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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ESTAMOS DE LUTO!

Câncer e Política
Marina da Silva
Não torça o nariz... ainda! Sei que qualquer pessoa inteligente dirá que essa é uma comparação absurda, sem pé nem cabeça! Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa)... política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.” A política é uma invenção humana datada e geograficamente localizada: um presente de grego, ops, uma contribuição helênica para civilização!  O câncer segundo o INCA “é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Em comum câncer e política causam mal-estar geral, adoecem e podem matar! Quem não morre de medo só da palavra câncer? E quantos cidadãos morrem quando  políticos roubam as verbas da saúde? “Todo político é corrupto e ladrão” diz o senso comum e a realidade _ corrupção, desvios do dinheiro público, favorecimento dos grupos (nativos e/ou estrangeiro)_ não nos permite dúvidas. Para os crimes políticos não há punição ou as penas são tão leves causando apenas mais revolta aos cidadãos. “O caso Morel, Coroa Brastel, o escândalo das jóias, os anões do orçamento, o roubo das loterias, o assalto às verbas do PAC I; o caso dos frangos; dinheiro público em paraísos fiscais; as CPI’s Mensalão, sanguessugas, etc! “Tudo“acaba bem quando termina bem” e para comemorar... pizza! Cadeia e impostos? É para pobres ninguém duvida e se duvidar uma olhada no perfil dos encarcerados mostrará apenas os PPP- pobres, pretos, prostitutas! Câncer tem tratamento e cura na descoberta precoce e há casos de cura de cânceres invasivos, muitos invasivos, avançados como o de José Alencar. A luta do ex vice-presidente mostra que se os avanços da medicina fossem estendidos a população (mais de 65% do povo necessita ardentemente do SUS) muitas vítimas da doença teriam acesso: ao diagnóstico, tratamento de qualidade e humano; sobrevivência com qualidade de vida e poderiam trabalhar enquanto se vê as voltas com o perrengue. O câncer se espalha por todo o organismo soltando células doentes, as metástases, mas é possível destruí-las com quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, fé em Deus, Alá, Jesus, Maria, José, anjos, santos, duendes e o escambal! Já a política, políticos incompetentes, corruptos e ladrões não tem cura e os tratamentos e castigos aplicados são meros paliativos. Os salafrários voltam sempre através de comparsas, aliados, esposas, filhos, netos, parentes em todos os graus e até através de empregados fantasmas! O tratamento do câncer evoluiu com o tempo e temos vários cânceres curáveis, aumento de sobrevida, cura total! A política também evoluiu(?)... para pior! Veja o estado da nossa sociedade! O tumor cria um mecanismo para se alimentar, crescer e se espalhar, mas a medicina a cada dia cria novas armas para detê-lo; agora,  a política chula, a corrupção, os políticos incompetentes e larápios se alastram em todos as esferas dos três poderes e não há “transparência Brasil” que dê jeito! Todo o organismo social está contaminado por esta gentalha que se garante no poder com a falácia de que voto é exercício de cidadania quando na verdade o voto é mecanismo de manipulação do gado eleitoral para justificá-los no poder! Se você recebeu um diagnóstico ou está tratando um câncer siga o tratamento a risca, tire dúvidas com seus médicos, nada de auto-medicação ou curas alternativas (exorcismo, cura da babosa, etc), tenha fé em Deus e acredite na CURA!  Se você está num dos estados castigados pela “desadministração” municipal, estadual, federal, perdeu pessoas amadas e queridas, está desterrado, desabrigado, sem água, luz, alimentos, telefone, notícias, tenha fé em Deus e em nós brasileiros que não estamos preocupados em criar culpados e inventar desculpas esfarrapadas, mas em lhes enviar nossa solidariedade, nossa ajuda (roupas, remédios, água, alimentos), nossas mãos voluntárias, nosso amor e afeto que não estão previstos no Orçamento da União, que não são itens cortados dos Gastos Públicos e é maior que o Mínimo nacional! É um amor e solidariedade desinteressados que não precisam de aprovação em câmara, senado ou precisam ser ratificados pelo(a) presidente(a) para chegar até vocês nossos irmãos brasileiros! Esta tragédia põe em movimento e deixa exposta em carne viva os reais valores dos brasileiros. Nossas lágrimas não são políticas, nossa ajuda e solidariedade não é moeda que se troca por votos em eleições! As eleições já ocorreram e não restaram lágrimas nem luto para a dor dos brasileiros e brasileiras desta imensa catástrofe!
Fé irmãos e contem conosco!
Atenção: Encaminhe sua doação à Cruz Vermelha, Corpo de bombeiros ou Defesa Civil de sua cidade! Neste momento os desabrigados necessitam de água, leite em pó, fraldas descartáveis, comidas instantâneas, alimentos não perecíveis, roupas, cobertores, toalhas e nosso Amor e Atenção! Use seu blog, twitter, MSN, etc, para formamos uma grande rede de solidariedade.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

