BLOCO CONCRETO
Marina da Silva
Corpo e mente
Um bloco concreto
Bloqueando o fluir normal
Do viver vida seguir
Amedrontada, calada
Aos berros por dentro
Bloqueio bloco
cadeado fechado
Um cérebro intangível
Inexplorado
Intricada
Rede de neurônios
dependentes de impulsos
Eletricidade
Carga baixa fardo
Pesado seguir erecta elétrica
Electra
Contínua, alternada
Vacilante, bipolar
É a vida agora
Ágora silenciosa em
Múltiplas palavras
não concatenadas ideias
Eu falho falo impotente
Bloco concreto
Bloqueio a dor
Essa dor. Não. Posso. De novo
Suportar de novo de novo?
Então fujo para dentro de mim
Não me mostro nenhum pelo pólo
À mostra não resisto
O concreto se rompe alheio olhar
Estilhaços cortantes cortes feridas
Medo paralisante coração na boca
Não consigo respirar
E o rio arrebenta dentro do peito e tem
As lágrimas
Moram dentro de mim
Muitas delas represadas milhões
Muitas choradas escondidas trancafiada
Elas se vão junto água do chuveiro ralo entupido
Que mundo é este?
Fugir voar onde estão minhas asas?
E o bloco concreto
Granítico...
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