BRASIL E A (RE)ORDENAÇÃO GEOPOLÍTICA E GEOECONÔMICA MUNDIAL
Print www.nytimes.com/2016/11/29/magazine/the- end-of- the-anglo-american-order. Fim do império anglo-americano?
Marina da Silva
E ainda, a "desindustrialização"2, principalmente nos Estados Unidos: fechamento e dispersão industrial para nichos de mão-de-obra barata e/ou escrava, subcontratação e terceirização de parte ou mesmo de todo processo produtivo para países da Ásia, destaque para China e Índia. A globalização dos mercados aumentou a competição pelos mesmos (União Européia, Japão, Tigres asiáticos), criou altos níveis de desemprego e empobrecimento de grande parte da população em maior ou menor escala nos chamados países capitalistas do "Primeiro mundo" e tudo sob o domínio de Wall Street transformando o planeta num enorme cassino; levando o mundo à crises financeiras com aumento do capital financeiro [especulativo] e ataques com a única finalidade de destruir o sistema financeiro mundial e gerar lucros para os acionistas. Em Wall Street nada é ao acaso, bolhas financeiras são gestadas para destruir e gerar lucros, vide crises financeiras de 1986; as bolhas que destruíram as economias das "novas nações industrializadas" no sudeste da Ásia ou Tigres asiáticos em 1997-1998 e que arrasou a economia do Japão, México, Argentina, Brasil, citando alguns estragos; crise Subprime 2008 com epicentro nos EUA e se espraiou para a Europa levando a falência Grécia, Espanha, Islândia, Irlanda, Itália, Portugal em 2011.3
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O Brasil na Ordem...
Sem militares, sem sangue, Dilma Rousseff teve seu governo obstruído pelo Congresso Nacional (senado e câmara federal banhados em corrupção).
Dilma Rousseff foi destituída dentro do rearranjo político multipolar das potências capitalistas, a principal delas: China e suas ambições imperiais!
** Sobre a deposição da presidenta Dilma Rousseff em 2015 assista o filme: O processo.
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Durante o período colonial o Brasil foi explorado por Portugal que, não apenas tem o feito do "descobrimento", mas também o de ocupação e expansão territorial para além do Tratado de Tordesilhas e também foi colônia inglesa pelos acordos e relações comerciais e geopolíticas luso-britânicas. Então quem dava as ordens por estas bandas era...o Reino Unido. Cumprindo ordens dentro da "Pax Britância" o Brasil além de ser impedido de se industrializar arrasou as pretensões industriais do Paraguai e o povo paraguaio junto numa guerra cruel, vergonhosa e infame para eliminar competidores da Coroa inglesa em solo sul americano.Os britânicos fincaram seus domínios no Brasil com a vinda da família real portuguesa em 1808, protegendo e trazendo D. João VI e cia. em segurança durante a expansão bélica francesa sob o comando de Napoleão.
A independência veio no "grito" de D. Pedro I que fundou o Império português...para os britânicos até a deposição de D. Pedro II, seu filho, em 1889. Coisa para inglês ver! Porque, verdade seja dita, já na segunda metade do século XIX a Inglaterra padecia com a ascensão e fortalecimento e concorrência da ex-colônia norte-americana que declarava em alto e bom som: A América é nossa!
"A chamada Doutrina Monroe foi anunciada pelo presidente estadunidense James Monroe (presidente de 1817 a 1825) em sua mensagem ao Congresso em 2 de dezembro de 1823.[1]
- Julgarmos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia […] (Mensagem do Presidente James Monroe ao Congresso dos EUA,"5
www.google.com.br/images. Assim que D. Pedro I deu o Grito de independência em 7 de setembro de 1822...Tio SAM berrou: este continente é meu! E olha o tamanho do porrete usado como política,
A tradução ao pé-da-letra em bom português ou espanhol: A América é dos americanos, ops, norte-americanos. No último quartel do século XIX os Estados Unidos da América - USA já se afirmavam como a potência capitalista tecno-científica e bélica por excelência. O século XX pertence aos Estados Unidos: grandes eventos geoeconômicos, geopolíticos, geoestratégicos imperialistas mudaram geograficamente o fiel da balança de poder, antes europeu para o continente norte-americano. Duas grandes guerras mundiais, a revolução Russa (1917) e expansão do "comunismo real" para o leste europeu, China e outros países estratégicos da Ásia, o ataque à bolsa de valores de Nova York (1929), apenas citando os principais deles.