AO MESTRE...AMOR!

J’ACUSE !!!
(Eu acuso !)
(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)
« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.
(Émile Zola)
Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...)
(Émile Zola)
Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).
A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora foi brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.
Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.
No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento”. Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...
E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma”, prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar tudo isso que está aí”; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”
Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...
Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.
Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.
Ao assassino, corretamente, deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:
EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;
EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos” e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;
EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;
EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;
EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;
EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;
EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;
EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;
EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;
EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,
EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;
EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.
EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;
EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;
Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos-clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.
Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.
A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema, eu sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”
Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.
Igor Pantuzza Wildmann
Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.




domingo, 9 de janeiro de 2011

LIBERDADE AINDA QUE TARDIA!

BATTISTI: A COISA É NOSTRA!
Marina da Silva

Ou era para ser até que uma disputa de ego midiático agudo de uma elite jornalística resolveu ter uma crise de auto-afirmação e impor sua paz (de voz comandada) que reina há anos, desde o fim da ditadura militar e começo do império do pensamento único ou 1,99. Um domínio não somente nos meios de comunicação, diga-se de passagem, mas principalmente nele, um meio geoestratégico vital que controla e dita as informações doadas aos brasileiros.
E um probleminha de nada, doméstico, de asilo político ou não a Cesare Battisti _ “ex-militante de extrema-esquerda” da PAC- Proletários Armados pelo Comunismo _ virou um qüiproquó dos diabos com a Itália e o mafioso Sílvio Berlusconi, seu maestro.
99.99% dos brasileiros, uns 192 milhões de indivíduos, se perguntados fossem quem é Battisti, de cara responderiam: um atacante do Milan, o artilheiro argentino Batistuta, o Batigol, um confinado do BBB11 ou uma personagem destas novelas globais de imigrantes italianos!
Mas o que passaria despercebido aos brasileiros virou mania nacional, ou seja, novela! O Brasil tomou conhecimento do “ex-terrorista da esquerda italiana” e assassino Battisti vivendo nas terras brasilis em janeiro de 2009 quando Tarso Genro, ministro da Justiça, contrariando uma patrulha de justiceiros concedeu status de refugiado político a Cesare, ex-ativista italiano, apresentado pela mídia, sabe-se lá porque, como um mero assassino terrorista sanguinário vermelho, cruzamento do nazista Josef Mengele com Osama Bin Laden.
Berlusconi apelou, gritou, xingou e apoiado na mídia “de um país de dançarinas” (leia-se prostitutas) que pôs lenha e pilha, um erro capital (a decisão de um ministro está sendo contestada no STF-Supremo Tribunal Federal) quer a extradição de Cesare a qualquer custo e pra ontem, o que agride mortalmente nossa Carta Magna gerando uma crise de soberania, ferindo princípios fundamentais de nossa Constituição de 1988 (Art. 1º, inciso I; Art. 4º, incisos I,II,III,IV,VI,IX e especialmente inciso X) e a legislação sobre asilo político, refúgio, Lei n° 9.474/1997, que “define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providências”:

“Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:
        I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país”;

