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quinta-feira, 7 de março de 2013

BRAZIL: LIFE STYLE 1.99


  1. QUANDO O MUNDO ERA ASSIM...”uma Brastemp”.
                   
www.google.com.br/images Wandi Dorattioto. Ator, apresentador de televisão, compositor e músico gravou o comercial que eternizou nos anos noventa a campanha da Brastemp. Este cara é uma Brastemp!

Marina da Silva (revisar)

Ser “uma Brastemp” era  bem pouco tempo atrás, sinônimo de coisa boa, altíssima qualidade, primeiríssima linha, envolvia conceito de vanguarda, durabilidade e principalmente confiabilidade! A expressão virou chiste e dito popular nos anos noventa saindo da “fábrica” e invadindo todas as esferas da vida através de uma estratégia de marketing de vendas da empresa Brastemp! 
“Fulano é uma Brastemp”; meu salário não é “assim uma Brastemp”!
A vida para o povo brasileiro nos anos oitenta/noventa não era assim “uma Brastemp”, mas a gente sonhava que podia ser e investimos muito na “esperança [vermelha] vencendo o medo” com estrelinha, martelo e foice!
Ser uma Brastemp ou ter uma Brastemp remetia a um status social, classe média ou rica, adquirir um produto voltado para gente chique, importante, que não comprava qualquer coisa “tipo net”! E quem não queria estar na moda e ter uma Brastemp sacrificando em prestações um ano inteiro de trabalho?
E é esse mundo “Brastemp” que sempre vem à memória quando nos vemos frente a frente com produtos fake, falseta, genérico, pirata tanto nos shoppings center “legais” como em lojas de departamentos e boutiques renomadas, de classe!

www.google.com.br/images.Lavadora  Brastemp Mondial, o sonho de consumo dos anos noventa!
"Brastemp - Não tem comparação - 1991- Talent
Uma série que se iniciou em 1991 e com mais de 20 filmes passou por toda a década, reforçando a marca Brastemp para seu público como a melhor, uma vez que o mercado brasileiro era invadido pelos importados. À época, o "não é nenhuma Brastemp" virou gíria e reforçou mais ainda a marca para o público".


O mundo mudou drasticamente neste século XXI e se dividiu em duas eras: A.C e D.C. ou Antes da China e Depois da China! Antes da chamada “Globalização” e transferência da produção para países periféricos, especialmente Ásia, com destaque para a China, a etiqueta, a logomarca de um produto era o selo de confiabilidade, garantia de excelência dos produtos, a certeza de não estar sendo trapaceado “levando gato por lebre”!
Tênis era Nike, eletrodomésticos Wallita; máquinas de lavar, fogão e geladeira Brastemp; facas, talheres, panelas Tramontina; tv’s Philco, Phillips; carros Chevrolet e Wolkswagem; presunto Sadia, chocolates e leite em pó Nestlé, canetas MonBlanc, cerveja Bhoêmia, sapatos Czarina e Samelo, óculos Ray-ban, refrigerante Coca-cola,  avião Boeing, sabão em pó Omo, chocolate fino Copenhague, Jeans Calvin Klein, Pierre Cardin, Fiorucci, empresa aérea Varig, Vasp, empresa de turismo Soletur; toalhas Buetner; relógio Omega, etc, etc. e tal também de Marca! Milionários, bilionários, classe média alta compravam no exterior, leia-se Estados Unidos. O sonho brasileiro: Disneylândia!
www.google.com.br/images A marca é o estilo de vida! Bonequinha de Luxo, o filme que eternizou Audrew Hepburn e o estilo Tiffany de viver! 

Meu sonho Brastemp realizou-se no final dos anos 90: fogão, geladeira, máquina de lavar em trocentas vezes sem juros. Minha cozinha ficou, literalmente, assim... “uma Brastemp”!
O século mudou, o mundo mudou completamente e mesmo a China já não tinha um comunismo “Brastemp” quando foi visitada por Henfil em 1977, “antes da Coca-cola”!
Com a chegada de Mão zedong ao poder a China veio se preparando para imperar no século XXI com um sistema econômico híbrido mesclando produção capitalista com autoritarismo ideológico comunista! O primeiro mundo para driblar a competição e aumentar as taxas de lucro foi em peso produzir na China dando o chute inicial para o Life style 1.99!
A Coca-cola chegou a china e nunca mais a Coca foi a mesma, o que vale para qualquer produto de MARCA famosa que povoavam os sonhos das grandes massas de trabalhadores. Pobre gosta é de luxo, já dizia Joãosinho Trinta!
Foto Marina da Silva. Paris. Outubro de 2007. Igreja Sacre Couer. Vende-se bolsas, carteiras, cintos, malas, perfumes Chanel, Cristian Dior, Victor Hugo tal qual venda de bananas!


