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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

BRAZIL. "ARAPUCA AMERICANA"

 RAFALE OR NOT RAFALE: eis a questão!

www.google.com.br/images. O preferido de Lula lá em 2003, primeiro mandato como presidente da República!

Marina da Silva

Se lhe interessa o risco do bordado, RAFALE F3 é o nome do supersônico caça francês preferido pelo presidente Lula e pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para aparelhar e modernizar a força aérea garantindo até no ar...a soberania do 5º maior país do planeta, um mega continente riquíssimo chamado Brasil!
Não é de hoje que a FAB- Força Aérea Brasileira vem precisando de uma repaginada, um dowloand hightech e upgrade global, mas querelas político/econômicas estão atravancando o progresso das negociações. Briga de cachorro grande fez o programa de modernização aérea emperrar e dar com os burros n’água em 2002 quando a “FAB proibiu que os concorrentes do programa FX-2, para o fornecimento de 36 aviões de combate, firmassem acordos de exclusividade com empresas brasileiras”.
www.google.com.br/images. "Promessa não é dívida, é dúvida" [na política tupiniquin]diz a canção que Nicolai Sarcozy nunca ouviu falada ou cantada!

Perdeu o fio da meada? A fumaça do supersônico? O Brasil, agora uma economia robusta, forte, auto-suficiente em energia limpa, mercado interno cativo e em expansão, principalmente para produtos de luxo e super luxo, dono de megas campos petrolíferos no pré-sal, portador de um fundo soberano respeitável, PIB crescente (com crise e sem crise), etc e tal também, necessita para a defesa do espaço aéreo de uns 36 a 120 aviõezinhos de combates, mais conhecidos como aviões supersônicos, que podem custar uns 10 bilhões de dólares! Sentiu o tamanho do osso?
www.google.com.br/images. F-18 [EUA]. "A Catanhêde diz que a FAB queria o sueco.

O WikiLeaks diz que a FAB queria o americano.


Três países estão à caça para aparatar nossos ares: França, Suécia, Estados Unidos. Em setembro de 2009 deu-se início a uma queda de braço, uma disputa de vontades entre o governo, aqui representado por Lula, Nelson Jobim e comissão para assuntos estratégicos versus a comissão técnica da FAB (leia-se: seu comandante mor) e de quebra, um bando de político entreguista querendo uma parte na negociata, toda a mídia, uns  bicões e até mesmo a torcida do Corigão!
www.google.com.br/images. Saab Gripen O mais baratinho???

Embora a querela fique na superfície – a defasagem da força área e o custo que o país pagará pelos caças - o assunto envolve estratégias geopolíticas de potências capitalistas na disputa do poder mundial e mando de campo na linha abaixo do Equador!
“A compra dos caças supersônicos pela Aeronáutica tem três funções principais para o Brasil: garantir a defesa aérea do país (os aviões mais provados são os Super Hornet da Boeing, que estão em segundo lugar na análise técnica), sem gastar demais (os Grippen, que custam a metade dos Rafale franceses, levam vantagem); desenvolver tecnologia (os Grippen ficam à frente dos concorrentes, porque ainda estão em projeto e a indústria brasileira participaria de seu desenvolvimento); e buscar aliados que apóiem o desejo brasileiro de ocupar um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU”.
"Porque cede mais tecnologia.
E no pacote francês vem tecnologia nuclear.
E o Brasil, para desespero do PiG, da Eliane, dos americanos e do mundo mineral, o Brasil quer dominar toda a tecnologia nuclear.
E com os franceses isso fica mais fácil – e barato.
Três países do  mundo têm urânio e sabem beneficiá-lo.
EUA, Rússia e Brasil."P.H.Amorim
O RAFALE F3 da empresa francesa Dassault é caro (uns 60 milhões de euros), o GRIPPEN NG sueco, ainda em testes é um barato (US$ 40 milhões), e o F/A-18 Super Hornet produzido pela Boeing, empresa norte-americana avança pelos meios, nem tão barato (US$55 milhões) e sem dar muito ou quase nada em troca! Por que Lula insistia no Rafale?

"Porque cede mais tecnologia.
E no pacote francês vem tecnologia nuclear.
E o Brasil, para desespero do PiG, da Eliane, dos americanos e do mundo mineral, o Brasil quer dominar toda a tecnologia nuclear"

E com os franceses isso fica mais fácil – e barato.
Três países do  mundo têm urânio e sabem beneficiá-lo.
EUA, Rússia e Brasil." Paulo H. Amorin. Grifos meus
www.google.com.br/images. Papa essa Brésil! Olé! Uh lá lá!

Os aviões usados atualmente pela FAB são os Mirage franceses adquiridos na década de 70, século passado, e o Brasil mudou...e como, de lá para cá! Os militares mandavam e todos obedeciam. E hoje? É Lula lá e preferência pelos franceses!
Por que o RAFALE F3 se o F/A-18 é super e mais barato e o sueco, embora protótipo é o campeão da preferência FAB? Dassault, Boeing e Saad, as empresas que disputam com super armas essa mina de ouro verde (dólares) representam interesses para além do preço, qualidade, trocas tecnológicas e graça dos aviões! Entre os céus e terras brasileiras, existem inenarráveis riquezas e muitos interesses geoestratégicos dos quais não suspeitam (ou fingem não suspeitar) os interessados que estão a emperrar novamente o FX-2 – o programa FAB para defesa aérea da nação.
www.google.com.br/images "Ao vencedor as batatas!"

“Independente do vencedor da disputa,_ publicava-se em jan/09- um grupo de empresas capitaneada pela fabricante de aviões EMBRAER será o principal favorecido com a compra, já que irá participar do programa e receberá transferência  tecnológica”.
Curiosidade: o relatório FAB até outro dia era favorável ao caça Grippen NG que é ainda um protótipo e” tem dois problemas "graves": o principal é que não se trata de um produto pronto. O outro é que ele é montado com peças e componentes dos Estados Unidos...)”, a  super potência mundial que teve seus poderes abalados pela administração desastrosa dos  Bushes (pai e filho), pelos ataques de 11 de setembro de 2001 e pela crise financeira que abalou os pilares do império em setembro 2008. Enfraquecido, o Império tem agora o grande dragão vermelho nos calcanhares, o país do Mao que não só segue à risca a bíblia...capitalista (pensou em Marx?) como ancora sua força no autoritarismo cruel, na hiper exploração da força de trabalho que se curva ante as armas (nada de martelo e foice) e no colaboracionismo ideologicamente forçado!
 Seja bem vindo RAFALE F3 ops venceu a FAB/Saab gripen NG perde o Brasil geoestratégia e geopoliticamente falando de ser uma segunda potência nas Américas! 
www.google.com.br/images. Brésil economiza potência ao acatar a FAB e não a soberania do povo representada na pessoa da presidenta Dilma. Realmente há mais mistérios entre os céus e o Planalto do que suspeitamos, nós queridas e queridos brasileiros!