Com revolução cubana e a introdução do comunismo na ilha - 1952/1959 por Fidel Castro entramos na Guerra fria: de um lado, liderados pelos Estados Unidos, o capitalismo e do outro URSS-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas lideradas pelos russos, o comunismo! A diferença entre eles? Medo. Medo da bagunça de ideias capitais eternas: propriedade privada e livre mercado. Atrocidades de ambos os lados são justificadas em nome desta "ordem burguesa laissez-faire"! Os capitalistas dominam o "Estado" e criam regulações que favorecem a ordem: "O Estado não é solução, o Estado é o problema" para concentração e controle das riquezas, o que foi resolvido com a apropriação do Estado pelos capitalistas selvagens, nos EUA conhecidos como republicanos conservadores liberais libertarianos.6
Do lado de lá "O Estado é a solução" e quanto maior melhor o controle e concentração das riquezas...nos escalões superiores do PC- Partido Comunista. A exploração das populações se justifica no culto: revolução comunista, o Estado nas mãos do proletariado e blá! Ambos, comunistas e capitalistas, tem em comum a ambição desmedida de expansão imperial e controle das riquezas e o mercado global. O que freou as partes às margens do rio Rubicon?7 Bombas atômicas e gastos com vigilância, controle, assistência e fortalecimento das nações conquistadas ou alinhadas. O mecanismo usado por capitalistas e comunistas: ditaduras militares cruéis e sanguinárias e tirania ideológica sobre as massas! E claro pacotes de ajuda financeira e outras, afago em egos locais e ajuda anti-revolucionários.
Nova ordem: Globalização e neoliberalismo
www.google.com.br/images by https://brasil.estadao.com.br/blogs/arquivo/nixon-e-mao-o-aperto-de-mao-que-redefiniu-o-mundo/ 20 de fevereiro de 1972.
Tudo pela ordem do livre mercado: os capitalistas norte-americanos - mas não somente eles - foram produzir na China; a União Soviética se desintegrou (governo M. Gorbachev 1985-1991); caiu o muro de Berlim e a Alemanha se unificou (1989); explode o nacionalismo no leste europeu levando à conflitos e guerras de independência; desmistificação do comunismo real (ditaduras ideológicas sanguinárias) no leste europeu; etc, etc e tal. A China se tornou a fábrica do mundo...e as mercadorias nunca mais foram as mesmas: explosão da pirataria e instauração do Lifestyle $1,99**! Uma sociabilidade bipolar, materialmente falando, (1% ricos e 99% sobrevivendo); pobreza espiritual, culto da ganância, individualismo, egoísmo, xenofobia, racismo, exacerbação dos assassinatos e estupros de mulheres, dominação dos "Estados" por máfias do narcotráfico, decadência da vida urbana, perda da solidariedade, fim do "sonho americano", precarização do mundo do trabalho, inversão do discurso social e dos valores éticos, morais, crenças religiosas e sua substituição pelo culto ao "politicamente incorreto". Vícios, fofocas, mentiras, golpes, ganância desmedida, imediatismo, enriquecimento ilícito, apropriação do "Estado" por grandes grupos capitalistas (banqueiros, construtoras, seguradoras, citando alguns); aumento exponencial da corrupção nos governos; sub-investimento em políticas públicas sociais, eis o século XXI que desponta. Nunca se produziu tanto e com altíssima incorporação da ciência e tecnologia na produção como na atualidade, uma riqueza material imensurável desacoplada do enriquecimento espiritual, humanizado e que deixa bilhões de seres humanos no planeta presos à miséria e mera sobrevivência.