Celso de Melo, ministro do STF já pensa “não ser incoerente mudar a lei de refúgios” para atender Don Berlusconi.
Pode  Berlusconi, chefe de uma nação que é menor que Minas Gerais e três vezes menos populosa que o Brasil, este sim, uma das seis maiores potências do planeta na atualidade _ o sétimo PIB (Produto Interno Bruto) no ranking mundial em 2007 _ passar incólume por cima de nossas leis e nossa Carta Maior? Claro...que não!!!
E é este incidente diplomático _ levado ao paroxismo pelos ditos donos da verdade, os papas da intelectualidade brasileira e seu complexo holofote _ que deve ser enfrentado pelo nosso Supremo Tribunal Federal.
Um tiro no pé que saiu pela culatra e atingiu os fundilhos de Berlusconi, um verdadeiro pé no saco, que resolveu dar uma de poderoso chefão sobre o Brasil acionando o Parlamento Europeu para ter na bandeja a cabeça do Battisti.
Como o Brasil deve se posicionar sobre este assunto, uma vez que a ação de um Ministro de Estado da Justiça foi desqualificada pela mídia? Abaixar a cabeça postar-se de quatro, levar um sermão passando por cima da própria Constituição e leis enfiando o rabo entre as pernas, a viola no saco deixando o Parlamento Europeu e Sílvio palpitarem num Estado de Direito que sequer é membro da UE-União Européia?
O Parlamento Europeu deve dar pitaco, se tiver jurisdição, somente na sua jurisdição, ou seja, nos 27 países membros da UE! E agora José?
Como diria Lula, se lhe fosse dada oportunidade: esses caras f...geral com a bicicleta! Eles que refaçam seu discurso e mostrem o que o homem realmente é ou rebolem para que ele seja: um criminoso camaradas, oops, companheiros, mas político vá bene!
E como há males que vem para bem... Bem vindo de volta à cena o pensamento crítico, coerente, compromissado com a verdade e a luta pela liberdade! E Xô essa paz sem voz (pela ausência de liberdade, pelo terror e violência das armas) e a paz com voz (submetida, covarde, genérica e falsificada) que já há bastante tempo jogou no marasmo e mesmice nossa imprensa tornando-a sem sentido ou razão de ser, vivendo e vendendo uma informação descaracterizada a partir de 1,99!
“O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou na manhã de hoje (31) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não conceder extradição ao ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti.” 31-12-10

“O presidente Lula encerra o mandato com uma decisão vergonhosa — a de não extraditar o terrorista e assassino Cesare Battisti para a Itália, como mandaria a legislação, o bom senso, o sentimento de justiça e as relações com um país amigo” R. Setti. Revista Veja. 07-01-11.

“O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, determinou hoje que o ex-ativista italiano Cesare Battisti permaneça preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília (DF). Peluso rejeitou o pedido dos advogados de Battisti para que ele fosse solto, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu último dia de governo, decidiu que o ex-ativista não deveria ser extraditado para a Itália. No despacho de três páginas, Peluso mantém a prisão e, diante da urgência do assunto, determina que o processo seja encaminhado ao relator do caso no STF, ministro Gilmar Mendes, “que reapreciará os pedidos se for o caso”. 06-01-11