"Após mais de dez anos de discussão, a presidente Dilma Rousseff decidiu pela aquisição de caças Gripen NG, da sueca Saab, para a FAB (Força Aérea Brasileira) para o programa FX-2.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, anunciaram hoje a aquisição dos caças. No sábado, o Painel havia antecipado que a presidente havia comunicado ao presidente da França, François Hollande, que o Brasil não compraria da França as 36 aeronaves."


Se é o melhor para a soberania do espaço áereo brasileiro e o melhor caça desde o início reconhecidamente por que não o RAFALE? A desculpa é o preço, mas diz o dito popular que o que é bom custa caro!
Por que não o F-18 dos Estados Unidos? Obama estava nos espionando as riquezas, classificando e etiquetando tudo como dono e de quebra fez um BBB da presidenta Dilma Rousseff. Essa desculpa podemos engolir...SIMPLES ASSIM!

MAS... o Saab gripen Ng da FAB? 
www.google.com.br/images.Saito, Amorim, Dilma. Traduzindo a foto: Pardon madame, mais aller le prendre dans le cul! No bom português: Ô Dilma vá tomá no...FULECO!

17-12-2021 COMO TERMINOU ESTA ESTÓRIA? AINDA NÃO TERMINOU....


"Em 2009 o Governo Federal abriu o Programa FX-2, cujos finalistas eram o Dassault Rafale francês, o Saab JAS-39E/F Gripen sueco (na época chamado de Gripen NG) e o Boeing F/A-18E/F Super Hornet dos EUA. 

Em dezembro de 2013, o Gripen foi anunciado o vencedor da licitação. O primeiro Gripen brasileiro, o F-39E FAB4100, foi oficialmente entregue à Força Aérea Brasileira em 2019 e, após uma série de testes na Suécia, chegou ao Brasil em setembro de 2020. 

O caça segue engajado nos voos de testes a partir do Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFCT) nas instalações da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). 

Para equipar os aviões, a FAB adquiriu mísseis IRIS-T, Meteor e A-Darter (este desenvolvido pelo Brasil em conjunto com a África do Sul), bombas Spice 250 e Spice 1000, de origem israelense, e pods Litening G4 e Reccelite, também de Israel, usados para a identificação e guiagem de bombas e reconhecimento, fora o canhão interno Mauser BK-27 (disponível apenas na versão monoposta). "

https://www.aeroflap.com.br/programa-fx-2-o-que-o-governo-dos-eua-aprovou-ao-brasil/

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

BRAZIL: ESPÍRITO DE NATAL

 Sapatos Tristes

Sérgio Antunes de Freitas

Esta é uma crônica politicamente correta.
(Portanto, ainda há tempo para desistir de sua leitura.)
E para quem resolver, ao final, de raiva, jogar um sapato em mim, aviso: - Não devolverei o projétil. Dar-lhe-ei um destino mais nobre.
O sapato é um dos poucos objetos de uso pessoal que apresenta vida própria. Não uma vida igual à nossa, mas como a dos desenhos animados.
Quando a sola descola no bico, ele parece rir e sorrir!
Na mesma condição, quando anda, lembra um bico de pato.
Quando fica velho, seu couro enruga, igual ao nosso, quando chegamos a idades avançadas. Aquelas nas quais a gente avança nos remédios e terapias.
Também como nós, os sapatos são gregários. Na maior parte dos casos, aparecem com seus pares.
Os sapatos, tamancos, sandálias, fazem parte da história e da filosofia humanas, em lugares de destaque: “Toda a sabedoria do mundo não vale mais que um par de botas”.
Às vezes, são engraçadinhos. Ao ser vítima da queda de um ferro de passar, um amigo comentou: - Nossa! Quase fiquei com o pé dilacerado.
E a sua botina comentou: - Imagina eu!
O sapato se meteu até nos provérbios. No famoso “lé com lé, cré com cré” - segundo uma das interpretações etimológicas, é oriundo de “créligo com créligo e leigo com leigo” - houve sua complementação transversal (palavra que está na moda, a fim de desvelar erudição): “lé com lé, cré com cré, um sapato em cada pé”.
Os calçados se tornam até membros da família, despertando amor e ódio.
É comum um filho adolescente pedir:
- Pai, pega meu par de tênis aí debaixo da cama?
E o pai responde:
- Nem morto!
E para, definitivamente, reconhecer os sentimentos puros dessas - mal comparando - peças de vestuário, observem como se alegram, quando são escolhidas para um passeio ou uma festa.
E observem, também, como ficam tristes, quando permanecem por muito tempo no armário e, pior, com a perspectiva de nunca mais serem usadas.
Os exímios psiquiatras de sapatos e outros artigos de couro constatam que esses objetos ficam tristes não pelo sentimento de marginalidade.
Na verdade, eles querem cumprir seus papéis, mas, esquecidos na sapateira, sentem-se impotentes, como nos sentimos diante da pobreza e da corrupção em nosso país.
Eles querem, de fato, exercer os seus direitos e deveres, evitando, por exemplo, que uma criança pobre corte o pé em um caco de vidro; ou que um jovem contraia o tétano; ou que um velho passe a vergonha de não ter conseguido na vida nem um par de alpargatas.
Portanto, se você tem sapatos esquecidos no armário, deixe-os apenas na memória. Vai lá, tire o pó, lave, engraxe e os destine a uma casa de caridade, a uma família carente, a uma criança de rua.
Os sapatos agradecem.

https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/projeto-leva-roupas-a-800-moradores-de-rua-na-virada-cultural-veja-como-ajudar-1.728933"Os moradores de rua podem escolher quais roupas e sapatos querem levar"






sábado, 11 de dezembro de 2021

BRAZIL. ESTÓRIA PARA CRIANÇA DORMIR

 

O CAPETA NA GARRAFA

Marina da Silva

“É mentira!” A menina de sete anos respondeu incrédula. “A mamãe disse que é mentira. Ninguém consegue prender o capeta numa garrafa.”