Aperto de mão e muitos negócios da China estão representados no aperto de mão entre o presidente americano Richard Nixon e o chinês Mao Zedong. Esta fenomenal charge define e resume os rumos da China e Estados Unidos como as potências Século XXI: China e ascensão do capitalismo-comunista ou comunismo-capitalista (tirania ideológica sanguinária na exploração da população chinesa) e enfraquecimento do império americano.
"O rápido crescimento de economias "negras", "informais" ou "subterrâneas" também tem sido documentadas em todo o mundo capitalista avançado, levando alguns a detectar uma crescente convergência entre sistemas de trabalho "terceiro-mundistas" e capitalistas avançados." (...) às vezes, indicam o surgimento de novas estratégias de sobrevivência para os desempregados e pessoas totalmente discriminadas (...) enquanto em outros casos existem apenas grupos imigrantes tentando entrar no sistema capitalista, formas organizados de sonegação de imposto ou o atrativo de altos lucros no comércio ilegal em sua base."8
Parece que no trecho acima estou me referindo ao Brasil, a Republiqueta de bananas e povo vira-lata, como nos nomeiam os norte-americanos, mas não, a nação onde todas estas transformações levaram ao Lifestyle $1,99, material e espiritual por excelência é a poderosa potência, em toda a complexidade da palavra potência, os Estados Unidos. O auge da mentalidade e sociedade $1,99 culminou na eleição em 2016 de Dolnad Trump.9
*Lifestyle $1,99 é uma expressão criada por mim, Marina da Silva, na tentativa de apreender e compreender o fim da Gold Age, American dream, Welfare State na retomada do liberalismo ou neoliberalismo e nova etapa de globalização.
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O Brasil fora da Ordem?
Todas as vezes em que o Brasil tentou "colocar as asinhas para fora", alçar voo para longe do colonizador, foi obrigado a voltar para seu quadrado com o rabo entre as pernas. Havia uma pedra [porrete] no meio do caminho, parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Mas, e a lenda de povo bonzinho, manso, vira-lata, sub-desenvolvido, amigável e abençoado por Deus? Mito.
Basta acompanhar a História do Brasil para derrubar tal lenda e ver-se-á a "brava gente brasileira" em estado de guerra!10 As revoltas fazem parte da construção social, política, econômica, cultural da nação brasileira desde o "descobrimento" assim como a miscigenação entre as principais raças (portugueses, índios e negros africanos).11 Muitas revoltas durante o período colonial, revoltas no período imperial, revoltas na república (Velha e Nova) e recentemente "revolta do busão e contra a corrupção em Junho de 2013.
No Brasil colônia, as revoltas dos colonos brasileiros eram contra os desmandos da Coroa portuguesa e ocorreram no final do século XVII e século XVIII: lutas contra o monopólio do comércio e favorecimento de comerciantes portugueses, preços altos praticados pelos portugueses, exploração dos colonos com altos impostos, taxas e rigoroso controle da cobrança pela Coroa. Alguns exemplos: Revolta de Beckman no Maranhão (1684); Guerra dos Emboabas em Minas Gerais (1708 e 1709); Guerra dos Mascates em Pernambuco (1710); Revolta Felipe dos Santos em Vila Rica, atual Ouro Preto, Minas Gerais (1720(. E a mais famosa revolta cantada em verso e prosa: A Inconfidência Mineira:
"A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789. No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro." idem
Da Independência em 1822, abdicação de Pedro I, período dos regentes e maioridade de D. Pedro II o Brasil passou por sérias revoltas e conflitos em várias províncias, desestabilizando o império e ao mesmo tempo promovendo a formação e fortalecimento de grupos oligárquicos patriarcais, os coronéis da República: Cabanagem (1835 – 1840) - Pará; Sabinada (1837 – 1838) – Bahia; Balaiada (1838 – 1840) – Maranhão; Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835 – 1845) Rio Grande do Sul; Revolta do Malês (1835) - Bahia.
