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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O JEITINHO BRASILEIRO


Marina da Silva

Cada vez mais trabalhadores subempregados, desempregados, fora do mercado de trabalho formal vêm dando um jeitinho para driblar a miséria nos milhares de bicos da vida contemporânea, entre eles, o de catar, no lixo, materiais recicláveis como papelão e latinhas. O jeitinho antes traduzido só como a forma não ética de tirar proveito cede lugar para o modo de agir do trabalhador para fugir da pobreza e do desemprego.
Brasileiro é sacana, esculachado, tupiniquim! O jeitinho é eternizado na lei de Gerson: “Gosto de levar vantagem em tudo certo”? A banalização é tanta que muitos acham ser correto lucrar em tudo, desde furar fila do SUS ao desvio do dinheiro público!
 Esse modo antiético de agir, é uma longa construção histórica, muito ligada à forma como os administradores do país, desde o descobrimento, tratam o povo e a coisa pública. As disputas políticas em Brasília pela presidência da Câmara e do Senado, as inúmeras CPI´s, os mensalões, o PAC atual- programa acelerado de corrupção (nos ministérios do transporte, agricultura, esporte, trabalho, etc)  são mostras de como os donos do poder tratam como suas as coisas da nação. Mas esse modo de fazer as coisas, essa política do “é dando que se recebe” não é exclusiva do Brasil. Cada nação no mundo tem o seu jeitinho e o Brasil não lidera o ranking da corrupção.
                                                                  http://www.google.com.br/

Há ainda que se destacar que o jeitinho não é somente a lei de Gerson! Há o jeitinho  de levar vantagem em tudo que ultrapassa a vida política, invade a praça, o trabalho, a casa corroendo e tornando degradadas, as relações sociais humanas; mas há o jeitinho de resolver as coisas sem lançar mão de ações ilícitas, imorais, corruptas.
Quase 193 milhões de brasileiros, um imenso território cheio de riquezas, PIB de trilhões em dólares, 7ª economia mundial, possui as duas maiores empresas da América Latina: Petrobrás e Vale (do Rio Doce), crescimento econômico superior a 7.5% (2010), auto-suficiente em energia limpa, deitado em esplêndido berço pré-sal de petróleo e gás natural, etc também, este é o Brasil! Mas que Brasil é este? Quem, senão os brasileiros com o seu jeitinho vêm gerando toda essa maravilhosa prosperidade, fermentando com suor, sangue e vida este bolo?
www.google.com.br/images CADÊ AS RIQUEZAS QUE OS BRASILEIROS CONSTRUIRAM?

Auto-suficiência em produção de energia, alta tecnologia para prospecção de petróleo em alto mar, em construção de hidrelétricas, pioneiro em investimentos em energia limpa (álcool, biodiesel, energia solar, da água, dos ventos, dos raios e até do lixo).
 Uma potência econômica: esta é a cara do Brasil que já deu certo! Mas qual é a verdadeira cara do povo que vem, apesar das falácias e difamações, construindo esta poderosa nação?  Que gente é esta que transforma em ouro até o lixo?
Está na hora de mostrar que além do jeitinho malandro, os brasileiros têm competência e disposição, de, não somente driblar a miséria, a exploração do trabalho, mas de trabalhar e produzir riquezas.

Marcha contra os corruptos em Belo Horizonte, uma onda do movimento Occupy wall street

Yes nós temos: o jeitinho brasileiro de acreditar que o bolo das riquezas será dividido para todos, de rebolar para não morrer de fome, para não perder a esperança, fé, dignidade, cidadania; o jeitinho que não descansa e não desiste nunca; de trabalhar duro e de achar que Deus, apesar de tudo, é realmente brasileiro! Só nos falta dar um jeitinho nas bandalheiras, roubalheiras e mentalidade tacanha da maioria dos políticos do país, que insistem em manter uma miséria e pobreza (cabresto para o gado eleitoral) para elevamos a nação e o povo a uma vida de potência! 


sábado, 26 de novembro de 2011

A HUMANIDADE: O ETERNO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE HOMENS E MULHERES

A IDADE DA PEDRA


www.google.com.br/images Dos homens e mulheres das cavernas destrinchando nos dentes sua caça, passando pelo uso de talheres até a alimentação dos astronautas...a construção da humanidade e sociabilidade humanas ao longo do tempo.