Claro que era mentira. Ninguém pode com o capeta, o tinhoso, o coisa-ruim.

“Pois é o que eu estou te dizendo. Eu vi com estes olhos que a terra há de comer”.

A menina respondeu ao novo amigo que fizera na nova vizinhança no bairro Sarobá.

“Mentira pura, café com rapadura!” Ela repetiu dando gostosas gargalhadas enquanto pulava de manilha em manilha, imensos tubos de concretos feitos ali no almoxarifado da prefeitura para a rede de esgoto da cidade. As crianças de mesma idade estavam fora do cadastro escolar pela data de aniversário e passavam juntas horas inteiras no antigo pasto de vacas catando frutas e caçando tesouros. Pitangas, amoras, milho-de-grilo, cagaitas, goiabas, mangas, jatobás. Faziam uma matula na própria camisa e vestido e iam degustá-las dentro das manilhas. O almoxarifado da prefeitura era um parque de diversão imenso para brincadeiras sem fim: carpintaria, marcenaria, britadouro, pátio dos carros e patrolas, o poço de óleo preto tirado das máquinas, o prédio da administração, a casa do ponto e apito e as bicicletas dos trabalhadores.

Foi numa destas aventuras subindo em cupinzeiros, atirando pedras e virando os cágados no córrego Santo Antônio, caçando bichos com estilingue usando mamonas como balas que o menino veio com a conversa.

“Sabia que dona Luiza da venda tem um capeta preso numa garrafa?”

“Sei sim. Mas é mentira pura. Mamãe disse que é lorota de gente que não tem o que fazer.”

“Não é não. Eu fui lá comprar cachaça para meu pai e vi com estes olhos que a terra há de comer!”

“Quando foi isso?”

“Outro dia”.

“E você não cagou de medo?”

“Não. Minhas pernas tremeram, bambearam. Mas só dei uma espiada rápida, de relance, para a prateleira onde fica a garrafa com o capeta e fechei correndo os olhos.”

“Uai? Mas você viu ou não viu o capeta dentro da garrafa?”

“Vi a garrafa.”

“E como era?”

“O quê?”

“A garrafa do capeta.”

“Ah, era igual qualquer garrafa de cachaça, só que o capeta estava lá dentro.”

“Só acredito vendo com meus próprios olhos.”

“Eu te levo lá, mas tem que ter dinheiro para comprar um trem qualquer na venda da dona Luiza.

“Então está bom. Papai vai me dar uma moeda sábado, dia do pagamento.”

Sábado chegou ensolarado e azul e depois que a mãe deixou a menina ir brincar ela passou debaixo da cerca de arame já ouvindo o assobio do amigo.

“Eu pedi a mamãe para ir comprar Chupe-Chupe de abacate na dona Quininha e ela deixou.” E lá se foram os dois saindo de fininho, rodeando o prédio do escritório, passando pela casa do relógio do ponto, desembocando na oficina e saindo pela fresta na cerca da frente do almoxarifado.  Levantaram-se batendo a poeira da roupa e descendo a rua com ares inocentes, cumprimentaram dona Colodina que conversava muito alegre com dona Carmem que trazia ao colo o bebê recém-nascido. Daí eles atravessaram a rua e entraram num caminho estreito ladeado por mato e o olho-d’água de um lado e do outro pelo extenso muro do quintal da dona Quininha, passando na frente da casa de dona Carlota benzedeira indo dar de frente com a vendinha de dona Luiza. Iam serelepes, fingindo despreocupação, ver o capeta dentro da garrafa.

No caminho combinaram: “Você pede um suspiro amarelo com confeito e eu procuro a garrafa”.

“Ela está na última prateleira, bem lá no alto.”

A vendinha estava silenciosa e escura. Dona Luiza vendia de tudo lá: sabão caseiro, arroz, feijão, milho, frutas e verduras do seu quintal, biscoito frito, balas, suspiro, maria-mole, cocada, rapadura, linhas, cordão, agulhas. Mas o que mais saia mesmo era a cachaça. As crianças entraram com o coração na boca batendo acelerados, a respiração curta, as pernas bambas e um frio de doer na barriga. Não havia ninguém lá, nem uma alma viva.

“E agora? O que a gente faz?” Ambos de cabeça baixa, olhos no piso de chão batido.

“Dona Luiza! Chamou o menino, a voz trêmula. Ô dona Luiza!”

Uma voz fina, doce e amigável respondeu lá do fundo do quintal:

“Já vou indo meu filho!” Era dona Luiza.

E no exato momento em que o menino apontou para a garrafa lá no alto da última prateleira um estrondo, barulho de algo caindo contra a parede das prateleiras, fez as garrafas tremerem e jogou ao chão a garrafa do capeta que se espatifou aos pés das crianças. Um arrepio de terror e o odor forte da cachaça fizeram os pelos dos dois se eriçarem até o cocuruto da cabeça, os olhos esbugalharem e elas saíram em desabalada carreira pelo mesmo caminho que vieram, atravessando a rua como um “zételitis”, levantando a poeira vermelha e fininha com suas precatas de pneu velho e lona de caminhão.

Na fuga pegaram o caminho mais curto, escalaram a cerca de arame se jogando no denso gramado que havia na frente da casa da menina. Passado o primeiro susto, deitadas na grama as crianças, corações aos saltos, respirações afobadas e ainda trêmulas começaram a se estapear um ao outro rindo alto.

“Você viu? Não falei que era verdade!”

“Creio em Deus Pai.” Valei-me Virgem Maria!”Persignaram-se três vezes com o sinal da cruz.

“Quase me pegou...”

“Tinha patas, tinha olhos...”

Na correria, o menino perdera a moeda e adeus chupe-chupe de abacate. Lá na vendinha, dona Luiza muito triste catava os cacos da garrafa e lamentava a pinga curtida há dois anos no caranguejo.

Belo Horizonte, 10 de Dezembro 2021

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

BRAZIL. TRUMPISM Part 6

  TRUMPISM MADE AMÉRICA... SMALL

Marina da Silva

Part 6

Then...

