RUMOREJANDO
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PEQUENAS CONSTATAÇÕES NA FALTA DE MAIORES.
Constatação I
Logística funcional democrática é quando o governante, ditador ou não,
determina e o povo passivamente obedece?
Constatação II
Deu na mídia, mais precisamente no site da Globo: “Ju Valcézia, do Balé,
ensina a ter o bumbum lisinho e diz: 'O meu não está na nuca e nem no chão'”
Data vênia como diriam nossos juristas, mas Rumorejando, sem querer dar
uma de querer ensinar padre a rezar missa, acha que ficaria mais poético
dizer: “O meu bumbum não está pairando pela etérea atmosfera nem se
encontra pousado qual uma borboleta numa flor terráquea”. Seja como
seja dito, em ambos os casos, taí uma notícia de transcendental importância
para o futuro da Humanidade. Vige!
Constatação III
Ela semeia,
Na cama com colchão,
Com a alma cheia
De amor em ebulição.
Constatação IV
Com este movimento do presidente do Congresso Eduardo Cunha
– de quem a Suíça andou mostrando que ele movimentou por paraísos
fiscais, juntamente com sua esposa – que também vem gestionando
o impeachment da presidente (a) Dilma Roussef, chega-se à conclusão que,
no Brasil, os corruptos são sempre considerados os outros. E tudo leva a
crer que apenas, não mais que apenas, o roto está falando do esfarrapado...
Constatação V (Considerações dirigidas aos nossos filólogos).
Certas mulheres jovens casadas ou ajuntadas com políticos
idosos e corruptos, são, a semelhança das marias-chuteiras,
o que se poderia
denominar de marias-corruptelas*?
*Corruptela =Substantivo feminino.
1. Ato ou efeito de corromper; corrupção.
2. Aquilo que é capaz de corromper (Houaiss).
Constatação VI
A meia-luz
A coisa fica sem-sal.
Aí, não me seduz,
Passo a enxergar
Muito mal.
E além do aspecto
Físico, necessito
Do psíquico
Como vive a recomendar
Máster & Johnson,
Nada a ver com Bob Masterson,
Porque não sou circunspecto
Diante de um mulheraço,
Não me pega o embaraço
E sem vê-la como nasceu
Tendo a ficar
Um neuropsíquico,
Contrito,
Super aflito
Só pensando,
Matutando
Um antológico himeneu*.
*Himeneu = Casamento; matrimônio (Houaiss).
Constatação VII
Deu certa vez na mídia: “Rainha Elizabeth II perdeu quase US$ 40 milhões
com crise financeira”. Afora ser sintomático, taí uma notícia que foi de
transcendental importância para o futuro dos especuladores e da Humanidade
também.
Constatação VIII (Dramas do cotidiano).
Lá pelos meados da década de 50, este assim chamado escriba morava
no Alto São Francisco, não longe de uma espécie de pensão que era
gerida pela D. Lota, lamentavelmente de saudosa memória. Lá, viviam
quatro colegas de turma, da faculdade, todos vindo do interior do Paraná,
a saber: Nelson Leal, José Haraldo Carneiro Lobo, Pedro Bepler de Souza e
Antenor Barnabé Neto. Os dois últimos também infelizmente já falecidos.
Volta e meia eu passava por lá para conversar com os colegas e amigos.
Certa vez convidei os quatro para irmos a segunda sessão de cinema,
das 22 horas. Apenas o Haraldo aceitou e lá fomos ao cine Palácio. Já na
fila começou a discussão quem pagava as entradas e eu alegava que eu
deveria pagar, pois o convite havia partido da minha parte. O Haraldo
contestava que uma coisa não tinha nada a ver com outra e depois de apartes, argumentação, retórica, etc., eu consegui convencer o Haraldo que eu pagaria. Chegando diante da bilheteria, puxei da carteira e não havia dinheiro nem
suficiente para pagar uma entrada. O Haraldo é que acabou pagando.
Moral da, para mim, dramática história: “Nada mais é difícil de suportar
do que uma dívida moral, exceto uma dívida monetária. Mas uma combinação
das duas é letal” (Ephraim Kishon, escritor israelense).
Constatação IX
A fusão, na época, dos bancos Itaú e Unibanco, ou de outros bancos,
ou de outras empresas transformou a nova empresa fundida de modo
tal que, fatalmente, os funcionários se sentiram ameaçados de serem
chamados pelo Departamento de Recursos (Des)Humanos, pois,
nesses casos, temem-se de ficarem fudid, digo fundidos. Atualmente
acontece algo semelhante com o HSBC que foi adquirido pelo Bradesco.
E como diria alguém não adepto da selvageria do capitalismo: “Lamentável”.
Constatação X
Uma mixórdia
Foi seu discurso,
Com a língua enrolada,
Pra mulher
Quando chegou ao doce lar
De madrugada,
Já quase de manhã.
Estive, até agora,
No Clube Concórdia,
Esquecendo que era sócio
Do Thalia
E do Clube Curitibano.
“Vá embora”,
Ela bramia,
Num desabafo.
“Pensa que sou uma qualquer?”
Ledo engano!
Você só vive no ócio.
Você tá com bafo.
Diga o percurso
Que você fez pra aqui chegar”.
Ele ficou mais enrolado
Do que novelo de lã,
Que o gato costuma brincar
Quando a vovó se punha a tricotar.
Coitada!
Coitado!
Coitado?
Constatação XI
Costumeiramente,
Político só promete,
Ou só ‘pro-mente’,
Descumprimentamente?
Constatação XII (De razões e proporções matemáticas).