Sérgio Antunes de Freitas

Muitas filosofias e religiões usam da comparação entre os homens e as pedras para transmitir seus ensinamentos.
Em comum, asseveram que todo homem nasce como uma pedra bruta, a ser lapidada durante a vida, pela observação, pelo estudo, pelo trabalho.
Pedra que rola não cria limo, diz o ditado popular, tentando mostrar, principalmente aos jovens, a importância da paciência, da perseverança, do valor de não agir por impulsos emocionais.
Mas, contrariamente, em outra interpretação, é pelas viagens, pela busca do conhecimento e das verdades, que as pedras, pela rolagem, pelo desgaste de suas superfícies, vão se tornando menos ásperas.
Em toda a história da humanidade, nas construções das diversas civilizações, são usadas pedras em variadas composições arquitetônicas e esculturais. Aos arquitetos cabe procurar suas faces mais semelhantes, mais complementares, para encaixá-las, formando muros e paredes.
Da mesma forma, os homens devem procurar as faces compatíveis de seus semelhantes, para que a proximidade seja efetiva. Assim, as pedras podem ser sobrepostas ou justapostas, com maior segurança. Quanto mais faces lisas, maior a receptividade para o encaixe, para o abraço. As faces onde há divergências, ressaltos, aparentes irregularidades, ficam em posição oposta, onde se encontrarão com outro par compatível.
Dessa forma, são feitos os palácios com a finalidade das artes, dos esportes, das ciências, dos cuidados à saúde dos semelhantes, da educação aos filhos de todos.
Individualmente, cada elemento apresenta claramente suas imperfeições, mas, coletivamente, com objetivos em comum, formam muralhas belas, que duram milênios. É a mais concreta ilustração do companheirismo, da fraternidade, da temperança, da aceitação dos aspectos idiossincráticos de nossos semelhantes.
Nos arcos, as pedras são trabalhadas previamente, assim como no processo de formação de profissionais, para que seus encaixes sejam justos e, perfeitamente, suportem não apenas o próprio peso, mas também o de paredes superiores, formando portas e janelas, necessárias para a passagem da luz, que se espalhará por todos os espaços da construção.
E, se forem pedras bem brunidas, poderão elas próprias refletir a luz que recebem, ajudando a que outros evitem os preconceitos e os erros.
A pedra isolada na natureza acaba sofrendo desgaste por estar mais sujeita às intempéries. Em grupo, não. Por isso, a solidão também é um estado que, embora sofrido, permite o aprimoramento do caráter, elevando, por exemplo, o sentimento de amor ao próximo, em razão de obrigatória meditação.
Muitos usam de subterfúgios, a fim esconder suas imperfeições, mediante o cultivo do consumismo, da vaidade, do individualismo, mas esse é apenas um cimento superficial e frágil que, em pouco tempo, se esfarela, levando o agente ao desapego de bens materiais ou mesmo à ruína, ao colapso de suas estruturas, ao arrependimento.
Interessante é ver quando uma pedra é jogada contra outra. Ambas se lascam, perdendo ângulos e arestas, às vezes, obtidos com muitos sacrifícios do labor. Pode-se comparar o fato às agressões entre os homens, com as conseqüências prejudiciais para os dois lados.
Nas fortalezas, ao longo do tempo, os movimentos imperceptíveis entre os blocos de pedras vão desgastando arestas mínimas, fazendo com que os encaixes se tornem mais precisos e as construções cada vez mais estáveis. É o efeito da amizade entre os homens.
Também com o tempo, o homem virtuoso vai aprimorando o seu caráter, buscando tornar-se um seixo rolado.
Podemos chamar a velhice de idade da pedra.
Mas polida!
E, de tão polida, indefinidamente polida, far-se-á o pressuposto da Gênesis: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.”


 

domingo, 20 de novembro de 2011

DIETA E "DEFEITOS" COLATERAIS...

