ECOLONOMIA: TURISMO
EM FAVELA
www.google.com.br/images! Favela é isso aí?!,
www.google.com.br/images! Favela é isso aí?!,
Marina
da Silva
Este
fenômeno presente no Brasil e concentrado especialmente em São Sebastião, a
cidade maravilhosa do Rio de Janeiro podendo ser detectado ainda nos anos noventa
do século passado, virou febre mundial tal qual a gripe suína!
Cada vez mais
empresas de turismo vêm oferecendo como opcional um city-tour extraordinário
pelas favelas: “Visite a maior favela da América latina” é o convite orgulhoso
da Exotic tours para uma observação in loco do modus vivendi dos
moradores da Rocinha. Atualmente sete operadoras de turismo exploram e disputam
encarniçadamente os mais de 2000 turistas
estrangeiros por mês que se tornaram aficionados por
favelas, loucos para conhecer este parque temático inexistente [ainda] em países do
Primeiro Mundo.
Fotos Marina da Silva. Complexo de favelas PPL. Belo Horizonte, MG. Turismo em Belô só politiqueiro! Mas se o cliente quiser VIOLÊNCIA...
“A
pobreza destes locais é vista, frequentemente como atrativo, o que a torna um
negócio rentável que angaria, clientes que querem ver a violência de perto”
afirma o portal www.notícias.portugalmail.pt/.
www.google.com.br/images. Filme recordista de bilheteria, Tropa de Elite é uma boa indicação para quem quer adentrar no "planeta favela" carioca.
Vários sites oferecem uma
aventura em favelas brasileiras modelos: de pobreza, miséria, condições de vida
sub-humanas, violência, truculência e opressão tanto de milícias pacificadoras
oficiais ou não e narcotraficantes que controlam, gerenciam e parasitam a vida
econômica/política/social e cultural dos pobres. O que pode ser mais
emocionante do que acompanhar uma incursão BOPE no estilo Aqui e Agora na TV
portuguesa SIC com direito a trilha sonora do filme e um cadáver de bandido(?)
no final?
Famosos despencam aos montes para gravar vídeos alucinantes montando
sets em favelas cariocas. O hit do momento foi dado por Beyonce e Alicia Keys,
mas favela já serviu de cenário para o falecido Michael Jackson e a
cinquentinha Madonna e também está presente nas novelas! É viver a
vida...
Para
que fazer favela de cenário? Por que fazer turismo em favelas correndo o risco
de “um perdido” ou uma bala perdida nos confrontos diários polícia-bandido? O
que está por trás deste fenômeno que se espraia para o mundo? Curiosidade?
Preocupação social, científica, filosófica, religiosa? Mera adrenalina?
www.google.com.br/images. O astro pop eternizado em bronze na favela da Rocinha.RJ. "E tanta gente vive sem ter o que comer..." Salve Engenheiros!
Com
cerca de 1 bilhão de miseráveis a preocupação mundial voltada exclusivamente
para o aquecimento global e suas consequências para o planeta deixa-se passar
ao largo o crescimento inimaginável da pobreza neste século que apenas
desponta: “A generalização espantosa das favelas é o principal tema de The
Challenge of slums (O desafio das favelas), relatório histórico e sombrio
publicado em outubro de 2003 pelo programa de Assentamentos Humanos da Nações
Unidas (UN—Habitat)”.
O turismo em favela vem servindo apenas para justificar a banalização e naturalização de uma realidade em expansão e denunciada: “as cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como fora previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira”. Em vez de cidades planejadas como Dubai “boa parte do mundo urbano do século XXI instala-se na miséria, cercada de poluição, excrementos e deterioração”.
www.google.com.br/images. Oficialmente o Brazil tem 12 milhões de pessoas morando em favelas e 65% pertecem a classe C da Nova Classe Média Brasil. É um imenso curral eleitoral, um MERCADO CONSUMIDOR POTENCIAL.
