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sábado, 26 de fevereiro de 2011

SUA CIDADE PRESTA CONTAS???

BH: prestando atenção nas contas
Todos os moradores de BH e região são informados das ações administrativas no Jornalzinho, Murais nos ônibus, campanhas nas TV's e rádios. Prestando atenção nos gastos com propagandas...


Marina da Silva

2011 chegou para os munícipes de Beagá com a mesma cara dos últimos oito anos: aumento de tarifas, do IPTU, IPVA, transporte coletivo e otras cositas e, lógico, um mês antes da liberação do 13º salário para abocanhar os rendimentos dos cidadãos! A surpresa do ano veio, para alguns seletos moradores, na forma de jornal de “Prestação de contas – Informativo da Prefeitura de Belo Horizonte”, olha “o que você ajudou a fazer” na jogada abafa aumentos e de quebra propagandista eleitoreira: prévias para eleição 2012! Em 64 páginas de papel ecologicamente reciclado no lombo de milhares de catadores de Belo Horizonte, os administradores informam que em dois anos foram realizadas na capital de um dos estados mais ricos do Brasil, Minas Gerais, com o dinheiro do IPTU fenomenais...200 obras! “Em 2009 e 2010, foram arrecadados, com o IPTU, R$965.5 milhões” no mesmo período “o investimento com recursos próprios em novas obras e na ampliação de programas sociais foi de aproximadamente R$859 milhões”, uns 90% do IPTU pago. Beagá tem outras fontes de arrecadação como o ICMS, ISS, ISQN, TL, ITBI, IRRF, dívida ativa, outras taxas, etc e tal também incluso no também verbas Estadual e Federal! BH é a “cidade que investe 100% do IPTU em obras e programas sociais”, quase um bilhão de reais e eis o balanço:
                                Agentes ambientais:  direito a trabalho sem nenhum direito


Educação. A PBH “investiu 58 milhões em novas escolas de educação infantil criando mais de 6 mil vagas”. A metrópole tem 170 escolas de ensino fundamental, 174.000 alunos, conta “com a colaboração(?)” de 10.400 professores, 1.860 educadores e distribuiu 428 kits escolares; a título de esclarecimento, coisa que até as “bestas fardadas” da época da ditadura faziam. Foram criadas 19 UMEI’s – Unidades Municipal de Educação Infantil; 78 novas escolas integradas de ensino fundamental que tem “apoio e contribuição de entidades de ensino superior, empresas, organizações sociais, grupos comunitários e pessoas físicas”. Realmente em BH a sociedade civil é muito solidária e não é apenas no câncer! O belo horizontino é www.amigodaescola.com.bh. A PBH investiu, as escolas são elogiadas por todos os cidadãos, a UMEI Timbiras resgatou um patrimônio...de história, mas ainda não é suficiente para completar um “déficit histórico” atualmente de mais de 9.000 vagas. Para 2011 são prometidas 8 novas unidades que diminuirão um pouco essa defasagem que tem solução MGTV e ainda não foi tomada pela PBH: convênio com creches particulares até a construção das novas. A qualidade da educação melhorou(?): o boletim voltou, a nota do IDEB para o 9º ano pulou de 3.4 para 3.8; no PROALFA (teste estadual de escrita e leitura) a média passou de 46% para 52% em 2010. Tradução simultânea: 75% dos alunos estão nos níveis “Recomendável e Intermediário” e “já conseguem ler frases e pequenos textos” tal e qual Tiririca, o palhaço, ops, deputado mais votado do Brasil!