O período republicano divide-se em República Velha comandada por São Paulo e Minas Gerais e República Nova (Getúlio Vargas 1930-1937) seguida pelo Estado Novo ou ditadura Vargas(1937-1945). Várias são as revoltas e rebeliões deste período: Revolta da Armada contra Floriano Peixoto (1893); Revolta de Canudos (1893 – 1897); Revolta da Vacina ( 1904 ); Revolta da Chibata ( 1910); A Guerra do Contestado (1912 – 1916); revoltas tenentistas: A Revolta do Forte de Copacabana ( 1922 ) e A Revolta de ( 1924 ).
A República Nova começa com a "revolução de 1930" e a chegada de Vargas ao poder manipulando os "tenentes e formando sua força armada para o golpe de estado) reorientando a economia de agrária-exportadora para a industrialização do país concentrando esforços em São Paulo e Rio de Janeiro e dando um fim ao poder dos coronéis da República Velha. Líder forte, autoritário, carismático e populista Getúlio Vargas usou intensa propaganda para manter seu poder e domínio das massas e dos adversários no golpe de 1937 que instituiu a ditadura do Estado Novo nos moldes fascistas de Mussolini e Hitler.
"Em um tempo em que Getúlio Vargas flertava com ideias totalitárias, o nazismo era tolerado no Brasil. Até 1937, sucursais do partido de Hitler existiam havia quase uma década por aqui, espalhadas em 17 Estados."12
A industrialização do Brasil vai se dar num contexto histórico turbulento: guerras mundiais, quebra da Bolsa de Nova York, diminuição das exportações e importações pelo clima bélico. A ocasião faz a industrialização, poder-se-ia dizer, "via substituição de importações" e a Era Vargas que, apesar da decadência cafeeira se deu muito bem exportando algodão para países em guerra, principalmente para os alemães. Mas além do algodão, Getúlio Vargas tinha muito em conta os europeus e seus regimes fascistas (Franco na Espanha, Mussolini na Itália e especialmente Hitler na Alemanha).
Claro que os Estados Unidos não iam deixar barato as pretensões germânicas sobre seu "espaço vital", o super continente Brasil. Um pito, um puxão de orelha e tio Sam nem precisou usar o "big stick" em Getúlio e voltar o Brasil, que estava adotando outro EIXO, para a Santa Aliança. Finda a guerra, finda a ditadura Vargas, mas não o amor do povo ao "pai dos pobres". Getúlio volta nos braços do povo para logo em seguida "sair da vida e entrar para a História"... suicidou-se.
**********Mas, e a lenda de povo bonzinho, manso, vira-lata, sub-desenvolvido, amigável e abençoado por Deus? Mito.
Basta acompanhar a História do Brasil para derrubar tal lenda e ver-se-á a "brava gente brasileira" em estado de guerra!10 As revoltas fazem parte da construção social, política, econômica, cultural da nação brasileira desde o "descobrimento" assim como a miscigenação entre as principais raças (portugueses, índios e negros africanos).11 Muitas revoltas durante o período colonial, revoltas no período imperial, revoltas na república (Velha e Nova) e recentemente "revolta do busão e contra a corrupção em Junho de 2013.
No Brasil colônia, as revoltas dos colonos brasileiros eram contra os desmandos da Coroa portuguesa e ocorreram no final do século XVII e século XVIII: lutas contra o monopólio do comércio e favorecimento de comerciantes portugueses, preços altos praticados pelos portugueses, exploração dos colonos com altos impostos, taxas e rigoroso controle da cobrança pela Coroa. Alguns exemplos: Revolta de Beckman no Maranhão (1684); Guerra dos Emboabas em Minas Gerais (1708 e 1709); Guerra dos Mascates em Pernambuco (1710); Revolta Felipe dos Santos em Vila Rica, atual Ouro Preto, Minas Gerais (1720(. E a mais famosa revolta cantada em verso e prosa: A Inconfidência Mineira:
"A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789. No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro." idem
O período republicano divide-se em República Velha comandada por São Paulo e Minas Gerais e República Nova (Getúlio Vargas 1930-1937) seguida pelo Estado Novo ou ditadura Vargas(1937-1945). Várias são as revoltas e rebeliões deste período: Revolta da Armada contra Floriano Peixoto (1893); Revolta de Canudos (1893 – 1897); Revolta da Vacina ( 1904 ); Revolta da Chibata ( 1910); A Guerra do Contestado (1912 – 1916); revoltas tenentistas: A Revolta do Forte de Copacabana ( 1922 ) e A Revolta de ( 1924 ).
