“Já
naquela altura, depois de tanto abuso, era impossível distinguir homem do porco”.
G. Orwell em A revolução dos bichos.
Marina da Silva
A
porcaria no poder, a
porcaria no governo foram frases obtusas e cretinas do jornalista Willian
Waack no programa Painel (Globo News 08-11-2015), jogado ao ar todo o ranço,
perdas, rejeição e ressentimento de uma
classe média clássica AAA+ na escala...Standar & Poor’s em relação ao PT-
Partido dos Trabalhadores, há quatro mandatos na presidência do Brasil!
Desde os anos noventa,
século XX, a classe média clássica vem
sofrendo rebaixamento, erosão da renda e estrangulamento econômico [governos Collor/Itamar/FHC/Lula/Dilma],
mas o ressentimento, nojo e ódio mortal só aflorou quando, em 2003, Lula,
nordestino, metalúrgico, “analfabeto” assumiu a presidência da República, ou
seja, a “porcaria” chegou no governo do Brasil. Esta “porcaria no poder” foi a
frase vociferada algumas vezes por Willian Waack, por não recorrer,
elegantemente, ao Aurelião, dicionário da Língua Portuguesa, em busca de termos
menos chulos, visto conduzir um programa na TV Global paga discutindo com a
nata da elite intelectual de plantão sobre o tema: A grave crise econômica brasileira. http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-painel/videos/v/painel-convidados-debatem-a-gravidade-da-crise-politica-no-brasil/4380351/
Antes de Lula, o Brasil
era “Belíndia”: um pequeno grupo, 10% da população, vivendo no topo da pirâmide dos
mais ricos, [e aqui a classe média
clássica se instalava confortavelmente] com padrão de vida da Bélgica e o
grosso da população, párias da Índia. Um enorme contingente de brasileiros “menos
pobres, pobres, abaixo da linha da pobreza e miseráveis”.
Sarney, coronel do
Maranhão, cacique PMDB (1985-1989) governou com o lema “piorar o que está ruim (pessimismo
esperançado) para melhorar o Brasil” (otimismo desesperançado); Collor, montado
em Jet-ski defendia “os descamisados”
abrindo fogo contra o funcionalismo público, bando de marajás - a maioria integrantes da classe média clássica - e as pernas do país facilitando a penetração de capitalistas estrangeiros.
Itamar Franco tinha muito topete...e mais nada! O salvador da pátria, a aposta
classe média, FHC- Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, social, democrata,
PSDB sonhou um tucanato pra mais de vinte anos. Mas os desafios
conjunturais eram na realidade mudanças estruturais profundas no capitalismo primeiro-mundista: produção flexível, automação
com base na microeletrônica, informatização, robotização, desemprego,
precarização do mundo do trabalho, terceirização, retorno da escravidão e ultra
liberalismo comandado pela cartilha do “Consenso de Washington” e aplicado pelo
Fundo Monetário Internacional - FMI e Banco Mundial. Mas é claro que Willian Waack
sabe muito sobre Globalização, Neoliberalismo e regras FMI-Banco Mundial
entregues a Collor 1990-1992/Itamar 1992-1993). São elas:
·
Estado necessário- cortes de gastos,
arrocho salarial dos servidores públicos;
·
Cortes de verbas públicas para programas de
assistência social;
·
Cortes de investimentos nas áreas Saúde,
Educação, Segurança pública, Habitação, Saneamento básico, Transporte público
apodrecendo o “tecido” social;
·
Privatização de empresas geoestratégicas,
geopolíticas e geoeconômicas como a gigantesca mineradora Vale do Rio Doce;
·
Reformas Fiscal, Tributária (nunca levadas a
cabo), Reforma do Judiciário (destaque para o esfacelamento da parca proteção
dos direitos trabalhistas) e Reforma da Previdência;
·
Demissões voluntárias, etc.
Neste
“roldão” de FHC a classe média clássica
se achatou, estrangulou-se, reduziu seus “luxos” e se distanciou mais e mais do
topo da pirâmide (ricos) e despencou muito próximo da base piramidal, lugar dos
remediados, não pobres, pobres, abaixo da linha da pobreza e miseráveis!
Quando
o PT de Lula, ops, a “porcaria” chega ao poder afundada na oligarquia PMDB, ela
“se apropriou" do programa de governo PSDB, na verdade, as regras FMI, levando
adiante a reforma da Previdência, a reforma do Judiciário, criou a Super
receita e...abriu fogo contra a classe média clássica, uma vingança que tem o corpo preso à ditadura (1964-1984), golpe
militar que teve apoio amplo da classe média clássica que ainda sente saudades
da divisão “Casa grande e Senzala”.
