MAIS COM MENOS
Marina da Silva
“Queridas brasileiras e queridos brasileiros”, foi desta forma que ontem, 29 de abril de 2011, a Dama de ferro, Dilma Rousseff, deu início ao seu discurso em comemoração do dia da Colaboração que até poucos anos atrás também atendia pelo nome TRABALHO – o histórico Primeiro de maio, DIA DO TRABALHADOR!
Desfiando o mesmo e de todo sempre rosário interminável, grito de ordem daquilo que se costumava chamar esquerda: "No Brasil, estabilidade, crescimento e distribuição de renda, combate à inflação e, principalmente, combate à miséria são, de fato, políticas permanentes". O primeiro de maio deve ser comemorado, segundo a presidenta :
*"com crescimento do emprego e da renda"; o Mínimo subiu estratosfericamente 35 reais valendo uma subsistência 1.99, o que dá para viver a vida com 545 merrecas de salário; já a média salarial do trabalhador brasileiro, que não passava de R$763.02 em 2002 cresceu absurdamente e inacreditavelmente atingindo a marca histórica de quase 3 salários mínimos.
"Desde julho deste ano(2010), os salários de quem tinha algum tipo de trabalho atingiram suas máximas históricas, passando de R$ 1.472,05, no sétimo mês do ano, para R$ 1.492,52, em agosto, e R$ 1.511,49, em setembro.
Em um ano (entre outubro de 2009 e deste ano), a valorização foi de 6,5%. Em outubro de 2009, os salários médios reais dos ocupados estavam em R$ 1.422,64.
A Pesquisa Mensal de Emprego leva em conta os ganhos em seis regiões metropolitanas brasileiras (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). Entre elas, os maiores salários eram pagos em São Paulo (R$ 1.610, em média), enquanto o Recife tinha a média mais baixa (R$ 1.143,20).
*"com economia sólida": a economia cresce solidamente há quase uma década (brevíssima interrupção com a crise financeira mundial, "uma marolinha"; PIB de 7.5% em 2010 e nas palavras de Dilma "o país continua avançando sem retrocessos";
* "e pleno de esperança no futuro(?): mas nós sabemos que o futuro é agora e "não é mais como era antigamente". Mesmo os brasileiros que mais precisam de apoio sentem que dias melhores estão chegando, diz a presidenta.Segundo IBGE/ 2010: país evolui em indicadores de sustentabilidade, mas ainda há desigualdades socioeconômicas e impactos ao meio ambiente.O país mantém o ritmo de crescimento econômico e evolui nos principais indicadores sociais, mas persistem desigualdades sociais e regionais.Todos os indicadores de desenvolvimento sustentável apresentado pelo IBGE mostram melhoras nos índices, mas nada de espantoso ou que se possa bradar aos quatro ventos: a balança da justiça social está quase equilibrada! Menos, menos; o que foi feito em dois mandatos nem chega perto do que é possível fazer e está longe de chegar ao "estaremos fazendo o impossível" tema da campanha de Lula!
*"Respeito a democracia, aos direitos humanos e as liberdades- entre elas- a liberdade sindical". Enfim a liberdade sindical é livre...desde que seja do sindicalismo de resultados, daquele que veste a camisa da empresa e o sindicalismo xiita que abusa da liberdade de fazer vistas grossas aos ataques aos direitos trabalhistas em nome de manter "os trabalhadores no poder" blindando os políticos petistas e aliados eleitos por 3 mandatos consecutivos! A liberdade da democracia, direitos humanos, do sindicalismo e todas as demais abriram as asas sobre nós e abafou numa unanimidade abjeta, muitas das vozes dissonantes, que o diga Emir Sader!
*"A balança da justiça social está mais próxima do equilíbrio": vide crescimento espantoso da classe média...C d e! Mas os pratos da balança "só estarão em equilibrio quando houver menos peso sobre os pobres e sobre a classe média"! Mas o que é classe média no Brasil hoje? "A nova classe média brasileira foi uma das maiores e melhores heranças do governo Lula, disse a presidente Dilma Rousseff, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico, nesta terça-feira, 26. Na avaliação de experts, a nova classe média é um "grupo formado por 29 milhões de pessoas - pobres que, nos últimos seis anos, subiram da classe D para a C". E a classe média clássica, a tradicional, o sonho de ascenção de todo trabalhador brasileiro?