Postagens populares

Pesquisar este blog

sábado, 5 de outubro de 2013

BRAZIL: RUMOREJANDO...Quando será que haverá democracia de fato e de direito em nosso país?

RUMOREJANDO
José[Juca] Zokner

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
A mítica
Enveredou
Pela política.
Ela achou – 
E alguém
Também
Lhe dissera – 
Que era,
Face
O salário,
As regalias
E as mordomias
Da classe,
Tipo aposentadorias
Após oito anos;
Trabalho, 
Salvo enganos,
Tão-somente
Um,
Ou quase nenhum,
Dia da semana.
Que bacana!
Um excelente
Negócio
Além
De um 
Ótimo quebra galho,
O que a deixou
Pasma.
Afinal,
Ninguém
É tal e qual
A um beócio
Para não viver,
Para não recorrer
Ao ócio.
Aí, cabalou
Votos
De gente 
Inocente,
De devotos,
De querubins
E serafins
E até de um
Aposentado
Fantasma.
E, sem espalhafato,
Abocanhou
Belo resultado:
Um mandato
De deputado.
Indubitavelmente
Se safou
Duma vida,
Realmente,
Algo sofrida,
Pouco desabrida.
E ainda achou
Que quem
Não faz igual
A ela
É um paspalho,
Um matusquela.*
Matusquela = “Pessoa Maluca, amalucada, adoidada”.
Constatação II
Não se pode confundir ciabata, que é um tipo de pão, originado da Itália e que apresenta o miolo mole com chibata, muito embora quem o usa também tem miolo mole.
Constatação III
Por que será que o governo destina dinheiro para as Ong´s fantasmas ou não? De modo geral o que de útil elas tem feito? E os minerais da Amazônia que delas os gringos estão se ocupando. Quem souber, por favor, comentários no blog. Obrigado.
Constatação IV
Deu na mídia, mais precisamente no site da Globo:  “Alvo de denúncias, Manoel Dias, Ministro do Trabalho,  diz que não vai pedir demissão e avisa que, se for demitido, sairá atirando e tomará providências ‘impublicáveis’”. Vige!
Constatação V (De um pseudo-soneto).

   Conquistas florais 

Ele ofereceu a ela um flósculo
Esperava receber em troca,
Pelo menos, um tenro ósculo.
Ao invés, ela o chamou de cocoroca.

Não desistiu. Enviou um ramalhete.
Agora ela não vai poder recusar.
Mas ela retrucou num bilhete:
“Por que você não vai outra amolar?”

Como era uma pessoa muito rica,
Não se irritou. Ficou impassível.
Tampouco, nesse caso, ficou tiririca.

Aí, dentre uma, teve várias centelhas.
Junto a um carro do ano, conversível,
Enviou um buquê de rosas vermelhas.

Constatação VI (De uma dúvida crucial).
Quando será que haverá democracia de fato e de direito em nosso país? Quem souber, por favor, comentários no blog. Obrigado.
Constatação VII (De outro pseudo-soneto).

     Cadeira nostálgica
          Para Jacob e Sergio Bittencourt (in memoriam).

Eu me senti triste e solitário,
Qual a cadeira de balanço vazia,
Onde costumava ler sempre o diário
E ela vinha sentar no meu colo e ria.

“Interrompo?” ela fingia preocupação.
Mas era uma maneira de fazer charminho,
Pois sabia que eu diria: “Claro que não!”
E era verdade. “Assim, não me sinto sozinho”.

Depois ela foi embora pra fazer doutorado
E foi tão brilhante que a seguraram por lá.
Eu me senti nos piores dos mundos, abandonado.

Não adiantou tentar esquecer, eu não conseguia
Aquela cena da cadeira estava sempre aqui, ali, acolá.
E em cada hora, minuto ou segundo um pouco eu morria.