O
governo da “porcaria” desdenha a classe média clássica e a recíproca é
verdadeira e mais intensa, chegando ao paradoxal maniqueísmo: Lula/Dilma são do
Bem, dos pobres e Serra/Aécio são do Mal, da classe média clássica/ricos.
Mas
voltando ao painel de Willian Waack...
“A
grave crise brasileira atual”, informada pelo cacique PMDB, o vice-presidente Michel
Temer, levou o país ao altíssimo intergaláctico índice de desemprego e ao super
hiper mega baixíssimo índice de crescimento econômico. E a culpa...É da Dilma!
A solução para os querelantes: o impeachment
de Dilma Já; “a porcaria” fora do poder e retomar com rolo compressor as regras
do FMI, que são eternas e na crise da Eurozona 2011, foi prescrita para a
Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália!
A
novidade da receita em painel: voltar com a CPMF permanente, cortes das verbas
para saúde, educação e etc; “desengessar o Orçamento para fazer os cortes;
esmagar a classe média clássica, ops, os servidores públicos, aplicando o choque de gestão de Aécio em Minas (corte de
gratificações, meritocracia, avaliação de desempenho, congelamento de salários,
etc); nova reforma da Previdência aumentando a idade mínima [e aqui um dos
intelectuais acha um ultraje o trabalhador se aposentar com 53 anos]; mais
privatizações e blá.
Mas
e se o “golpe” contra Dilma não funcionar e ela cumprir mandato até as eleições
2018? Willian Waack acha que “essa porcaria não vai até 2018”; os convidados
suspeitam que sim, tanto pelo “derretimento de Luis Eduardo Cunha” na suspeita
de corrupção (e é ele quem aceitará/rejeitará o pedido de Impeachment) e também
porque o Brasil não tem DOMINÂNCIA POLÍTICA, é 50% PMDB e 50% resto+PSDB; é o
país do “dualismo político”; é o “país do meio do caminho”, “país dos compadres”
e aqui citam BNDS.
Neste
ponto, a discussão DOMINÂNCIA ECONÔMICA (grave crise) fugiu do contexto e
escancarou o tema real em tela: a DOMINÂNCIA POLÍTICA do Brasil. Alguém cita a
força do PMDB e a eterna ausência de programas de governo do PMDB, do programa
econômico do PMDB, pois o PMDB é o grupo It que manda no país. Willian Waack,
descaradamente propõe “desprezar o PMDB no painel de discussões, manter o PMDB
invisível.
Como
assim? O PMDB tem o super padrinho cacique Sarney, o vice-presidente do Brasil,
Michel Temer; o presidente do Senado, Renan Calheiros, presidente da Câmara
federal, Luis Eduardo Cunha [com exceção de Temer, todos os outros foram
citados nos crimes de corrupção da Lava jato]; vários ministros em pastas
chaves; vários deputados federais, governadores, deputados estaduais, prefeitos,
vereadores; vários cargos importantes de direção de bancos e estatais, é o “síndico
geral” da nação desde o nascer da República e vamos DESPREZAR O PMDB?
Por
que atacar só a “porcaria” do PT? Simples: tanto PMDB quanto PSDB tem, não apenas a mesma raiz, como o mesmo
programa de governo progressista e liberal!
Conduzindo
bravamente a “porcaria“ da discussão Willian Waack representa “o cérebro” e
seus planos infalíveis (FMI) para dominar o Brasil. Sugestões? SABOTAR O
GOVERNO DILMA até 2018! Uma aliança entre PMDB/PSDB com uso intensivo da mídia
levará o governo Dilma ao mais alto “estresse”! A mídia terá o papel principal
na “psicologização” do imaginário popular para derrubar a porcaria: “É bom que sejamos pessimistas para sermos otimistas”;
que piore muito!”
É a receita do “Golpe”! Este é o “jeitinho
Sarney PMDB/PSDB de governar, o Pessimismo esperançado”: bombardear a mídia com
uma visão apocalíptica da grave crise econômica e conduzir a nação até a
derrocada geral do PT, afff, da “porcaria” no governo, da porcaria no poder. Finalizando...
Uma
rápida pesquisa Google sobre a estória dos partidos políticos no Brasil descobri-se-á
facilmente que PMDB e PSDB são o mesmo e único partido dominando a política e
economia do Brasil de forma privada e liberal progressivamente jogando mais e
mais brasileiros na miséria, concentrando riquezas, fato que teve uma
interrupção (quatro mandatos) com a adoção de políticas e programas sociais no
governo da porcaria, isto é, veja, governo dos petistas!
Sobre o assunto aqui tratado assista
ao programa na íntegra http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-painel/videos/v/painel-convidados-debatem-a-gravidade-da-crise-politica-no-brasil/4380351/
e descubra o que os
palestrantes pensam da CLASSE MÉDIA CLÁSSICA.
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