Mas com o made in China tudo o que é original, de MARCA pode ser, mas do que nunca, copiado, clonado, falsificado, pirateado; e lá se foi o “mundo Brastemp” para o beleléu! A “terceirização ou horizontalização” da produção criou um mundo de quinta categoria, precarizado, prostituído  corrompido! E o Brasil é o pior exemplo de vida chula, classe C, vida 1.99 deste século que apenas desponta! 
www.google.com.br/images.


Nos  últimos anos dos anos noventa o governo brasileiro tornou-se um grande “facilitador”  de uma enorme “promiscuidade” para os produtos da China, principalmente os falsetas, pirateados, ilegais subinvestindo na fiscalização federal, principalmente nas rodovias! Um tsunami de produtos 1.99 de baixíssima qualidade invadiu a vida dos brasileiros, garantiu a “ ascensão” da nova classe média Brasil (renda familiar pouco mais de 350 euros), salvou o país da crise, permitiu concentração de rendas e discursos populistas, entulhou o comércio legal, descambou para a pirataria e império chinês no comércio de produtos ilegais!
Foto Marina da Silva. Made in RPC, a tática para evitar a ojeriza que vem acometendoo consumidor com  Made in China. RPC= República Popular da China.

Tudo hoje é produzido na China - exclama impaciente a vendedora quando lhe pergunto por guarda-chuvas fabricados no Brasil!
Então me venda um produto chinês que não seja para classe C- retruquei indignada e enfurecida! Na calçada a sombrinha custa 5 reais; na loja 1.99 custa 5.99 reais e na loja bacana está entre 25/60 reais; detalhe, a qualidade é a mesma, só muda o preço!

Maluf, procurado pela Interpol, mas deputado brasileiro, em seu discurso de posse defendeu na tribuna a liberação da pirataria para diminuir a deslealdade entre os shoppings legais dos ilegais! Pasme!
Victor Hugo, Chanel, Victoria Secret, Ray-ban, Nike e muiiiiiiiitos outros produtos de MARCA podem ser comprados nas zilhões de lojinhas, lojões, camelódromos, feiras de importados e “feiras shop” a cada esquina de Belo Horizonte, a capital mineira, pioneira na legalização da ilegalidade nos inúmeros shoppings piratas!
Fotos Marina da Silva. Mundo 1.99 em Belo Horizonte. MG.Brazil.


Minha febre 1.99 durou pouco, mas a minha escravidão ao life style 1.99 é contínua! A cada produto  “importado” que consumo aos poucos sinto minha vida “Brastemp” sendo consumida, ficando mais  “tipo Net”, nem é mais “essa Coca-cola toda” e do jeito que a banda toca nem “pode ser”!
  
www.google.com.br/images. Chinelo Havaianas, um produto que sempre foi certificado de pobreza(material) ganhou status LUXO no life style 1.99! Que miséria!