Constatação VIII
Rumorejando acompanha futebol há 70 anos e confessa que nunca tinha visto gol de voleio e de chaleira simultaneamente e que considera espírita, como aconteceu nos gols do jogador Nilton, do Cruzeiro, contra o Atlético e o meu Botafogo. Nilton definiu os seus gols como ‘não de voleio, mas de chaleira e no estilo escorpião’. Ele, de certa maneira fez valer o velho dito de ‘quem viver verá’. No caso deste assim chamado escriba é ‘quem sobreviveu viu’. Vige!
Constatação IX
Não se deve confundir introdução com introspecção, muito embora para certos tipos deintrodução – como, por exemplo, a leitura de um livro de filosofia – é necessária muitaintrospecção. Já, para algum outro tipo de introdução, nem tanto...
Constatação X
E não se pode confundir ruge com urge. Antes, algumas pessoas diziam o tempo urge; atualmente, com os trovões relâmpagos, tempestades, tornados, ventos não respeitando o limite de velocidade de sessenta quilômetros por hora, no perímetro urbano, passando até dos cem quilômetros por hora, agora se pode dizer que o tempo ruge, o que também acontecia com muitas pessoas. Vige!
Constatação XI
Político, segundo o comportamento deles mesmos, é o sujeito que pode agir, se comportar mal e até mesmo levitar tanto acima do bem, como do mais ou menos. E, principalmente, do mal.
Constatação XII
Dizia, amargurado,
Chateado,
Apoquentado,
Inconformado,
Amuado,
Put, digo zangado,
O bedel,
Fã do Mestre Noel:
“Caramba!
É um sortilégio* 
Não se aprender samba
Nesse colégio.
Coitado!
*Sortilégio = “Maquinação, trama”.
Constatação XIII
Deu na mídia: “PIB dos EUA cresceu 3,5% no primeiro trimestre”. Nada como uma guerrinha ou uma crisezinha, de vez em quando, para tornar a aquecer a economia...
Constatação XIV
Após
Tanta
Falcatrua,
De gente
Que não recua
Do seu intento
Ainda com ar 
Pachorrento,
De mofa,
De desprezo, 
De desconsideração,
De menosprezo,
Sarcástico,
Trocista 
Qual um artista
E que nunca desiste
Tão-somente.
A população,
Eternamente,
Sem voz,
Para não chorar,
Com riso,
Ou um sorriso
Sardônico,
Meio catatônico,
Não de galhofa,
Mas com um nó
Atroz
Na garganta
De fazer dó,
Assiste
No Fantástico
Ou no jornal
Nacional,
Desapontada,
Amuada,
Revoltada
Tais fatos
Que não resultaram
Nada baratos
À Nação
E que se tornaram
Banais
Como jamais.
Coitada!
Constatação XV
E já que falamos no assunto, não se pode confundir tiririca com titica, muito embora a gente fique tiririca se alguém nos promete algo grande e realiza somente uma titica. A recíproca para tais casos não é necessariamente verdadeira. Afinal, tem gente que nem fica tiririca de ver os deputados aprovarem a assim chamada por eles mesmos titicaseus próprios pornográficos salários... 
Constatação XVI
Não sei se é por isso, mas desde que um jogador do meu Corinthians beijou um companheiro na boca, o time entrou em decadência e de lá para cá só se ferrou. Vige!
Constatação XVII
Deu, certa vez, na mídia: “Militares que tentaram a derrubada do presidente Carlos Diego Mesa Gisbert*, na Bolívia, serão julgados”. Dúvida crucial: Será que foi uma tentativa de virada de Mesa? (Perdão leitores).
*De acordo com a Wikipédia, “Mesa ocupou o cargo de presidente da Bolívia de 18 de outubro de 2003 até 9 de junho de 2005. Sendo vice-presidente sob o governo do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, ele havia assumido o posto depois de protestos generalizados e greves que pararam a Bolívia, forçando Sánchez de Lozada a renunciar e abandonar o país”.
Constatação XVIII