                   DIETA É UMA MERDA!
 ZÉ PI
- Cê olha aquele pudim de leite condensado, estribadão, muito doido cara, com aquela ameixona preta tesuda, lambuzada de caramelo, ti olhando e ti lembrando a musica do lobão:
- me coma...me coma ...me coma.“Nem sempre se vê” a receita por perto, o cardiologista, endocrinologista, nutricionista, ponto de vista, e dá uma vontade doida de chutar o balde, como aconselham os meus amigos de esbórnia:
- Vão se “fuder o fígado...o tal do pâncreas, o chato do colesterol e o viado do garçon que traz cerveja quente”!
Viver à base de dieta é não viver, é fazer pouco caso das delícias que “Ele” nunca nos proibiu: sexo...é..e..é...e Rock’inRoll. Aliás, tá lá na Bíblia que Noé entortou os talos, chapou os melões, depois de construir a arca, a mando do nosso Chefão. E mais, depois de destruir Sodoma e Gomorra, o anjo recomendou a uma filha de Ló, embebedá-lo e deitar com o próprio pai para não se perder a genealogia a vir, visto que a mãe virou estátua de sal, né?
Não nos esqueçamos que nas bodas de Canaã, faltou goró e o Filho do homem transformou água em vinho da melhor qualidade.
Ia me esquecendo que não bastasse dietas ainda tem a viadinha da tal de próstata que para proteger os espermatozóides, ti ameaça de câncer, preventivamente detectado pelo urologista sádico que lhe enfia um dedão no raio, digo no centro do “toba” e te olha com aquela cara de sucesso e diz:

-Tudo normal, volte ano que vem na mesma data com o exame do PSA.
Olha gente, eu estou de dieta restritiva de açúcar, álcool, de latas e garrafas, gorduras saturadas, torresmo, pescoço de frango frito, e das putas das batatinhas do Juca Chaves e dormir quatro horas depois do almoço, nem pensar. Faltou me proibir de nhãnhar!
                                                           www.google.com.br/images

        - Se seguir a dieta aí sim, vou morrer muito puto e muito infeliz.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

BRAZIL: RUMOREJANDO

RUMOREJANDO
                                                                  JUCA ZOKNER

PEQUENAS CONSTATAÇÕES, NA FALTA DE MAIORES.

Constatação I
Deu na mídia: “O ritmo de desmatamento na Amazônia Legal teve uma redução de quarenta e três por cento em setembro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, informou o Ministério do Meio Ambiente”. Dúvida crucial: Por que se sabem medir o quantum da desmatação quem mede já não poderia estar acompanhado por fiscais e policiais? Quem souber a resposta, por favor, comentários no blog. Obrigado.

Constatação II
Também deu na mídia: “Os movimentos “We Are the 99%”, usado pelos manifestantes do movimento Ocupar Wall Street, se rebelam contra os abusos cometidos pelo mercado financeiro americano e, portanto, mundial”. Eles se iniciaram quando a crise se tornou insuportável. Outra dúvida crucial: Por que será que nunca se taxou com um percentual, pequeno que fosse, o execrável sistema financeiro global, conforme sugeriu um Prêmio Nobel de Economia, que daria condições para o mundo não passar fome? De desconcentrar um pouco a renda nem falar. Quem souber a resposta, por favor, informações no blog. Mais uma vez, obrigado.

Constatação IV
Rico é atilado, arguto, perspicaz; pobre, nem tem um pingo de bom senso.

Constatação VI
E já que falamos no assunto: Rico é rechonchudo; pobre é pançudo.

Constatação VII
E como apregoava didaticamente o obcecado: “A mão boba indubitavelmente não tem nada de boba. Muito antes pelo contrário...”

Constatação VIII
E como dizia, se lamentando, o septuagenário: “Com esse declínio da minha saúde, não é improvável que eu morra por falência múltipla dos órgãos. Aliás, um deles já morreu faz tempo”.

Constatação X
Deu na mídia: “Felipão, depois da derrota para o Coritiba, afirmou que falta padrão de jogo para o Palmeiras. Data vênia, como diriam nossos juristas, mas Rumorejando acha que o técnico, campeão do mundo, ao estar fazendo tal assertiva, tal revelação, tal deveria ser feita para um psicanalista, pois ele esqueceu que quem deve dar um padrão de jogo ao seu time é ele mesmo...

Constatação XIII
UFC Combate na televisão Globo. Depois dizem que a televisão não é cultura. Vige!


