A METEOROLOGIA EM NOSSAS VIDAS
Marina da Silva
Este é o título de um artigo de H. Schwartsman1 comentando as tragédias que
destruíram e ceifaram cerca de oito centenas de vidas na região serrana do RJ.
O título evoca Maquiavel e a importância da história, da repetição dos eventos
no tempo, da circularidade dos fenômenos naturais ou não e da interação
homem/meio no processo de construção da sociabilidade humana. Eu acuso as
autoridades públicas e as culpo e ainda defendo mudanças na Constituição para
penalizá-las criminalmente! Culpar o clima não é burrice, é também esperteza e jogada política!
A “monotonia” do clima brasileiro além de não “afetar” políticos incompetentes
e salafrários (salvo raríssimas exceções) serve para criar uma cultura politiqueira que faz das tragédias de verão um filão para angariar
votos nas eleições, oportunidade de desvios de verbas públicas, enriquecimento
ilícito no superfaturamento de obras meia-boca (que não duram até as chuvas
seguintes) fazendo pouco caso e zombando das desgraças dos cidadãos! “Anastasia alicerça
trânsito. A pedido do tucano, Dilma se
reúne com ele, no primeiro encontro da presidente com um governador, recheado
de promessas para o metrô e de ajuda às vítimas das chuvas. O mineiro avaliou como positivo o começo do governo
Dilma e disse que pediu R$ 250 milhões ao Ministério da Integração Nacional
para reforçar o caixa do estado e dos municípios a fim de recuperar as cidades
atingidas pelas chuvas. Em Minas, 94 prefeituras decretaram situação de
emergência.” A
principal lição de Maquiavel (autor muito citado e pouco conhecido) é que a monotonia dos eventos, sua repetição no
tempo deve levar à prudência e aguçar a atenção dos administradores, orientando
suas ações para proteção da sociedade em catástrofes futuras. Culpar o clima ou
a ocupação humana (de pobres) em áreas inseguras, de alto risco, ou pior, jogar
para cima de deus e o diabo a responsabilidade pela “pior chuva dos últimos
tempos” é estultice, incompetência e cretinice de administradores bananas que
não se pode mais tolerar nesta potência que é o Brasil! “Tanto a presidenta Dilma quanto o
governador Cabral centram críticas à forma de ocupação nos municípios da região
Serrana, especialmente Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os mais
prejudicados pelas enchentes dos últimos dias.” Onde vamos chorar
nossos mortos amanhã? Um mapinha básico, recolhido até no JN, poderá nos
informar, mas queremos e devemos chorar cada vez menos cidadãos mortos! “A região serrana do Rio já
contabiliza 791 mortos, segundo dados mais recentes divulgados pela Secretaria
de Estado de Saúde e da Defesa Civil. O número de mortos por região se divide
em: 366 em Nova Friburgo, 317 em Teresópolis, 66 em Petrópolis e mais 22 em
Sumidouro.“ O Brasil mudou drasticamente, é uma das principais
potências capitalistas do planeta e temos tecnologia suficiente para “entender” o tempo até em anagliptografia
(braile)! A ação humana nunca foi instintiva e/ou condicionada pelo meio como a
dos símios e BBB’s globais! Temos capacidade para vencer científica e
tecnologicamente os reveses “naturais”, o destino
e a predestinação aprendendo com os erros e acertos do passado (na última
década cerca de 37 tragédias assolaram o país) nos precavendo, fazendo
previsão, criando, importando, pirateando e instalando sistemas de abrigos e
alarme de desastres para proteger a população das catástrofes futuras! O mínimo
que se espera dos administradores que mereceram os votos dos cidadãos eleitores
é segurança e bem-estar e nem precisa de Constituição ou mãos 100% limpas;
apenas pede-se que as potencialidades brasileiras para lidar com situações
emergenciais como as das próximas chuvas sejam colocadas em ação! O que choca a
mídia na tragédia do Rio de Janeiro é a democracia
das desgraças, isto é, não foram apenas os pobres e miseráveis atingidos em
cheio e os únicos culpados pela própria sorte por ocupar, com anuência e/ou
conivência das autoridades as áreas de risco, aquilo que o governador Sérgio
Cabral vem denominando de “romantismo social”. E por falar em Cabral, o
pacificador de favelas, e seus seguidores: a sociedade brasileira,
principalmente os cariocas, devem ficar alerta para o grande plano de limpeza legal das áreas de risco que não apenas
reluziu no seu olhar como ficou gravado para quem assistiu seu pronunciamento
sobre a tragédia ao lado da dama de ferro, a super Dilma!
“(...)
agora é o apelo geral que eu faço, portanto, é que o eu fiz antes do processo eleitoral, porque
não faria agora. E fui muito criticado. É um apelo que eu faço efetivamente que
todos tenhamos coragem...“É muito difícil dizer não, mas muitas vezes educar é
dizer não. Não, não pode, aqui não pode, aqui não pode construir, aqui tem que
ser removido. É muito duro a gente dizer isto, mas tem que dizer e o nosso
programa “morar seguro” tem este objetivo né, de efetivamente, como disse a
nossa presidente, casar isso com áreas seguras, com minha casa minha vida, como
nós fizemos com o PAC, no PAC nós desapropriamos mais de 8 mil famílias com
compra assistida, com desapropriação sabe, e muitas vezes com movimentos de
resistência, com demagogia de A, B ou C, este é um movimento que tem que ser
feito no Brasil cada vez com maior consciência. Não é uma visão porque isso tá
muito ligado com um passado antigo a tal de lei da ordem e dos direitos humanos
como se fossem dicotômicos e não há dicotomia...quanto menos área de risco
ocupada menor o dano”. Cabral/13-01-11
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