segunda-feira, 4 de março de 2013

BRAZIL: SEXO BAUNILHA

SEXO EM DOIS TEMPOS
 Sérgio Antunes de Freitas

Ansiosa, ela telefonou para o maridão e perguntou: - Onde você está? Vai demorar?
- Não - respondeu ele. Estou no vizinho, terminando um copo de vinho e, dentro de alguns minutos, estarei aí.
- Ótimo – ela provocou. Eu também estou tomando um copo de vinho. Vem logo!
Alguns minutos depois, o barulho das chaves anunciou a chegada do homem. Os passos o trouxeram para o quarto.
- Que fria está a noite! Brrrrrrr. O livro é bom? – perguntou.
- Tem partes boas – ela respondeu, colocando os “50 Tons de Cinza” no criado mudo.
Em seguida, olhou por cima dos óculos, com os dentes travados e à mostra, em uma mistura de ameaça e sensualidade, observando ele tirar a roupa.
- Hummm! Você está um coroa delicioso. Não põe o pijama, não! Aqui embaixo está quentinho - ela sorriu, mostrando sua “lingerie” nova.
- Fecha a porta – complementou.
Ele também sorriu e obedeceu a tudo.
Como a idade trás o sexo mais suave e de melhor qualidade, eles se demoraram um pouco mais nas chamadas preliminares. Até que chegou o momento mais objetivo e partiram para o convencional.
A diferença de temperaturas entre o interior e o exterior das cobertas era cada vez maior e, num golpe de capoeira, ela atirou todas as cobertas no chão.
Nesse momento ele se esticou todo e, ato contínuo, gemeu em alto volume, como não era de seu feitio.
Meio surpresa e indignada, ela protestou: - Pôxa! Você não vai me esperar, Amor?
E, por conta de uma intenção do castigo e de uma vontade latente, deu-lhe uma chave de pernas imobilizadora.
Na verdade, ele tentava alcançar o dedão do próprio pé com a mão, mas a chave de pernas o impedia.
Ela pensava: - Mas que diabos de posição mais esquisita que este macho está querendo!
Até que ele conseguiu falar economicamente, pedindo socorro; - Câimbra perna esquerda!
No estica e puxa do atendimento emergencial, ele continuou informando: - Câimbra duas pernas. “Nas batata!”
Puxa daqui, empurra dali, segura de lá, enfim, ele avisou que as dores haviam passado.
Então, ela se deitou, esticada e cansada. Ele, em posição fetal, manteve-se em silêncio, mas logo comentou; - Depois que passa, é como se a gente já tivesse...
- Calma - ela disse, meio compreensiva e meio interessada. A gente recomeça devagar. Temos a noite toda! Vou buscar mais vinho.
- Eu prefiro arsênico – retrucou o quase inválido.
E assim foi: puxa daqui, empurra dali, segura de lá, mas não nos pés, pois o casal não era chegado a fetiches ou coisas semelhantes.
Amor feito, carícias contínuas, respirações desacelerando, ele olhou para o quarto à meia-luz e comentou:- O quarto está revirado. Estão no chão os cobertores, os livros, os óculos, os copos de água, os bibelôs. Se alguém entrar aqui, vai pensar que fizemos o tal sexo selvagem.
E continuou sua análise: - Acho que vou tirar uma foto para mostrar aos meus amigos. Só para contar vantagens. Eles jamais vão imaginar que foi câimbra!
Ela riu e se aninhou no peito do amado.
Minutos depois, usando da manha feminina para recomendar sem ofender, comentou: - Agora, Amor, quando você fechar a porta e começar a fazer o aquecimento, com flexão das pernas principalmente, eu vou pensar “Ôba, hoje vai ter aeróbica”!


Sérgio Antunes de Freitas
3 de março de 2013

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

BRAZIL: O CÃO NOSSO DE CADA DIA...


 Bicho e Gente
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                                                                                                                                                                                                                                    Zé Pí

            Homem e bichos, ao longo da história tentam viver em harmonia; uns aprendendo com os outros e às vezes até dá certo e, tão certo que se têm uns pelos outros os mesmos sentimentos.
São Francisco disse que é amor.  Mesmo!
Uns cantam para nós, outros nos encantam e outros nos amedrontam. Uns nos defendem e nos dão a própria vida.
Assim, homem, cachorro, cavalo, gato, boi, canário, galo, golfinho, camelo, pato, papagaio, baleia, ganso, urubu e até peixinhos  podem nos dar amor, carinho e companhia.
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 Todos, ao nosso lado, até se transformam e, até feras viram mansidão e paz: Orca, serpente, tigresa; outros em amizade sincera: Elefante, chimpanzé, porco, boi, camundongo. Transporte, calor, alimento, laser e até remédios eles podem nos dar.
            Cachorro é especial. Filhotes de algumas raças trazem consigo a natureza em quatro patas, orelhas, focinho e rabo; e até um capetinha em forma de cachorro; corpo e alma, pura brincadeira, lambidas e travessura:
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            - Tininha, vai, vai, pega a bolinha!
- O filho da puta desfiou minhas meias de seda.
- O Roque tem o capeta no couro.
- Êbaaaa! Ganhei uma caçoinha pu...pu...pul...da.
- Ô cacete, não morde o meu calcanhar.
- Faça-me o favor de comer aqui! Na sala, não!
- Tô de saco cheio, te mando para Coréia e lá você é churrasco, né?
- Ô mãe, tira ele de cima da minha cama.
- Me dá um cheirinho, vai Tetéia.
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- Cê mordeu a Cacá, seu viado?
- Olha o brinquedinho que eu trouxe pra você!
- Trepar na minha almofada, nem pensar, seu tarado!
- Olha aqui Trovão, amanhã eu volto no primeiro avião, tá?
- Vó, tira ele daqui, pelo amor de Deus!
- Ô fofinha, tudo tem limite, né?
- Manhê, ele mijou na minha mochila, não vou à escola!
- A doutora disse que a Fina tem um zoológico de lombrigas na pança.
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- Eu quero é um cachorrão... Iguar o Coroné do Simplício.
- O Tião foi atropelado ontem, cara!
- Dizem que o crânio deles é pequeno e o cérebro muito grande...E dói muito!
 
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Se você viu um Beagle branco e marrom por aí, é da Leinha o nome dele é Jardel. Ligue para o número 2517; a dona dele tem quatro anos, não come e tem febre desde que ele saiu correndo atrás dos pombos do parque Guilherme Lage.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

BRAZIL: SE DEUS É BRASILEIRO...por quê não?