Constatação XVII
Deu na mídia, mais precisamente no site do Estadão do dia 26 próximo passado: “O Bradesco anunciou na manhã de hoje lucro líquido contábil de R$ 2,815 bilhões no terceiro trimestre de 2011, aumento de 11,4% na comparação com o mesmo período de 2010 e de 1,1% ante o segundo trimestre. No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o ganho foi de R$ 8,302 bilhões, crescimento de 18%”. E, ontem, dia 8, o Estadão divulgou que no Itaú Unibanco “seu lucro líquido no terceiro trimestre de 2011 foi de R$ 3,59 bilhões, resultado 30,6% maior que os R$ 2,748 bilhões no mesmo período de 2010. Os dados seguem o padrão internacional de contabilidade, o IFRS. O lucro atribuível aos acionistas controladores do banco é de R$ 3,391 bilhões, 32% acima dos R$ 2,568 bilhões do terceiro trimestre de 2010”. Data vênia, como diriam nossos juristas, mas Rumorejando nunca entendeu porque os bancos pagam tão pouco aos aplicadores e cobram “tão muito” pelos empréstimos e outras prestações de serviços. E pior, porque pagam tão pouco de imposto de renda, conforme o blog publicou na semana anterior a esta, que vale a pena transcrever novamente para que não paire dúvidas a filhadapu...ce quanto e porque os ricos ficam cada vez mais ricos e pobres mais pobres. Vamos a ela, pois: “Constatação XIII” “Deu na mídia, mais precisamente no jornal O Estado de São Paulo: “As distorções tributárias do País prejudicam a classe média, que contribui com mais impostos do que os bancos. Análise feita pelo Sindicato Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), e confirmada por especialistas, indica que os trabalhadores pagaram o equivalente a 9,9% da arrecadação federal somente com o recolhimento de Imposto de Renda ao longo de um ano. As entidades financeiras arcaram com menos da metade disso (4,1%), com o pagamento de quatro tributos”. Dúvida crucial: Será que algum dia a mídia não vai deixar de acrescentar à sua – dela – informação: Viva “nóis”.


Constatação XXIV
Deu na mídia, mais precisamente no Estadão: “(...) Na maioria, conforme o estudo "Perfil dos Principais Atores Envolvidos no Trabalho Escravo Rural no Brasil", ambos são negros ou pardos, nasceram no Nordeste e possuem baixa escolaridade. Características bem diferentes dos empregadores, compostos em sua maioria por brancos, originários do Sudeste e com ensino superior completo”. Rumorejando que numa certa época da infância, torcia pelos brancos contra os índios nos filmes de bangue-bangue, no ginásio admirava as Entradas e Bandeiras, no Brasil, e mais tarde esteve na ‘civilizada’ Europa onde se deu conta o que os países europeus atingiram um elevado estágio econômico-social em função da espoliação que fizeram na África e na Ásia não se admira com a notícia. Inclusive Portugal e Espanha na América. Da América do Norte, nem falar. Cambada de filhos daquilo...

sábado, 12 de novembro de 2011

BRAZIL: "HÁ UM SILÊNCIO ENSURDECEDOR NO AR"...



Leviatã Incorporation S.A & Cia Ltda.
"O problema que enfrentamos é como organizar as histórias de nossas vidas agora, num capitalismo que nos deixa à deriva". Richard Sennett em "A corrosão do caratér".2004
www.goolge.com.be/images Capa original do livro Leviathan. Hobbes escreveu que o caos ou a guerra civil - situações identificadas como um estado de natureza e pelo famoso lema Bellum omnium contra omnes (guerra de todos contra todos) - só poderia ser evitado por um governo central forte.

Marina da Silva


Assim como a política -arte de administrar- o Estado é também uma invenção humana que tem data e hora de nascimento e seu objetivo é, em nome dos cidadãos, governar o corpo social/político garantindo o bom funcionamento da sociedade fazendo valer direitos e obrigações de todos e de cada um! É um “mal necessário”, dizia Hobbes que seguindo a linha de Maquiavel acreditava que o ser humano é mau de nascença, “o homem é o lobo do homem” e só o Estado, o grande Leviatã, pode proteger o homem de si e dos outros através de boas leis, do controle e aplicação da justiça e violência!
E através deste “Contrato Social” os cidadãos abrem mão de suas forças e potências sociais e as coloca como força e potência política nas garras de Leviatã, o Estado. Então o Estado é a forma política de se administrar e o sufrágio (eleições) é o modus operandi a sociedade civil (em países democráticos ou nem tanto) escolher os representantes que a governarão. O povo empresta suas forças e põem-nas nas mãos de políticos para que eles administrem da melhor forma  possível (leia-se racional/científica, com grau de corrupção tolerável)e Para Todos! Estado Capitalista Liberal, Estado Providência ou Welfare State, Estado Socialista; Estado Comunista, etc., é um estado ou mal necessário nos tempos modernos! Para os capitalistas liberais um temível MAL que deveria ter seus tentáculos extirpados ou restringidos a um Estado Mínimo que não atravancasse a ordem econômica laissez faire-laisse passer com suas excessivas regulamentações e freios! Para o Estado Social Democrata o bom estado é aquele “nem tão ao céu nem tanto a terra”, mas que promova um certo Bem-Estar Social! Já para o Estado Socialista/Comunista quando mais Estado melhor, pois esse estado é o Único Partido! E tudo iria bem se a lógica capitalista não fosse um processo de expansão contínua e em escala cada vez mais gigantesca sobre fronteiras, bandeiras, moedas, povos, culturas, credos, enfim, sobre deus e o diabo! E é exatamente o atual ciclo de expansão capitalista, a acumulação flexível, que se iniciou com a “terceira revolução tecnológica” que alterou irreversivelmente a noção/percepção de tempo/espaço, as formas de produção, o gerenciamento, as relações sociais de trabalho que vai dar um “tapa” naquilo que entendíamos ser a função do Estado Moderno! Quem diária que o diabo, ops, Estado, de Mal Necessário à sociedade e ao liberalismo econômico viesse a se tornar virtude, o maior Bem privado da atual fase de acumulação capitalista, não apenas flexibilizando, mas corrompendo, corroendo e destruindo o Contrato com a sociedade civil apropriando e expropriando todos e tudo na maior empresa capitalista da história: a globalização!
Mosaico com fotos de BH-marcha contra a corrupção e  do movimento Occupy wall Street pelo mundo todo  www.google.com.br/images

Certo é que o Estado sempre se metamorfoseou em Empresa, em vários momentos da História capitalista como grande sócio ou mesmo único ator, empreendedor e indutor do crescimento: na Europa e Japão nos pós-Segunda Guerra Mundial; na China com a Revolução Popular Comunista; no sudeste asiático alimentando “Os Tigres”; no Brasil com Vargas, JK passando pelos militares, Sarney, Collor, até chegar ao Estado Necessário, Via Rosa ou Socialismo Possível de FHC/LULA/DILMA! Com a reviravolta neoliberal (final dos anos 70) o Estado ficou fora de ordem e tudo que era solidamente público e lucrativo foi privatizado, virou pó! Transformar o Estado literalmente em Empresa foi e vem sendo o “pulo do gato” do capitalismo liberalmente flexível e globalizado! De Leviatã, um Mal para combater/conter a competição/destruição desenfreada entre homens e lobos capitalistas pela dominação e concentração das riquezas socialmente produzidas o Estado não apenas virou Empresa Monopolista Privada como rompeu o “Contrato” com a sociedade e vem se colocando como opositor/antagonista da mesma! Leviatã Incorporation, este foi o pior pesadelo que a eleição de Barack Obama provocou nos capitalistas estadunidenses! Mas até chegar a Obama o neoliberalismo foi tomando forma no Primeiro Mundo com a desintegração da União Soviética, derrocada do leste europeu, unificação da Alemanha em 1989! Estado Mínimo, Terceira via, Estado Necessário, Via Rosa, Socialismo Possível! Paulatinamente, países europeus ícones do Estado do Bem-Estar Social (Welfare State) foram tombando um a um à inflexível voga neoliberal! O Brazil entrou no eixo nos anos noventa sob a batuta do FMI/Banco Mundial abrindo-se ao mundo e tornando-se desde então uma empresa privada, fazendo uso de estratégias torpes de Estatização da pobreza  e transferência/concentração de riquezas através de OP’s- obras públicas (gigantesco escoadouro do Erário); PPP’s- Parceria Público Privada e repasses do dinheiro público a ONG’s e OG’s de fachada!  Tudo balizado e fundamentado em discurso da ciência administrativa; adoção de suas práticas e palavras de ordem tendo como CAIXA o BNDEs- Banco Nacional de Desenvolvimento social e bancos estaduais de desenvolvimento. Planejamento estratégico, práticas sustentáveis, desenvolvimento sustentável, governança (toma-lá-dá-cá entre políticos), responsabilidade fiscal, “fazer mais com menos”, choques de ordem e choques de gestão! Os burocratas travestem-se ou contratam tecnocratas e utilizam de todas as vias para desviar(?) o dinheiro público para indivíduos e/ou grupos empresariais submetendo a sociedade às instabilidades econômicas da reestruturação produtiva, relocalização industrial, jogatinas financeiras, sem falar no “socorro” nas crises financeiras,  “marolinhas" que permitem o repasse de grandes riquezas! Hoje o Capitalismo Comunista chinês (voluntarismo/tirania ideológica sobre a mão-de-obra) é a ordem econômica e a Democracia e estatização da pobreza/ miséria do Brasil (alta concentração de riquezas, estrangulamento da classe média, salário sempre Mínimo à sobrevivência, distribuição de bolsa-esmola, louvor a “nova classe média Brazil –CDE...Z) ditam a moda! Onde tudo isso vai parar? A corrupção e corrosão  do Estado transpuseram os limites do suportável; a legitimidade dos representantes eleitos está em xeque e uma TEIA se espraia na web pelas redes sociais!
"Mas sei que um regime que não oferece aos seres humanos motivos para ligarem uns aos outros não pode preservar sua legitimidade por muito tempo". Richard Sennett

“Aonde nos levarão as vozes roucas das ruas”? É o que os analistas, cientistas, políticos, economistas sequer suspeitam e necessitam urgentemente saber!

"O fracasso não é mais perspectiva normal apenas dos muito pobres ou desprivilegiados; tornou-se mais conhecido como um fato regular nas vidas da classe média. A dimensão decrescente da elite torna mais fugidia a realização. O mercado em que o vencedor leva tudo é uma estrutura competitiva que predispõe ao fracasso grandes números de pessoas educadas." Richard Sennett

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

TELES...PROBLEMA!

FONOAUDIOLOGIA TELEFÔNICA
Sérgio Antunes de Freitas


                             
                                                             www.google.com.br/images

Meu colega de trabalho pegou o gancho do telefone, teclou algum número e ficou quieto. De repente, falou: - Fatura.
Passou um instante e ele repetiu pausamente: - Fa-tu-ra.
Desligou.
Teclou novamente e, pouco depois, repetiu: - Fa-tuuuu-ra.
Passou um instante e, mais uma vez, repetiu mais rápido: - Fa-túra.
Intrigado, perguntei sobre o despropósito: - E aí, Chicão, qual a marca da cachaça que você anda bebendo?
Ele me explicou que a fatura do seu telefone chegou com o valor dobrado e ele queria reclamar, a fim de receber o justo ressarcimento: - Agora, não é mais aquela história de “... Se você quiser nossos produtos, tecle 1. Se você quiser tratar de problemas em sua conta, tecle 2.”
Continuei lembrando o que a voz dizia: “Vamos estar passando para a nossa Central de Atendimento.”
E vem a música: Tlim - Tlim – Tlim... Tlim – Tlim... E a gente desiste, depois de alguns muitos minutos.
- Agora – ele continuou, é por reconhecimento de voz. A voz de lá pede para a gente falar a palavra relativa ao serviço.
Pedi para testar e ouvi: “Obrigado por ligar para nós. Fale a palavra sobre o que deseja tratar: problema técnico, fatura, compras ou outro assunto.”
Aí eu disse: - Fatura. E a voz respondeu: “Não entendi o que você disse. Por favor, repita.”
Repeti: - FA-TU-RA.
E a voz tornou. “Não foi possível reconhecer a palavra. Vamos estar passando para a nossa Central de Atendimento.” Tlim - Tlim – Tlim... Tlim – Tlim...

Começamos a imaginar quais as dificuldades para um fanhoso ser atendido.
“Obrigado por ligar para nós. Fale a palavra sobre o que deseja tratar: problema técnico, fatura, compras ou outro assunto.” E o fanhoso: - Fafura.
“Não entendi o que você disse. Por favor, repita.” E o fanhoso repete: FA-FU-RA!
Lá pela quinta vez, o cara já está irritado e buscando alternativas:
- Fa-fu-ra, Pô!
“Não entendi o que você disse. Por favor, repita.”
- Ô-bre-ma-téqui-co.
Liga de novo e, quando a voz solicita a palavra, ele desaba:
- Eu-ô-dá-ô-rra-da.
                                                
                                                               www.google.com.br/images
Também pode haver problemas com algum gago.
“Obrigado por ligar para nós. Fale a palavra sobre o que deseja tratar: problema técnico, fatura, compras ou outro assunto.” E o gago: - Fá-fá-tá....
“Não entendi o que você disse. Por favor, repita.” E o gago se desespera: - Fá-fá-es-pe-pé-ra...!
Dentro de mais alguns dias, provavelmente, a empresa colocará uma pergunta anterior, considerando os deficientes sonoros.
“Se você é normal, diga eu sou normal.”
“Se você é fanhoso, diga fa-ro-fa.”
“Se você é ga-go, diga pin-da-mo-nhan-ga-ba, de forma bem pausada. Não fique nervoso!”
“Se você é mudo, não diga nada.”

                                      
                                               www.google.com.br/images O inferno de Dante existe e não é nenhuma comédia!

Enquanto especulávamos sobre as modernidades, meu colega conseguiu falar de forma normal: fatura.
E ouviu, com música suave ao fundo: “Palavra entendida. Vamos estar passando para o Departamento Financeiro.” Tlim - Tlim – Tlim... Tlim – Tlim...
Em outro dia, comentou com um outro colega: - Pôxa! Faz três dias que tento falar com a empresa e não consigo.                                             




                                           
 "Como irritar um operador de telemarketing" cantado por Amadeu Bocatios.http://sons.festim.net/




E o outro: - Vai direto ao Procon, que eles ligam para a empresa e o problema é resolvido na hora. É telefone só conhecido por eles, exclusivo para isso.
- Mas a fila é enorme - questionou a vítima.
- Sim - definiu o aconselhador, mas lá você só perde um dia.

sábado, 5 de novembro de 2011

O CÂNCER, O SUS E O LULA...

HÉLIO SCHWARTSMAN
Patologias de grupo


SÃO PAULO - Quem quiser vislumbrar a face feia da natureza humana deverá dar uma espiadela nos comentários de leitores a reportagens, blogs e colunas que tratam da saúde de Lula. Há um número não desprezível de pessoas querendo despachar o ex-presidente para a fila do SUS e alguns chegam mesmo a regozijar-se com sua doença.
O fenômeno, com claros contornos políticos, parece estar relacionado à internet e à massificação das redes sociais. Trata-se de uma hipótese especulativa, mas chama a atenção o fato de as manifestações mais deprimentes de intolerância ilustrarem com perfeição o que psicólogos sociais chamam de patologias do pensamento de grupo.
A primeira é a polarização. Junte um punhado de gente com opiniões semelhantes, deixe-os conversando por um tempo e o grupo sairá com convicções mais parecidas e mais radicais. Provavelmente é assim que nascem organizações terroristas.
A conformidade é outro elemento importante. Grupos tendem a suprimir o dissenso. Mais do que isso, procuram censurar dúvidas que um dos membros possa nutrir e ignorar evidências que contrariem o consenso que se forma. É esse o segredo do sucesso das religiões.
Há, por fim, a animosidade. Ponha um corintiano e um palmeirense numa sala e mande-os discutir futebol.
Eles discordarão, mas provavelmente se tratarão com civilidade. Entretanto, se você colocar cem de cada lado, quase certamente produzirá xingamentos e até pontapés.
O que a internet e as redes sociais fazem é criar gigantescos espaços virtuais onde o pensamento de grupo pode prosperar, com o que ele tem de positivo e de negativo. A linha que separa a sabedoria das multidões de delírios coletivos é tênue.
O que os experimentos em psicologia sugerem é que a melhor defesa contra o radicalismo é semear dúvidas, de preferência levantadas por um membro do próprio grupo.

helio@uol.com.br