-270)


2. Burrismo, jumentismo ou asnismo  declarado é a expressão que criei ou apropriei no ciberespaço na tentativa de demonstrar que tanto o momento, reduzido aqui à palavra globalização (revolução cientifica-tecnológica nos meios de transporte e especialmente comunicação, reestruturação de empresas, uso de nano-tecnologias, Inteligência Artificial, robotização, relocalização industrial, ascensão da China, etc) como os fundamentos The Moviment (nacionalismo extremado, militarização do Estado) como a "ESCOLHA" de líderes, agentes de governo, "Mito  governante" desprovidos de inteligência, extremistas, corruptos, de baixa ou nenhuma ILUSTRAÇÃO  são de um cretinismo, idiotismo, burrismo inenarráveis. Mas eu vou tentar narrar porque é a escolha pelo jumentismo que irá reascender e/ou ressuscitar a opção à Esquerda!

3. Ilustrado, ilustração é sinônimo, segundo o pai dos burros, o dicionário Aurélio,  o mesmo que:
 "1. tornar ilustre; 2. esclarecer, elucidar; 3. instruir; 4. adornar com gravuras ou desenhos; 5. célebre, notável; 6. famoso; 7. preclaro; 8. insigne; 9. nobre; 10. distinto; 11. termo de cortesia para exprimir consideração."
Para os "burros declarados" ilustrado e ilustração é dar um brilho, deixar brilhante. EX.: passar cera de lustrar no carro e dar um lustro deixa o carro ilustrado, com muita ilustração.


*Capitalismo ilustrado é uma expressão pomposa dada ao “movimento atual” anarco-libertarianismo sobre o Estado-nação por políticos/estrategistas/marketeiros, economistas, jornalistas, empresários, financistas, especuladores (bilionários com poderes dentro dos governos) como Steve Bannon (fundador evangelizador, porta-voz); Mischael Mondricamen (diretor-executivo, fundador do Partido do Povo na Bélgica); Mateo Salvini (fundador) e irmãos-Itália; Victor Orban (Hungria); Marine Le Pen (França); Nigel Farage e Boris Johnson (Partido Brexit, Inglaterra); Olavo e olavetes (Brasil). https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/capitalismo-esclarecido-e-populismo-de-bolsonaro-aproximarao-o-brasil-dos-eua-diz-steve-bannon.shtml



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Agora podemos prosseguir com o "Capitalismo ilustrado burrismo declarado" voltando à História...

Despotismo esclarecido
2 ou reis absolutistas esclarecidos, iluminados (Iluminismo): refere-se a um período histórico (a partir de meados do século XVIII) onde a forma de governo em alguns países da Europa se caracterizou pela exaltação do soberano e do Estado seguindo  ideais de ordem, progresso, filantropia, reformas  econômicas e sociais; reformas estruturais e modernização/construção de cidades com base na racionalidade, uso da razão, inteligência. Melhoramentos nas vias de transporte/comunicação; drenagem de pântanos, fundação de escolas e universidades promovendo a educação; construção de hospitais; tolerância religiosa (separação entre igreja e Estado); incentivo à produção cultural, reforma do sistema penal com abolição da servidão e tortura; incentivo ao comércio, agricultura, manufatura; racionalização da administração do Estado entre outras. São exemplos de soberanos ilustrados (déspotas esclarecidos)2: Pedro I (1724-1780) e Catarina II (1729-1796) Rússia; Maria Tereza (ministro Kanitz) Áustria; Frederico II 
(1740-1786) Prússia; Dom José I (ministro Marquês de Pombal, 1699-1782), Portugal e ainda soberanos da Suécia, Espanha.
Esclarecido ou Ilustrado para estes governos era cercar-se e dominar conhecimentos e saberes úteis para a tomada de decisão dos soberanos nos campos econômico, político, social e administrativo. O rei é o Estado: indivíduos inteligentes, competentes capazes, letrados e sintonizados com as ideias do Iluminismo, aptos a lidar com o governo e população de forma inteligente e racional.