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CONTO DE NATAL

Conto de Natal
Marina da Silva
Do meio do nada! Era assim que o Natal chegava a casa; sempre da mesma forma, inesperada, repentina, as crianças inquietas remexendo formigueiros, brincando de rouba-bandeira, pegador, esconde-esconde, trepando nas mangueiras ou sentadas a sombra do gigantesco jatobá, despendendo horas a fio a comer os frutos e criar brinquedos com as cascas.
_Quem quer ir no mato buscar uma “gaia” para a árvore de Natal? Na cabeça da meninada estava dada a largada para as festas de Natal: a árvore, o presépio,  a Missa do Galo, a Ceia, as pastorinhas, a folia de Reis e quem sabe... até presentes! Procurar uma “gaia”- era assim que a mãe falava do galho de árvore que através de suas habilidosas mãos se transformaria na árvore mais importante e fantástica do mundo: a árvore de Natal. Ir ao mato era rotina, uma atividade constante em busca de lenha para o fogão, esterco de vaca e cavalo para a horta, perseguir os bichos, pegar frutos, caçar passarinho, tomar banho nos riachos, brincar! O dia da árvore de Natal era especial! A mãe e as outras mulheres reuniam o bando de Lampião e Maria Bonita e munidas de facão e trapos partiam cerrado adentro rodeadas pelas crianças a procura da mais bela “gaia”! O cerrado era o lugar mais rico do mundo, cheio de bichos diferentes e de  árvores tortas,  troncos retorcidos como se tivessem sido desenhadas pelas crianças. E quanta fruta gostosa! Enquanto a garotada se divertia catando coisas, brincando na água, comendo frutas, as mulheres se espalhavam pelo mato cada uma a procura de sua “gaia” de Natal. De tardezinha, o sol frio e quase alaranjado, a árvore com seus galhos limpos, o bando voltava para casa levantando a poeira vermelha da estrada no trote despreocupado das “precatas”. E as alegres comadres cantavam canções das pastorinhas e do “bate o sino pequenino” perseguidas pelas algazarras das crianças que sempre distorciam alguns cantos pra fazer chacotas, palhaçadas.
Bate o sino pequenino
No grupo escolar
Tá chamando a macacada para merendar
A merenda é boa, boa pra chuchu
Te arroz com sapo, assado de urubu
E pra sobremesa, olha só que prato
Tem suco de mosca e pudim de carrapato.
E o cardápio variava com inclusão de lesmas, bicho morto e até catarro. Eca! No dia seguinte começava a magia: o galho recebia camadas de tinta luminax prata para imitar a neve e em tempos de vaca gorda a mãe fazia a neve cobrindo a sua  “gaia” com flocos de algodão. Terminada esta etapa uma primeira caixa saia do alto do guarda-roupa e vinha para o chão da sala aonde uma a uma as bolinhas de Natal iam saindo desembrulhadas do jornal velho e iam tomando seu lugar na árvore. Era um ritual delicadíssimo e só a mãe tinha autorização de tocar nas bolinhas, todas de vidro, muito frágeis e todas trabalhadas cada qual com uma história de como chegou até a caixa de Natal. Mesmo quebrada, se o estrago não era grande, a mãe mantinha como tesouro suas bolinhas de Natal.
_ Mãe, Sô Divino mandô saber se a gente vai receber os folião! Receber a folia de Reis para saudar o menino Jesus na sua casa era o que a mãe mais prezava.  Tem que comprar um garrafão de vinho – avisava ao marido – vou fazer uns doces e alguma coisa salgada! Sagrada – dizia a mãe – receber os Reis Magos na sua casa era coisa sagrada! Então começavam os preparativos do presépio e uma segunda caixa descia do alto do armário: fulano vá pedir uns sacos de cimento e um pouco de areia pro seu Jaime do “moxarifado”; sicrano pega capim seco e o vidro dos marinheiros, que era o arroz em casca resultado da cata diária no preparo do almoço; beltrano vai comprar a tinta preta e luminax dourada! No canto da parede aos poucos ia surgindo a gruta onde a Virgem Maria deu a luz a Jesus, o Cristo salvador do mundo! “O nosso Menino nasceu em Belém, nasceu tão somente para querer o Bem”  e ao som das músicas natalinas, Jesus na manjedoura velado por Nossa Senhora, mãe de Deus e por São José ia tomando seu lugar no centro da grutinha. Tinha ainda uma vaquinha deitada, um burrinho cinza com a crina e o rabinho preto, os três reis magos: Baltazar, Gaspar, Belchior. Tinha os camelinhos com duas corcovas, o anjo da Anunciação bem no alto e perto dele o galinho vermelho tão pequenininho, um carneirinho branco e a estrela-guia. Uma orquestra invisível de sons permanentemente a tocar violinos, piano, violas, sanfonas, xique-xique feito com as tampinhas de cerveja, triângulo, pandeiro, um concerto celestial invadindo a casa do pasto! E a gente ao passar pela sala ficava olhando abismado o brilho encantador das bolinhas de vidro e sua magia de transformação: como aumentava o nariz, os olhos e a boca da gente? Como cabia a sala inteira numa bolinha tão pequenininha? Como um só toque na bolinha puxa-puxa podia fazer ondas tão lindas? E quem colocou o Sagrado Coração de Jesus daquela forma escavando uma gruta dourada na bolinha? Tira a mão daí menino! Não tira os bichos do lugar que eu coloquei! Onde já se viu? A vaca e o burrinho ficam cuidando da entrada da gruta! Quem foi que mexeu nos reis magos? Hoje o Natal chega como um dia comum de ir ao mato, sem muita magia e como mera obrigação fica até mesmo sem graça! Não existem mais as bolinhas de vidro e as de plástico, isopor, linhas são tão práticas... Mas não tem o mesmo brilho do vidro ou mesmo qualquer trabalho de arte! E pior, não acabam nunca, assim como o pinheiro prático, econômico verde, branco ou prata, coisa que nem é de verdade da vida da gente! Mas Natal é luz, alegria, magia! A magia hoje vem das luzes e não mais da procura, captura e confecção da árvore que de tão iguais e pasmacentas podem se comprar na drogaria perto de casa! Mas tem luzes! Um Natal de luzes multicoloridas, cascatas de luzes, luzes pisca-pisca, luzes rendadas, quilômetros de luzes descendo do topo do teto dos shoppings, luzes cobrindo fachadas, o carro dos bombeiros, o próprio papai Noel. Luzes que enrodilham abraços e deixam alegres as árvores das ruas e praças! Luzes do lado de fora, árvores de Natal imensas feitas de luzes, luzes e alta tecnologia! É Natal! Nasceu o menino Jesus, vamos festejar com alegria! Será que Papai Noel recebeu minha cartinha? Feliz Natal!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A ARMAÇÃO CHINESA

