ROLEZINHO,
ARRASTÃO, REVOLTA...do busão!
www.google.com/images. Footing nas primeiras décadas do século XX. Famílias, rapazes e moças dando um passeio, um giro pela cidade. Na minha terra, Curvelo, MG, o point do footing era a praça Benedito Valadares, após as missas e cultos.
MARINA
DA SILVA
Rolé,
rolê, rolezinho é o mesmo que dar um giro, umas voltas, caminhar,
passear. Conhecido como o footing das classes abastadas e
classe média, é histórico e tradicional dar um rolé em praças,
jardins, parques, zoo, centros comerciais, etc. Conta-se que a gíria
surgiu com os cariocas nos “Anos de ferro”. Feito a pé,
individual, acompanhado ou em grupo o passeio, sair para espairecer,
desopilar, flertar, ver vitrines, fazer piqueniques, etc, está na
literatura mundial: Balzac, Vitor Hugo, Tóstoi, Zola, Poe, José de
Alencar, Machado de Assis...
www.google.com.br/images. Dar um rolé em qualquer lugar do Brazil nunca foi problema até o fenômeno C: A NOVA CLASSE MÉDIA BRAZIL que surgiu, juntamente com o boom na economia (destaque para construção civil, comércio e serviços) no primeiro mandato de LULA!
www.google.com.br/images. Dar um rolé em qualquer lugar do Brazil nunca foi problema até o fenômeno C: A NOVA CLASSE MÉDIA BRAZIL que surgiu, juntamente com o boom na economia (destaque para construção civil, comércio e serviços) no primeiro mandato de LULA!
A
diferença do rolé de séculos anteriores e o atual da era
globalizada high tech é o convite virtual, o grande número de
“curtidores” e “seguidores” virtuais teenager (aborrescentes,
ops, adolescentes) que compartilham ideias numa “Grande Família”
virtual que a partir de uma convocação sai do facebook e vem para o
mundo real ampliando o “giro”, antes feito em points de
azaração e hoje penetrando o giro...business com muiiita
ostentação!
www.google.com.br/images. Para entender a nova classe média Brazil nada como uma boa leitura:"Um defeito de cor"
“Os
"rolezinhos" de que estamos falando -é de "rolezinhos"
que todos estão falando, não?- esses não são infiltrados ou
orquestrados por ninguém, garanto. Por quê? Ora, porque os
participantes são alienados demais até para servir de massa de
manobra.” Bárbara Gancia.
Essa afirmação bárbara reflete o que vem ocorrendo no país, o ressentimento da classe média clássica obrigada a compartilhar seu rolé em lugares antes proibidos a gentalha! Voltando...
www.google.com.br/images."Nos anos 90, os cariocas conheceram uma nova modalidade de assalto: o
arrastão na praia. Grupos de jovens aproveitam as areias lotadas para
atacar os banhistas, levando bolsas, cadeiras e objetos durante o
corre-corre."
Essa afirmação bárbara reflete o que vem ocorrendo no país, o ressentimento da classe média clássica obrigada a compartilhar seu rolé em lugares antes proibidos a gentalha! Voltando...
Arrastão é totalmente o oposto de rolezinho! “É o esforço violento para arrastar, diz o Aurélio; rede de pesca, de arrastar pelo fundo; grupo de assaltantes ou desordeiros que agem em conjunto contra pessoas, estabelecimentos comerciais, etc.” Os arrastões são atos criminosos de roubo, intimidação e violência que chegou ao paroxismo nas invasões de shoppings famosos pouco se importando com câmeras e seguranças. Também histórico, é retratado na literatura com forte caráter de denúncia de desigualdade econômico-social: Os miseráveis, Germinal e Capitães de areia. No Brasil a lição pode ser “estudada”, especialmente nos anos 90/2000!
Embora
governo/mídia queiram colocar no mesmo saco rolezinho, arrastão e
revolta por sua principal característica, “movimento de massas”,
a revolta é “Ato ou efeito de revoltar(se); manifestação (armada
ou não) contra a autoridade estabelecida; revolução, indignação
ou repulsa.” Revoltado(s) é aquele “Que se revoltou ou rebelou;
Diz-se de pessoa inconformada, que se sente alvo de injustiça, etc”.
Injustiça, indignação, opressão, exploração, expropriação,
supressão de direitos, da liberdade civil, abuso das polícias e
milicías, corrupção no governo, impunidade são alguns dos
detonadores das revoltas.
www.google.com.br/images. "Brazil mostra a sua cara quero ver quem paga pra gente ficar assim.Brazil qual é o teu negócio, o nome do teu sócio, confia em mim". Salve Cazuza!
Embora diferentes, rolezinho, arrastão podem descambar numa revolta, revolução. É o que vem ocorrendo, por exemplo, no Brazil, país totalmente atolado em roubalheira e corrupção e colonização política por agentes detentores do poder econômico.
www.google.com.br/images. "Brazil mostra a sua cara quero ver quem paga pra gente ficar assim.Brazil qual é o teu negócio, o nome do teu sócio, confia em mim". Salve Cazuza!
Embora diferentes, rolezinho, arrastão podem descambar numa revolta, revolução. É o que vem ocorrendo, por exemplo, no Brazil, país totalmente atolado em roubalheira e corrupção e colonização política por agentes detentores do poder econômico.
Revoltosos
durante a ditadura militar (1964-84), guerrilheiros, terroristas,
comunistas (era a alcunha dada a quem lutava contra as bestas
fardadas),
hodiernamente ocupam os mais altos cargos na governança Brazil: a
título de exemplo, FHC, Lula, Dilma!
Foto Marina da Silva. BH/MG. Jun/13. Revolta do busão.