A República Nova começa com a "revolução de 1930" e a chegada de Vargas ao poder manipulando os "tenentes e formando sua força armada para o golpe de estado) reorientando a economia de agrária-exportadora para a industrialização do país concentrando esforços em São Paulo e Rio de Janeiro e dando um fim ao poder dos coronéis da República Velha. Líder forte, autoritário, carismático e populista Getúlio Vargas usou intensa propaganda para manter seu poder e domínio das massas e dos adversários no golpe de 1937 que instituiu a ditadura do Estado Novo nos moldes fascistas de Mussolini e Hitler.
"Em um tempo em que Getúlio Vargas flertava com ideias totalitárias, o nazismo era tolerado no Brasil. Até 1937, sucursais do partido de Hitler existiam havia quase uma década por aqui, espalhadas em 17 Estados."12
O Brasil no "EIXO"
Claro que os Estados Unidos não iam deixar barato as pretensões germânicas sobre seu "espaço vital", o super continente Brasil. Um pito, um puxão de orelha e tio Sam nem precisou usar o "big stick" em Getúlio e voltar o Brasil, que estava adotando outro EIXO, para a Santa Aliança. Finda a guerra, finda a ditadura Vargas, mas não o amor do povo ao "pai dos pobres". Getúlio volta nos braços do povo para logo em seguida "sair da vida e entrar para a História"... suicidou-se.
ORDEM BIPOLAR
Fim da guerra hora de pagar as contas como "tratado" nas alianças em Versailles! O mundo foi dividido, grosso modo, entre Estados Unido e União Soviética: capitalizados e reconstruídos com milhares de dólares para comunistas e capitalistas e para não haver disputas a Alemanha foi dividida em duas e um muro foi construído em Berlim.
Para impedir a ocupação indesejada de ideias, ambas as potências favoreceram e/ou impuseram regimes ditatoriais sanguinários, cruéis, tirânicos. No Brasil, o país muito amigo dos norte-americanos, um golpe de estado e lá estão as "vacas fardadas" no poder, denominação dada por um general para as vacas, ops, militares que ficaram no poder de 1964-1984 e também no chamado período de "transição democrática" 1985-1989, ano em que ocorreu eleições democráticas e o retorno à democracia!
Uma ordem capitalista levou ao "milagre brasileiro" acelerando o passo dado por Vargas rumo à industrialização investindo pesado em transporte (indústria automobilística e construção de estradas, portos, aeroportos), energia (hidrelétricas), recepcionando indústrias "sujas" da química e petroquímica dentro do movimento de transnacionalização da produção e capitais e levando a pátria amada a um cabuloso endividamento externo junto ao Fundo Monetário Internacional- FMI e Banco Mundial. De um lado surto econômico, concentração de renda, formação e expansão da classe média; do outro urbanização acelerada, migração intensa de mão-de-obra para a área core São Paulo e Rio de Janeiro gerando um grande descompasso entre a região Sudeste e demais regiões brasileiras. Despreparadas (estruturas urbanas de moradia, hospitais, escolas, segurança pública, saneamento básico, etc) para receber este imenso exército de trabalhadores em busca de empregos e melhores condições de vida o país vê crescer e expandir horizontalmente enormes bolsões de misérias conhecidas como favelas. Nos anos Oitenta do século XX outro fenômeno vem causar enormes estragos nas megalópoles São Paulo e Rio de Janeiro: o tráfico de drogas e armas e a formação de grupos violentos disputando pontos de drogas nas favelas cariocas e paulistas.