A ARMAÇÃO CHINESA

Marina da Silva

Que uma boa dona-de-casa é também uma excelente economista é sabido em todo o mundo. E foi assentada nesta qualidade, que, após cálculos e estudos sobre custo/benefício, investimento/retorno, lucro/prejuízo e principalmente, não ficar pagando mico, é que mesmo antes do início das chuvas me preocupei em me armar com uma peça autêntica, original, enfim, um bom guarda-chuva.
 Desfiz de toda a cacaria de sombrinhas 1,99, aquelas compradas quando o tempo muda de supetão, em qualquer lugar e tomei opiniões sobre onde achar um produto de qualidade e principalmente durabilidade. Não que eu tenha tantas restrições aos produtos chineses, mas sombrinhas e guarda-chuvas não é a praia deles. E basta sair num dia de chuva, postar-se num ponto alto de algum edifício do centro e dar uma olhada para baixo para se identificar a armação chinesa. O tecido ainda passa, mas a armação só serve para nos matar de raiva e passar vexame.
É um festival multicolorido de sombrinhas escangalhadas – feio e lastimável. E isso sem contar o que acontece quando se enfrenta chuva e ventania: nasce do nada um exército de espadachins!
Então peguei endereços de lojas tradicionais em venda de bons produtos e lá fui eu comprar o meu guarda-chuva. Entrei numa loja e a aparência nobre e as garantias convenceram-me a pagar à vista. Era um produto nacional, de uma empresa paulista, que vendia um dos melhores produtos do país! O vendedor excitado citou-me  nome, endereço, o CGC e o CPF da fábrica e do dono.
Saí de lá feliz e pronta para uma dança na chuva! A estréia foi boa: uma chuva média e senti que havia comprado uma armadura resistente. Mas não é que em menos de um mês, entre abrir e fechar, o meu lindo, autêntico e original guarda-chuva – crack- quebrou uma haste da armação.
Só dei pelo acontecido quando cheguei em casa a noitinha e fui abrí-lo na área para secar. Que decepção! Que dor no coração! Meu guarda-chuva que valia meia dúzia de sombrinhas da China!
_ Vou ao PROCON! Pensei chateada. Mas como não tinha passado nem um mês achei melhor voltar lá na loja e reclamar da qualidade dos guarda-chuvas e sombrinhas; vai ver que foi um acaso! Só que por curiosidade, tive a idéia de olhar o endereço da fábrica paulista na etiquetinha. Meu queixo caiu! Fiquei pasma, passada com o que estava escrito na tira branquinha:
_ Fabricado na China 100% poliamida. Importado por Ronche.... e Cia Ltda. CGC 64.018.../....-..
_ Putz! Sentei-me no sofá desolada. Caí em mais um negócio da China!