If you have followed the series of texts on "Trumpism" (parts 1, 2, 3, 4, 5) here on the blog, you clearly know, or not, that I use the term "trumpism" to designate, in fact, what is conventionally called of neoliberalism or return to free economic market practices and the entire complex economic, political, geopolitical, geoeconomic, geostrategic, social, cultural, etc. process that comes in the neoliberal package within the context of globalization, technical-scientific revolution applied to production and reflexes in the world of work, the revolution in the means of transport and communication from the 1970s.1

The 20th century brought serious concerns to the capitalist system and order: interventionism2, regulation of the economic market, planning and management through the state of a system that does not support regulation, demarcation, protectionism, blocks or obstacles of any kind to its growth and development. In fact, the capitalist system suffers, suffers from this necessary condition: to continuously replicate itself in an expanded way over everything and everyone geometrically to keep itself alive and bets on innovations to maintain high profit rates, even if these "innovations" are, in the world of work, the return to precarious and savage forms of exploitation of labor (practices that led to struggles for social and labor rights such as working hours, wages, etc.) as the use of work analogous to slavery and even slavery of the hand of workmanship. And the 20th century not only challenged savage capitalism, it also banked real experiences of new orders for the system:

* World War I (1914-1918);

* The Russian socialist revolution in 1917 during World War I;

* The totalitarian experiences of National Socialism and Fascisms (Germany, Spain, Italy, citing the most important ones);

* Social democracy, anarchy;

* The NY Stock Exchange Crash in 1929;

* F. D. Roosevelt's New Deal - 1933 in response to the great depression that came with the financial crisis of 1929 (Inspiration for the Welfare State of Keynes);

* The Second World War and the victory of Keynesian ideas applied in Europe in reconstruction;

* Division of the world into two blocks: "communists vs. capitalists and the "Cold War"...etc

Laissez-faire or the chant of the free market, that is, no regulation, intervention, planning of the economic market by the state (labor market included), private property, extreme individualism, selfishness, greed (all for me, nothing to the others); freedom (doing what you want with your own money and other people's money) the fundamental foundations of capitalism were threatened with the strengthening of socialist, communist, anarchist, social-democracy and national-socialism ideas.3 Even in the "golden age" of capitalism monopolist, much praised by the "Radicals for capitalism" astonishingly, the growth and development of the system takes place under the aegis and auspices of the STATE.4 Yes, the state has always been and will always be at the service of capitalists, especially big capital. Warnings about the dangers of growing and seductive state interventionism are present in the speeches of politicians and economists. The main thinkers occupied with the imminent danger of "interventionism" are Ludwig Mises and FA Hayek of the Austrian school of economics and their works are the foundations and bases for the strategic resumption of the free market ideals, freedom, private property, individualism, selfishness in the post. - Second World War. Mises and Hayek understand that the chaos installed in Europe by the two World Wars, the Russian revolution and the 1929 crisis, plus the rise of totalitarian regimes, impede and make any defense of the free market impossible. This is a lost cause in the warring Old World and the solution is to take the cult and praise of the free market, the cult of radical capitalism away from the European stage, to the Promised Land, the New Canaan of the New World, America today given the simple name: United States.

Mises and Hayek obtain unrestricted financial support, access to universities and media, and associate with "conservatives"5, highlighted by Milton Friedman, and found the Mont-Pèlerin society of global defense of the free market, private property, individualism, freedom and blah and also to the so-called libertarians, defenders of the same ideas. In America, they planted the flag and planted ideas and began to reap the rewards from the 1970s onwards. 1973 is the year that marks the beginning of the neoliberal movement, of neoliberal practices being put into effect in Chile and in the bloodthirsty dictatorship of Augusto Pinochet. This entire world journey, very well articulated and conducted, from the United States and under the pretext of barring communism and state interventionism of any kind is told by Brian Dohert in Radicals for Capitalism. The way in which the new(?) neoliberal world order has imposed itself can be evaluated nation by nation in the so-called First World countries, in the underdeveloped and developing nations and in the new industrialized nations, the Asian tigers. But its developmental perfection is best understood in the Number One nation: The United States from the moment Ronald Reagan arrives at the White House. The Reagan era [1981-1989] or Reaganomics on the political-economic level is characterized by: deregulation of the economy; tax relief for large capitals and tax cuts for the rich; brutal cut in public social spending; increased defense spending, citing the famous four pillars of the plan:

“During the 1980 campaign, Ronald Reagan announced a recipe to fix the country's economic mess. He claimed that an undue tax burden, excessive government regulation and massive social spending programs hampered growth. taxes during the first three years of his presidency. The bulk of the cut would be concentrated in the upper income levels. The economic theory behind the wisdom of such a plan has been called SUPPLY SIDE ECONOMY or DRIP ECONOMY."6 Google translation

The Reagan era marks "The end of the American dream."7 What does any individual on planet Earth think about America, the United States of America? Without blinking and quickly the answers:

* They are the owners of the world,

* Freedom,

* Equality,

* Citizenship,

* Democracy,

* Opportunity to get rich by working hard (for any human being who ventures out legally or illegally),

* First World country, super developed,

*Innovation, progress, power, techno-scientific superiority, etc. and such.

All "paths lead to the United States of America"! To paraphrase the well-known maxim of the Roman Empire. Number One power and dream country! "In the United States there are values ​​like democracy. In democracy, public opinion has some influence on politics. Then the government takes actions determined by the population. That's what democracy means." idem

And the return to the free market used, abused and defrauded the principles, foundations, rhetoric of American democracy for large corporations to take over, exploit and appropriate the State, the people; the wealth produced by concentrating them on a select group of rich and billionaires, promoting unemployment, poverty and misery. A brutal and unprecedented social-economic-political inequality in the superpower, enhanced and facilitated by techno-scientific innovations in the means of production, communication, information technology, transport that allowed the reduction of industrial plants, robotization and, above all, the relocation of industries internally and externally by changing the geography of commodity production, global precariousness of the world of work and capital flow.8

Concentration of wealth is the concentration of political power over the social body and is at the beginning of capitalism (transition from the feudal system to capitalism) and especially in the 18th and 19th centuries. This concentration of wealth and power becomes immeasurable in the 20th century with the crystallization of neoliberal practices as the dominant order: globalization of markets, end of socialism/real communism, overcoming productive capital by speculative finance capital and unveiling and exposing the end of the American dream and the myth of democracy.9 From the terrorist attack on September 11, 2001, the veins of the United States were exposed and its territory too, and with the emergence and popularization of the web and social networks such as Twitter and Facebook, another history of America becomes known by anyone individual on the planet and not just in fiction! And now Joseph?10

FREE MARKET without restraints, gauges, harnesses, barriers, without government from the 1970s11 will lead to financial crises that squandered people's income and savings, promoted an absurd concentration of wealth and a huge abyss between poor and rich, increasingly richer investing in illegal schemes of dispossession and expropriation of citizens, now known as Mises defines them: consumers!12 Are the financial crises from the 1970s onwards crises inherent in the capitalist system or are they intentionally created by the owners of the world on Wall Street? Is capitalism for everyone or is it just for a few? If corporations took over the elections and with them the power to legislate on concentrating wealth only for a few rich people, 1% of the American population, is this DEMOCRACY? Is the state dominated by the rich 1% the problem?