SAÚDE. A saúde financeira de Belô, informa o jornal, é show de bola! “As finanças da capital mineira estão saneadas, o percentual de endividamento é baixo e os gastos respeitam os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”. BH possui 147 centros de saúde, 32 deles reformados ou ampliados ou em reforma; 8 UPA’s (unidade de pronto atendimento); 6 UR’s (unidade de referência); 5.557 leitos/SUS. O SAMU/BH tem 27 ambulâncias, 52 enfermeiros e 102 médicos para uma população (só BH) de 2.375.444 milhões de habitantes. O sistema de saúde de Belo Horizonte ainda atende muitos dos 853 municípios mineiros e cidades de outros estados. Um novo hospital metropolitano está sendo construído no Barreiro com 320 novos leitos ao precinho de 150 milhões de reais (baratinho se comparado com os cerca de 250 milhões gastos só na 2ª etapa de duplicação da avenida Antônio Carlos que começou em 2004 e... foi entregue a população inacabada em março 2010, literalmente caindo aos pedaços! Quem paga a conta do novo hospital? PBH - 20 milhões; Estado - 40 milhões e o restante um parceiro que “poderá explorar serviços de apoio, manutenção e gestão do hospital cujo serviços assistenciais de saúde serão exclusividade SUS”. É a famosa PPP- parceria público privada. Advinha onde o parceiro privado vai pegar dinheiro emprestado? Acerta quem chutar BDMG/BNDS/Caixa Econômica, uma ajuda federal! Tem ainda o programa “Posso ajudar”e 15 novas academias da saúde. Ninguém fala da dengue? A dengue informa: mosquito 1000 X PBH 0!
INFRAESTRUTURA: As obras são o Boulevard Arrudas (escondendo um esgoto a céu aberto) e duplicação da Antônio Carlos (parceria com estado e governo federal), o Aquário do Rio São Francisco, o programa Vila Viva (dinheiro do PAC infraestrutura) e já foram ocupados pelo PCP- primeiro comando dos predinhos. As obras do Orçamento Participativo - OP, nada tem de grande porte a não ser o descaramento de colocar em quadro a situação das obras: das 253 obras listadas no quadro “Em 2009 e 2010 foram concluídas 49 obras do orçamento participativo. Nessas obras, foram investidos R$95.2 milhões. Outras 47 estão em andamento e mais 47 receberão ordem de serviço ainda no primeiro semestre de 20011”.
O transporte coletivo de Beagá é caro, deficiente, desrespeitoso, realizado por empresas consorciadas; além do tempo espera excessivo em pontos lamentáveis; o cidadão é transportado em ônibus, na maioria, velhos, sujos, recauchutados, ainda não substituídos por novos conforme o combinado, mas...receberam uma tinta, lucram com propagandas inclusive oficial: prestação de contas da PBH e mural da Cidade Administrativa Tancredo Neves! Transporte gratuito para idoso é Lei e passar pela roleta já veio tarde para Beagá! Alguns busões são tão barulhentos (estou sendo boazinha) que é impossível escutar os próprios pensamentos! PAC- Copa: Teremos BRT- busão transitando rápido e já está em fase de prova; rodoviária no São Gabriel - nenhuma empresa compareceu a licitação nem comparecerá - se a PBH, além de outras benesses, não liberar 70 anos de exploração; rede de hotelaria nascente matando a história do mercado do Cruzeiro; construção de mais viadutos que ligam nada a lugar nenhum e servem de despejo de favelados, etc. BH resolve, “mais de 600 serviços no mesmo lugar” e a situação da sujeira, pichação, ruas e calçadas esburacadas deve ser resolvida em outro...


O jornalzinho gasta mais páginas informando sobre poda de árvores (não se sabia da situação delas na cidade até uma cidadã levar uma árvore na cabeça e falecer dentro do Parque Municipal), 680 novos abrigos de ônibus, programas sociais e culturais, disque 156, PBH virtual, BH nota 10, rebaixamento do leito do Arrudas na Av. Tereza Cristina; novo restaurante popular do Barreiro, a Guarda Municipal e as 43 câmeras BBB que não inibem as ações de vandalismo, por exemplo, pichações. Para finalizar: um relatório sucinto das receitas/despesas do biênio. Em 2009 foram 4.825,90 bilhões de receita e um gasto 4.989,66; 2010 receita de 5.141.94 bilhões e despesa 5.295.50. O que se pode concluir? Que dá para fazer mais e melhor? Dá para fazer mais com menos? Dá para fazer para todos? Para mais cidadãos? Dá para fazer mais que 200 obras com cerca dos 10 bilhões arrecadados no período informado! A propaganda é a alma do negócio? Parafraseando Shakeaspere: é “Muito barulho por nada” ou quase...!

Notícias: violência contra mulheres.
 O ministro Marco Aurélio, do STF, suspendeu, em caráter liminar, ato do CNJ que afastou por dois anos da magistratura o juiz Edilson Rodrigues. O caso é polêmico. E o ex-presidente do STF é conhecido por sua independência e saber jurídico.A decisão do Conselho baseou-se em declarações discriminatórias feitas pelo juiz em um processo que tratava de violência contra a mulher. Rodrigues havia declarado a inconstitucionalidade da lei Maria da Penha (11.340/06) afirmando que “o mundo é masculino e assim deve permanecer”. 25-02-11

Dengue.

“Em menos de uma semana aumentou mais de 20% o número de casos confirmados de dengue pelos laboratórios distritais da Prefeitura de Belo Horizonte. Ao todo, são 713 notificações em BH”  jornal EM.Fev/2009
“Belo Horizonte registrou 3.715 casos confirmados de dengue do começo de janeiro até esta semana. São 1407 casos a mais que o balanço divulgado na semana anterior pela Secretaria de Estado da Saúde. Outros 1.342 casos foram descartados e 4.325 aguardam o resultado de exames. Também foram confirmados mais seis casos de dengue com complicações A região de Venda Nova continua sendo a que apresenta maior número de casos – com 1241 confirmações –, seguida pelas regiões Norte – com 606 casos confirmados – e Noroeste – com 366 casos confirmados”. EM.Mar/2010
Militares visitam imóvel na Região da Pampulha, uma das regiões com maior número de focos da doença. O combate à dengue em Belo Horizonte ganhou, literalmente, ares de guerra. Até a última semana, o órgão havia contabilizado 947 casos suspeitos e 71 confirmações da doença na capital.” EM- 14/02/2011
Segurança.  Uma imagem vale mais que mil palavras...


sábado, 19 de fevereiro de 2011

A FALÁCIA DO MÍNIMO

Marina da Silva

Fonte: WWW.google.com.br/images

Se buscarmos o significado da palavra falácia num bom dicionário, iremos descobri-la à época do sábio Aristóteles significando um raciocínio falso que simula veracidade, um sofisma. Na linguagem comum, falácia é o mesmo que engodo, embromação, mentira, enganação, falsidade e cai como luva quando se desvenda a estória ou a falácia do salário mínimo no Brasil. No nosso país a falácia é condição necessária, imprescindível para atuar na política, salvo, frise-se bem, raríssimas exceções.
A falácia do salário mínimo começa com a mentira de que foi instituído por graça e obra de Getúlio Vargas, o pai dos pobres. Todas as lutas dos trabalhadores, os conflitos, as greves e mortes que antecederam à sua instituição, em 1º de maio de 1940, são esquecidas(?) ou relegadas a um segundo plano.
O salário mínimo, historicamente falando, foi instituído, em 1º de maio de 1940, entrou em vigor em julho do mesmo ano e correspondia a 240 mil réis. Nessa época cerca de um milhão de trabalhadores ganhavam menos que esse valor.
Se acompanharmos a evolução do salário mínimo e do crescimento econômico do Brasil no século XX percebe-se claramente “uma taxa intencional – insistimos no intencional – medíocre para o salário mínimo, fato que se reproduz, com outras magnitudes, para todos os rendimentos do trabalho”. (Seminário Salário e desenvolvimento, Campinas: 28/29-04-05).
Da metade do século XX até os dias atuais, o país industrializou-se, cresceu, transformou-se numa das dez potências econômicas do planeta! Nos anos 70 tivemos até um “milagre econômico” e tudo graças à exploração, expropriação e miséria dos trabalhadores, do povo brasileiro.
O caminho da riqueza aqui produzida sempre esteve voltado para a concentração nas mãos de uns poucos em detrimento da nação inteira. Sempre fomos enganados com a falácia de deixar o bolo crescer para depois reparti-lo acreditando ser impossível crescimento econômico e desenvolvimento social simultâneos. A teoria balizava e justificava a prática exploratória absurda e desumana.
Com os dados abaixo, corrigidos para março de 2005, fonte do seminário acima citado, cujo objetivo era nortear as políticas públicas de recomposição da renda do salário mínimo, fica límpido e claro o grau da exploração no Brasil.
Em 1943 o salário mínimo correspondia a R$901,78; em 1942 sofreu dois reajustes e só voltou a aumentar devido a greves entre 1951-1959 chegando a R$1.106,05, fase da industrialização brasileira.
De 1959 a 1964 manteve-se relativamente estável. Nos vinte anos da ditadura militar – 1964 a 1984, os trabalhadores além de amordaçados e violentamente reprimidos viveram estressados com o arrocho salarial. O poder de compra do salário mínimo despencou atingindo 56% do valor aquisitivo do salário criado em 1943.
No período entre 1983-1991 a falácia do dragão da hiperinflação, da “década perdida”, do crescimento pífio do PIB, o salário era atacado a gatilho e a especulação financeira estava over justificando maior exploração e concentração de renda. O mínimo chegou a valer cerca de 43% do salário de 1940 e dá-lhe planos! O cruzeiro virou cruzado, cruzados novos e cruzeiro novamente. Em 01-11-1985 o mínimo valia 600.000 cruzeiros e na mudança da moeda caiu para 804,00 cruzados/ 01-03-1986.
O país da “década perdida” empobreceu a população fazendo emergir uma nova classe endinheirada, os podres de ricos emergentes.
No governo Collor/Itamar a coisa ficou pior; o salário mínimo chegou a valer 25% do valor de julho de 1940 e tome mais planos e mudança da moeda. Para justificar a exploração do trabalho, Collor elegeu o funcionalismo público como bode expiatório. Os altos salários pagos pelo governo aos marajás justificavam a minimização contínua do salário mínimo e de qualquer renda vinda do trabalho.
Na fase FHC, 1994-2002 criou-se a URV. O salário mínimo valia em 01-02-1994 42.829 cruzeiros, caiu para 64,79 URV. Outro plano, Real, e o mínimo ficou capengando desde então, sufocado pela política dos juros altos, do custo Brasil, do risco Brasil, da idéia maluca de que não se deveria pagar mais de 100 dólares de salário, mesmo quando se perdeu o controle do câmbio, e do discurso sócio e lógico de “não negociamos perdas passadas”. O país ficou imerso na falácia do déficit da previdência, da dívida pública, da máquina burocrática inchada, do estatismo, da lentidão das reformas urgentemente necessárias, principalmente sobre a legislação trabalhista.
Lula chega a presidência com o povo esperando o máximo, especialmente os trabalhadores e o mínimo foi só 240 reais. Um ano depois, em 2004 o salário subiu mais e pouquíssimo chegando a valer 32% do salário de 1940.
2005: depois de muito qüiproquó e bate boca, o mínimo passa para 300 reais, ou seja, 1/3 do salário do paizão Getúlio Vargas.
 Em 2006 chegamos milagrosamente a 350 reais e em 2007 a 380 reais. E tome falácia sobre o envelhecimento da população, da dívida pública, do rombo da previdência, do crescimento pífio e o problema da reciclagem, do aquecimento global, a baixa audiência dos BBB’s, pois desde a publicação dos novos números fantásticos do IBGE sobre crescimento econômico, crescimento populacional e renda per capta do Brasil nos últimos dez anos, está faltando desculpas convincentes e imaginação para justificar o absurdo do mínino que é “doado” como salário aos trabalhadores, num país que cresce como um iceberg, escondendo a monstruosidade da riqueza produzida pelo suor, sangue, saúde e até morte dos brasileiros.
“80% da população recebe na faixa de 500,00 reais por mês. Em 2003, dos 69 milhões de pessoas ocupadas, 22 milhões ganhavam até um salário mínimo e 42,6 milhões até dois salários mínimos”. Em 2005 14,5 milhões de benefícios da previdência correspondiam a um salário mínimo”. (idem)
Ainda deve ser levado em conta as 18, 33 ou 55 milhões de pessoas (dependendo do governo os dados mudam, basta relembrar o Rubens Ricupero, o manipulador de dados) vivendo abaixo da linha da pobreza, com menos de dois dólares por dia; ou os dados de uma pesquisa do IBGE (17-05-2006) sobre Segurança Alimentar denunciando 72 milhões de brasileiros vivendo na maior insegurança alimentar, matando cachorro a grito, vendendo o almoço para comprar a janta ou simplesmente vivendo de brisa e luz. Os trabalhadores ainda tem, ministério do Trabalho, Justiça do trabalho, uma central única, mas que não está com esta força sindical toda!
 Com a estabilização após o Plano Real, o salário mínimo teve ganhos reais ainda maiores, totalizando 28,3% entre 1994 e 1999.  Há duas conclusões importantes a destacar a partir dos dados que mostra a evolução histórica do salário mínimo desde 1940. Em primeiro lugar, ao contrário de manifestações muito corriqueiras de que o poder de compra do salário mínimo seria hoje muito menor que na sua origem, os dados mostram que não houve perda significativa.  Em segundo, foi com a estabilização dos preços a partir de 1994 que se consolidou a mais significativa recuperação do poder de compra do mínimo desde a década de 50. Em 2008 o Presidente Lula resolveu "arredondar" o valor do salário mínimo que seria pouco mais de R$ 413,00 para R$ 415,00. Em 2009 o reajuste deu-se desde 01 de fevereiro (R$ 465,00) e, em 2010, a partir de 01 de janeiro (R$ 510,00).
Basta de falácia! Chega de aplicar no trabalhador o 1º de abril como salário! R$545,00 na superpotência econômica 2011 contra R$901,78 de 1943? Na política para todos o estado do salário será Mínimo? A população deixou “o homem trabalhar”, fazer o necessário, o possível e agora com super Dilma, primeira mulher presidenta de um dos países mais importantes do mundo, é a hora e vez do prometido impossível! O trabalhador esperou, a hora  chegou! Os dados estão aí: a economia cresce acima dos 5.5% há uns bons anos, cresceu mais de 7.5% em 2010 e continuará crescendo! Nos próximos anos, céu de brigadeiro para a economia, e ainda chove elogios do exterior e até do FMI! Não dá mais para esconder da nação o sol dourado do PIB do crescimento das nossas riquezas(3 trilhões-2008; 3.143 trilhões-2009; 3.5 trilhões-2010), da realidade dos “petrorreais” que insiste em raiar sobre cortinas de chumbo, fumaça, novelas e BBB’s.

Salário mínimo na era REAL: FHC/LULA/DILMA
01/07/94
MP 566/94
R$64,79
01/09/94
MP 637/94
R$70,00
01/05/95
Lei 9.032/95
R$100,00
01/05/96
R$112,00
01/05/97
                
R$120,00
01/05/98
                
R$130,00
01/05/99
                
R$136,00
03/04/00
MP 2019 de 23/03/00 e 2019-1 de 20/04/00 Convertidas na Lei nº 9971, de 18/05/2000.
R$151,00
01/04/01
                    
R$180,00
01/04/02
Medida Provisória n° 35
publicada no D.O.U. em 28.03.2002
R$ 200,00
01/04/03
Lei n° 10.699,
de 09.07.2003
R$ 240,00
01/05/04
Lei n° 10.888,
de 24.06.2004
-
R$ 260,00
01/05/05
Lei nº 11.164,
de 18.08.2005
R$ 300,00
01/04/2006
Lei nº 11.321,
de 07.07.2006
R$ 350,00
01/04/2007
Lei nº 11.498,
de 28.06.2007
R$ 380,00
01/03/2008
Lei nº 11.709,
de 19.06.2008
R$ 415,00
01/02/2009
Lei nº 11.944,
de 28.05.2009
R$ 465,00
01/01/2010
Medida Provisória nº
474/2009, de 24.12.1009
R$ 510,00

FONTE: http://www.portalbrasil.net/salariominimo.htm#sileiro

“(...) a quantia só foi estabelecida em 1º de maio de 1940, e passou a vigorar dois meses depois, com o valor de R$ 1.202,29, corrigida a preços de janeiro de 2011.”
“Centrais e oposição já admitem derrota na votação do mínimo”
“O líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), que defende o valor de R$ 560, culpa a presidente Dilma Rousseff de ter "feito um balcão de negócios". "É o imperialismo de Dilma, que diz que quem não votar não terá cargos, é lamentável", afirmou o democrata. “
“Dilma usa 2º escalão para aprovar mínimo de R$ 545”
“O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que o governo começou de forma "autoritária" sua relação com o Congresso Nacional. O ataque provocou reação imediata do alto comando petista. O tucano mineiro apontou ao menos duas manifestações que, na sua opinião, demonstram autoritarismo. A primeira, declaração do ministro de Assuntos Institucionais, Luiz Sérgio, segundo a qual "a ordem” era que a base votasse os R$ 545 do salário mínimo.”

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

CONSTATADOR INDIGNADO!

ALGUMAS COMPARAÇÕES BÁSICAS......

CURIOSIDADES DE UM PAÍS DE LOUCOS
Juca Zokner
Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata!

Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.

Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército.

Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.

Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.


O SUS paga a um médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a importância de R$ 70,00, equivalente ao que uma diarista cobra para fazer a
faxina num apartamento de dois quartos.

PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM CHOQUE DE MORALIDADE NOS TRÊS PODERES DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM OS
OPORTUNISMOS E CABIDES DE EMPREGO.

OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM O ATUAL NÚMERO DE SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS
E VEREADORES.

TEMOS QUE DAR FIM A ESSES "CURRAIS" ELEITORAIS, QUE TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA
OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS, ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO GERIDOS PELA “BRASILIENSE COSA NOSTRA”

O PAÍS DO FUTURO JAMAIS CHEGARÁ A ELE SEM QUE HAJA RESPONSABILIDADE SOCIAL E COM OS
GASTOS PÚBLICOS
.

JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR.
PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO SE TIVESSE QUE SER ASSIM MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO.

VALE A PENA TENTAR.
PARTICIPE DESTE ATO DE REPULSA
.
REPASSE! NÃO SEJA OMISSO.






domingo, 13 de fevereiro de 2011

COM A PALAVRA...UM PROFESSOR!

 

Professor de Educação Física Kassio Vinícius Castro Gomes, de 39 anos,  assassinado com uma facada, no corredor do campus do Instituto Metodista Izabela Hendrix -- um dos centros universitários mais tradicionais de Belo Horizonte. O estudante Amilton Loyola Caires, de 23 anos o assassinou a facadas por ter tirado uma nota baixa.www.gogle.com.br/images

 

AO MESTRE... SEM CARINHO!

Zé Pi*


É praxe...Aquela musiquinha do filme “Ao mestre com carinho...” cartões sinceros e outros nem tanto...mensagens no quadro...cafezinho especial...e até almoços.

Pois é...

A sociedade não diz o que quer da escola pública, ou melhor, do ensino público e nós, mansamente, oferecemos o que as resoluções palacianas determinam a cada eleição... E se experimenta... E os filhos dessa sociedade se tornam cobaias de: Escolas Cidadãs, Escola Sagaranas, Acerte o Passo, Caminho da Cidadania, Escola Inclusiva, Escola Plural...Escola Referência... Escolas Tipo Assim, Escolas Tipo Assado...Amigos da Escola...

Apuradas as urnas, do município à presidência da república, o destino da educação é dividido em cargos e entregues a apoiadores políticos, técnicos e empresários: Os políticos sem vontade política, os técnicos de competência duvidosa e os empresários manipulam a educação como produto de mercado. Copiam modelos educacionais mal sucedidos e repetidores de velhos paradigmas.
 O professor, sub remunerado e desmotivado, é o executor de tais projetos, absorve os processos e “vira mesmice”, Aprendizagem Pacotinhos, da pré-escola à universidade, cuspe e giz, trabalhinhos de isopor, cartolina, Feiras de Ciências, Feira de Culturas, dependendo dos limites de prédios velhos, ultrapassados e recursos materiais deficitários, dos tempos de Anchieta e, na Secretaria de Estado da Educação, um cheiro forte de coisas velhas; você esperneia e grita como a 30 anos, em 1979 cuja greve sensibilizou Drumond e, daí em diante as paralisações passaram a ser parte constante do calendário escolar e de acordo com as conveniências sindicais. Professores e outros servidores de MG e outros estados elegeram vereadores, prefeitos, deputados das duas casas e hoje muitos são até ministros, mas todos, com raríssimas exceções esqueceram sua gênese.
A escola, desvinculada do interesse social, recebe o castigo da depredação, pichações, tiroteios, facadas, roubos e assassinato de professores e tudo mostrado na internet. Algumas escolas estaduais recolheram armas e drogas de “alunos” na entrada da escola e devolveram ao final dos turnos. Foram soluções e instruções encontradas pelo governo e sua Secretaria da Educação de Minas, via SRE(s) (jornal EM e R. Itatiaia).          Às vezes, autoridades educacionais aplicam curativos pseudopedagógicos, contendo ações do tipo cortinas de fumaça, como a informatização das escolas e ignoram as necessidades dos mercados e a obsolescência dos currículos, feitos em gabinetes por pessoas que muitas das vezes nunca exercitaram a docência real nos morros e favelas onde um traficante tem muito mais autonomia na deseducação do que um diretor . Você acaba professor taxímetro e, de escola em escola, para sobreviver, se esquece que pode mudar.. 

Aos vinte e cinco anos ingressei no magistério cheio de sonhos e era bem remunerado como iniciante na carreira; eram 5 salários mínimos e CLT e uma Licenciatura Curta. Hoje seriam mais ou menos 2800,00 reais por 40 horas/aula. Se motivado financeiramente você faz mestrado e doutorado, viaja pelo mundo, debate educação, adquire mais conhecimento, novas praticas pedagógicas no dito mundo desenvolvido, como nos EUA e Europa. Hoje, trinta anos depois, com licenciatura plena e pós-graduação percebo menos de dois salários-base de acordo com PEBmg. Os restos são penduricalhos, como qüinqüênios, biênios, estabilidade anestésica, vantagens das quais abro mão por um salário justo equivalente, por exemplo, aos vencimentos de juízes e Parlamentares estaduais, legisladores dos próprios salários sem a falácia da responsabilidade fiscal. 

Em números do MEC, faltam 700.000 profissionais da docência no país (deve ser muito mais) e o governo federal até premia com 300 reais a quem se matricular em licenciatura, mas não consegue motivar os jovens para a docência com esses 950 reais do FUNDEB; salário de subemprego ou logo vão acrescentar a cesta básica, vale gás, cartão fome zero e outros apanágios. Em entrevista (dada à Rádio Itatiaia) um parlamentar (PTmg) e ex-professor universitário, eleito por professores, disse: Se quiserem ganhar bem, os professores públicos, deveriam procurar trabalho na escola privada. Mais uma punhalada petista. Pagar o salário miserável em dia e décimo terceiro salário no final do ano é peça de propaganda oficial, como se não fosse obrigação constitucional.

        Aqui nas Gerais, executivo, legislativo e sindicato, alardeiam um plano de carreira do magistério que promove o professor sem lhes acrescentar um centavo no contracheque; o que poderá ser copiado por outros estados administrados por mágicos que isentam de impostos as grandes empresas e depois condicionam a remuneração do professor aos limites da arrecadação.

        Hoje somos professores nômades e, de escola em escola, para complementar os baixos salários, não temos tempo para reeducação e nos tornamos meros repetidores de experiências alheias. Psicologicamente abalados com a violência nas escolas, trabalhamos deprimidos, hipertensos e diabéticos. É como se eleitores e eleitos cuspissem na face de educadores como Anísio Teixeira, Paulo Freire, Emilia Ferreiro, Darcy Ribeiro. Resultados mirabolantes são obtidos à base de manipulação de dados estatísticos (Simave-mg), quando consultorias externas mostram que educação nas Gerais vai muito mal. “O último ano do ensino básico em MG equivale hoje a uma oitava série fraca dos anos 70”. Foram cobaias da Escola Plural, Acerte o Passo, Escola Sagarana, Caminho da cidadania,  Escola Cíclica e Escola Referência. A prova cabal de que o ensino mineiro é muito ruim é que somente num gesto de desespero o diretor ou professor matricula seus filhos na escola em que trabalham. Lotado a pouco mais de 500 metros da minha residência, tive que matricular meus três filhos no Colégio Magno de onde, foram para a UFMG e graduados em Ciência da computação, Medicina e Biologia.

Tentando aprovação em massa o governo Aécio/Vanessa, transferiram a responsabilidade do fracasso e chantageiam professores e diretores com a avaliação do desempenho e Abono do final de ano, (exceto para quem adoece e se licencia para tratamento).

Quero afirmar convicto que não podemos ser apenas professores sacerdotes e contribuintes na fonte, pois temos de comer, tomar banho, usar roupas decentes, estudar e pesquisar mais, cuidar dos filhos, deslocar até o local de trabalho e tudo isso tem um custo elevado para todos os brasileiros, professores ou não.

Como trabalhador, não desisto da minha vocação-profissão, mas não posso abrir mão de um salário digno; nós somos referência na sociedade como motivadores de crianças e adolescentes e, estou certo de que os dentes, estômagos, cabelos, sapatos, roupas, carro, moradia própria e equilíbrio emocional, são observados por pais e alunos como fatores de sucesso, convencimento e promoção do ser humano pelo caminho da educação.

Então, não sou “sacerdote da educação” como os hipócritas, governos e sociedade comodamente pensam.

*Prof. José da Piedade e Silva - BHte. /MG 


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO E MISÉRIA

SAPATO DE PROFESSOR
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Marina da Silva
Estava na loja de calçados procurando uma rasteirinha baratinha para aliviar dores nos pés causados por um sapato desgraçado que me comia os calcanhares, um dedão do pé e os dedinhos quando ele entrou procurando sapatos. Era um homem mediano, aparentando no máximo trinta e portando uma calvície de preocupação ou tique nervoso, aquela onde ocorre uma devastação capilar nas laterais da cabeça de tanto se passar nervosamente as mãos. A vendedora quando o viu frente à vitrine de calçados masculinos me abandonou sem qualquer hesitação de olho na gorda comissão. Entre uma rasteirinha vagabunda de dez reais que provavelmente se esfacelaria no trajeto deixando-me na mão antes da porta de casa e um sapato masculino... Nem eu pensaria duas vezes, aliás, nem uma! Fiquei onde estava um olho na rasteira o outro na transação.  O homem passava os olhos pelos sapatos enamorado, conferindo os preços, ouvindo educadamente a moça que desfiava fervorosamente um rosário sobre as qualidades, beleza, design e origem do couro das melhores marcas em exposição: Democrata, San Marino, Ferracini. O acabamento é de primeiríssima, este imita os modelos italianos, aquele detalhe dava um tcham, este outro tem a cor da moda, um era o mais vendido e combina com tudo! Por um instante parei nos olhos de ambos: uns ardiam por um novo par de bons sapatos os outros por uma boa venda para encerrar o dia. Eu, rasteirinha apoiando o queixo, sem perceber, acompanhava excitada o desenlace aguardando minha hora de ser atendida. Nenhum dos dois dava mais por minha presença e desfilavam ora para frente ora para trás na passarela dos calçados e eu ia com eles estacada na vitrine oposta postada na banca de oferta dos chinelos e sandálias ouvindo as propostas sedutoras da moça: três vezes no cheque e entrada para só daqui a 30 dias, cinco vezes sem juros no cartão Mastercard ou Visa!
_ Eu tenho um Ferracini! Ouvi o moço confessar a vendedora e completar - por hora eu quero mesmo é um sapato baratinho sabe, para o dia a dia, um sapato de professor! A garota fez um ah decepcionado e eu ergui curiosa as sobrancelhas. Sapato de professor? Sem perceber comecei olhar mais detidamente o rapaz. Trajava um jeans surrado, um tênis esgarçado e uma camisa pólo de um azul indefinido. Trabalha para o estado ou prefeitura conclui em pensamento e completei: já fui como ele, um cabo de vassoura... Mas entre o feijão e o sonho o estômago roncou mais alto e fundo! Quando pensei estar realizando o sonho de lecionar, meados dos anos oitenta, a Educação no país entrava num pesadelo e desgaste profundos. Em franca decadência, ao rebaixamento salarial impensável juntou-se a precarização das condições materiais e estruturais de trabalho dos professores e uma perversa desqualificação moral dos mesmos! Virou rotina nas escolas públicas, principalmente no ensino básico e médio, longas greves por melhores salários e condições de trabalho e vida, o assédio moral, as violências físicas e psicológicas nas relações deterioradas entre professores/alunos/pais/colegas de serviço. O sistema educacional brasileiro está há muitos anos falido e é impossível esconder este tenebroso quadro acelerando o conhecimento sem acertar o passo, compasso, métrica, etc fechando os olhos e tapando os ouvidos a este fenômeno na educação formal do brasileiro. A quantas anda o ensino no Brasil neste século de Brasil BBB das potências econômicas emergentes Bric’s?
* “Elevados índices de repetência e de abandono da escola no Brasil foram apontados em relatório da Unesco. Com índices de repetência e abandono da escola entre os mais elevados da América Latina, a educação no Brasil ainda corre para alcançar patamares adequados para um País que demonstra tanto vigor em outras áreas, como a economia.” Estadão 19-06-10.
* “61% dos alunos do 5º ano não conseguem interpretar textos simples. 60% dos alunos do 9º ano não interpretam textos dissertativos.” www.educador.brasilescola.com/ jun/10
* “A difícil nota 6 da educação brasileira. Com uma nota atual de 4.6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) o Brasil tem como meta alcançar nota 6 em 2021.” O Globo 27-06-10
* Relatório da ONU mostra que o Brasil tem uma das maiores desigualdades sociais do mundo”. Jornal Nacional 23-07-10
“Dilma Rousseff defendeu a educação como principal fator para promover maior inclusão social no Brasil. Ela disse que o fortalecimento da educação precisa significar valorização financeira e social do professor.” Correio Brasiliense 22-07-10
 “José Serra, disse que educação tem de ser uma obsessão de governo porque o desenvolvimento e a qualidade de vida dependem no nível de ensino. (...) seu avô e seu pai eram analfabetos, mas no Brasil não há mais espaço para isso.” Correio Brasiliense 22-07-10. Grifos meus.
 A educação no Brasil é fundamental e professor é a profissão mais importante, digna, honrada, sagrada e celestial do mundo... E é lógico estavamos em ano de eleição e as campanhas em pleno vapor e como sempre defendendo saúde, educação, segurança, arroz, feijão! Até quando os professores seguirão adiante mal pagos, em péssimas condições e relações de trabalho, desqualificados, sofrendo assédios vários (físicos e/ou psicológicos), entre uma licença e outra dando suas aulas, contribuindo socialmente para a ordem, progresso e grandeza da nação, usando, com inexplicável(?) orgulho seus sapatos de professor? Aos mestres, com amor!