E ELES COM ESSA POLÍTICA MIÚDA!
Sérgio Antunes de Freitas
Quarenta por cento de imposto!
Todo ano, com picardia,
Levam metade do orçamento
Para um sistema sem rosto,
Sem ética, sem misericórdia,
Debitando o sofrimento!
Pagamos os vinte por cento!
Somos devedores eternos,
Como nos tempos da colônia,
Agiotas oficiais avarentos
Tomam-nos, sem cerimônia,
Esses quintos dos infernos.
Acusada essa exploração,
Em palavras peremptórias,
Vejam todos vocês,
Está na Constituição,
Em Disposições Transitórias,
No Artigo 26.
Com amor, ordem, progresso,
Venham a nós, Inconfidentes,
Afastem a cobiça em festa,
Que reina em nosso Congresso!
Coloquemos a faca nos dentes
Contra essa ganância funesta!
Prezado Cláudio Manoel,
Brinde-nos com seu arcadismo!
“Não me negues, se podes, esse alento.”
Com os barrocos anjos do céu,
Envoltos em iluminismo,
Traga a luz como alimento.
Inácio de Alvarenga Peixoto,
Ensine ao verdadeiro homem:
“Eu não lastimo o próximo perigo”,
E ele dirá com gosto:
“Libertas quae será tamen”.
A coragem será nosso abrigo!
Tomás Antônio Gonzaga,
Brinde-nos com seu destemor,
Eliminando esse absurdo breu,
Com chama que não se apaga,
Em 33 liras e redondilha menor,
Inspire-nos com Marília de Dirceu.
Almejemos a independência inteira,
Mediante uma inconfidência ferina,
Com uma conjuração verdadeira,
Que, de origem, seja mineira,
Sulista, nortista, nordestina,
De todos, Brava Gente Brasileira!
Sérgio Antunes de Freitas
27 de outubro de 2015
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