Desmandos,
alianças espúrias, subornos, toma-lá-dá-cá, negociatas e
distribuição de cargos públicos de alto escalão, democracia
fictícia e representatividade falseta, colonização e parasitismo
das forças políticas do povo brasileiro em prol dos “donos do
poder” garantindo interesses privados contra os interesses da nação
elevou o IDP- índice de desconfiança nos políticos a uma
indignação e revolta nunca vistas nas terras brasilis!
“Os
empresários que contribuem (...) passam a ter deptados, senadores e
até governos inteiros a seu serviço.”Paulo Moreira Leite in A
outra história do Mensalão.
O
aumento das passagens de ônibus em 2013 foi a gota d”água, o
estopim da bomba que explodiu nas “Revoltas do busão” em junho
de 2013! Estamos “sentados num paiol de pólvora” que ameaça não
somente a realização da Copa das Copas, mas a estabilidade do corpo
social e o status quo político.
O
gigante acordou depois de 513 anos de um longo sono de escravismo,
autoritarismo, desigualdade e disparidade econômico-social
“estatizando” a miséria e pobreza através de bolsas-esmola
pouco se importando com os enclaves, guetos, apartheid
econômico-social-político-cultural-racial e o escambal!
Foto Marina da Silva. Revolta do busão. Jun/13. BH/MG
Mas
o que tem o rolezinho com isso tudo? Por que criminalizá-lo?
A
resposta é o MEDO! Medo das massas revoltosas, revolução,
mudanças no poder e status de dominação! E a CERTEZA de não
conseguir manipular a massa através da mídia, do pão e
circo,futebol, novelas; através da apropriação dos movimentos por
sindicatos, associações, congregações religiosas e,
principalmente, partidos políticos!
“A
nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa a janela da
nossa casa”, indignação indigna, indigna nação”: esse
sentimento de impotência dos cidadãos e cidadãs na transição
democrática e era Collor digtransformou-se com o surgimento
das redes sociais e a “possibilidade” do povo dispensar os
políticos!
Foto Marina da Silva. Revolta do busão. Jun/13 BH/M.G
O
escândalo dos bilhões de dólares investidos em estádios de
futebol e nas obras de infra-estrutura e mobilidade urbana que
caminham a passos lentíssimos atolados em corrupção e roubalheira
do dinheiro público em obras meia-boca colocou a população no MODO
ATAQUE!
A
transparência dos assaltos aos cofres públicos, o sub-investimento
em áreas essenciais(saúde, educação, segurança, transporte
salários, arroz, feijão e blá), a resposta violenta e
descoordenada dos governos às manifestações que se iniciaram
pacíficas, a classificação da indignação e sentimento de
injustiça como ação de vândalos, criminosos, terroristas, levou o
povo às ruas “a maior arquibancada do Brasil”!
Foto Marina da Silva. BH.MG. Jun/13. Revolta do busão
O
rolezinho em shoppings é um desafio adolescente, o arrastão uma
oportunidade para criminosos, a revolta...revolução!
Para
entender só o rolezinho- desvinculado de arrastão e revolta- é
preciso dar um rolé nos primeiros anos do século XXI e conhecer o
Brasil que deslanchou com as políticas severas de estabilização
impostas pelo FMI a partir do governo FHC e solidificou-se como
potência econômica, geoestratégica e geopolítica mundial mantendo
um enorme fosso entre ricos e pobres e estrangulando a classe média!
O
crescimento econômico alavancado pela dispersão geográfica da
produção (dentro e fora do país); a importação de produtos
asiáticos; a expansão da terceirização e quarteirização, o boom
na construção civil, comércio e serviços, a grande inserção da
mão-de-obra feminina e de jovens no mercado de trabalho formal e
informal, a mudança na renda das famílias aditivadas pela
“distribuição de bolsas-esmola” criou a “Nova classe média
Brasil” locus vivendi da grande faixa jovem da população,
moradores da periferia e favelas das grandes metrópoles e
megalópoles brasileiras.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/2014/01/1398643-o-role-do-brasil.shtml
“O
importante é conservar a mensagem desses números. Os rolezinhos nos
shoppings e os protestos de junho.2013 têm muito a ver com isso. E o
mau humor dos mais ricos, apartados dessa realidade até há pouco. A
pirâmide na arte lembra (e informa os desavisados) como ainda somos
pobres.”
Com
dinheiro na mão e o gosto refinado, a Nova classe média Brazil”
quer lojas chiques, produtos de grifes famosas. Esse potencial de
consumo da classe C comprova cientificamente a premissa maior de
Joãosinho Trinta: pobre gosta é de luxo! E acrescento: com muita
ostentação.
www.google.com.br/images. Uma estória de classe..."a MÉDIA faz a diferença"
Todos,
cerca de 200 milhões de brasileiros, somos iguais, mas uns são mais
iguais que os outros. Se é para engrossar o bloco contra corruptos e
assaltos ao tesouro nacional, marchamos todos iguais, mas se a
periferia e moradores de favelas resolvem dar um rolé nos shoppings
de grife...porta na cara! É vandalismo?
Qual
a mensagem clara e objetiva que se percebe quando a mídia e os
shoppings famosos batem a porta na cara dos moradores de favela e
periferias?
Curta
e grossa: é cada um no seu QUADRADO!
www.google.com.br/images
PONHAM-SE NOS SEUS LUGARES, isto é, veja, vá comprar nos shoppings de camelôs, na Vinte e cinco de Março; nas zilhões de feiras-shop ou nos Shop Favela! Quer dar rolé? Metrô, campo de futebol, baile funk! E como para bom entendedor meia palavra basta: xô!
www.google.com.br/images. "A cara da riqueza", personagem do programa Zorra Total, rede Globo.
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