The 2008 financial crisis left open the neoliberal farce about: freedom, democracy and attachment to the State. The American people hate the state, it is alienating indoctrination; but the rich 1% love and praise the daddy state, paternalistic state that saves the rich and fuck with the people! TO BIG TO FAIL! What country is this, USA, THAT RESCUES THE RICH WITH THE SWEAT, BLOOD, TEARS AND DISPOSSESSION OF ITS POPULATION?13

Yes, the State at the service of neoliberals, at the service of large companies, corporations, speculators all over the world IS THE PROBLEM! THE UNITED STATES HAS AN OWNER! The "social contract"14 where society hands over its political forces to the figure of the State to administer on behalf of all, that is, democratically, was torn, broken, shit and showed: more than conflict and contradiction, neoliberalism exposes what everyone is bald to know: there is a class war, the class of the rich versus the class of those who live from work15, that is, 99% of the population. And the 1% is winning!

This is where Donald Trump comes in! If all the bullshit myth of founding countries, freedom, equal opportunities, American dream, democracy and blah were worth anything in the United States, Trump would never be elected president of the power Number One. Trump is the tragicomedy of the apex of neoliberalism in the US: corruption and corrosion of the body politic that spreads throughout society. Since Trump, the curtains have come down for good, and with them all the myths of the founding of the nation: opportunity is opportunism; representative democracy is sham, false and corrupt; freedom to invest their own money is freedom goes anything for the rich 1%, whites, racists, misogynists, Glbtqia+phobics, xenophobics (especially for Mexicans, Asians (Chinese), Latinos (Central and South America) and other indigenous minorities; the state is a problem for social public spending with the class that makes a living from work and the State is a real daddy to save and maintain the neoliberal parasitism of the rich 1%. The US CIVILIZATION MISSION16 to the world is the greatest of all hoaxes and Donald Trump is the ultimate of the fib neoliberal.

BUT WHY DONALD TRUMP?

(FOLLOW)


Source:

1. DOHRETY, Brian. Radicals for Capitalism A freewheeling History of the Modern American Libertarian Moviment. BBS Public Affairs. N.Y. e-book

2. MISES, L. Intervencionismo, uma análise econômica. (1940) e-book; Ação Humana: um tratado de economia. 1949. 31ª edição.  ISBN 9788562816390/ e-book;

3. HAYEK, F. A. O caminho da servidão. 1944. e-book

4. BRAVERMAN. H. Trabalho e Capital Monopolista.Rio de Janeiro: editora Guanabara Koogan S.A, 1987.

5. GOLDWATER, Barry M. Conscience of a Conservative. Stellar Classics, 2013. e-book

6. U.S HISTORY. https://www.ushistory.org/us/59b.asp

7. CHOMSKY, Noam. O fim do sonho americano .https://www.youtube.com/watch?v=_FtpgDvWjkQ&list=PLL9nZoHHkbKDIQpjpGMerHPZT4mdUTe3V&index=5&ab_channel=AMentiraemQueVivemos

8. HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.

9. Sobre o tema ler:   HARVEY, David. O ENIGMA DO CAPITAL e as crises do capitalismo; FERGUNSON, Charles H. O SEQUESTRO DA AMÉRICA. Como as corporações financeiras corromperam os Estados Unidos. Rio de Janeiro: editora Zahar, 2013. E assista os documentários: A CORPORAÇÃO;  INTERN JOB; O FIM DO SONHO AMERICANO; SAVING CAPITALISM. Disponíveis no Youtube e Netflix.

10. ANDRADE, Carlos Drumond DE. 100 POEMAS.Belo Horizonte: editora UFMG, 2002. P.114

11. HARVEY, David. O ENIGMA DO CAPITAL e as crises do capitalismo. 

 Apêndice 2

INOVAÇÕES FINANCEIRAS E O SURGIMENTO DO MERCADO DE DERIVATIVOS NOS EUA, 1973-2009

1970. Início dos certificados de valores mobiliários baseados em hipotecas.

1972. Abertura da Agência de Mercado de Moedas e Futuros de Chicago.

1973. Agência de Opções de Câmbio de Chicago; início do comércio sobre capitais futuros.

1975. Comércio em papéis do Tesouro dos EUA e ações de futuros baseadas em hipotecas.

1977. Comércio em ações de futuros do Tesouro.

1979. Comércio sem regulações e sem prestação de contas legais, especialmente nos futuros de moedas, torna-se prática comum. Surge o “sistema bancário às escuras”.

1980. Novos mecanismos para investimentos em derivativos vinculados a moedas estrangeiras, currency swap.

1981. Criação do seguro sobre portfólios; mecanismos para investimentos em derivativos vinculados a taxas de juros estrangeiras, interest rat swap; mercados de futuro em eurodólares, certificados de depósito e instrumentos do Tesouro.

1983. Mercados de opções em moedas, valores de ações e instrumentos do Tesouro; criação das obrigações de pagamento tendo propriedades como garantia.

1985. Aprofundamento e ampliação dos mercados de opções e futuros; início do comércio virtual e criação de modelos de mercados; criam-se estratégias de arbitragem estatística para derivativos.

1986. Unificação dos mercados de ações, opções e comercio de moedas globais, o Big bang.

1987-1988. Criação das Obrigações de Dívidas Colateralizadas (CDOs), assim como das Obrigações de Ação Colateralizadas (CBOs) e Obrigações de Hipoteca Colateralizadas (CMOs).