O ano de 1990 é o marco neoliberal com a abertura econômica irrestrita e subsunção do governo às ingerências do FMI na economia e política do país. A ordem é privatizar empresas rentáveis, enxugar a máquina pública, arrochar salários de funcionários públicos, corte drástico em políticas públicas (saúde, educação, habitação, saneamento básico, segurança pública), controle fictício da inflação, desvalorização da moeda frente ao dólar, reformas da previdência e justiça trabalhista, o que foi realizado a contento nos dois governos de FHC. Esta fase ficou conhecida historicamente como a privataria tucana13 (em referência ao partido no poder, o PSDB e sua mascote,o tucano) e produziu, além de desemprego (o Estado era um grande empregador e só piorou o desemprego vindo com a reestruturação produtiva, terceirização, subcontratação, relocalização industrial, etc); concentração de riquezas e um enorme contingente de pobres e miseráveis em todas as regiões do país. Em 2002 a população dá um basta na tucanagem e elege um metalúrgico para a presidência da República: Lula, o pai dos pobres, Lula lá lá, Lula Paz e Amor (2003-2010), um comunista rosa-bebê que foi reeleito e fez Dilma Rousseff sua sucessora por dois mandatos (2011-2014; 2015-2018), sendo este último usurpado com um Coup d'État em 31-08-2015 pelo grupo de políticos mais fisiológicos-coronelistas e corruptos do país: PMDB, que para a eleição 2018 virou MDB.
Claro... que não! Lula nasceu vermelho, mas quando o vermelho já não era mais fashion nem como ideologia e já atingira uns cinquenta tons beirando ao branco paz e amor. O lulismo jamais foi uma ameaça ao capitalismo (neste século, o capital cria valor muito mais se reproduzindo na dispersão geográfica, reestruturação produtiva e especialmente em especulações e negociatas financeiras do que reinvestido na produção e inovações tecnológicas). O enigma Lula foi sábia e cientificamente explicado pelo aguçado olhar sociológico, antropológico, geopolítico e geoeconômico de Emir Sader14:
Para impedir a ocupação indesejada de ideias, ambas as potências favoreceram e/ou impuseram regimes ditatoriais sanguinários, cruéis, tirânicos. No Brasil, o país muito amigo dos norte-americanos, um golpe de estado e lá estão as "vacas fardadas" no poder, denominação dada por um general para as vacas, ops, militares que ficaram no poder de 1964-1984 e também no chamado período de "transição democrática" 1985-1989, ano em que ocorreu eleições democráticas e o retorno à democracia!
Uma ordem capitalista levou ao "milagre brasileiro" acelerando o passo dado por Vargas rumo à industrialização investindo pesado em transporte (indústria automobilística e construção de estradas, portos, aeroportos), energia (hidrelétricas), recepcionando indústrias "sujas" da química e petroquímica dentro do movimento de transnacionalização da produção e capitais e levando a pátria amada a um cabuloso endividamento externo junto ao Fundo Monetário Internacional- FMI e Banco Mundial. De um lado surto econômico, concentração de renda, formação e expansão da classe média; do outro urbanização acelerada, migração intensa de mão-de-obra para a área core São Paulo e Rio de Janeiro gerando um grande descompasso entre a região Sudeste e demais regiões brasileiras. Despreparadas (estruturas urbanas de moradia, hospitais, escolas, segurança pública, saneamento básico, etc) para receber este imenso exército de trabalhadores em busca de empregos e melhores condições de vida o país vê crescer e expandir horizontalmente enormes bolsões de misérias conhecidas como favelas. Nos anos Oitenta do século XX outro fenômeno vem causar enormes estragos nas megalópoles São Paulo e Rio de Janeiro: o tráfico de drogas e armas e a formação de grupos violentos disputando pontos de drogas nas favelas cariocas e paulistas.
