GATUNÇA
Sérgio Antunes de Freitas
Quando eu era menino, apareceu uma gata preta, angorá, em minha casa, exatamente na Noite de Reis. Imbuído do espírito da noite, meu pai permitiu que ela ficasse. Já era velha e muito dócil.
Dias depois, minha irmã ganhou um filhote de cachorro.
A Gatunça, assim foi apelidada, batia e atacava o cachorrinho, quando ele chegava perto. Assim, mesmo maior e mais velho, ele morria de medo dela. Quando apareciam outros gatos nos muros, ele latia, corria atrás, fazia o maior escândalo. Mas, para ele, a Gatunça não era gato!
Lembro sempre desse caso, quando leio ou ouço as pessoas chamando os servidores públicos de vagabundos, indolentes, incompetentes. Elas nunca consideram os militares como servidores públicos que são. Eu acho que é medo!
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