1989. Novos mecanismos para investimentos em futuros de taxas de juros.

1990. Criação de mecanismos para investimentos em insolvência no crédito e índices de ações.

1991. Aprovação de veículos de investimento “fora da contabilidade”, também conhecidos como entidades de interesse especial ou veículos de investimentos especiais.

1992-2009. Rápida evolução do volume do comércio por todos esses instrumentos. O volume desse comércio insignificante em 1990, chegou a mais de 600 trilhões de dólares por ano em 2008.

12. MISES. L. AÇÃO HUMANA. e-book

13. Sobre o massacre e roubo dos cidadãos e cidadãs estadunidense e o socorro do Estado aos ricos e especuladores que criam "criam" ou se aproveitam de crises ver: PRINCIPAIS CRISES E AJUDAS ESTATAIS A EMPRESAS, 1973-2009 e, HARVEY, David. O ENIGMA DO CAPITAL e as crises do capitalismo; Apêndice 1; FERGUNSON, Charles H. O SEQUESTRO DA AMÉRICA. Como as corporações financeiras corromperam os Estados Unidos. Rio de Janeiro: editora Zahar, 2013. 

14.ROUSSEAU, Jean-Jacque. O Contrato social. e-book

15. ANTUNES, Ricardo.

16. kISSINGER, H. ORDEM MUNDIAL. e-book

AMEND (14ª EMENDA). Documentário Netflix sobre a luta dos afro-americanos por direitos civis desde a abolição  da escravidão.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

BRAZIL: TRUMPISME partie 6

  LE TRUMPISME FAIT L'AMÉRIQUE PETIT

Marina da Silva

Partie 6

Alors...

Si vous avez suivi la série de textes sur « Trumpism » (parties 1, 2, 3, 4, 5) ici sur le blog, vous savez bien, ou pas, que j'utilise le terme « Trumpism » pour désigner, en fait, ce qu'on appelle classiquement du néolibéralisme ou retour aux pratiques  le libre marché économique et l'ensemble du processus complexe économique, politique, géopolitique, géoéconomique, géostratégique, social, culturel, etc. qui s'inscrit dans le paquet néolibéral dans le contexte de la mondialisation, de la révolution technico-scientifique appliquée à la production et des réflexes dans le monde de travail, révolution des moyens de transport et de communication à partir des années 1970.1

Le 20ème siècle a apporté de sérieuses inquiétudes au système et à l'ordre capitalistes : interventionnisme2, régulation du marché économique, planification et gestion par l'état d'un système qui ne supporte pas la régulation, la démarcation, le protectionnisme, les blocages ou obstacles de toute nature à sa croissance et développement. En fait, le système capitaliste souffre, souffre de cette condition nécessaire : se répliquer continuellement de manière élargie sur tout et tout le monde géométriquement pour se maintenir vivant et miser sur les innovations pour maintenir des taux de profit élevés, même si ces « innovations » sont, en le monde du travail, le retour à des formes précaires et sauvages d'exploitation du travail (pratiques qui ont conduit à des luttes pour les droits sociaux et du travail comme le temps de travail, le salaire, etc.) comme l'utilisation du travail analogue à l'esclavage et à l'esclavage des main d'oeuvre. Et le 20e siècle n'a pas seulement remis en cause le capitalisme sauvage, il a également mis en banque des expériences réelles de nouveaux ordres pour le système :

* Première Guerre mondiale (1914-1918);

* La révolution socialiste russe en 1917 pendant la Première Guerre mondiale ;

* Les expériences totalitaires du national-socialisme et des fascismes (Allemagne, Espagne, Italie, citant les plus importantes) ;

* Démocratie sociale, anarchie ;

* Le krach boursier de New York en 1929 ;

* New Deal de F. D. Roosevelt - 1933 en réponse à la grande dépression qui a suivi la crise financière de 1929 (Inspiration for the Welfare State of Keynes) ;

* La Seconde Guerre mondiale et la victoire des idées keynésiennes appliquées en Europe dans la reconstruction ;

* Division du monde en deux blocs : « les communistes X capitalistes et la « guerre froide »…etc) ;

Laissez-faire ou chant du libre marché, c'est-à-dire pas de régulation, d'intervention, de planification du marché économique par l'État (marché du travail inclus), propriété privée, individualisme extrême, égoïsme, cupidité (tout pour moi, rien au autres); liberté (faire ce que l'on veut avec son propre argent et l'argent des autres) les fondements fondamentaux du capitalisme étaient menacés par le renforcement des idées socialistes, communistes, anarchistes, social-démocrates et national-socialistes3. le capitalisme monopoliste, très vanté par les « Radicaux pour le capitalisme » étonnamment, la croissance et le développement du système se font sous l'égide et les auspices de l'ETAT4. Oui, l'Etat a toujours été et sera toujours au service des capitalistes, surtout gros capital. Des mises en garde contre les dangers d'un interventionnisme étatique croissant et séduisant sont présentes dans les discours des politiques et des économistes. Les principaux penseurs préoccupés par le danger imminent de "l'interventionnisme" sont Ludwig Mises et FA Hayek de l'école autrichienne d'économie, et leurs travaux sont les fondements et les bases de la reprise stratégique des idéaux de libre marché, de liberté, de propriété privée, d'individualisme, égoïsme au poste - Seconde Guerre mondiale. Mises et Hayek comprennent que le chaos installé en Europe par les deux guerres mondiales, la révolution russe et la crise de 1929, plus la montée des régimes totalitaires, entravent et rendent impossible toute défense du libre marché. C'est une cause perdue dans le Vieux Monde en guerre et la solution est de retirer le culte et l'éloge du marché libre, le culte du capitalisme radical de la scène européenne, à la Terre Promise, le Nouveau Canaan du Nouveau Monde, L'Amérique, actuellement connue sous le nom simple : États-Unis.

