TELE-VENDAS
Sérgio Antunes de Freitas
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Talvez, por isto, o nome seja tele-vendas. Nós acabamos comprando sem ver, como se tivéssemos vendas nos olhos. Depois, haja dor de cabeça para reverter a situação insatisfatória contratada.
Mas, antes de comprar ou não, temos que suportar os vendedores treinados para insistir, insistir, insistir.
É quase impossível não reagir contra esses inocentes que, a rigor, estão ganhando o pão de cada dia e não merecem a falta de educação dos que integram o MSP, o Movimento dos Sem Paciência. Entretanto, quando passam dos limites para obter um ganho, perdem completamente a razão.
Daí tantas piadas que colocam os jovens vendedores como vítimas de seus próprios venenos.
Portanto, me desculpem pela repetição do tema, mas é tão bom brincar com esse pessoal!
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Outro dia, uma vendedora dessas operadoras de telefonia caiu na minha rede, oferecendo um produto que absolutamente não me interessava. Mas eu estava com tempo sobrando e resolvi ouvir todo o discurso, sem interferir, até que ela me perguntou: - Vamos fechar o negócio?
Eu respondi: - Vou cantar uma musiquinha pra você.
E cantei: - Quero, não! Posso, não! Minha muié não deixa, não!
Até que a moça foi amistosa e comentou: - Que lindo! Canta de novo? Aleguei, cantar de novo apenas se ela repetisse toda a conversa também.
Ela agradeceu e encerrou o telefonema.
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Em outra oportunidade, observei, na portaria do prédio onde moro, um comunicado, informando que uma empresa iria aplicar inseticida nas unidades residenciais, cujos moradores aderissem à imperdível promoção.
Dias depois, uma representante da empresa me telefonou, para me convencer de que eu deveria aceitar a proposta.
A conversa foi longa, apesar de minhas negativas, até que ela me deu o mote: - Se o senhor não detetizar também, as baratas que não morrerem nos apartamentos dos vizinhos irão para o seu.
Perguntei, com voz emocionada: - Verdade?
Ela, meio alegre, respondeu: - Verdaaaade!
Expliquei: - Que bom! Sabe por quê? Porque, aqui em casa, temos uma brincadeira chamada baratina. Quando aparece uma barata, vem a família inteira para matar a bichinha. Quem conseguir ganha o bife do almoço. Quem mais gosta da brincadeira é a minha sogra. Quando a gente avisa que vai ter baratina, ela já chega levantando o vestido para não atrapalhar os passos. Vira um sapateado legal. Só o vizinho do andar de baixo não gosta. Então... Ah! Desligou.
Às vezes, elas não têm bom humor!
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Porém, na última ocorrência desse tipo, eu estava de saída para um compromisso, sem tempo para ouvir educadamente.
A moça queria, de modo cansativo, que eu lhe passasse meus dados por telefone, para uma espécie de pré-contrato de algo sem meu menor interesse também. A conversa foi assim:
- Minha amiga, eu não passo meus dados pessoais por telefone para ninguém, por questão de segurança.
- O Senhor pode ficar despreocupado, pois esta ligação “vai estar sendo gravada” e só a operadora “vai estar tendo acesso à gravação”. Seu nome e endereço, por favor.
- Minha amiga, eu não passo meus dados pessoais por telefone para ninguém, por questão de segurança.
- Senhor, seus dados “vão estar sendo tratados” sob o mais absoluto sigilo. Vamos começar por seu nome e endereço.
- Minha amiga, eu não passo meus dados pessoais por telefone para ninguém, por questão de segurança.
- Mas, Senhor, todo mundo nos passa os dados e nunca tivemos problemas com isso.
- Amiga, vamos fazer o seguinte, liga em outro momento, por que eu estou no meio de uma relação sexual.
- Ôpa! Desculpe, Senhor!
Sérgio Antunes de Freitas
12 de maio de 2013
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