O Bush, com sua administração desastrada, ajudou a eleger o Obama;
O PSDB, ao trazer à tona aquela dinheirama toda, encontrada na casa
do ex da Roseana Sarney, que estava em primeiro lugar nas pesquisas
de opinião, ajudou a eleger o Lula. Daí pode-se inferir que o Bush está
para o Obama, assim como o PSDB está para o Lula. Logo o presidente
eleito da maior potência da Terra é igual ao Bush dividido pelo PSDB e
multiplicado pelo Lula. Elementar, minha gente.
Constatação XIII
E já que falamos no assunto, as recentes eleições para prefeito em nosso
país mostraram, lamentavelmente, que, em certas regiões, ainda impera
o coronelismo. Pena!
Constatação XIV
Também deu na mídia: “Título mais perto do Corinthians”, diz matemático.
Data vênia, como diriam nossos juristas, mas Rumorejando acha que o
matemático esqueceu que futebol, como dizem os grandes entendidos, os
filósofos brasileiros, poderá ou poderia vir a ser uma caixinha de surpresas.
Constatação XV
Quando o obcecado leu na mídia que uma pesquisa revelou que o curitibano
é o que faz menos sexo no país, cuspiu para o lado, estufou o peito qual um
galo quando se põe a cantar e disse: “Se tivessem me perguntado e a outros
como eu nós teríamos ultrapassado a média nacional e os mineiros que
foram os que melhor se classificaram”.
FÁBULA CONFABULADA (INDIGNA DO GURU MILLÔR).
Numa determinada província chinesa vivia uma família, constituída
pelo pai Pas Khu Nyak, a mãe, Yach Neh e o filho Shly Mah Zel. O casal
vivia se digladiando porque ambos se achavam o dono da verdade, mais
sabidos que o dicionário, doutores sabe-tudo e coisas desse jaez. O patriarca,
repetindo o que havia lido na Internet, dizia: “Vou vender a Enciclopédia
Britânica, o Dicionário, o Livro de Mao, já que minha mulher conhece e
sabe tudo. Inclusive, o que se passa na casa dos parentes e vizinhos. Por sua
vez, a mulher fazia troça do marido, dizendo que ele era o professor do
professor de D’us. O filho assistia a tudo isso e ficava agastado porque
ele se dava conta da sucessão de erros e grosserias que os pais cometiam
e que eles, naturalmente, achavam que não. Alguns pouquíssimos exemplos
do que os dois cometiam:
-Tocavam o equipamento de som a todo volume;
-Assistiam à televisão também aos domingos;
-Não sabiam jogar truco e tinham raiva de quem sabia;
-Elogiavam o governo;
-Sentavam à mesa sem lavar as mãos;
-Não tinham escova de dentes;
-Compravam, desmesuradamente, no cartão de crédito e a prestação,
sem levar em conta os juros das financeiras;
-Faziam visitas sem avisar aos visitados que iriam chegar;
-Levavam álbum de 380 fotografias para mostrar aos visitados
da última viagem turística que haviam feito;
-Contavam piadas, uma após a outra, durante horas seguidas;
-Bocejavam ruidosamente e/ou sem tapar a boca com a mão;
Shly Mah Zel, ao contrário dos seus pais, tinha um comportamento
ilibado. Além disso, era, sem alarde, um excelente aluno, o que na
China não é novidade, porquanto é um povo que também se destaca
nos estudos e nas pesquisas, mas isso é outra história que, agora,
absolutamente, não vem ao caso.
Shly Mah Zel tinha uma namorada e queria convidá-la para vir a sua
casa, a fim de conhecer seus pais e vice-versa. No entanto, protelava
com medo que eles iniciassem as intermináveis discussões inócuas,
como era de seu malfadado costume. Além, é claro, do mau comportamento
do casal.
Um dia, quando não havia mais jeito de protelar o convite, diante da
insistência de seus pais, lá foi Shly Mah Zel, mais nervoso do que noiva
de antigamente em noite de núpcias, com a sua namorada, cujo nome
era Tze Bul Keh, para um jantar em sua casa. A mãe procurou,
na sua – dela – ótica, se esmerar não aceitando sugestões já que
a ela “ninguém precisava ensinar o que quer que fosse”.
Primeiro foi servido um prato de carne; depois a mãe serviu um prato
de peixe. Para o prato de carne foi servido um vinho branco e para
o peixe um vinho tinto doce. Todos, em copos de plástico, tirados da
cristaleira onde estavam colocados os copos de cristal que Shly Mah Zel
não entendeu porque não foram usados. A salada já veio temperada,
ao invés de que cada um pudesse temperar a seu gosto, com vinagre,
o que foi terrível, pois Tze Bul Keh tinha alergia a tal condimento.
Após um ruidoso arroto de Pas Khu Nyak, foi servida a sobremesa que
se constituía de uma salada de frutas onde nadavam pedacinhos
incógnitos e as colherinhas de plástico tinham gosto de alho.
É claro que o jantar não terminou sem que o casal não iniciasse uma
discussão acerba e azeda que culminou com os dois se retirando do
ambiente e voltando para continuar a polêmica em altos brados o que
deixou o filho assaz nervoso.
Passou-se algum tempo e os jovens casaram e, evidentemente,
Shly Mah Zel e Tze Bul Keh se comportavam totalmente ao revés
dos pais do jovem. Pelo que consta, bastante felizes e não se sabe
se para sempre porque, como diz o poeta e escritor uruguaio
Mário Benedetti, numa de suas antológicas poesias,
“Hay tanto siempre que no llega nunca”, mas isso já é uma
outra história.
Moral I: Na casa que não falta pão alguns gritam e acham que
têm razão.
Moral II: Pelos erros dos outros, o homem sensato corrige
os seus. (Oswaldo Cruz).
Moral III: Quem não sai aos seus, degenera (no bom sentido).
E-mail: josezokner@rimasprimas.com.br
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