Mises et Hayek obtiennent un soutien financier sans restriction, un accès aux universités et aux médias, et s'associent avec des « conservateurs »5, mis en évidence par Milton Friedman, et fondent la société Mont-Pèlerin de défense mondiale du libre marché, de la propriété privée, de l'individualisme, de la liberté et du blabla. et aussi aux soi-disant libertaires, défenseurs des mêmes idées. En Amérique, ils ont planté le drapeau et les idées et ont commencé à en récolter les fruits à partir des années 1970. 1973 est l'année qui marque le début du mouvement néolibéral, des pratiques néolibérales mises en œuvre au Chili et dans la dictature sanguinaire d'Augusto Pinochet. Tout ce voyage du monde, très bien articulé et mené, depuis les États-Unis et sous prétexte d'interdire le communisme et l'interventionnisme étatique de quelque nature que ce soit, est raconté par Brian Dohert dans Radicals for Capitalism. La manière dont le nouvel (?) ordre mondial néolibéral s'est imposé peut être évaluée nation par nation dans les pays dits du Premier Monde, dans les nations sous-développées et en développement et dans les nouvelles nations industrialisées, les tigres asiatiques. Mais sa perfection développementale est mieux comprise dans la nation numéro un : les États-Unis à partir du moment où Ronald Reagan arrive à la Maison Blanche. L'ère Reagan [1981-1989] ou Reaganomics sur le plan politico-économique se caractérise par : la dérégulation de l'économie ; allégements fiscaux pour les grands capitaux et baisses d'impôts pour les riches ; coupe brutale des dépenses sociales publiques ; augmentation des dépenses de défense, citant les fameux quatre piliers du plan :

« Au cours de la campagne de 1980, Ronald Reagan a annoncé une recette pour réparer le gâchis économique du pays. Il a affirmé qu'un fardeau fiscal excessif, une réglementation gouvernementale excessive et des programmes de dépenses sociales massifs entravaient la croissance. Reagan a proposé une réduction progressive de 30 % des impôts au cours des trois premières années de sa présidence. La majeure partie de la réduction serait concentrée dans les niveaux de revenu plus élevés. La théorie économique derrière la sagesse d'un tel plan a été appelée SUPPLY SIDE ECONOMY ou DRIP ECONOMY."6 Google translation

L'ère Reagan marque « la fin du rêve américain ».7

Que pense un individu sur la planète Terre de l'Amérique, des États-Unis d'Amérique ? Sans cligner des yeux et rapidement les réponses :

* Ils sont les propriétaires du monde,

* Liberté,

* Égalité,

* Citoyenneté,

* La démocratie,

* Possibilité de s'enrichir en travaillant dur (pour tout être humain qui s'aventure légalement ou illégalement),

* Pays du premier monde, super développé,

*Innovation, progrès, puissance, supériorité techno-scientifique, etc.

Tous les « chemins mènent aux États-Unis d'Amérique » ! Pour paraphraser la maxime bien connue de l'Empire romain. Puissance numéro un et pays de rêve ! « Aux États-Unis, il existe des valeurs comme la démocratie. En démocratie, l'opinion publique a une certaine influence sur la politique. Ensuite, le gouvernement prend des mesures déterminées par la population. C'est ce que signifie la démocratie. idem

Et le retour au libre marché a utilisé, abusé et fraudé les principes, les fondements, la rhétorique de la démocratie américaine pour que les grandes entreprises prennent le contrôle, exploitent et s'approprient l'État, le peuple ; la richesse produite en les concentrant sur un groupe restreint de riches et de milliardaires, favorisant le chômage, la pauvreté et la misère. Une inégalité socio-économique-politique brutale et sans précédent dans la superpuissance, renforcée et facilitée par des innovations techno-scientifiques dans les moyens de production, de communication, de technologie de l'information, de transport qui ont permis la réduction des installations industrielles, la robotisation et, surtout, la délocalisation des industries en interne et en externe en modifiant la géographie de la production marchande, la précarité globale du monde du travail et les flux de capitaux.8

La concentration des richesses est la concentration du pouvoir politique sur le corps social et se situe au début du capitalisme (passage du système féodal au capitalisme) et surtout aux XVIIIe et XIXe siècles. Cette concentration des richesses et du pouvoir devient incommensurable au XXe siècle avec la cristallisation des pratiques néolibérales comme ordre dominant : mondialisation des marchés, fin du socialisme/communisme réel, dépassement du capital productif par le capital financier spéculatif et dévoilement et exposition  la fin du rêve américain et du mythe de la démocratie.9

Depuis l'attentat terroriste du 11 septembre 2001, les veines des États-Unis ont été mises à nu et son territoire aussi, et avec l'émergence et la vulgarisation du web et des réseaux sociaux tels que Twitter et Facebook, une autre histoire de l'Amérique devient connue de tous. individu sur la planète et pas seulement dans la fiction ! Et maintenant Joseph ?10 MARCHÉ LIBRE sans contraintes, jauges, harnais, barrières, sans gouvernement à partir des années 197011 conduira à des crises financières qui dilapider les revenus et l'épargne des gens, favorisé une concentration absurde de la richesse et un abîme énorme entre les pauvres et les riches, investissant de plus en plus dans des stratagèmes illégaux de la dépossession et l'expropriation des citoyens, maintenant connue sous le nom de Mises les définit : les consommateurs !12 Les crises financières à partir des années 1970 sont-elles des crises inhérentes au système capitaliste ou sont-elles intentionnellement créées par les propriétaires du monde à Wall Street ? Le capitalisme est-il pour tout le monde ou est-ce juste pour quelques-uns ? Si les entreprises s'emparaient des élections et avec elles le pouvoir de légiférer sur la concentration des richesses uniquement pour quelques riches, 1% de la population américaine, est-ce de la DÉMOCRATIE ? L'État dominé par les riches 1% est-il le problème ?

La crise financière de 2008 a laissé ouverte la farce néolibérale sur : la liberté, la démocratie et l'attachement à l'État. Le peuple américain déteste l'État, c'est un endoctrinement aliénant ; mais les riches 1% aiment et louent l'état papa, état paternaliste qui sauve les riches et baise avec les gens ! AU GROS POUR ÉCHOUER ! Quel pays est-ce, les USA, QUI SAUVE LES RICHES AVEC LA SUEUR, LE SANG, LES LARMES ET L'ÉLIMINATION DE SA POPULATION ?13 Oui, l'Etat au service des néolibéraux, au service des grandes entreprises, des corporations, des spéculateurs du monde entier EST LE PROBLÈME ! LES ÉTATS-UNIS ONT UN PROPRIÉTAIRE ! Le « contrat social »14 où la société remet ses forces politiques à la figure de l'État pour administrer au nom de tous, c'est-à-dire démocratiquement, a été déchiré, brisé, merdé et montré : plus que conflit et contradiction, le néolibéralisme expose ce que chacun est chauve à savoir : il y a une guerre des classes, la classe des riches contre contre la classe de ceux qui vivre du travail15, soit 99% de la population. Et le 1% est gagnant !