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DE SALTO ALTO

DE SALTO ALTO
Marina da Silva


É inegável que um salto alto, em geral, deixa a mulher elegante; principalmente um salto fino, agulha. Raramente uma mulher, em nome da beleza e elegância, não lança mão de um saltinho. Mas aqui em Beagá, a capital mineira, andar num salto alto muitas vezes é arte, manha, um alto risco que pode acabar numa tragédia ortopédica ou mesmo um TC – traumatismo craniano.
Ao turista pode parecer deselegante ver da janela do carro ou ônibus a profusão de chinelos, rasteirinhas, sapatos baixos, tênis e salto Anabela, hoje acompanhado pelo Plataforma, um salto tão grande e desajeitado como uma plataforma  petrolífera da Petrobrás. Mas não sabe ele o drama das mulheres que se atrevem a caminhar pela cidade, em qualquer uma de suas nove regionais, num salto alto! E isto porque o estado precário e calamitoso de nossas calçadas, aqui conhecidas como passeios, faz do uso do salto alto uma verdadeira aventura radical, uma guerra contra buracos e traumatismos dia após dia.
Parece e é visível que em Beagá as regras para se fazer calçadas não são cumpridas! Os passeios são deploráveis, cada um faz do seu o seu jeito e se tem a impressão que os mesmos são feitos com as sobras e restolhos da construção do imóvel. Então ocorre uma profusão de passeios inacabados, esburacados, desnivelados, feitos com mistura de vários entulhos da obra e ninguém, institucionalmente falando, fiscaliza a construção, os reparos e a manutenção dos passeios! Verdade seja dita, há boas calçadas aqui, ali, acolá e na parte central da cidade que vem passando por processos de revitalização lentíssimos, um verdadeiro caos e sempre próximo às eleições. Mas não é a regra e sim a exceção! Mas também vale relatar que a qualidade e durabilidade das obras em alguns pontos... deixa pra lá! Não é esta Coca-cola toda!
É difícil ser elegante de salto alto numa cidade serrana, mas nos passeios de Beozonte torna-se uma tarefa hercúlea, uma exposição constante a tombos, quedas, fraturas, contusões, ao ridículo e chacota de todos.
O salto alto para a elegância da mulher é tão fundamental, que muitas, paradoxalmente, se orgulham de rodar a baiana, desmanchar um barraco sem descer do salto! Fato um tanto difícil para as belo-horizontinas que andam dando quebras na coluna, seqüelas de uma pólio tardia ocasionada pelos passeios da cidade, o que faz a mulher daqui parecer deselegante, para não falar jeca.  E é por estas e muitas outras mazelas de nossas calçadas que não se devem julgar as mulheres pelo que se vê da janela.
Há que se andar para crer? Então coloque um salto e venha se arriscar nos passeios de Belô e assim entenderá porque, muitas vezes é comum ver pela cidade, homens e mulheres atolados, praguejando contra céus e infernos e de quebra poderá aprender o que é um trupicão, topada, catar mamonas, catar cavaco, cair em mata-burro e descobrir que o nosso why (uai) é o inexplicável por quê? de mineiro!

Foto: Avenida Brasil uma das mais belas avenidas de Belo Horizonte, foto tirada na área hospitalar. 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PODER FEMININO