O ano de 1990 é o marco neoliberal com a abertura econômica irrestrita e subsunção do governo às ingerências do FMI na economia e política do país. A ordem é privatizar empresas rentáveis, enxugar a máquina pública, arrochar salários de funcionários públicos, corte drástico em políticas públicas (saúde, educação, habitação, saneamento básico, segurança pública), controle fictício da inflação, desvalorização da moeda frente ao dólar, reformas da previdência e justiça trabalhista, o que foi realizado a contento nos dois governos de FHC. Esta fase ficou conhecida historicamente como a privataria tucana13 (em referência ao partido no poder, o PSDB e sua mascote,o tucano) e produziu, além de desemprego (o Estado era um grande empregador e só piorou o desemprego vindo com a reestruturação produtiva, terceirização, subcontratação, relocalização industrial, etc); concentração de riquezas e um enorme contingente de pobres e miseráveis em todas as regiões do país. Em 2002 a população dá um basta na tucanagem e elege um metalúrgico para a presidência da República: Lula, o pai dos pobres, Lula lá lá, Lula Paz e Amor (2003-2010), um comunista rosa-bebê que foi reeleito e fez Dilma Rousseff sua sucessora por dois mandatos (2011-2014; 2015-2018), sendo este último usurpado com um Coup d'État em 31-08-2015 pelo grupo de políticos mais fisiológicos-coronelistas e corruptos do país: PMDB, que para a eleição 2018 virou MDB.
SÉCULO XXI: LULA É O BRASIL FORA DA ORDEM?
"Lula é um enigma, que não é fácil de ser decifrado.(...) Mais além das sua extraordinária biografia – com que nos acostumamos, mas que associa um caráter épico de sobrevivência das famílias pobres do Brasil, com a combatividade do Lula para se projetar como líder politico incomparável -, ele soube, como ninguém, intuitivamente, decifrar as condições contraditórias que ele herdava da era neoliberal e construir um modelo econômico e político que tornou possível a maior transformação social do pais que era o mais desigual do continente mais desigual.
Mas que enigma é esse? É o da capacidade de construir alternativa ao neoliberalismo em tempos de absoluta hegemonia neoliberal, em escala mundial, regional e local. Lula soube traduzir a posição histórica do PT – a prioridade do social -, em políticas concretas, para o que teve que construir o esquema político que viabilizasse um governo com essa prioridade, em condições em que não tinha maioria no Congresso e a esquerda não era maioria no país. Soube construir uma aliança com setores do empresariado, para possibilitar a superação da longa e profunda recessão herdada do governo de FHC.
Lula soube localizar, antes de tudo, as dificuldades deixadas pelo neoliberalismo. Não apenas a recessão econômica, a desarticulação do Estado, a abertura da economia, a desindustrialização, o peso do agronegócio, a precarização das relações de trabalho, uma política externa de subordinação absoluta aos EUA. Mas também que haveriam de ser mantidos, como o controle da inflação." grifo meu
Avaliação clara, certeira, acrescento apenas um fator que fez e faz Lula ser, mesmo preso [sem provas, apenas por convicções politiqueiras do juiz Sérgio Moro, um peão inescrupuloso no xadrez político neoliberal brasileiro] o presidente do Brasil se as eleições fossem hoje. Lula, mais que melhorar as condições de vida do povo, fez o povo brasileiro, pela primeira vez em sua História, sentir ORGULHO DE SER BRASILEIRO, povo trabalhador, sofredor, mas que NÃO DESISTE NUNCA! Fato que persiste, verificável nos índices de aprovação de Lula, nas intenções de voto em Lula e principalmente no AMOR declarado abertamente ao ex-presidente Lula.
O Golpe de Estado serviu aos propósitos geopolíticos norte-americanos para revalidar e afirmar como seu o espaço vital brasileiro cobiçado agora pela segunda maior potência capitalista-comunista do planeta: a China! Serviu para esmagar as pretensões brasileiras de potência regional e mundial no grupo dos Bric's: Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Serviu, temporariamente para afagar o ego tucano, derrotado quatro eleições seguidas e sem perspectiva de volta ao poder nos anos vindouros. Serviu para jogar uma extensa nuvem de fumaça nos crimes de corrupção e desvio do dinheiro de obras públicas investigados pela Lava jato. Serviu para manipular midiaticamente a população contra o Lulismo e/ou Petismo, estimular a intolerância [Lulafobia, PTfobia, Dilmafobia] reacender o populismo reacionário militar e findar com as parcas políticas públicas voltadas para os mais necessitados do país voltando os trabalhadores baixa-renda, a classe C, d,E, os pobres e miseráveis ao seu quadrado.
