Sérgio Antunes de Freitas
As três espécies invasoras mais perversas para o meio ambiente das Américas, conforme os ensinamentos de Darwin, são o homem, o cachorro doméstico e o gato doméstico.
Uma análise genômica provou que o surgimento das 10 espécies de canídeos, hoje nativas no Continente Americano, ocorreu entre 1 milhão e 3 milhões de anos. Entre elas, estão o Cachorro-vinagre, o Cachoro-do-mato, o Graxaim-do-campo, as raposas, os lobos, os coiotes, todos em processo mais ou menos avançados de extinção. Nenhum deles é da espécie Canis, como os cachorros comuns.
Há dezesseis ou vinte mil anos, homens e seus cães domesticados chegaram às Américas, provavelmente, pelo Estreito de Bering.
Até a chegada dos europeus, esse contingente aumentou e se diversificou, mas não comprometeu a integridade das florestas e seus viventes.
Com a colonização, a partir do Século XIV, a destruição da natureza americana entrou em estado progressivo. Pelos costumes da exploração inconsequente do solo, e pelo crescimento populacional das espécies invasoras, avizinha-se um problema ecológico de proporções inimagináveis.
A população humana no Brasil, por exemplo, está em mais de 200 milhões de pessoas, mas poderia ser controlada mediante a educação, o planejamento familiar e os meios contraceptivos.
A população de cães domésticos está por volta de 150 milhões de indivíduos e precisa ser controlada, com a posse responsável, a castração, além dos cuidados para que não ataquem e matem os animais nativos, como os pássaros e insetos, suas vítimas prediletas.
Essa mesma consideração deve ser feita em relação aos gatos domésticos, de história semelhante, que também são predadores exóticos, mas em proporção menor que a dos cães. Talvez uns dez por cento!
A presença dessa grande quantidade de animais também no meio urbano, protegidos ou abandonados, causa muitos problemas, inclusive de saúde pública, escamoteados e ocultados pelos interesses econômicos das cadeias produtivas relacionadas a bens e serviços para “pets”.
A opção de criar esses animais, tirando-os da natureza, tornando suas naturezas antrópicas, tirando suas liberdades, é da voluntariedade de cada um. Mas isso deve ser feito, pelo menos, sabendo-se dos aspectos negativos do ato
Nenhum comentário:
Postar um comentário