O turismo em favela vem servindo apenas para justificar a banalização e naturalização de uma realidade em expansão e denunciada: “as cidades do futuro, em vez de feitas de vidro e aço, como fora previsto por gerações anteriores de urbanistas, serão construídas em grande parte de tijolo aparente, palha, plástico reciclado, blocos de cimento e restos de madeira”. Em vez de cidades planejadas como Dubai “boa parte do mundo urbano do século XXI instala-se na miséria, cercada de poluição, excrementos e deterioração”.
www.google.com.br/images. Dharavi, Mumbai. Índia
E
“Quem foi que disse que miséria é só aqui?” A Índia segue o modelo carioca e
oferece passeios em Dharavi, a favela cenário do premiado filme “Quem quer ser
milionário?” No discurso daqueles que se enriquecem explorando favelas e moradores está a
importância e o dever "ético-moral-religioso-social" de dar ciência aos afortunados (que
pagam em euro/dólar) dos perrengues pelos quais se sujeitam os favelados, o que
também pode ser visto na piscina da varanda de hotéis, prédios ou condomínios
luxuosos como está estampado na capa da revista Carta Capital de 27 de janeiro
de 2010.
Otimizando o potencial turístico, espertalhões se justificam mostrando que favela é bacana e que há gente boa vivendo nelas contribuindo assim para desmistificar que favela só tem bandido e violência!
Otimizando o potencial turístico, espertalhões se justificam mostrando que favela é bacana e que há gente boa vivendo nelas contribuindo assim para desmistificar que favela só tem bandido e violência!
www.google.com.br/images. O apresentador Luciano Huck nas suas INCURSÕES pelas favelas do RJ cultiva, com adubo de primeira[Abílio Diniz, Eike Batista, governador Sérgio Cabral...] a semente de salvador da pátria e pai dos pobres usando um caldeirão populista na Rede Globo almejando a presidência da República em 2018/2020.
Bingo!
“Quem está pensando que não existe tesouro na favela” e pode ser explorado?
Sustentabilidade, responsabilidade social, ecológico e politicamente correto -
o mesmo discurso aplicado à exploração e expropriação daqueles que vivem do
lixo e no lixo (a grande maioria favelados)- é estendido para a capitalização
turística de favelas, tornando banal, natural e insólito a convivência harmoniosa
e mutualística entre ostentação e luxo extremo e os bolsões de miséria!
www.google.com.br/images. "Cabral favoreceu Luciano Huck em Angra*
RIO - Alvo de ação civil pública movida pelo município de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro em outubro de 2007 por supostos danos ambientais e construções irregulares em sua casa de veraneio, o apresentador de TV Luciano Huck é representado pelo escritório de direito do qual é sócia a primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo Cabral."
Favela
é isso aí: hiperconcentração de riquezas em pequenas castas e expansão de
párias e miséria em superfavelas nas Américas Norte (México), Central e do Sul,
na Ásia e África. A atual fase de acumulação de capitais se dá com o uso de
novas tecnologias, mas principalmente sobre a extração de mais-valia absoluta
(uso intensivo de mão-de-obra barata) que se concentra aos milhões em favelas.
Uma pobreza fisiologicamente criada, expandida, alimentada, estatizada, mantida confinada nos bolsões miseráveis para
garantir altas taxas de lucro aos capitalistas!
www.google.com.br/images. De lixo, degeneneração, aberração a CULT :o funk virou "patrimônio" cultural do Rio de Janeiro.
O turismo atual é apenas uma das formas de
incorporar todo o potencial da miséria e justificar espacialmente o fenômeno. O
que é, como surgiram, por que e para que existem favelas? No Brasil já
possuímos uma explicação dada pelo prefeito carioca Eduardo Paes a uma revista:
são fruto do “romantismo social” de políticos que permitiram e deixaram
os pobres ocupar irregularmente, informalmente e ilegalmente as cidades. Esta
promiscuidade e permissividade romântica dos políticos ajudaram os pobres, mas
sujou a paisagem. E é dessa sujeira que se está obtendo (e quem sabe...lavando)
muito dinheiro, um potencial ainda pouco explorado. Hoje todos defendem as favelas, capitalisticamente falando, fundamentados na tese doutoral de que "As favelas podem salvar o mundo"...capitalista! Acredite...se quiser!
www.google.com.br/images. Elias Tergilene criador do "primeiro shopping popular" (Shopping UAI. BH), dono do famoso shopping OI (Oiapoque.BH).
Com a parceria "do fundador da CUFA_Central Única de Favelas Celso Athaíde é o idealizador do FAVELA SHOPPING - Rio de Janeiro no Complexo do Alemão. Seu objetivo é criar a rede FAVELA SHOPPING nas favelas pacificadas: "O que gosto mesmo é fazer negócios com os pobres, porque falo a língua deles". Revista Veja BH, 10 de abril, de 2013
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