Pare tudo e volte ao século XXI:

www.google.com.br/images. Bannon e Trump, o asno presidente da AMÉRICA!


2016.
The Moviment lança  Donald Trump, bilionário, especulador financeiro, dotado de pouca inteligência e muita esperteza candidato à presidência dos Estados Unidos. Conhecido pelo ego inflado, grosso, deselegante, racista, misógino, homofóbico, xenófobo (ataques aos imigrantes latinos, destaque para mexicanos) Trump é eleito presidente  da potência capitalista e armamentista number One atacando minorias, usando fake news contra a candidata Hilary Clinton com ajuda suspeita do FBI, CIA e até de Vladmir Putin (Rússia).
Uma façanha conseguida com polpudas doações de liberais e/ou libertarianos radicais para campanha (cito aqui o bilionário Peter Thiel) e um exército grotesco e abjeto de seguidores conservadores e extremistas no ciberespaço. 
Steven Bannon3, fundador do "The Moviment" em Janeiro de 2017, estrategista da campanha Trump, amparado e fundamentado em discursos e estratégias de ataque a grupos específicos açula na campanha eleitoral o  ódio, desconfiança e raiva incitando a população que se rendeu de boa vontade ao "politicamente incorreto" (ataques a negros, mulheres, imigrantes, gays, mexicanos, muçulmanos, etc),  que na verdade é "legalmente" incorreto e contrários às leis vigentes nos estados norte-americanos e aos "Direitos Universais do Homem e Cidadão (mulheres inclusas)".
Incompetente, desnutrido intelectualmente, representante do que há de mais abjeto e ignóbil na contemporaneidade,  Donald Trump é o líder, o mito escolhido pelos liberais conservadores extremistas ligados ao partido republicano ou direita republicana dos USA. The Moviment, neste momento, afirma para o mundo a era do Capitalismo Ilustrado, uma forma totalmente adversa, paradoxalmente contrária ao Absolutismo Ilustrado dos monarcas esclarecidos de meados século XVIII, baseado na Razão, conhecimento, inteligência, competência.

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MAS...
Por que denominar "The moviment" de Capitalismo Ilustrado se inteligência, racionalidade, competência,  conhecimentos gerais (balança de poder século XXI, geopolítico, geoeconômico e geoestratégico mundial em particular) NÃO FAZEM PARTE da escolha dos líderes mundiais neste momento capital ao capitalismo mundial? 
Vamos  tentar entender o que é e o que passa pela cabeça dos fundadores "The Moviment", os fundamentos científicos-filosóficos que embasam a ascensão neoliberal a partir dos anos Setenta, seculo XX (neoliberalismo e Estado-Mínimo), a radicalização do movimento rumo a quase supressão do Estado (miniarchia plutocrática militarizada) e o grupo a quem eles representam.
Para tal empreitada é conditio sine qua non, isto é, condição necessária nos educarmos na "escola sem partido", uma invenção dos "radicais pelo capitalismo4, mercado livre, propriedade privada, individualismo", enfim, conhecer a "escola austríaca liberal de economia".
Segundo o "filósofo da liberdade",  o ativista Leonard Read, criador da FEE - Fundação de Educação Econômica, 1946: "Não basta refutar os falsos princípios da regulação, estatismo, intervencionismo, é preciso inculcar [nas massas] os verdadeiros." (idem, p.2975-2976) Tradução livre
A verdade é que a escola sem partido tem partido: defende o mercado livre, a propriedade privada, a não-intervenção/regulação da economia pelo Estado, o individualismo, egoísmo, ganância e Blá. Por Blá  entenda-se: são contrários as ideias socialistas favoráveis a  intervenção do Estado regulando a economia e o mundo do trabalho e que defendem  princípios de igualdade, fraternidade, solidariedade, coletivismo, social democracia, comunismo, qualquer tipo de esquerdismo
Apenas como ferramenta didática: grosso modo, Esquerda (tem como sinônimo comunismo, comunista desde a revolução SOCIALISTA russa de 1917 até hoje) é  defender  os menos favorecidos na partilha de riquezas usando a intervenção do Estado; Direita é defender  os interesses dos mais favorecidos usando a intervenção do Estado, conclui-se então (de forma restringida) que a diferença Direita/Esquerda está no uso do Estado para poucos ou para todos ou maior número possível dos cidadãos. Segundo Robert Reich, ex-secretário do trabalho do governo Bill Clinton, hoje nos Estados Unidos a disputa entre republicanos democratas e republicanos conservadores versa sobre o "capitalismo possível para sociedade EUA": Capitalismo para poucos ou Capitalismo para todos!5