Não se pode confundir risonho com bisonho, até porque quem não ficar num um poucochinho risonho, ainda que com um pensamento tristonho, ao ler Rumorejando ou o livro Rimas Primas & Outras Constatações deste assim chamado escriba e, mais 150 Sonetos e 1 Sonetão (Pseudos), cujo lançamento deverá ocorrer neste mês ou, mais tardar, em novembro, chegará a triste conclusão de que o seu texto é bisonho. O inverso, para estes casos, não é necessário e reciprocamente verdadeiro, enfadonho ou medonho.
Constatação XIX
Este assim chamado escriba aprecia muito o futebol, ainda que um tanto quanto, na maioria das vezes, sofrido, pois é torcedor do Paraná, Corinthians e Botafogo. Quando é possível, assiste os jogos do futebol espanhol, transmitido pela televisão já que o número de craques é muito grande, mormente de jogadores brasileiros. Os comentaristas são ex-jogadores. Quando opinam a empolgação é tal que dão a impressão de que seriam ótimos técnicos de futebol. O que faz lembrar aquele anúncio classificado, que circulou na Internet, cuja autoria não foi revelada e que vale a pena rememorar: “Recém-casado vende Enciclopédia Britânica. Mulher sabe tudo”...
Constatação XX
Quando o obcecado leu a crítica feminina que os homens só pensam em sexo reagiu com uma nota no jornal, na sessão dos classificados, em que, dentre outras coisas, dizia: “Se alguém conhecer algo melhor, por favor, cartas a esse jornal ao cuidado de ‘Ótimo Desempenho’”.
Constatação XXI
E como lucubrava aquele filósofo de bar, depois de constatar as glosas que o Imposto de Renda havia feito na sua declaração: “Com estes impostos todos que o governo cada vez mais nos cobra, representando até quase cinco meses dos ganhos do indivíduo, quem for apenas padrinho de si mesmo corre o risco de morrer pagão”. Vige!
Constatação XXII 
Deu na mídia: “A mortalidade infantil e materna, no Brasil, cujas causas são, na maior parte dos casos, a pobreza e a falta de cuidados, ainda estão entre as mais altas da América Latina”. A mídia, mais uma vez, esqueceu de acrescentar: Viva “nóis”.
Constatação XXIII
Este assim chamado escriba aprecia muito o Uruguai e seu povo, ainda que tenha atravessado na garganta o Maracanazzo, quando o Brasil perdeu de ser pela primeira vez o campeão do mundo, em 1950. Além, da fainá (feito com farinha de grão-de-bico), da cerveja e do vinho (com uvas tipo Tanat), da música (Alfredo Zitarrosa e Daniel Viglietti) e da literatura (um dos meus gurus é o escritor uruguaio Mario Benedetti), aprecia o cinema uruguaio e toma a liberdade de indicar aos leitores os filmes: Whisky, El baño del Papa, El viaje hacia el mar, O último trem.
RICOS E POBRES.
Constatação I
Rico é instado a se ausentar dum recinto; pobre é expulso.
Constatação II
Rico vive na euforia; pobre, de magia.
Constatação III
O meu Amigo Leonardo Santos, dentre outros, também jornalista, certa vez, me enviou o que leu na traseira do bagageiro de uma moto de motoboy e que vale a pena rememorar: “Filho de rico é playboy; filho de pobre é motoboy”.
Constatação IV
Rico usufrui a vida; pobre, sobrevive.
Constatação V
Rico só tem mordomia; pobre, só mania.
Constatação VI
Rico recebe primazia; pobre, condescendência.
Constatação VII
Rico é pertencente à nobiliarquia; pobre tem que se explicar na promotoria.
Constatação VIII
Rico atabafa* na alta sociedade; pobre atabafa** diante dos problemas.
*Atabafar = “Abafar”.
** Atabafar = “fig. Sucumbir”.
Constatação IX
Rico fala com contundência; pobre, sem consciência.
Constatação X
Rico obriga; pobre, tenta induzir.
Constatação XI (De um leitor que pediu anonimato, por achar o “óbvio ululante”, alegando que “não descobri a América, apenas acho válido só pela rima”).
Rico vive na opulência; pobre, na carência.
E-mail: josezokner@rimasprimas.com.br
Site: www.rimasprimas.com.br

