(Utilidade Pública)
DESCUBRA A MARGARINA TOP
Sérgio Antunes de Freitas
A primeira cena é da mesa do café da manhã, bem-posta, com uma toalha impecável, pães apetitosos e Margarina Top!
O pai, de gravata e com o paletó no ombro, chega, beija sua esposa querida e senta-se em frente à graciosa filha.
O filho passa, pega também uma fatia de pão, com a Margarina Top, e diz: - Mãe! Prepara mais uma fatia para mim?
É o café da manhã de uma família feliz!
No outro dia, as pessoas vão ao mercado e dão preferência para a margarina da marca Top, por costume reforçado ou para descobrir o sabor delicioso do produto cremoso. Afinal, ela tem cálcio, Vitamina D, não tem muita gordura trans nem muito açúcar, faz bem para a pele e pode ajudar no encontro de um grande amor.
Na propaganda estática, é comum o uso do verbo no imperativo: coma, beba, descubra, compre, aproveite. Inconscientemente, a pessoa tende a obedecer.
E tem a propaganda subliminar! No filme ou na novela, quando aparece uma cena propícia a isso, na casa da família do bem, está lá uma coadjuvante de destaque, a Margarina Top.
Como vendedora de produtos ou serviços, a propaganda faz parte de nossa sociedade moderna e, dentro dos limites éticos, é até bem-vinda!
Mas existe uma propaganda lesiva, a da violência!
Logo de manhã, os jornais mostram os crimes ocorridos na madrugada.
Depois deles, vêm os tradicionais programas do tipo “mundo-cão”, no todo ou em parte.
Nas televisões abertas e fechadas, abundam filmes policiais importados, cheios de lutas, tiros, cadáveres.
E, nas tardes e noites, mais jornais mostram violências, assim como nos grupos das redes sociais. São assassinatos, roubos, furtos, torturas, ameaças, com cenas pavorosas.
E é esse mesmo o objetivo: causar o terror permanente na população.
Nesse ambiente, as indústrias vendem mais armas, alarmes, cercas elétricas, câmeras de segurança, cofres, carros blindados.
Tendo-as como anunciantes, a imprensa leva o seu naco! E, quanto mais paranoia, mais audiência, mais lucro!
Os prestadores de serviços de segurança, legais e ilegais, aumentam seus ganhos. E as corporações dos agentes da segurança pública, justificando também suas importâncias, reivindicam melhores rendimentos e privilégios.
E ainda tem aqueles pregadores das soluções radicais, evocando a redução da maioridade penal, a pena de morte, o corte das mãos dos ladrões e demais medidas sádicas e não eficazes. Assim, ganham os votos necessários para se elegerem a cargos públicos.
Mas como não ser vítima inocente desse clima indesejável?
Oras, primeiramente, deve-se buscar o equilíbrio emocional, a lucidez, o discernimento e as boas informações, em jornais sérios e isentos, ou mesmo em estudos de fontes fidedignas disponíveis na Internet. Jamais acreditar em mensagem de celular, sem possibilidade de conferência da sua veracidade. Melhor desprezar!
Por exemplo, de um modo geral, afora os psicopatas, um adolescente infrator deseja apenas furtar um celular, uma bicicleta, um tênis “de marca”, para trocar por drogas. Já um ladrão mais experiente vai roubar uma residência, sabendo haver dentro dela revólveres, joias ou dinheiro, após algum planejamento e a observação do comportamento de seus moradores. Nenhuma quadrilha de assaltos a bancos ou tráfico de drogas vai se arriscar a roubos em residências. Não compensa para eles.
Portanto, é importante não ir a locais com grande afluxo de pessoas, como centros de cidade, estádios e outros, com joias, cordões de ouro, roupas chiques, celulares, carteiras e bolsas fáceis de serem surrupiadas.
Tampouco é necessário sair, para qualquer lugar, com coletes à prova de balas, armaduras, capacetes, escafandros.
Os bandidos sabem ler os sinais exteriores de riqueza.
Ninguém vai deixar as portas de casa abertas desnecessariamente, mas transformá-la em uma fortaleza pode ser exatamente um chamariz para os meliantes. E nada impede suas ações, quando estão convencidos das vantagens do ato vil.
Outra informação interessante é saber os horários da prevalência dos crimes. Na maioria das cidades, eles acontecem entre o começo da noite e a aurora. Nossos avós já sabiam disso!
É possível evitar problemas, sem adquirir neuroses. Importante é se cuidar, sem cair na lábia dos mercadores do horror.
Pois foi nesse clima que mentores golpistas induziram pessoas a pedir um golpe militar e depredar o patrimônio público, cometendo atos criminosos.
Queriam impor seus interesses mediante a propagação do terror em grau mais elevado!
Sérgio Antunes de Freitas
Janeiro de 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário