O QUE É PATRIOTISMO?
Sérgio Antunes de Freitas
Primeiramente, peço vênia aos meus amigos mais estudados e com formações de excelência, por apresentar mais um texto escrito com simplicidade.
Aprendi a escrever assim e assim também vivo. Minhas referências são as coisas singelas, como os versos de Manezinho Araújo, Zé Limeira, Catulo da Paixão, Manoel de Barros, Mário Quintana. Admiro também Carlos Drummond, Chico Buarque, Tom Jobim, mais requintados, contudo, sem ostentações. Também não há pompas em meu cotidiano.
Coerentemente, escolho os temas simples, como este sentimento bastante popular.
O patriotismo tem duas versões.
Uma é a simbólica, na qual veneramos os símbolos da Pátria, cantamos o Hino Nacional, o Hino da Independência, o Hino da Bandeira; reverenciamos o Pavilhão Nacional, vestimos roupas com as cores verde e amarela e damos diversas demonstrações de afeição à Pátria. Quando feitas com amor, são salutares. Mas é importante salientar: o Brasil é maravilhosamente multicolorido!
Esse patriotismo simbólico é legítimo e deve ser cultivado, pois, como em todos os países, serve como aglutinador entre os cidadãos, consolidando uma identidade nacional, estreitando os laços que nos unem pelas virtudes.
Entretanto, a verdadeira Pátria, a real, está nos oito milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados do território brasileiro, nas duzentas milhas do mar territorial, no espaço aéreo, nas embaixadas em países estrangeiros.
Nas terras e nas águas, é necessário ter em mente, estão as maiores riquezas do País, não apenas no sentido material, mas no sentido vital.
Na terra, temos a fauna e a flora, no solo, acima do solo e abaixo do solo, além dos minérios. Na água, temos também a flora, a fauna e outros componentes, talvez ainda desconhecidos. No conjunto, temos paisagens divinas! Uma fonte de turismo sem fim.
A preservação dessa fortuna é imprescindível para as próximas gerações. Como bons turistas deste planeta, não podemos depredar a terra em visitação. Mas isso vem sendo causado irresponsavelmente por vândalos ambiciosos.
Nesses limites, há também outra riqueza viva da Pátria real, qual seja, todos os indivíduos de cidadania brasileira, inclusos os que moram no exterior e os estrangeiros optantes por essa honra.
E, considerando a Pátria-mãe, todos nós somos irmãos. Permitir ou fingir desconhecimento daqueles sofredores das injustiças sociais e econômicas é ser impatriota, desumano. É a negação da fraternidade em seu sentido mais profundo e verdadeiro.
Outro fator real, para consolidar o conceito, é a cultura diversificada dessa população, como as línguas, os sotaques, o folclore, as comemorações cívicas, os artesanatos, as artes. Já ouvi dizer ser mais fácil invadir o país de um povo armado, que o de gente com cultura rica, arraigada, vigorosa. Como nos esportes, atuar com “raça” faz a diferença!
Em nível cultural mais lapidado, devemos ter orgulho da intelectualidade nacional, da Universidade de São Paulo, da Universidade de Brasília, do Instituto Oswaldo Cruz. São três Instituições citadas apenas, sabendo do cometimento de injustiças ao não registrar os nomes de milhares de outras respeitáveis escolas e entidades, bem como de preciosos professores.
Como é linda a nossa cultura, causadora das emoções umedecedoras de olhos, das palpitações no peito, dos sonhos por uma nação de paz!
Por isso, exercer o patriotismo simbólico, sem a consideração da Pátria real, é nivelar por baixo! É estéril! É, no máximo, um ufanismo interesseiro.
Amemos nosso Brasil de forma total, verdadeira, imaculada, magnificente!
Sérgio Antunes de Freitas
Julho de 2022
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