Mas algo deu muito errado: o PT, petismo, Lulismo não foi destruído, ao contrário, ganhou uma força invejável e inegável. Lula só não será presidente, falou ao jornal El País, o frei Beto, se ele estiver preso e inelegível ou morto! Lula está preso desde Abril de 2018 e continuará e fará seu sucessor numa chapa esquerda HADDAD/MANUELA (uma estratégia política fenomenal que manteve Lula nos holofotes da mídia e mobilizou o povo sofrido e saudoso da Era Lula e Dilma e muito comovido com sua injusta prisão): "Ai que saudades do meu Ex". Lula não tem intenções de morrer na prisão nem fora dela e não morre, naturalmente, nem a pau e será o presidente da República em 2018 em carne e osso, mesmo que esta carne e osso estejam no corpo de Fernando Haddad. Manter Lula preso é uma estrategia geopolítica do PT: deixa Lula imune aos ataques adversários, aumenta o amor da população pobre coitado presidente preso; a maioria do eleitorado é carente de um "Messias", um Salvador e todos sabem que os "humilhados e perseguidos serão exaltados" para a glória de Deus. Lula preso aumentou e aumenta estratosfericamente o poder de negociações, concertações político-econômicas e coligações, alianças, com políticos e empresariado autóctone e/ou estrangeiros. É a velha ordem brasileira, está nas Raízes do Brasil Casa grande e Senzala.
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
1. ANTUNES, Ricardo. ADEUS AO TRABALHO? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez; Campinas,SP: editora Universidade de Campinas,1997.
2. SMIL, Vaclav. Made in the USA: the rise and retreat of America Manufacturing (MIT press). Ago/2013.https://www.amazon.com/Made-USA-Retreat-American-Manufacturing/dp/0262528355
3. HARVEY, David. O Enigma do Capital e as crises do capitalismo. Trad.: João A. Peschanski- São Paulo, SP: Boitempo, 2011.
4. MARX, Karl. A ORIGEM DO CAPITAL. Acumulação primitiva de capitais. São Paulo, SP: Global editora, 1978.
5. https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_Monroe
6.REICH, R. Saving capitalism: for all... Documentário disponível na Netflix
7. "Às margens do rio Rubicon" significa, na História do império romano, o momento em que o general César foi obrigado a decidir invadir ou não Roma e travar uma guerra civil com o Senado liderado por Crasso e Pompeu. Ao tomar a decisão de atravessar o Rubicon, não é possível mais outra saída que não seja guerra.
8. HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Ed. Loyola,1998. Cap. II. A transformação político-econômica do capitalismo do final do século XX.
9. EUA. Sobre as eleições de 2016 e seu caráter pútrido, fake, $1,99 assistir documentários: Get me Roger Stone; Donald Trump, o sonho americano; Requiem to american dream. Disponível em Netflix.
10. Sobre o tema guerras e revoltas ver: https://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/; https://www.historiadobrasil.net/brasil_colonial/revoltas_nativistas.htm;https://www.infoescola.com/historia/revoltas-do-periodo-regencial/ ; https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/historia-do-brasil/movimentos-sociais-no-brasil---periodo-republicano.htm;
11. FREIRE, Gilberto. Casa grande e Senzala.
12. Sobre tema ver: https://super.abril.com.br/historia/nazistas-entre-nos/
13 RIBEIRO Jr, Amaury. A privataria tucana. Brasil: editora Geração, 2011.
14. SADER, Emir. O Enigma Lula. Disponível em https://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/O-enigma-chamado-Lula/2/34423
12. Sobre tema ver: https://super.abril.com.br/historia/nazistas-entre-nos/
13 RIBEIRO Jr, Amaury. A privataria tucana. Brasil: editora Geração, 2011.
14. SADER, Emir. O Enigma Lula. Disponível em https://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/O-enigma-chamado-Lula/2/34423
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