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A ideia de educar a população a favor dos ricos e poderosos (defender propriedade privada, mercado livre, individualismo, etc) tem suas raízes no aprofundamento da disparidade/desigualdade econômico-social entre as classes de consumidores, usando termos caros ao ilustre Ludwig Mises: concentração de riquezas  nos consumidores capitalistas e/ou empresários (donos do capital e/ou meios de produção) e consumidores trabalhadores (donos apenas da sua prole ou filhos, os proletários que  vendem sua mão-de-obra em troca de salários) e no surgimento das ideias coletivistas dos socialistas utópicos6

"No século XIX, diferentes pensadores tentaram refletir sobre os problemas causados pelas sociedades capitalistas em desenvolvimento. Ainda fortemente calcados nas ideias do pensamento iluminista, esses pensadores continuaram a buscar no racionalismo a saída para as contradições geradas no interior do pensamento capitalista. No entanto, esses não faziam uma crítica radical ao capitalismo, pois ainda defendiam a manutenção de suas práticas mais elementares. Chamados de socialistas utópicos, esses pensadores deram os primeiros passos no desenvolvimento das teorias socialistas. Os seus principais representantes são Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier."

O século XIX é marcado pelos movimentos sociais e políticos, pelo ativismo e pela fundamentação cientifica-filosófica  do anarquismo
7, socialismo científico8, social democracia9.

"O socialismo científico, também conhecido por socialismo marxista ou simplesmente marxismo é o nome usado por Friedrich Engels para descrever a teoria sócio-político-econômica elaborada por Karl Marx (1818-1883) no século XIX. Em meio aos movimentos de esquerda da nascente ideologia socialista, a corrente utópica e a marxista disputavam a preferência dos militantes à época. Para muitos leigos, Marx e Engels deram origem ao movimento socialista, o que é incorreto. Os primeiros a elaborarem tal forma de organização coletiva foram o Conde de Saint-Simon (1760 - 1825), Charles Fourier (1772 - 1837), Louis Blanc (1811 - 1882) e Robert Owen (1771 - 1858) cujas ideias mais tarde foram batizadas de socialismo utópico, pois seus teóricos se preocupavam em descrever os princípios de uma sociedade ideal sem indicar os meios para alcançá-la. Em oposição aos utópicos, o socialismo científico procura, de um modo racional e metódico analisar as condições de instalação de uma sociedade sem classes. A origem desta teoria é traçada a partir da publicação, no ano de 1848, do livro "Manifesto Comunista". Marx e Engels enaltecem os utópicos pelo seu pioneirismo, mas defendem uma ação mais prática e direta contra o capitalismo através da organização da revolucionária classe proletária."

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www.google.com.br/images. Mao Tse Tung radical pelo comunismo no aperto de mão histórico com o radical pelo capitalismo Richard Nixon em 1972. A China começa a se transformar na fábrica mundial comunismo capitalista ou capitalismo comunista, um sistema híbrido que mantém a dominação sobre as massas com o terrorismo ideológico cruel e assassino.


