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sexta-feira, 8 de maio de 2015

BRAZIL: SEXO BAUNILHA

SEXO ARROZ,  FEIJÃO E OVO FRITO 


Marina da Silva

Uma gargalhada estrondosa, sincera, cristalina inundou o consultório do ginecologista/mastologista como ele nunca ouvira nos mais de dez anos em que atendia aquela cliente.
Ela se dizia uma mulher de transição ou pertencia ao grupo de mulheres que nasceram e viveram boa parte da vida na ditadura militar  e que caíram de paraquedas no século XXI, o século das Luzes, cores, liberdades e liberalidade Funk, Rap e Hip-hop: Ai um tapinha não dói e sexo com ou sem amor é um "créu" em cinco velocidades!
Ela chegou para a consulta aparentemente sem queixas, apenas para controle e prevenção. O que chamou de fato a sua atenção foi a ausência do companheiro. Ela estava sozinha e quando a secretária a anunciou ele se preparou para cumprimentar o acompanhante. O casal era calmo e sempre davam a impressão de estar tudo indo muito bem. 
Como médico sempre interpelava-os juntos sobre as relações sexuais e ainda confrontava o homem a sós para certificar-se de algum constrangimento ou aconselhar alimentos, lubrificantes e paciência devido aos efeitos colaterais da menopausa precoce dentre eles a perda da libido e o ressecamento vaginal.
Foi pela gargalhada que ela dera enquanto se dirigia ao banheiro para se trocar para o exame clínico reconheceu o “sintoma da maçaneta”; aquele em que o paciente inibido pelo constrangimento em falar abertamente com seu médico de problemas sexuais, deixa para o último segundo, quando está de saída com a mão na maçaneta abrindo a porta, toma coragem e fala da verdadeira motivação da consulta.
_ Como está o sexo com vocês? Levantaram-se e se encaminharam para a sala de exames.
_ Assim-assim. Ela balançou as mãos de um lado a outro.
_ Não está uma "Brastemp"? Insistiu.
_ Olha doutor, eu sou daquelas mulheres antigas,  não procuro sexo, espero o homem me chamar. É mais um "arroz com feijão". Declarou colocando a mão na maçaneta da porta do banheiro.
_ Mas nem um ovinho frito? A gargalhada inundou o consultório.
No ponto aguardando o ônibus, sob grandes óculos escuros, seus olhos sorriam. O celular tocou e era ele querendo saber como fora a consulta.
_ O médico prescreveu Arroz, feijão e ovo frito!
_ Hã?
_Sexo...sussurrou. Só a palavra  colocou em alerta os sentidos.
_ O ovinho frito até que seria bom! Ele excitado e indecente do outro lado da linha.
_ Bem duro né? Uma sonora gargalhada chamou a atenção de alguns indivíduos que aguardavam condução.
_ Eu vou sair mais cedo...
_ Eu vou fazer o arroz  bem soltinho, feijão preto e ovos fritos!
_ Deixa os ovos por minha conta!
Ela estava submersa na banheira, espumas até o nariz, quando ele chegou.
_ Psssssiu! Ela se ergueu vestida de espumas. Vou dar banho em você! Avisou suspendendo sua camiseta e sumindo com ela pela cabeça. Seu membro ficou teso na hora e latejando. Levou as mãos para desabotoar o jeans e fui surpreendido por um tapão. Seus olhos faiscaram.
_ Mãos ao alto!
Com as mãos em concha ela jogou água naquele incêndio.
_ Eu faço isso para você disse descendo os dedos molhados, rasgando do seu peito até o umbigo e abrindo o botão da calça e zíper num só golpe. Ele tentou agarrá-la e sacá-la da banheira e levou mais tapas e mais água que ensopou seu pênis. Jeans e cueca deslizaram por sua bunda e pernas torneadas. Enquanto ele se debatia apavorado para se livrar dos tênis, meias e calça ela brincava com “os ovos”, pelos, seu mastro sem se importar com sua pressa desajeitada.
Uma hora depois, cabelos secos, vestida e maquiada, ela surgiu do banheiro colocando os brincos, resgatando a bolsa e pulando em cima dele apressada:
_ Preciso sair vazada, ainda não fiz o jantar. Não tenho nada pronto.
_ Faça arroz e feijão para ele. Ela saiu da cama dando grandes gargalhadas.
_ E olha...jogou-lhe um beijo estalado- Frita uns dois ovos para o cara!




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