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

BRAZIL: FOTO-CONTORCIONISMO...

Michelangelo, Giotto, Caravaggio e o... feliz!
www.google.com.br/images. Monalisa, Leonardo da Vinci.
Sérgio Antunes de Freitas

 Ao sair do mais importante museu da arte renascentista, ouvi um senhor brasileiro de uns setenta anos comentando com fastio: - Ora, isso aqui é para quem gosta de pintura! O que ele queria encontrar ali? Eletrônicos para vender? Moças dançando cancã? Buchada de bode? O Pato Donald? Por que ele não foi para Miami ou Disneylândia, oras? Parece que a maioria das pessoas faz turismo para dizer que fez e, claro, para tirar fotos, muitas fotos, pois os aparelhos eletrônicos atuais permitem capturar imagens a custo baixíssimo  muito menor que a antiga técnica dos filmes reveláveis. Nas visitas de hoje, os turistas não percebem o ambiente nem observam as obras de arte seculares. O objetivo primeiro é fotografar! Se as fotos são proibidas no local, tentam burlar as normas. Deve ser prazeroso para eles! Se não são proibidas, é uma festa, com máquinas fotográficas, tablets, celulares, óculos com câmeras e sei lá mais o quê. Para que saber como o mestre deu aquela pincelada ou cinzelada, que registrou com perfeição os músculos dos antigos heróis? Para que saber quais cores combinou, como conseguiu o contraste, como obteve o efeito da luz e da sombra, transmitindo uma emoção num tempo em que não havia recursos audiovisuais? Segundo o velho, isso é para quem gosta de pintura, de escultura, de arquitetura, de história! Não para ele.  
www.google.com.br/images. Monalisa, Leonardo da Vinci. 

Fotos, fotos, fotos! Você entra no museu e se sente uma estrela no meio de mil “paparazzi”. É click, flash, crish, frock, croch... é gente tirando fotografias do piso, do teto, das paisagens vistas das janelas, de si, dos outros e até das pinturas e esculturas, mesmo sabendo que as imagens das obras artísticas, de primeira qualidade e obtidas por profissionais, estão disponíveis na Internet. Entretanto, para você olhar ou passar de um ponto ao outro, indefectivelmente, tem alguém com o dedo no gatilho. Para que perder tempo, olhando o semblante sofrido e resignado da Pietá e a forma de suas mãos, acariciado o filho morto? Importante é o sujeito voltar para casa com centenas, milhares de fotos nas memórias de seus aparelhos. E quem sofre é o vizinho, convidado para ver todas em uma noite calorenta, com os devidos comentários e justificativas para cada uma. Depois de umas cinco horas, ou seja, quase dois “E o Vento Levou”, que tem duzentos e trinta e oito minutos de duração, a vítima avisa que vai embora e recebe como resposta: - Só mais um pouco, vou passar a segunda parte bem rapidinho! Uma das maiores reclamações dos fotógrafos  digo, turistas, é o calor dentro dos museus, devido, entre outras razões, ao grupamento de gente. Portanto, senhores museólogos, para que manter a temperatura, provavelmente em vinte e três graus, que é a famosa temperatura de laboratório, e outras condições com o objetivo de proteger e tentar perpetuar a integridade das obras valiosas? Vocês tem que pensar em dar o conforto glorificante ao burguês moderno, que quer dezesseis graus de ar condiconado, para passar vinte minutos no local. - Estou pagando – é a justificativa capitalista. Mas, naquela alegria em que o Hanz vai tirar a foto da Elza, o Tanaka da Toshico, o Paul da Jack, o Pancho da Lourdes, o Joaquim da Maria, aparece a figura mais interessante: o feliz! 
www.google.com.br/images.
 O feliz também quer fotos, fotos, fotos, mas, acima de tudo, demonstrar que é pessoa educada e não passa na frente de quem está prestes a fotografar qualquer coisa. Assim, ele para bruscamente sua caminhada, com os braços abertos para não deixar que outros atrapalhem o ato sagrado do próximo, recrimina com o olhar aqueles que desobedecem à convenção, movimenta a cabeça, demonstrando solidariedade a quem julga prejudicado, se abaixa, sai da frente, senta, agacha, deita, rola e, depois, fica comentando suas atitudes polidas e a dos outros ignorantes que só querem ver as peças e as características artísticas do museu, da catedral, do monumento. É uma nova modalidade de turismo, a do foto-contorcionismo!
www.google.com.br/images