PODER FEMININO
Marina da Silva
Female Power  é o título de um artigo publicado na revista britânica Economist (30-12-09) sobre o crescimento da força de trabalho feminina nos últimos 50 anos nos países capitalistas avançados e potências emergentes, especialmente nas últimas décadas do século XX. O fenômeno da feminização do mercado de trabalho deslancha uma revolução no mundo do trabalho e nas relações sociais como um todo e ocorre pari passu com a revolução tecnológica e globalização dos mercados que configuram a acumulação flexível, atual fase de acumulação de capitais. Em alguns países a PEA- População Economicamente Ativa já chegou a 50% ou superou a força de trabalho masculina (Estados Unidos e Inglaterra). As mulheres vêm quebrando os laços de dependência econômica masculina; destruindo o mito “isto é trabalho para homem”; assumindo o controle financeiro da casa, da sua educação e dos filhos, tomando posse do próprio corpo e sexualidade. Vivemos um momento de transição onde a mulher assume sua vida e constrói uma identidade social própria independente de autorização masculina, o que, infelizmente, não ocorre sem conflitos.
A entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho data do pós Segunda Grande Guerra, mas elas sempre trabalharam fato passível de verificação através da história da civilização.
Com o advento do capitalismo, lá estavam as mulheres sendo exploradas ao lado de crianças e homens. São as mulheres a maior força de reconstrução da Europa no pós-guerra, e as alemãs, neste momento, nos dão o mais belo exemplo da potencialidade feminina.
O fenômeno atual ou a invasão feminina no mercado de trabalho é um importante salto que vem desencadeando uma grande revolução no mundo. O poder feminino se espraia para todas as esferas da vida e cria “ondas” de atritos, choques, conflitos e confrontos com valores profundamente arraigados no universo, até poucas décadas, dominado exclusivamente pelos homens que detinham a renda e poder sobre o corpo, alma e a vida da mulher.
Esta revolução vem se delineando a meio século trazendo alterações profundas na construção da identidade social da nova mulher: polivalente, multifacetada, multifuncional, tornando complexa e conflituosa as relações, escolhas e interações na família e demais grupos sociais.
Onde está o poder feminino? E que revolução é esta onde às mulheres são destinados os trabalhos precários, os mais baixos salários e relações e condições de trabalho difíceis? Jornadas extensas, autoritarismo, locais insalubres e o mais dramático: exposição constante ao sexismo (guerra entre os sexos), assédio moral e/ou sexual, sub representatividade nos altos cargos e salários e na política. Mesmo nos países do Primeiro Mundo recebem menos que os homens na mesma função e com maior escolaridade: nos países da OCDE o salário da mulher é em média 18% menor que o do homem; no Japão e Itália a média ultrapassa os 20%. Dados da OIT (Org. Internacional do Trabalho) denunciam que no Brasil a renda das mulheres brancas, no mesmo nível de escolaridade, é 21% menor em relação aos homens; trabalhadores(as) negros têm renda 50% menor que os brancos (homens e mulheres); e a renda das trabalhadoras negras é 61% menor do que a renda dos homens brancos.
Se no Brasil e Japão é assim, imagine na China, Índia, Malásia, Coréia,Vietnã, etc?
A multimulher é poderosíssima! É uma conquista fenomenal dos capitalistas hodiernos que usam e abusam da força e polivalência das mulheres (trabalham em casa e fora dela), pagando-lhes baixos salários e as igualando aos homens usam-nas para o rebaixamento geral do trabalho  camuflando no discurso do poder feminino  uma apropriação e expropriação da força de trabalho de ambos, uma extração de mais-valia absoluta inimaginável sustentada numa “igualdade” fictícia, de papel! “Apenas 2% dos chefes listados pela Fortune 500 companies e 5 dos 12 no FTSE 100 stockmarket índex são mulheres”!  Para os altos salários e cargos as mulheres são sub representadas e tanto nos Estados Unidos como na Grã-Bretanha recebem 80% do salário do homem. O maior contingente feminino se concentra no Terceiro setor (comércio e serviços). O  Brasil tem 22.7% da PEA no trabalho domestico, são cerca  de 6.8 milhões de pessoas, mais de 90% mulheres, a maioria preta e parda, muitos menores de 16 anos, com baixo nível de escolaridade, 79.9% recebem entre 1 a 2 salários mínimos.
A cada dia cresce no Brasil e no mundo o Home-working -trabalho em casa, muitas vezes envolvendo toda a família (mala-direta, processadores de alimentos, bordadeiras, etc) e o Flexible Working - sem jornada, salário fixo ou piso da categoria, local de trabalho, benefícios  ou proteção social (trabalhadores da Avon e Natura, citando duas gigantes dos cosméticos). Cada vez mais trabalhadores, homens e mulheres, lutam pelo direito a um trabalho abrindo mão dos direitos trabalhistas, muitos premidos pela sobrevivência. A cada dia inventam-se e reinventam-se formas espúrias de expropriação dos trabalhadores mascarando relações de trabalho e burlando o Fisco e a Previdência na falácia do empreendedorismo individual, das falsas cooperativas,  voluntarismo ideológico/religioso, nos agregados à empresas como autônomos ou pessoa jurídica (laranjas), explorando estagiários (trainees). Uma revolução vem ocorrendo no mundo do trabalho, mas a quem ela favorece? Quais as conseqüências sociais, econômicas, culturais, sexuais, reprodutivas, da ocupação cada vez maior da força de trabalho feminina? Qual o tamanho das perdas, danos e ganhos? É o que precisamos discutir! Yes, we can!