O PAPA BRASILEIRO
Sérgio Antunes de Freitas
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Sabe-se lá as razões políticas e eclesiais que levaram os cardeais a se decidirem por este desfecho. Só os historiadores descobrirão no futuro.
Certo é que a fumaça branca saiu da chaminé do Vaticano e o Cardeal protodiácono, da sacada da Basílica de São Pedro, anunciou: “Habemus Papam”.

Para a surpresa de todo o mundo, foi apresentado o Cardeal Evaristo Ferreira, nascido no Brasil, na cidade de Pichanatuba, filho de seu Jeremias e Dona Leó, como o novo Pontífice, passando a se chamar Raimundo Nonato I. Ele havia prestado serviços eclesiásticos na Paróòquia de Sant Ramon Nonat, em Barcelona, onde se tornou devoto do Santo que lhe deu a denominação.

De imediato, as redes brasileiras de televisão suspenderam toda a programação normal e passaram a informar os detalhes do tão sonhado acontecimento pelos católicos brasileiros.
Uma delas criou uma vinheta e a repetia de quarto em quarto de hora. Mostrava o novo sucessor de São Pedro chegando à varandinha da Basílica em câmera lenta e, quando era focado seu rosto, surgia o grito: Brasiiiiiil, seguido do Hino da Vitória. E o Papa acenava para a multidão!
As carolas se ajoelhavam à frente do aparelho de TV, se benzendo, sorrindo, tremendo, chorando e apertando os rosários contra o peito, demonstrando a fé incontida.
Poucas horas depois do anúncio, a cidade natal do escolhido estava repleta de repórteres.
Aproveitando a presença das emissoras, o repentista mais famoso da região, Tião Boca de Assovio, saiu para a rua com a sua viola enfeitada, prenunciando:
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Pichanatuba está em festa;
Uma alegria enorme;
Três dias que ninguém dorme;
E a farra não se encerra;
Pois um filho desta terra
É papa urbi et orbi.

Os jornalistas corriam pela cidade, garimpando entrevistas. Um encontrou a primeira namorada do jovem Evaristinho, antes de sua decisão pelo celibato. Enquanto preparava a cena, o microfone ficou aberto e transmitiu a conversa de dois moleques:
- Se ela tivesse casado com ele, hoje ela seria a muié do Papa!
- Larga de ser burro, Josué. Padre e Papa não têm muié.
- Não? Então como é que eles faz fio?
Descobriram praticamente tudo sobre o passado do Santo Padre, doenças infantis, suas cores prediletas e suas comidas preferidas.
Isso quase causou um incidente diplomático internacional!
O Aeroporto Internazionale di Roma encaminhou um ofício ao Governo do Brasil, rogando que não fosse mais permitido o envio de comidas para o Papa. Eram caixas e mais caixas de farinha de puba, farinha de piranha, saputi, açaí, macaúba, seriguela, geleia de jaca mole, feijão de corda, feijão preto, pimenta de cheiro, salsichão, joelho de porco, doce de fio de ovos, jenipapo, pupunha, tudo bem acondicionado em caixas de papelão e sacos de supermercado.
Constava no documento que os cães farejadores de tóxicos, treinados pelos Carabinieri, se negavam a trabalhar em uma determinada ala, pois o local estava empesteado com um forte odor de jatobá. Só com máscaras, davam a entender os cachorros.
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Outro problema foi uma tentativa das escolas de samba em transformar a Praça de São Pedro, por alguns dias, em sambódromo, antecedidas por manifestações culturais de sincretismo religioso, bumba-meu-boi, além de discursos dos Presidentes da Câmara e do Senado.
Quase levaram o Carmelengo ao suicídio!
Meses depois, passada a euforia, começaram a surgir outras histórias.
Em uma cidade do sudeste, havia um rapaz conhecido por Nagibinho, com o mau costume de pedir dinheiro emprestado e não pagar. Depois que colocou a imagem do Santo Padre na carteira, ele quitou todas as suas dívidas e não pediu mais nada pra ninguém.
Foi o primeiro milagre comprovado!
Após muitos outros, agora, era só esperar a morte do Sumo Pontífice, para as novas festas de beatificação e canonização.
E o Tião Boca de Assovio já preparava o seu repente, com a viola enfeitada de laços e fotos do Papa portando auréola:

Nosso beato Mundico,
Vai ser santo, eu acredito.
É puro merecimento!
É história que não tem fim.
Vai ser milagreiro assim
Lá na casa do jumento.

Sérgio Antunes de Freitas
15 de fevereiro de 2013