Radicais pelo capitalismo, radicais pela anarquia, radicais pela social-democracia, radicais  pelo socialismo e radicais pelo comunismo em comum: todos não vêem com bons olhos o "Estado". Os anarquistas querem a destruição total do Estado; os socialistas/comunistas pregam o fim do Estado e a ditadura do proletariado;  os capitalistas liberais conservadores ou neoliberais querem um Estado Mínimo; os ultra-liberais e/ou anarco-libertarianos tentam impor na atualidade a miniarchia plutocrática militarizada ,isto é, um governo de milionários/bilionários e um estado militarizado para garantir a miniarchia e impor a "filosofia da liberdade" suprimindo, neutralizando e perseguindo nas escolas (principalmente escolas e universidades públicas) todos e tudo ligados ao socialismo/comunismo/social democracia resumido erroneamente na palavra Esquerda e/ou comunismo. 
A ação do Estado, na visão miniarchia plutocrática militarizada deve ser restrita  a proteção dos consumidores donos do capital/ consumidores empresários donos de propriedades privadas contra os consumidores não-proprietários aplicando-lhes a violência se necessário e retirando-lhes a liberdade [que é o fundamento basilar da filosofia capitalista da liberdade] se estes consumidores interferirem na liberdade dos proprietários de propriedade privada e no livre mercado econômico.

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O ESTADO É O PROBLEMA... 2ª parte

O Estado é inimigo do indivíduo, inimigo do livre mercado, inimigo da propriedade privada e inimigo da liberdade. Inculcar estes valores nas cabeças de todos, principalmente estudantes, é o papel da Educação que formará  e preparará indivíduos para  viver na sociedade de homens livres sem amparo/ajuda do "papai Estado". Esta é a Ilustração que será imposta (a partir do pós-Segunda Guerra)  a todos os consumidores, principalmente aos consumidores não-proprietários, os trabalhadores, hoje atendendo pelos nomes: colaborador e empreendedor social na linguagem culta e na coloquial do dia-a-dia são os laranjas ou Uberizados (trabalhadores travestidos de pessoas jurídicas ou empresa), autônomos de segunda geração, precariado, escravos e "análogos a escravos".
A educação dos indivíduos nas teorias e práticas liberais, neoliberais, libertarianas se torna a arma capitalista do pós-Segunda Grande Guerra (1939-1945). Todas as ações geoestratégicas, geopolíticas, geoeconômicas dos radicais pelo capitalismo, em plena Gold Age (era de ouro para os norte-americanos)10, passam a focar no marketing propagandístico e psicologização das ideias e valores destes radicais através de fundações, institutos, agremiações, associações, clubes, jornais, revistas e partido liberal. Qualquer semelhança com as estratégias nazistas, fascistas e stalinista não é mera coincidência.

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O ESTADO É O INIMIGO? DESDE QUANDO? COMO? POR QUÊ?

Usando o conhecimento de Hannah Arendt11 o fim da era imperialista e a vitória dos regimes totalitários aumentaram o poder do Estado sobre a economia, política, sociedade, enfim, sobre tudo com a super burocratização e militarização dos Estados: Hitler-nazismo (Alemanha), fascismo (Mussolini-Itália, Franco-Espanha, Salazar-Portugal),  socialismo - Lênin e Stalinismo - Stálin (URSS), comunismo (China e países asiáticos, países do leste europeu), autoritarismo militar anti-comunista na América Latina (ditaduras militares sanguinárias).
Para os radicais pelo capitalismo é com o fim da "Era de ouro do "Laissez-faire" (1850- 1929)12 e aumento do poder regulador, intervencionista e planificador da economia de  livre mercado e nas relações do  mundo do trabalho que declaradamente o Estado se tornou o inimigo dos consumidores capitalistas e/ou empresários donos do capital e meios de produção e amigo/paizão dos consumidores trabalhadores, um bando de parasitas sociais.

