INVESTIMENTO FINANCEIRO? FUJA.
Sérgio Antunes de Freitas
Não existe investimento financeiro!
Existe especulação financeira. E, a propósito, ela não gera riqueza. É estéril!
Não pretendo, com este texto, provocar a derrocada do sistema financeiro internacional, o que seria risível, claro! Quero apenas livrar algum incauto de fazer o papel de trouxa.
Escrevendo de memória, faz tempo, ouvi a respeito de uma das raras entrevistas com o Amador Aguiar, fundador de um dos maiores bancos do País.
Perguntado sobre como fazer para ficar rico como ele, respondeu com a clássica máxima: “comprando na baixa e vendendo na alta”. Perguntado sobre o que, respondeu: “qualquer coisa”.
Na verdade, ele comprou barato, a qualquer tempo, e vendeu caro, também a qualquer tempo. O quê? Dinheiro, oras!
Quando uma pessoa diz querer investir financeiramente, ela quer é especular com o dinheiro obtido e guardado, muitas vezes, com dificuldades. Ou seja, quer tem rendimentos sem trabalhar também; sem produzir, exatamente como fazem os emprestadores da moeda. A diferença é a mesma entre uma banca de jogo de azar e os jogadores sonhadores com a sorte de bamburrar. Só um lado ganha de verdade.
No mercado financeiro, não há geração de produtos. Há esbulho de poupança pública, agiotagem legal, venda de ilusões.
Dizem que os bancos têm ou deveriam ter uma função social, a de fornecer crédito para o desenvolvimento econômico e social. Mas, analise você mesmo, quanto do dinheiro movimentado por um banco vai para isso e quanto torna-se lucros para os donos e acionistas?
Pegar dinheiro emprestado com bancos ou agiotas, então, é praticamente uma sentença de escravidão. A pessoa vai trabalhar para eles por muito tempo. Portanto, fuja dos juros, da correção monetária, das taxas de empréstimos ou equivalentes.
Por mais de meio século, já perdi e vi muita gente perder dinheiro nos tais produtos bancários: overnight, open market, cdb, rdb, renda fixa, renda variável etc. Na ponta do lápis, os pequenos e médios “investidores” sempre perderam em todos.
A aplicação em letras do Tesouro e a caderneta de poupança têm a vantagem da segurança, por serem garantidas pelo Governo.
Na poupança, como dizem, perde-se pouco! E nisso, há duas interpretações. Perde-se pouco em relação à inflação; perde-se pouco em relação aos demais “investimentos” financeiros.
Mas ela é importante como início do pé de meia ou recursos para emergências, devido à liquidez.
Observem que este texto pode ser facilmente contestado por economistas, banqueiros e bancários, mas apenas em outra língua: o economês.
Então, vem a pergunta: investir em quê?
Em primeiro, é bom ficar bem compreendido, se houver um agente financeiro entre o investidor e o investimento, quem vai ganhar é ele!
Por isso, cada um deve aplicar sua renda de acordo com suas características pessoais ou familiares.
Se é um comerciante, deve fazer um estoque de produtos não perecíveis.
Se é um industrial, mesmo pequeno, deve adquirir maquinário mais moderno e matéria prima.
Se agricultor, investir na sua lavoura!
Se é um construtor, bom comprar terrenos para futuras obras.
Se é um jovem profissional, compre livros, faça cursos de aprimoramento, pós-graduação, mestrado, doutorado, frequente congressos de sua área. Invista em você! Invista na sua imagem!
Se é um profissional mais antigo, deve melhorar seu consultório, seu escritório, sua clínica.
Se deseja apenas guardar dinheiro para viajar e conhecer o mundo, compre moeda estrangeira.
O ganho, em curto, médio ou longo prazo é certo!
A dilapidação financeira, justamente por ser estéril na geração de riquezas, como não canso de dizer, sempre foi o grande mal para a economia brasileira e de outros países.
Se, na ilusão do dinheiro fácil, as pessoas alimentarem mais a especulação, o monstro nunca será domado.
O mercado financeiro existe, sim, mas é um mundo que “não te pertence”, pobre, remediado, classe média.
Sérgio Antunes de Freitas
Dezembro de 2021
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