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sábado, 9 de dezembro de 2023

BRASIL. ENSINO DE VIDA

 ESCOLAS DA VIDA

Sérgio Antunes de Freitas

- Quem descobriu o Brasil?
- Pedro Álvares Cabral.
- Quando?
- Em 22 de abril de 1500.
Essas informações isoladas não servem para absolutamente nada. Podem ser referências cronológicas, mas em um contexto histórico muito mais profundo, no qual são tratados os assuntos sociais e políticos internacionais de uma época. E, também nisso, não são os dados principais.
Um amigo dizia ser absolutamente ineficaz o estudo da história com “fatinhos e datinhas”, como aprendemos nos colégios.
Essa mesma percepção pode ser levada a todas as outras matérias dos currículos oficiais das escolas de primeiro e segundo graus.
As escolas públicas parecem querer apenas formar trabalhadores braçais um pouco mais qualificados que os broncos.
Os colégios militares objetivam formar soldados disciplinados e obedientes.
Os colégios religiosos buscam dar continuidade a seus preceitos e dogmas.
A avaliação do sucesso da aprendizagem escolar sempre é comparada com o desempenho econômico do país. Há uma relação direta, mas a economia não é o principal objetivo da educação. Ou não deveria ser.
É aceitável e definitivo, pela maioria, analisar os resultados do PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos, no qual o Brasil sempre esteve em posição sofrível, com o PIB - Produto Interno Bruto, por exemplo.
Nunca ouvi falar, no Brasil, de alguma instituição de ensino cujos alvos principais fossem a cidadania e o bem-estar do indivíduo e social.
A ótica atual é a de formar bons cidadãos para a sociedade, em clima de concorrência individual, quando deveria ser também formar uma boa sociedade para todos. A obrigação não está completa.
Por isso, se me fosse dado o dever de incluir uma matéria nos currículos, eu iniciaria uma nova com o nome de “Vida”.
Seria uma espécie de conhecimentos gerais, com assuntos importantes e faltantes em determinadas fases de nossa existência, principalmente na vida adulta e na velhice.
O conhecimento e a obediência às leis, principalmente à Constituição Federal, deveria ser um dos temas relevantes, com noções básicas de direito.
Importantes seriam as aulas sobre relações sociais, com base na filosofia, cuidando de respeito, de confiança, de espírito colaborativo. A propósito, a Constituição, adicionalmente, é um ótimo exemplar didático para isso e mais.
Também deveria haver um módulo sobre anatomia, masculina e feminina, sem preconceitos, e educação sexual, para as relações amorosas serem quantitativamente menos turbulentas e mais satisfatórias.
Nessa linha da saúde, poder-se-ia incluir princípios de boa nutrição, de higiene, de salubridade, de primeiros socorros e até mesmo de uso das plantas medicinais, para desconfortos físicos sem gravidade.
Fundamental seria repassar algo sobre método científico, para os jovens já irem aprendendo a procurar as verdades, em um mundo tão cheio de controvérsias, falsidades e interesses matreiros.
O comportamento financeiro não poderia ser esquecido, com esclarecimentos sobre consumo consciente, poupança, impostos, vigilância no uso de recursos públicos.
Muitos outros tópicos podem ser agregados e atualizados ao “ensino da vida”. Não se esgotam aqui!
Alguns desses temas já são tratados nas escolas, mas por iniciativa de professores conscientes e não de forma sistemática, como a matemática, a geografia, a física. Tornam-se incipientes, diante de tantas mesmices desimportantes nas ciências tradicionais.
Muitos podem dizer que esses assuntos vitais devem ser aprendidos em casa com os pais! Mas como ficariam os órfãos, os filhos de famílias ignorantes, preconceituosas, displicentes, mesmo com formação superior às vezes?
Em tempo, esse escopo todo precisaria ser apoiado pelo contato com as artes, especialmente com a música, e pelos esportes, principalmente os coletivos, para o desenvolvimento do espírito cooperativo.
Eu não sou autoridade em pedagogia, mas tenho uma forte preocupação com os rumos da educação de crianças e jovens, sob a perspectiva da busca pela felicidade humana. E as rotas da vida precisam ser aferidas e corrigidas regulamente.
Sérgio Antunes de Freitas
Dezembro de 2023
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2 comentários:

  1. a educação no Brasil foi destruida, é terra arrasada e MIM tem um marco do início da desgraça com os políticos neoliberais do PSDB(anos oitenta), farsantes do discurso "social democracia, solidariedade, voluntarismo e outras merdas", mas seguindo a risca o projeto neoliberal que inclui destruir a educação e levar a zero ou muito próximo a isto todas as políticas de inclusão social colando nelas a percha de GASTO PÚBLICO, PARASITISMO SOCIAL, POPULISMO. Chegamos com a extrema-direita nazifascista com invasão hospitais e especialmente de escolas pelos nanicos do MBL e bolsonaristas do PL e outros partidos; ataques físicos aos professores, depredação do miistério público com weintraub e o pastor que cobrava propina em barra de ouro. A escola hoje não tem vida: mata-se professores, alunos e criancinhas de creche. É tempo de reconstrução com a extrema-direita nazifascista super representada no Congresso e Judiciário ameaçando voltar. Eles estão aí, ao nosso lado, nossos vizinhos, familiares, colegas de trabalho e até o síndico. kkkkk Acabei MIM alongando muito. MAS SOU OTIMISTA, brasileira e não desisto nunca.! Abraço pela utopia de ensinar VIDA em primeiro lugar.

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