ERA DE OURO DO "LAISSEZ-FAIRE" OU LIVRE MERCADO
www.google.com.br/images.  O conhecimento da HISTÓRIA (e geografia) é vital para as ações humanas de acordo com Maquiavel. COMBATE O BURRISMO.

De acordo com o livro Radicals for capitalism de Brian Doherty é um período que compreende o intervalo entre a Guerra Civil americana até 1929, ano do Crash ou quebra da Bolsa de New York. 
Interessante saber no mesmo livro que na era de ouro do "Laissez-faire o Estado tem presença efetiva na economia com "subsídios sem precedentes em volume e escopo"(DOHERTY, P.). Muitas benesses e favores para os consumidores capitalistas donos do capital e/ou empresários o que desmente o mito libertariano  de que os capitalistas privados operavam o mercado econômico em livre competição, sem interferência do "papai estado" e principalmente sem os seus polpudos subsídios.
A verdade é que  o Estado se torna o problema, o inimigo, a partir da década de Trinta, século XX quando F. D. Roosevelt lança o "New deal"13, um novo acordo com a implementação de uma série de programas  envolvendo recuperação e regulação da economia e mercado de trabalho, reforma do Estado, investimento em infra-estrutura para diminuir o desemprego e socorro aos mais prejudicados: consumidores capitalistas empresários e consumidores trabalhadores, pondo fim ao liberalismo econômico e adotando a racionalidade  e preceitos econômicos de Keynes.14
www.google.com.br/images. 

O que resta aos radicais pelo capitalismo, defensores do laissez-faire e da filosofia da liberdade: livre mercado, propriedade privada, egoísmo, indivíduos livres para dispor do seu dinheiro como, quando e onde quiser (mesmo que em especulações financeiras que quebram a economia dos países)?
Restam-lhes os consumidores: jornalistas, escritores, novelistas economistas, políticos, capitalistas pequenos, médios grandes e mega empresários de mesmo culto radical fundamentado pelos economistas/pensadores da "escola austríaca de economia". L. Mises e principalmente Hayek irão criar a liga da liberdade contra socialistas, comunistas, intervencionistas e usando a propaganda e a EDUCAÇÃO  das massas para viver e praticar a filosofia da liberdade na sociedade dos homens livres e do Estado mínimo ou nano (miniarchia).

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A LIGA DA “LIBERDADE”

Do trabalho de formigas evangelizadoras como Rothbart e “gangue Leonard Read” juntam-se seguidores ativistas de todas as espécies principalmente dentro das universidades e mídia. Panfletagem, produção literária, propaganda em grandes jornais, passeatas, discursos, carregar bandeiras.
 As teorias de L. Mises exercem grande influência na Educação nos Estados Unidos (Escola de Chicago) e dali para o mundo. Teoria e movimento: educar empresários e as massas no ideário libertariano são imprescindíveis, daí o uso intensivo da propaganda. Qualquer semelhança com o modelo nazista, stalinista, fascista, enfim, de governos totalitaristas não é mera coincidência, é o que preconiza o grande evangelizador radical Murray Rothbart: a opção radical “fundamentalista” não se importa em usar os inimigos em proveito próprio e usar as mesmas ferramentas dos nazistas, socialistas, comunistas, fascistas como instrumentos do capital porque são boas armas para qualquer sistema.
Contradição? Paradoxo?
Não. Para o anarco-libertariano Murray Rothbard que não aceita o título nem é o Senhor conservador15 (forma como ficou conhecido nos anos Sessenta Barry Goldwater) a política atua numa esfera totalmente descolada da Ética, Moral, bons costumes, tradição, família etc.; uma herança de Nicolau Maquiavel. Para ele e seguidores vale tudo: hostilizar, quebrar, mentir, usar a baixeza e sujeira na política para atingir o fim: livre mercado, propriedade privada, liberdade individual, egoísmo, lucro, dominar o Estado em proveito do capital.
Esta primeira fase pós-Segunda Guerra Mundial é conhecida, segundo Brian Dhoherty como “anarquia individual”, “radicalismo individual”. Movimentos, instituições, fundações, escritores, novelistas, jornalistas, etc.

www.google.com.br/images. Não sabe inglês? Vá para o Google tradução.