C'est là qu'intervient Donald Trump ! Si tout le mythe des conneries des pays fondateurs, de la liberté, de l'égalité des chances, du rêve américain, de la démocratie et du blabla valait quelque chose aux États-Unis, Trump ne serait jamais élu président de la puissance numéro 1. Trump est la tragi-comédie de l'apogée du néolibéralisme dans les États-Unis : corruption et corrosion du corps politique qui s'étend à l'ensemble de la société. Depuis Trump, les rideaux sont tombés pour de bon, et avec eux tous les mythes de la fondation de la nation : l'opportunité est l'opportunisme ; la démocratie représentative est factice, fausse et corrompue ; la liberté d'investir leur propre argent est la liberté tout va pour les riches 1%, les blancs, les racistes, les misogynes, les Glbtqia+phobiques, les xénophobes (en particulier pour les Mexicains, les Asiatiques (chinois), les Latinos (Amérique centrale et du Sud) et d'autres minorités indigènes ; le L'État est un problème pour les dépenses publiques sociales sur la classe ouvrière et un vrai papa pour sauver et entretenir le parasitisme néolibéral des riches 1%.

La MISSION US CIVILIZATION16 dans le monde est la plus grande de toutes les farces et Donald Trump est le summum du mensonge néolibéral.


MAIS POURQUOI DONALD TRUMP ?


(SUIVRE)

La source

1. DOHRETY, Brian. Radicals for Capitalism A freewheeling History of the Modern American Libertarian Moviment. BBS Public Affairs. N.Y. e-book

2. MISES, L. Intervencionismo, uma análise econômica. (1940) e-book; Ação Humana: um tratado de economia. 1949. 31ª edição.  ISBN 9788562816390/ e-book;

3. HAYEK, F. A. O caminho da servidão. 1944. e-book

4. BRAVERMAN. H. Trabalho e Capital Monopolista.Rio de Janeiro: editora Guanabara Koogan S.A, 1987.

5. GOLDWATER, Barry M. Conscience of a Conservative. Stellar Classics, 2013. e-book

6. U.S HISTORY. https://www.ushistory.org/us/59b.asp

7. CHOMSKY, Noam. O fim do sonho americano .https://www.youtube.com/watch?v=_FtpgDvWjkQ&list=PLL9nZoHHkbKDIQpjpGMerHPZT4mdUTe3V&index=5&ab_channel=AMentiraemQueVivemos

8. HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.

9. Sobre o tema ler:   HARVEY, David. O ENIGMA DO CAPITAL e as crises do capitalismo; FERGUNSON, Charles H. O SEQUESTRO DA AMÉRICA. Como as corporações financeiras corromperam os Estados Unidos. Rio de Janeiro: editora Zahar, 2013. E assista os documentários: A CORPORAÇÃO;  INTERN JOB; O FIM DO SONHO AMERICANO; SAVING CAPITALISM. Disponíveis no Youtube e Netflix.

10. ANDRADE, Carlos Drumond DE. 100 POEMAS.Belo Horizonte: editora UFMG, 2002. P.114

11. HARVEY, David. O ENIGMA DO CAPITAL e as crises do capitalismo. 

 Apêndice 2

INOVAÇÕES FINANCEIRAS E O SURGIMENTO DO MERCADO DE DERIVATIVOS NOS EUA, 1973-2009

1970. Início dos certificados de valores mobiliários baseados em hipotecas.

1972. Abertura da Agência de Mercado de Moedas e Futuros de Chicago.

1973. Agência de Opções de Câmbio de Chicago; início do comércio sobre capitais futuros.

1975. Comércio em papéis do Tesouro dos EUA e ações de futuros baseadas em hipotecas.

1977. Comércio em ações de futuros do Tesouro.

1979. Comércio sem regulações e sem prestação de contas legais, especialmente nos futuros de moedas, torna-se prática comum. Surge o “sistema bancário às escuras”.

1980. Novos mecanismos para investimentos em derivativos vinculados a moedas estrangeiras, currency swap.

1981. Criação do seguro sobre portfólios; mecanismos para investimentos em derivativos vinculados a taxas de juros estrangeiras, interest rat swap; mercados de futuro em eurodólares, certificados de depósito e instrumentos do Tesouro.

1983. Mercados de opções em moedas, valores de ações e instrumentos do Tesouro; criação das obrigações de pagamento tendo propriedades como garantia.

1985. Aprofundamento e ampliação dos mercados de opções e futuros; início do comércio virtual e criação de modelos de mercados; criam-se estratégias de arbitragem estatística para derivativos.

1986. Unificação dos mercados de ações, opções e comercio de moedas globais, o Big bang.

1987-1988. Criação das Obrigações de Dívidas Colateralizadas (CDOs), assim como das Obrigações de Ação Colateralizadas (CBOs) e Obrigações de Hipoteca Colateralizadas (CMOs).

1989. Novos mecanismos para investimentos em futuros de taxas de juros.

1990. Criação de mecanismos para investimentos em insolvência no crédito e índices de ações.

1991. Aprovação de veículos de investimento “fora da contabilidade”, também conhecidos como entidades de interesse especial ou veículos de investimentos especiais.

1992-2009. Rápida evolução do volume do comércio por todos esses instrumentos. O volume desse comércio insignificante em 1990, chegou a mais de 600 trilhões de dólares por ano em 2008.

12. MISES. L. AÇÃO HUMANA. e-book

13. Sobre o massacre e roubo dos cidadãos e cidadãs estadunidense e o socorro do Estado aos ricos e especuladores que criam "criam" ou se aproveitam de crises ver: PRINCIPAIS CRISES E AJUDAS ESTATAIS A EMPRESAS, 1973-2009 e, HARVEY, David. O ENIGMA DO CAPITAL e as crises do capitalismo; Apêndice 1; FERGUNSON, Charles H. O SEQUESTRO DA AMÉRICA. Como as corporações financeiras corromperam os Estados Unidos. Rio de Janeiro: editora Zahar, 2013. 

14.ROUSSEAU, Jean-Jacque. O Contrato social. e-book

15. ANTUNES, Ricardo.

16. kISSINGER, H. ORDEM MUNDIAL. e-book

AMEND (14ª EMENDA). Documentário Netflix sobre a luta dos afro-americanos por direitos civis desde a abolição  da escravidão.