HISTÓRIA DE CLASSE
Marina da Silva
Para entender o ressentimento da “nova classe média” é necessário resgatar e compreender o significado histórico de ser CLASSE MÉDIA, que no Brasil teve a sua construção e crescimento no século XX atrelada a industrialização brasileira.
Ser classe média era mais do que ter e poder era um “estado de espírito”, um posicionar-se no mundo, um símbolo de status, ser chique, quase rico, mais que meros remediados! Significava “ascensão social”, muito ligada ao poder econômico e cultural, uma elite. Comia-se angu e, literalmente, podia-se arrotar caviar, pois classe média denotava qualidade de vida, ótimos empregos e salários, morar bem e em bairros nobres, estruturados com todos os equipamentos urbanos, totalmente diferenciados das moradias populares, mais próximas das residências de luxo. Os anos setenta trouxeram uma primeira divisão: classe média alta, classe média média,classe média baixa, muito relacionada às posses. Carros de luxo, popular ou usado, filhos em escolas particulares, diplomas de 2º grau e curso superior, Diners Club ou American Express Card, viagens ao exterior (Estados Unidos e Europa), lazer, eletroeletrônicos de última geração, roupas de grife, jóias, cachorro de raça, uma vida de importados. Impensável para essa época a classe média morando em conjuntões, pombais, isto é, condomínios do BNH (atual SFH-Sistema Financeiro de Habitação) ou em barracos! Classe média que se prezava tinha uma ou mais favela ao lado, mas não morava dentro da COMUNIDADE!
“Seis em cada dez brasileiros pertencem à classe média, diz Datafolha. Brasil é um país de classe média. Seis em cada dez brasileiros com 16 anos ou mais já pertencem a esse grupo, segundo o Datafolha. Com 90 milhões de pessoas --número superior ao da população alemã--, a classe média brasileira, no entanto, está longe de ser homogênea. A variedade de indicadores de renda, educação e posse de bens de consumo permite a divisão dessa parcela da população em três grupos distintos que separam os ricos dos excluídos." folha.com
E tudo vem mudando principalmente desde os anos noventa aos dias atuais com aumento das disparidades entre ricos e pobres _ nova fase de concentração de riqueza nos 10% mais ricos _ e o achatamento e descida para a base da pirâmide da classe média que a cada ano se distancia mais e mais do topo.
No início do desenvolvimento econômico do país, a classe média nascia e se fortificava a cada etapa da industrialização tendo seu auge no milagre brasileiro dos anos setenta e veio se esfacelando desde então passando por processos de estrangulamento, esmagamento, achatamento, morte súbita, especialmente na era tucana, tucanato, veja, da nossa Social Democracia- PSDB/FHC.
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A “nova” classe média Brazil é uma farsa usada para justificar uma nova etapa de concentração de riquezas e o encolhimento da renda, a deterioração dos salários e da qualidade de vida de boa parte da população que tinha status tanto social quanto econômico, político e cultural alto para altíssimo. A estratificação da classe média para as demais letras do alfabeto(A,B, c, d, e....x, y, w,z) tem vários significados, entre eles o encolhimento da classe média tradicional e a forte concentração de renda.
www.google.com.br/images "De acordo com a FGV, é classificado como classe C a família que tem renda total entre R$ 1,1 mil e R$ 4,8 mil por mês. Estudos relatam, no entanto, que a maior parte dessa nova classe média é composta por famílias que recebem entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por mês". http://g1.globo.com
As novas classes médias são hoje aqueles: “menos pobres”, “quase pobres” ou “com um pé na linha da pobreza”.
* Os “menos pobres” ou classe média A e B (A+, A-, B+, B-) são os que têm renda familiar a partir de R$4.591 e não vai muito além dos 20 mínimos;
* Os “quase pobres” atendem pelo brasão de classe C (C+, C-, C+) renda familiar a partir de R$ 1.064 até a classe B-.
O estrato C+ , renda familiar menor que 3 salários mínimos é o que mais cresceu no país, cerca de 90 milhões de brasileiros e o responsável por todo o alarde, a menina dos olhos do governo;
* Classes “com o pé na linha da pobreza” ou D e E, tem renda familiar que vai do salário mínimo ao mínimo da classe C+.
www.google.com.br/images PIRATARIA, PRODUTOS E SERVIÇOS DE BAIXA QUALIDADE, CLASSE MÉDIA FAKE! GOVERNO BRASILEIRO QUER CONVENCER A POPULAÇÃO QUE SER CLASSE MÉDIA C NO BRASIL SIGNIFICA EMERGÊNCIA, DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZAS! BALELA!
A partir da letra F, são classes afundadas na linha da pobreza, baixando para a miséria, em termos de renda familiar oscilam entre ¼, ½ e no máximo 1 salário mínimo, hoje atingindo o valor estratosférico de R$622.20,00 (uns 250 dólares)! E embora se tente vender a idéia de EMERGÊNCIA, a verdade nua e crua é que a classe média está indo para o beleléu, brejo, morro, enfim, conjuntões, pombais, aglomerados, favelas! Não é a toa que a nação não somente ressente com essa farsa como está indignada com esta ascensão às avessas! A degradação da qualidade de vida da classe média tradicional, a utopia de milhões de brasileiros, é tão assustadora, gritante e revoltante que muitos estão renegando com veemência o título de “nova classe média brasil”!
Nem tenho o que dizer. É tamanha a perversão, que o velho e empoeirado discurso do Lula, "vamos taxar as grandes fortunas", acabou virando uma redistribuição de salários e não de renda. A 'nova classe média' ascende graças à degradação da antiga classe média. Ou seja, estão nivelando por baixo. Estão levando o que é meu!...
ResponderExcluirParabéns para Amanda e você!
Indignada, envio-lhe o meu abraço. Angela
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