Os meios justificam o fim, diz Mises em “A Ação Humana. E o fim, não de Mises, mas de Rothbart é a destruição, a supressão do Estado, principalmente do Estado de Bem-estar Social apropriando-se do Estado para fins únicos das ideias libertarianas e uso dos capitalistas. E destruir o Estado mesmo onde as experiências deram certo (Estado de bem-estar social de países da Europa, prega F. Hyek). Desde o início tanto a teoria como a prática correm pari passu e concatenadas: criação da FEE- Fundação Educação Econômica (1946); Sociedade Monte Pelèrin (1947-Suiça), PL- Partido Libertariano e, financiamento e atuação de políticos/empresários dentro do sistema político e administração governamental; criação do Fundo da Liberdade, Cato Institute dos irmãos Koch, Atlas Network (uma rede de 400  “consultorias” ou Think tanks pelo mundo, Brasil incluso).
Embora F. Hayek negue que criou um guia de ação, “O caminho da Servidão”, obra mais divulgada, é como O Príncipe de Maquiavel um guia prático com “um programa detalhado para uma futura ordem social desejável. (...)devemos ter coragem de começar de novo mesmo que isso signifique, como dizem os franceses “Reculer pour mieux sauter”. (HAYECK, p. 3544-3557)
Recuar para melhor avançar sobre o intervencionismo do Estado, ideias de planificação, dirigismo central, coletivismo, socialismo, comunismo e neutralizá-las, diminuí-las, destruí-las no imaginário geral e substituí-las pelas “verdades radicais do capitalismo”. Tem início o programa de “destruição da verdade” e “uso do ódio como estratégia política”16 que atinge seu clímax nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016 potencializadas pela internet e redes sociais onde verdadeiros ciber-exércitos com ajuda da CIA, FBA e até de Vladimir Putin atacam o “discurso político correto” invertendo a relação VIRTUDE/VÍCIO. A moda virou ser politicamente incorreto, trazer para a luz do dia ou para a escuridão da web o pior de cada um: racismos, homofobia, xenofobia, misoginia, etc., cultuando a violência, ataques físicos, extermínios, espalhamento de mentiras, fofocas, ataques à mídia desqualificando o jornalismo sério, imparcial e plantando fakenews e discursos virulentos.17
Tudo isto só foi e é possível por toda esta jornada do pós Segunda Grande Guerra e potencializada pela “chamada “3ª revolução tecnológica fruto de todos os investimentos em ciência e tecnologias frutos do “esforço das guerras”. Um revolucionamento sem precedentes no transporte e especialmente na comunicação que alterou definitivamente as noções de tempo/espaço, resumida didaticamente como Globalização.
A vitória do neoliberalismo a partir do final dos anos Setenta do século XX sofreu algumas ameaças o que levará à radicalização representada pelo The Moviment atual, mas isto é assunto para outro momento. O que importa é saber que o radicalismo dos defensores da “liberdade” levou ao poder Trump (2016) na maior potência capitalista do mundo, os Estados Unidos; interrompeu a democracia no Brasil com um impeachment fraudulento contra a presidenta reeleita (2015-2018), Dilma Rousseff; tentou aniquilar o partido dos trabalhadores prendendo politicamente LULA, que retornaria a presidência (2019-2022); promoveu mais farra e concentração de riquezas com Michel Temer (político/empresário corrupto que está solto porque não há cela à sua envergadura na lista de locupletadores); fraudou as eleições de 2018 com uma esfakeada no candidato b17 e ajuda do juiz criminoso, corrupto sérgio moro dono da polícia federal, das investigações, prisões e locupletação e blindagem de corruptos via operação Lava jato (março de 2014 aos dias atuais), deltan dallagnol, procurador do Ministério Público federal e uma rede de juízes e policiais corruptos que almejam controlar o poder político no país, fazendo escutas de pares para chantageá-los até no Supremo Tribunal Federal, Supremo Tribunal de Justiça e Procuradoria Geral. O que veio à tona com o Intercept Brasil - Vaza jato. O mais grave, elegeu um asno asqueroso como presidente envolvido com família aos milicianos e militarizou o governo. No Brasil golpes e militares e ditaduras fazem parte da nossa História, mas o burrismo mais gritante vem mesmo do Reino Unido com o Brexit, eleição de Boris Johnson, [jornalista, asno, rico, mas asno como o asno bilionário presidente da América], primeiro-ministro da Inglaterra em 2019.
E a ganância e exercício de dominação aspira desmontar a União Européia nas próximas eleições.





Fonte:
1. MISES, Ludwig. Intervencionismo, uma análise econômica. Escrito em 1940 durante a Segunda Guerra Mundial. Mises nasceu em 1881 e morreu em 1973; A Ação Humana. E.book.

2. Sobre Déspotas Esclarecidos assista o documentário "Construindo um império: Rússia". 
https://youtu.be/Ibsfav4lIhk

3. Steve Bannon foi um dos articuladores das estratégias de marketing e propaganda que levaram Donald Trump à presidência dos EUA. Em Janeiro de 2017 fundou, juntamente com políticos  e/ou empresários bilionários extrema direita européia o grupo "The Moviment e é o principal porta-voz do capitalismo ilustrado que obteve sucesso nas eleições dos EUA (2016), Brasil (2018), Inglaterra (2019).
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Steve_Bannon

4. DOHERTY, Brian. Radicals for Capitalism: uma história do movimento libertariano norte-americano moderno e suas raízes históricas.

5. REICH, Robert. Saving Capitalism: for few or for all. 
Documentário Netflix.


7. Sobre anarquismo e suas correntes filosóficas ver: 
https://www.infoescola.com/sociologia/anarquismo/ "Apesar de ser uma importante filosofia política de crítica ao autoritarismo, o anarquismo não se constituiu como uma doutrina única, sendo mais correto falar em várias correntes, que divergem entre si principalmente no que diz respeito aos meios para alcançar a sociedade sem Estado. Por exemplo, Pierre Joseph Proudhon e Max Stirner acreditavam que o anarquismo deveria ser alcançado através da mudança pacífica das instituições coercivas, enquanto Mikhail Bakunin defendia uma revolução violenta para destruir a máquina estatal. Outros teóricos anarquistas importantes são: William Godwin, Henry David Thoureau, Leon Tolstoi, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta, Emma Goldman e Buenaventura Durruti.

8. Sobre socialismo científico ver: 
https://www.infoescola.com/politica/socialismo-cientifico/

9. Sobre social democracia. PESQUISE GOOGLE.

10. CHOMSKI, Noan. Réquiem para o Sonho Americano. 
Documentário; MOORE, Michael. Where to invade next; Trump an America dream. Documentários Netflix.


11. ARENDT, Hanna. Origens do totalitarismo: Antissemitismo, imperialismo, totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. Companhia de bolso. E-book
12.  Sobre a Era de Ouro assista “Os grandes Homens que construíram a América”. Documentário History channel


14. Sobre Keynes e Keynesianismo? Pesquise Google, Youtube e similares.

15. GOLDWATER, Barry. Conscience of a conservative. EUA: Victor Publishing Co. 1960. E-book

16. GALLEGO, Esther Solano Org. O ódio como política. A reinvenção das direitas no Brasil. Editora Boitempo. 2018. E-book

17. SHAPIRO, Ben. How to debate leftists and destroy them. 11 Rules for Winning the Argument. e-book; Get me Roger Stone, documentary Netflix.